terça-feira - 17/12/2024 - 10:22h
Violência

Estudante atira contra professora e acerta colega de escola

Incidente ocorreu no interior da escola (Foto: Vinícius Marinho/Inter TV)

Incidente ocorreu no interior da escola (Foto: Vinícius Marinho/Inter TV)

Do G1 RN e outras fontes

Uma estudante de 19 anos atirou contra um colega dentro de escola pública em Natal, na manhã desta terça-feira (17). Ela também teria tentado disparar contra uma professora, segundo testemunhas.

caso aconteceu na Escola Estadual Berilo Wanderley, no bairro Neópolis, na Zona Sul da capital potiguar. A estudante foi presa.

O estudante ferido à bala tem 18 anos de idade e foi atingido na cabeça. O projétil teve trajetória transfixante. Ele recebeu socorro imediato, com transferência para o Hospital Walfredo Gurgel, na Zona Leste de Natal.

Segundo relato de uma colega de classe da estudante, “ela entrou na sala armada, apontou na cabeça da professora, só que a arma falhou. No que falhou, ela virou as costas para tentar correr.” A reação do jovem que terminou baleado foi uma tentativa de contê-la, mas terminou sendo atingido.

No local do atentado, a Polícia Militar apreendeu uma carta escrita pela jovem responsável pelo tiro que atingiu o adolescente, na qual ela afirma ter agido sozinha e sem qualquer ajuda para adquirir o que precisava para efetivar o crime.

A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC) do Rio Grande do Norte emitiu nota sobre o caso. Veja abaixo:

Nota

A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC) do Rio Grande do Norte lamenta profundamente o ocorrido na Escola Estadual Berilo Wanderley, onde um estudante foi vítima de um disparo de arma de fogo, na manhã desta terça-feira (17).

Imediatamente após a ocorrência, a SEEC acionou as forças de segurança pública, que prontamente atenderam a situação. A pasta está contribuindo com todas as informações necessárias para auxiliar as investigações em curso, conduzidas pelas autoridades competentes, além de prestar todo o apoio necessário à escola.

A secretaria reforça que a segurança dos estudantes, professores e funcionários é prioridade e que acompanha de perto os desdobramentos deste caso.

Expressamos nossa solidariedade à família do estudante atingido e a comunidade escolar. Reiteramos nosso compromisso em colaborar para que as medidas cabíveis sejam tomadas.

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Categoria(s): Segurança Pública/Polícia
terça-feira - 17/12/2024 - 06:30h
Política

Com alta recorde do dólar, governo Lula fica em momento delicado

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

A última semana antes do recesso parlamentar começou agitada em Brasília. Para acelerar a tramitação do ajuste fiscal no Congresso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, anexou a PEC do corte de gastos a uma outra Proposta de Emenda à Constituição, de reforma tributária, que já está apta para ir à votação no plenário. Com isso, a PEC do ajuste, que prevê restrições ao abono salarial e medidas para combater supersalários, não precisará passar pela análise da Comissão de Constituição e Justiça nem por uma comissão especial.

Já o governo federal avançou na liberação de indicações para agências reguladoras com a intenção de fortalecer sua base no Senado e destravar o pacote fiscal. As nomeações saíram no Diário Oficial da União, e as escolhas foram alinhadas em reunião com o presidente Lula, antes de sua cirurgia, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Davi Alcolumbre (União-AP). O movimento é uma estratégia do governo para garantir apoio em temas prioritários, a começar pelo pacote fiscal. (g1)

A aprovação do pacote fiscal é essencial para tranquilizar os agentes financeiros. Os dois leilões extraordinários de câmbio feitos pelo Banco Central (BC) ontem, injetando US$ 4,6 bilhões no mercado, não foram suficientes para segurar a escalada do dólar. A moeda americana fechou no maior valor nominal da história, com alta de 1,03%, a R$ 6,091. Já o Ibovespa encerrou o dia com baixa de 0,84%, aos 123.560 pontos.

Em um leilão extraordinário à vista, o BC vendeu US$ 1,6275 bilhão — maior valor em uma única intervenção desse tipo desde 10 de março de 2020 (US$ 2 bilhões). Em seguida, vendeu US$ 3 bilhões com compromisso de recompra, no chamado leilão de linha. Apesar das intervenções, o real foi a moeda que mais se desvalorizou entre os países emergentes e as principais moedas do mundo. (Folha)

Além disso, o foco também está na aprovação da reforma tributária. O fim da desoneração de 60% das contas de água e esgoto e a volta das bebidas açucaradas ao Imposto Seletivo estão entre as principais mudanças feitas pelo relator do texto na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que divulgou nova versão do projeto de regulamentação. A expectativa era iniciar a votação em plenário na noite de ontem.

Como já passou pelo Senado, se aprovado, segue para sanção presidencial. A maior parte das mudanças tem o objetivo de aproximar a alíquota de referência para bens e serviços sem benefícios fiscais dos 26,5% definidos no texto original do governo. Segundo simulação do Banco Mundial, as mudanças feitas pelo Senado elevaram a alíquota-base a mais de 29%. (Folha)

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Categoria(s): Política
  • Repet
segunda-feira - 16/12/2024 - 23:58h

Pensando bem…

“Abençoado o homem que, não tendo nada a dizer, abstém-se de dar provas do fato com palavras.”

George Eliot

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segunda-feira - 16/12/2024 - 23:50h
Estado

Juiz decide que 13º deve ser pago até o dia 31; governo reage

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Através de uma liminar, o juiz Bruno Lacerda Bezerra Fernandes, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Natal, determinou nesta segunda-feira (16) que o Governo do RN pague o 13º salário até 31 de dezembro deste mês. Atendeu a pedido do Sindicado dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte (SINDSAÚDE-RN).

O calendário de pagamento anunciado pelo governo à semana passada jogou a conclusão do compromisso para 10 de janeiro.

O governo reagiu à decisão com nota oficial, prometendo recorrer judicialmente.

Segundo a gestão da governador Fátima Bezerra (PT), a definição do pagamento do décimo terceiro salário é competência do Poder Executivo estadual, respeitando a disponibilidade de recursos e o fluxo financeiro diário.

O calendário de pagamento foi previamente divulgado, sendo o mesmo de domínio público, e será inteiramente cumprido. Contudo, dentro do que é possível.

Resumindo: devo, não nego, pago quando puder.

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  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
segunda-feira - 16/12/2024 - 23:30h
Dobradinha

Jean-Paul defende Walter a governo e viabilização de Fátima

Prates mostrou direção da Petrobras com energias renováveis e perspectivas para o RN (Foto: João Gilberto/Agência Petrobras)

Prates mostra o porquê de Walter e Fátima em 2026 (Foto: João Gilberto/Agência Petrobras/Arquivo)

À vontade em uma das poltronas da varanda de sua casa no bairro de Capim Macio, em Natal, o ex-senador Jean-Paul Prates (PT) se sentiu à vontade para opinar sobre qual deve ser a chapa do PT RN para o pleito de 2026. Ele falou à jornalista Carol Ribeiro, do Diário do RN e Blog Carol Ribeiro.

“Walter Alves (MDB) é o vice-governador que vai assumir, Fátima é candidata ao Senado, e vamos trabalhar dessa forma. Esse é o cenário”, defendeu, frisando que o trabalho deve começar em torno de março de 2025.

O nome de Walter, para ele, surge “diante até de uma certa escassez de potenciais adversários e rivalidades internas” no PT. Além de que, “eleitoralmente, em relação às cidades, a única saída que o PT tem e a esquerda tem é o MDB”.

Jean-Paul acrescentou ainda que “o mínimo que o PT pode propiciar à Fátima nesse momento, pela trajetória política dela, é uma garantia absoluta de candidatura ao Senado”.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 16/12/2024 - 22:44h
Anote, por favor

Fraude em cota de gênero pode causar novos problemas

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

A ocorrência de possível fraude no tocante à cota de gênero, em nominatas a vereador em Mossoró, em 2020, pode se repetir em relação às eleições 2024.

Anote, por favor.

A semana começou tensa nos intramuros da política local e essa questão aparece como epicentro de certo mal-estar. Ação de Investigação Eleitoral Judicial (AIJE) é o instrumento jurídico que paira no ar.

Em maio de 2023, três vereadores eleitos em 2020 perderam mandato, porque seus respectivos partidos teriam fabricado candidaturas femininas que preencheram nominatas, mas não fizeram campanha.

Foram cassados Larissa Rosado (União Brasil) – veja AQUI, Naldo Feitosa (PSC) e Larmarque Oliveira (PSC) – veja AQUI.

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Categoria(s): Política
  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
segunda-feira - 16/12/2024 - 21:30h
Emendas

Comissão de Orçamento delibera sobre LOA 2025

Matéria deve ir a plenário na quarta-feira (Arte ilustrativa)

Matéria deve ir a plenário na quarta-feira (Arte ilustrativa)

A Comissão de Orçamento, Finanças e Contabilidade (COFC) da Câmara Municipal de Mossoró se reuniu nesta segunda-feira (16), para deliberar sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025.

Participaram da reunião o vereador Marckuty da Maisa (União), a vereadora Marleide Cunha (PT) e o vereador Lucas das Malhas (União), respectivamente, presidente, vice-presidente e secretário do colegiado.

Também participaram servidores do Setor de Comissões da Câmara e a assessoria do vereador Genilson Alves (União), líder do Governo na Casa.

A COFC deliberou sobre as novas emendas apresentadas ao Projeto de Lei Ordinária do Executivo n° 109/2024, que dispõe sobre a LOA, e emitiu parecer sobre todas as emendas à proposta.

Na mesma reunião, a Comissão também emitiu parecer sobre a Mensagem Modificativa do Poder Executivo n° 01/2024, que alterou todos os anexos e parte textual do projeto da LOA.

Com esse trabalho, a Lei Orçamentária Anual está apta a ser pautada no plenário. A expectativa é que o projeto seja votado quarta-feira (18), ficando pendente apenas a aprovação da redação final da matéria.

O projeto da LOA estima receitas para a Prefeitura de Mossoró em 2025 na ordem de R$ 1 bilhão, 382 milhões e 977 mil e despesas nos mesmos valores.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 16/12/2024 - 19:30h
Dezembro branco

Liga vai destacar importância dos “Cuidados Paliativos”

Logomarca

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A Liga de Mossoró – Estudos e Combate ao Câncer abre nesta quarta-feita (18), às 10h30, a programação do Dezembro Branco. O mês é dedicado à conscientização dos Cuidados Paliativos.

Atualmente, é grande a falta de informação sobre os Cuidados Paliativos. Muitas vezes, os familiares pensam que ao iniciar esse procedimento, o paciente está no fim. Na verdade, os Cuidados Paliativos são uma arma fundamental para quem recebe um diagnóstico de doença grave, independente do estágio, oferecendo mais dignidade e qualidade de vida ao paciente, com um único objetivo: a cura.

De 18 a 31 de dezembro a Liga de Mossoró, abordará o tema com colaboradores, pacientes e seus familiares, dismistificando a ideia de que os Cuidados Paliativos são uma setença.

Eles são a boa notícia depois da má notícia de uma doença grave.

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Categoria(s): Gerais / Saúde
  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
segunda-feira - 16/12/2024 - 15:00h
Mossoró

Prefeito, vice e 21 vereadores são diplomados por Justiça Eleitoral

Prefeito e vice foram diplomados em solenidade nesta segunda-feira (Fotomontagem do BCS em fotos de Célio Duarte)

Prefeito e vice foram diplomados em solenidade nesta segunda-feira (Fotomontagem do BCS em fotos de Célio Duarte)

O prefeito reeleito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), e o vice-prefeito eleito, Marcos Medeiros (PSD), foram diplomados nesta segunda-feira (16), no Fórum Desembargador Silveira Martins.

Recebeu o título de diplomação das mãos da juíza Cinthia Cibele Diniz de Medeiros, da 34ª Zona Eleitoral de Mossoró, ao lado da primeira-dama Cinthia Pinheiro e da filha do casal Angelina.

Na ocasião, também foram diplomados os 21 vereadores da Câmara Municipal de Mossoró.

No ato oficial receberam diploma os vereadores reeleitos Lucas das Malhas (União), Wiginis do Gás (União), Genilson Alves (União), Raério Cabeção (União), Tony Cabelos (União), Ozaniel Mesquita (União), Ricardo de Dodoca (União) e a vereadora reeleita Marleide Cunha (PT).

Também foram diplomados os vereadores eleitos Petras (PSD), Thiago Marques (Solidariedade), João Marcelo (PSD), Vavá (Rede), Alex do Frango (PSD), Jailson Nogueira (PL), Vladimir de Cabelo de Negro (PSD), Mazinho do Saci (PL), Kayo Freire (PSD), Cabo Deyvison (MDB), John Kenneth (Solidariedade), Dr. Cubano (PSDB) e Plúvia Oliveira (PT).

Diplomados exibem documento oficial da Justiça (Foto: Célio Duarte)

Diplomados exibem documento oficial da Justiça (Foto: Célio Duarte)

História

Allyson obteve uma votação histórica de 113.121 votos, nunca antes vista no Município, chegando a 78,02% dos votos válidos dados a todos os candidatos.

Na zona rural, o cenário foi ainda mais impactante, também com votação histórica que chegou a 86% dos votos válidos.

“O povo confirmou nas ruas, por onde a gente passava, que esse trabalho que começamos merecia continuar, e assim, foi feita a vontade do povo. Hoje é um dia para agradecer ao nosso Deus, ao nosso povo, dia de celebrar a democracia”, disse o prefeito Allyson Bezerra.

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segunda-feira - 16/12/2024 - 13:38h
Natal

JFRN inaugurará novo Memorial e lançará livro resgatando causos

Acervo é decorrente de trabalho exaustivo e detalhista (Foto: JFRN)

Acervo é decorrente de trabalho exaustivo e detalhista (Foto: JFRN)

A Justiça Federal do Rio Grande do Norte (JFRN) inaugurará na próxima terça-feira (17), 10h, no auditório da instituição, em Natal, o Memorial da JFRN. Moderno, inovador, acessível, o espaço traz recursos de interação e está instalado no térreo do prédio sede.

O Memorial apresenta, em vídeos com animação, a história do Judiciário Federal potiguar e seus principais personagens.

Durante o evento será lançado o livro “Caçando Causos – a história que a JFRN não contou”. “A Justiça Federal do Rio Grande do Norte vai muito além de uma instituição que acumula índices de excelência e números de eficiência no servir à população potiguar. Essa é uma Casa que escreve histórias, faz história. E a partir disso, há muitas passagens protagonizadas por magistrados, servidores, estagiários e colaboradores. São histórias engraçadas, outras que mostram o próprio ritmo intenso do trabalho”, destaca o Diretor do Foro da JFRN, Juiz Federal Hallison Bezerra, na apresentação da publicação.

Ele ressalta ainda: “Foi pensando no resgate desses causos que a Comissão Permanente de Gestão da Memória Institucional (CGMI), coordenada pelo Juiz Federal Ivan Lira de Carvalho, um grande entusiasta do resgate e preservação da história do Judiciário Federal potiguar, lançou o projeto Causos da JFRN”.

Todo trabalho do Memorial foi coordenado pelo magistrado Ivan Lira de Carvalho, que contou com as servidoras Odeleide Trindade, Solange Maria, Sílvio Justino, Maria Claudia e Ernane César, que integram a Comissão de Permanente de Gestão da Memória Institucional (CGMI).

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segunda-feira - 16/12/2024 - 07:04h
Investigação

Federal segue o rastro do dinheiro movimentado por Braga Netto

Do Canal Meio e outras fontes

Arte ilustrativa

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Após prender o general Walter Braga Netto no sábado (14) por decisão (leia a íntegra) do ministro do STF Alexandre de Moraes, a Polícia Federal agora segue o rastro do dinheiro que, segundo o tenente-coronel Mauro Cid, foi entregue pelo ex-ministro de Jair Bolsonaro para planejar a execução de autoridades da República. De acordo com a delação do ex-ajudante de ordens e informações da investigação, foi com dinheiro transportado por Braga Netto e entregue ao major Rafael de Oliveira que teria sido comprado um celular usado na organização dos crimes. Os recursos que passaram pelo general, disse Cid, foram levantados com o “pessoal do agronegócio”.

Em depoimento prestado em 21 de novembro, o tenente-coronel afirmou que, dias após uma reunião em 12 de novembro de 2022, o militar esteve em reunião com ele e Braga Netto, quando o general entregou o dinheiro dentro de uma sacola de vinho para a realização da ação. A PF conseguiu identificar que, no dia 15 de dezembro, data em que Moraes seria sequestrado pelos golpistas, o major comprou um celular em uma loja de Goiânia e pagou R$ 2,5 mil em espécie. (Globo)

A prisão do general não surpreendeu oficiais do Exército. Braga Netto é acusado de tentar interferir nas investigações para obstrui-las. O envolvimento do general na tentativa de golpe e em iniciativas apontadas pela PF para conhecer o conteúdo da delação de Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi considerado grave.

Após a prisão do general Mário Fernandes, que foi secretário executivo do então ministro da Secretaria-Geral do Governo, Luiz Eduardo Ramos, a avaliação dos militares é de que as ações da PF ainda farão a corporação sangrar por um bom tempo. E agora há a crença de que os próximos generais na lista dos agentes federais são o ex-ministro Augusto Heleno e o próprio Ramos. (Estadão)

Moraes escreveu em sua decisão que os elementos de prova trazidos pela PF indicaram a existência de “gravíssimos crimes” cometidos pelo general, além de demonstrarem a “extrema periculosidade” dele e dos demais envolvidos na tentativa de golpe de 2022. O magistrado também sustentou que os fatos demonstram que os investigados formaram uma organização criminosa com o objetivo de cometer atos de violência, monitorar alvos e planejar os sequestros e homicídios dele, do presidente Lula e do vice-presidente, Geraldo Alckmin. (Metrópoles)

Em nota, a defesa de Braga Netto negou que ele tenha tentado obstruir investigações. “Teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”, escreveram os advogados, liderados por Luís Henrique Cesar Prata.

A prisão foi decretada por Moraes a pedido da PF e com aval da Procuradoria-Geral da República. Segundo o chefe da PGR, Paulo Gonet, a representação da PF traz provas suficientes da tentativa do general de interferir nas investigações. (Folha)

Leia tambémSupremo mantém prisão de Braga Netto em audiência de custódia

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domingo - 15/12/2024 - 23:48h

Pensando bem…

“Se as palavras de comando não são claras e distintas, se as ordens não são completamente compreendidas, o general é o culpado.”

Sun Tzu

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domingo - 15/12/2024 - 10:22h

O sol nasce para todos

Por Aldaci de França

O pôr do sol na Fazenda Poré, uma beleza do nosso sertão

O pôr do sol na Fazenda Poré, uma beleza do nosso sertão, foto de Genário Freire

 

Essa frase ou chavão como queiramos definir, se escuta diuturnamente e acontece certamente pelo enunciado do seu sentido, que diz: “todos(as) merecemos um lugar ao sol”.

Esse pensamento cabe ao viés da poesia popular nordestina e especificamente ao repente exímios representantes ou atores, que improvisam versos, chegando  inclusive a se surpreenderem com o feito em seus desafios poéticos.

Como ativista da poesia popular nordestina através do repente, e, ainda, por ser repentista atuante, além de produzir importantes eventos, tenho a preocupação em conscientizar esse segmento. Apesar de muito talentosos, muitos ainda não se consagraram como expoentes da cantoria nordestina.

Promovente de cantorias de pés de parede (eventos populares realizados em calçadas de modestas moradias ou de residências de fazendas no interior do Nordeste) e de Festivais de Cantadores do Nordeste, principalmente nas zonas urbanas dos municípios, sempre objetivo difundir melhor essas manifestações culturais de raiz. É uma de minhas maiores missões.

Eu mesmo reflito que como promotor de eventos com esses artistas, populares, temos ensejado mais a divulgação de nomes consagrados do que aberto espaço e palco aos poetas repentistas que precisam de um lugar ao sol. Gente que precisa aparecer, ser vista, ser ouvida, ser conhecida.

Com isso, percebo que há muito temos protegido aqueles que nem necessitam mais de serem tão acobertados por nós, e, por consequência, esquecido dos que ainda estão no anonimato ou muito pouco tem aparecido no cenário do espetáculo da cantoria. Não é fácil fazer a arte do repente ao calor do desafio poético.

Nada está perdido: ainda há tempo para corrigirmos essas distorções cometidas ao longo dos anos.

Uma das soluções para o problema pode ser encontrada agora nas leis federais de fomento à cultura, como a Paulo Gustavo e Aldir Blanc. Precisamos facilitar a difusão da cultura nordestina e de tantos talentos, inscrevendo projetos. É uma tarefa que exige mobilização e enfrentamento também da burocracia.

Lembremos dos que não têm sido contemplados com as leis mencionadas e incluamos os seus nomes no elenco de repentistas que escolheremos para abrilhantarem nossos projetos. É um apelo aos setores públicos, às universidades, às organizações diversas que lidam com a cultura, também no campo não governamental.

Essa atitude será por demais justa e pertinente, e, como resultado, beneficiará aos que não tem tido o espaço merecido nos projetos culturais realizados Nordeste a fora.

As árvores frutíferas não existiriam sem o pomar. Evitemos o pecado da omissão. O sol estar para todos.

Aldaci de França é poeta repentista, escritor, cordelista e coordenador dos Festivais de Repentistas do Nordeste no Mossoró Cidade Junina

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Categoria(s): Crônica / Cultura
domingo - 15/12/2024 - 09:54h

Banhos de mar

Por Odemirton Filho 

Foto ilustrativa

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Entre as muitas crônicas que leio existe uma, de Clarice Lispector, que toca a minha alma. Trata-se de um belo texto sobre os banhos de mar nos tempos da infância da poetisa.

Por que gosto de ler e reler essa crônica? Porque desperta inúmeras lembranças adormecidas no meu coração; bate uma saudade danada dos banhos no mar de Tibau, no período de veraneio, quando era menino.

Ao lado da minha mãe, das minhas irmãs, de alguns primos e amigos, sentia-me realizado, numa felicidade que só vendo. Fazíamos castelos de areia, jogávamos bolas, “caçávamos” caranguejos, pegávamos “jacaré”, íamos pra pedra do Ceará, chupávamos picolés d`água do rio, esperávamos as jangadas aportarem à beira-mar com uma ruma de peixes. “Essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro”.

E, claro, tomávamos banho de mar até o pingo da mei dia. “Eu fazia com as mãos em concha, eu as mergulhava nas águas, e trazia um pouco de mar até a minha boca, eu bebia diariamente o mar, de tal modo que queria me unir a ele”.

Porque estamos no mês de dezembro, quase janeiro, essas lembranças invadem a minha alma, sonhando com aqueles momentos. “De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa”. Ao amanhecer, tudo de novo, de novo… Era o mês inteiro nessa toada. Por mim, poderia ser o ano. À tarde, era esperar o grude, as tapiocas, o bolo de leite. Depois, ir ao morro do labirinto para brincar.

À noite, no alpendre da casa de meus pais, reuniam-se os parentes pra jogar conversa fora e falar da vida alheia. Então, a criançada ficava planejando o que iria fazer no dia seguinte. Na adolescência, costumávamos ir à praia de tardezinha. Era o tempo das paqueras, dos primeiros porres e das festas. “O cheiro do mar me invadia e me embriagava”.

Porém, o tempo passou. Casei. Vieram os filhos. Com eles, as responsabilidades da vida adulta. O banho de mar ficou em segundo plano. Pedi aos meus filhos que, quando eu morrer, se possível joguem as cinzas no pedaço de mar que mergulhei a minha infância.

Enfim, “era contra a minha vontade que eu tomava um chuveiro que me deixava límpido e sem o mar”. O mar de Tibau fazia parte de mim.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

P.S. Esta crônica é dedicada a tia Miriam Oliveira, que partiu para a casa do Pai no último dia 13.

Obrigado pelos momentos vividos em Tibau, nos janeiros da minha infância. Guardo, com carinho, no meu coração.

Vá em paz, tia.

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 15/12/2024 - 09:02h

Perspectiva

Por Bruno Ernesto

Porta do Palácio Douro em Ouro Preto-MG (Foto do autor da crônica)

Porta do Palácio Douro em Ouro Preto-MG (Foto do autor da crônica)

O que você pensa em fazer nos próximos cinco anos?

A depender de sua resposta, pode ser um tempo curtíssimo ou infinitamente longo. Depende apenas de sua perspectiva.

Não se preocupe: o tempo se carregará de muita coisa. Ninguém o para, nem o avança, nem muito menos o retrocede.

É como uma flecha lançada, uma palavra dita e uma oportunidade perdida.

Da mesma forma que este ano, há exatos cinco anos, o dia 13 de dezembro também caiu numa sexta-feira.

Nunca tive superstição, como já falei diversas vezes. Porém, aquela sexta-feira do dia 13 de dezembro de 2019, me marcou eternamente.

Era dia de Santa Luzia, padroeira da minha querida Mossoró. Enquanto todos comemoravam o dia da nossa Santa padroeira, eu me despedia do meu pai.

Após meus irmãos e minha mãe se despedirem do meu pai naquele final de tarde, entrei na UTI e fiquei minhas últimas duas horas ao seu lado, enquanto meus irmãos, também desesperados, amparavam minha mãe na antessala.

Pus o meu ouvido e minhas mãos em seu peito repetidas vezes, escutando e sentindo o seu coração pulsar nos últimos instantes. Sua mão estava morna.

Chamei pelo seu nome repetidas vezes ao pé do ouvido. Escutei a sua voz quase como se estivesse falado. Não falou.

Tive a dolorosa missão de autorizar desligar os aparelhos que o mantinha vivo.

Naquele instante, de fato, para mim, o tempo ficou eternamente relativo.

Tal qual acontece num dia de muito sol quando se abre uma porta de uma sala escura para a rua iluminada, tanto quem está dentro da sala, quanto quem está na rua, são ofuscados pela mesma luz.

O que muda, é apenas a perspectiva.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 15/12/2024 - 08:28h

Refletir e sensibilizar para as questões socioambientais

Por Zildenice Guedes

Arte ilustrativa da Enel Green Power

Arte ilustrativa da Enel Green Power

Quando se trata de falar das questões ambientais, há sempre grandes desafios. Embora, nesse momento da história possamos constatar que mesmo de diferentes formas, há um consenso comum (ou não), de que o século XXI está sendo uma época de tragédias ambientais e humanas em vários sentidos. E mesmo que em outros momentos a humanidade tenha se deparado com grandes desafios, os do momento presente são potencializados no que diz respeito ao alcance e possibilidade de resposta. Nesta discussão estarei fazendo um recorte sobre algumas questões socioambientais em que o objetivo é informar e portanto, sensibilizar.

Comecemos pelas mudanças climáticas. O Brasil está entre os cinco maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa. E o setor energético é responsável por dois terços do total, além do mal uso que fazemos do nosso solo, desmatamento, queimadas em todos os biomas correspondem a quase metade das emissões (46%). Não se pode deixar de mencionar que enquanto em termos mundiais houve aumento das emissões de 1,3% em comparação ao ano de 2023, no Brasil houve redução de 12% no mesmo período (FAPESP, 2024).

É importante ressaltar que no que diz respeito às mudanças climáticas, de acordo com o professor Luiz Marques (2015; 2023), estamos em uma década decisiva para implementar mudanças e tomada de decisão em diferentes aspectos para que seja possível à humanidade a permanência de vida na Terra. Logo, as mudanças necessárias passam pelos aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais. Tudo nos leva a entender que estamos na contramão e comprometendo a vida humana e de outras espécies no que Lovelock considera Gaia, esse grande sistema vivo do qual nós seres humanos somos uma parte, e é fato que não somos a mais importante.

O que constata-se nesse momento é que a saúde do planeta tem piorado e um estudo do ecólogo norte-americano William Ripple da Universidade Estadual de Oregon, publicou um artigo no periódico BioScience e apresenta dados em que aponta que 25 dos 35 sinais vitais do planeta estão em níveis recordes de deterioração, com potencial de piorar nos próximos anos (FAPESP, 2024). E isso está em nosso cotidiano, as tragédias climáticas têm acontecido em um espaço muito curto de tempo e aumentado em intensidade.

CONSTATAMOS que as cidades não foram pensadas para esses cenários, mas, considero que o problema está para além da compreensão muito necessária sobre o planejamento ambiental em que diferentes variáveis e cenários devem ser considerados. Penso que o problema é muito mais complexo e vai exigir muito da humanidade, e reflito se nós seres humanos estamos dispostos a refazer a rota e reconhecermos que somos natureza, somos também o planeta Terra, se ele adoece, nós também adoecemos e estaremos em risco.

A intenção do artigo é provocar e ao mesmo tempo convidar à reflexão sobre o quanto precisamos nos aproximar, revisitar e mesmo desconstruir o que por ventura aprendemos sobre natureza, no sentido de que é um convite a problematizar  a compreensão deturpada de que não somos natureza e/ou não dependemos dela, de que evoluímos e conseguiremos com todo avanço tecnológico reverter até os piores cenários. Sobre esse ponto, inclusive cientificamente está evidenciado que trata-se de uma falácia e não é suficiente para resolver e nos colocar em tranquilidade frente aos desafios que temos.

Encerro convidando-os à reflexão e à associações dessa discussão com os nossos problemas cotidianos como aumento da produção per capita de resíduos sólidos no Brasil, estamos gerando mais resíduos do que o planeta é capaz de suportar, falta de áreas verdes nas cidades e infraestrutura verde, comprometimento da qualidade das águas e regimes de chuvas, escasseamento do solo e sua capacidade produtiva, perda de biomas e importantes serviços ecossistêmicos (trata-se de tudo que fauna e flora nos proporcionam gratuitamente e por causa dos cenários de destruição e degradação ambiental, compromete-se diretamente a qualidade do meio) e muito além disso. O quanto tudo isso já está interferindo na qualidade humana e de outras espécies?

As gerações atuais já estão sofrendo e comprometemos diretamente as gerações futuras. Dialogar sobre os desafios socioambientais é sempre um desafio, mas a intenção não é nos deixar inertes com a sensação de que “o fracasso ou colapso é iminente”. Ao contrário, enquanto humanidade somos capazes de grandes feitos, a história está aí para atestar isso e termos consciência e sensibilização é um passo muito importante e que não podemos abrir mão.

Que estejamos provocados a isso!!

Zildenice Guedes é pós doutoranda em Ciências Ambientais – UFERSA, doutora em Ciências Sociais – UFRN e mestre em Ambiente, Tecnologia e Sociedade – UFERSA

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Categoria(s): Artigo
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domingo - 15/12/2024 - 07:56h
Brasília

Supremo mantém prisão de Braga Netto em audiência de custódia

Braga Netto tem uma série de pesadas acusações sobre si (Foto: Sérgio Lima/Poder360/02.2020)

Braga Netto tem uma série de pesadas acusações sobre si (Foto: Sérgio Lima/Poder360/02.2020)

Do Poder 360

O general Braga Netto (PL) participou de audiência de custódia, entre às 14 e 16 horas deste sábado (14.dez.2024), com um juiz instrutor do Supremo Tribunal federal (STF), por videoconferência. O juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, decidiu que o vice do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na chapa de 2022 continuará preso.

Braga Netto está detido no Comando da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro. Ele foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã deste sábado (14.dez.2024) – veja AQUI.

O mandado foi autorizado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Braga Netto é um dos alvos da operação Contragolpe, que investiga o planejamento de uma tentativa de golpe e de homicídio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes. Segundo a corporação, Braga Netto foi detido por tentar atrapalhar a produção de provas.

Sequestros e homicídios

O general teria atuado para obter informações sobre a delação premiada do ex-ajudante de ordens Bolsonaro Mauro Cid. Também teria financiado a execução de monitoramento de alvos e planejamento de sequestros e, possivelmente, homicídios de autoridades.

Braga Netto está sendo indiciado pela polícia pelos crimes de “promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa”, sob pena de 3 a 8 anos de prisão. Além disso, é indiciado pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão) e tentativa de golpe de estado (4 a 12 anos de prisão).

Motivos para a prisão, segundo a PF

Teve participação “preponderante” na execução dos atos criminosos;

Foi o financiador do golpe, logo, integrante da organização criminosa;

Entregou o dinheiro para a execução dos atos ilícitos dos militares em uma sacola de vinhos;

Interferiu e tentou atrapalhar as investigações;

Tentou obter dados sigilosos do acordo de Mauro Cid com a PF;

Realizou ligação com Lourena Cid (pai de Mauro) sobre o acordo;

Documento com anotações sobre a delação de Cid estava na mesa do assessor de Braga Netto;

Tentou impedir que Cid entregasse informações dos investigados à PF;

Mantinha os integrantes do plano de golpe informados;

Reunião que resultou na elaboração do plano golpista foi na sua casa;

Participou “ativamente” da tentativa de pressionar a Aeronáutica e o Exército a aderirem ao golpe;

Chefiaria o gabinete de crise a ser instaurado após a execução do golpe.

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Categoria(s): Política
domingo - 15/12/2024 - 07:36h

O realismo jurídico brasileiro

Por Marcelo Alves

Arte ilustrativa

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Para quem não sabe, com o apelido de realismo jurídico americano, designa-se uma escola desenvolvida nos Estados Unidos da América por dois destacados grupos de juristas, caracterizada especialmente pelo método empírico de análise científica, a ênfase na realidade fática e a clara valorização da atividade jurisdicional na criação do direito em detrimento do status atribuído às normas legisladas.

No primeiro grupo, que surgiu mais ou menos na virada do século XIX para o XX e é considerado como originador do legal realism, está Oliver Wendell Holmes Jr. (1841-1935). A ideia-chave do realismo jurídico está na consagrada frase do seu livro “Common Law”: “a existência do direito não tem sido lógica; tem sido experiência”. E ele afirmou ainda: “as previsões sobre o que as cortes decidirão de fato, e nada mais pretensioso, são o que eu entendo por direito”. Holmes, junto a outros contemporâneos, como John Chipman Gray (1839-1915), acreditava que os juízes criam o direito, sobretudo numa nação filiada à tradição do common law, como são os EUA. Segundo esses primeiros realistas, é importante entender isso bem para poder entender o direito e, no futuro, fazê-lo melhor.

Entretanto, a meu ver, as ideias desenvolvidas pelo segundo grupo do legal realism – que aparece ao longo dos anos 1930 e inclui, entre outros, os nomes de Jerome Frank (1889-1957) e Karl Llewellyn (1893-1962) – são as mais interessantes. Aqui vemos os mais sutis aspectos do processo de elaboração das decisões judiciais. Enfatiza-se que a compreensão do processo de tomada de decisão é fundamental para o entendimento do que é o direito. Frank, por exemplo, explicou que uma decisão judicial é muito mais do que o resultado da simples aplicação de uma norma aos fatos do caso.

A determinação de quais são e como são os fatos já acrescenta variáveis à decisão, assim como a interpretação da norma é algo muito mais complexo do que uma simples leitura do seu texto, seguida de uma subsunção fato/norma. E, sobretudo, os novos realistas defenderam, com inteira razão, que os juízes decidem baseados numa variedade de fundamentos e apenas alguns deles são conscientes e analíticos.

Os reais fundamentos da decisão judicial, que atuam previamente aos fundamentos conscientes e analíticos, são mais complexos e menos óbvios, extremamente influenciados pelos preconceitos e valores do julgador.

Se isso tudo é verdade nos EUA também o é no nosso querido Brasil.

Bem ou mal, lá e cá, os juízes, mesmo agindo como detentores do poder estatal de declarar ou criar o direito, carregam consigo suas preferências, valores e pré-conceitos. Como certa vez disse Ronald Dworkin (em “Levando os direitos a sério”, Martins Fontes, 2002), eles “tomam suas decisões de acordo com as suas próprias preferências políticas ou morais e, então, escolhem uma regra jurídica apropriada como uma racionalização”.

O problema certamente está no grau de influência dessas preferências. Se não podemos fugir dos nossos pré-conceitos, se o fato de os juízes brasileiros decidirem afetados por essas idiossincrasias herdadas ou adquiridas ao longo de suas vidas é algo que não se pode negar ou eliminar, é o caso, então, de fomentar um ponto de equilíbrio entre essa inafastável subjetividade e a necessária objetividade da lei.

Lembremos aos brasileiros mais afoitos que a ideia dos realistas americanos, de que não existe direito algum que não as decisões judiciais, é inaceitável. Já alertava Benjamin N. Cardozo (1870-1938) que a verdade está a meio caminho entre os extremos, uma vez que o poder/dever de declarar o direito, que ninguém nega aos juízes, realmente também pressupõe o poder/dever de criar o direito, mas apenas dentro de certos limites, onde ele já não preexista legislativamente.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
domingo - 15/12/2024 - 05:30h

Blecaute

Por Marcos Ferreira 

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Quem sabe amanhã (ou só depois de semanas) as luzes voltem. Hoje, porém, as sombras reinam em minha alma. Imagino como seria bom se tivéssemos dias seguidos de chuva, céu plúmbeo (perdoem o adjetivo) e um friozinho para atenuar a notória fornalha do nosso clima. Torço que chova. Chuva de fato torrencial, entremeada com raios e trovões. Suponho que assim o comércio de guarda-chuvas se aqueça. Pobres guarda-chuvas, encalhados nas seções dos magazines, apesar do Sol pungente que paira sobre as nossas cabeças tão habituadas aos rigores do astro-rei.

Almejo quietude, silêncio. Barulho apenas o da chuva, dos trovões, do vento. Telefone mudo, sem sinal, “sem rádio e sem notícia da terra civilizada”; do jeitinho da canção do Luiz Gonzaga e Zé Dantas. É isso. No momento preciso de um pouco de reclusão, de afastamento dessa roda-viva que é o mundo; a sociedade com os seus tentáculos, as suas engrenagens de moer carne e ossos. Não faço minhas as palavras de Florbela Espanca: “Tenho ódio à luz e raiva à claridade”. Não. Nem oito nem oitenta. Também não é culpa do psiquiatra ou dos psicofármacos se nesta circunstância me revelo dessa maneira, sem apetite para as trivialidades cotidianas.

Penso que existe (ao menos por um tempo) um certo benefício em desplugarmos nosso espírito da alta tensão da “vida em rebanho”, como no dizer de Antonio Alvino. Embora minha narrativa sugira melancolia, baixo astral, estou bem, estou deveras em paz e confortável. A velha rede e os surrados cobertores sabem que dentro em breve retornarei a eles. Não fazer nada, portanto, é o que planejo. Não me interessa, ao cabo destas linhas sem entusiasmo, qualquer tipo de compromisso.

Exceto, claro, as atividades da cozinha, que no mais das vezes se resumem a café e ovos mexidos na manteiga com uma banana em rodelas. Além do meu estômago, ouço agora a tropelia inconfundível dos gatos nas imediações. Há instantes em que a libidinagem dos felinos vem para o meu telhado. É o amor escandaloso dos bichanos, sem discrição nem pudores. Os cães se põem a latir nos quintais vizinhos, todavia os amantes de pezinhos acolchoados não dão a mínima para os cachorros. A mim, apesar da possibilidade de deslocamento das telhas, não incomodam muito. Após alguns minutos eles trocam de telhado, vão se amar em outros tetos.

Escrever é um osso que a gente não larga. Mesmo que se trate, em determinadas ocasiões, de um osso descarnado de inspiração e talento. O leitor que nos perdoe. Nem sempre as ideias, nem sempre o pensamento por escrito reúne as qualidades do que se possa classificar como um texto apreciável.

Segunda-feira passada (como se alguém houvesse perguntado) fui me consultar com um oftalmologista. Depois do colírio, das pupilas dilatadas e de levar muita luz nos olhos, o médico me disse o que eu já sabia: que estou enxergando muito mal para perto quanto para longe. Destacou que o meu caso não é simplesmente de troca de óculos. Solicitou uma tomografia. Não lhe foi possível identificar o problema com os aparelhos de seu consultório. Escrevo, pois, quase às cegas.

O homem recomendou até que eu evite dirigir. Desde então, por via das dúvidas, minha motocicleta está sem uso. A referida tomografia (desculpem o trocadilho) me custará os olhos da cara e será realizada na próxima quarta-feira, dia 18. O simples brilho das telas do computador e do celular já me causa desconforto. Em pouco tempo fico com os olhos cheios d’água, embaçados, ardendo.

Admito que estou apreensivo quanto ao resultado da tomografia. Um escritor cego, como diria Agripino Grieco, é tão útil quanto um tenor gripado. Ao longo dos próximos dias, na medida do possível e devido a esses incômodos oculares, buscarei as sombras, a penumbra.

É hora de apagar as luzes.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
sábado - 14/12/2024 - 23:26h

Pensando bem…

“Para vencer na vida, exija muito de si e pouco dos outros…”

Confúcio

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Categoria(s): Pensando bem...
  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
sábado - 14/12/2024 - 09:10h
Pressão

Fátima Bezerra enfrenta vaias e cobranças públicas em Mossoró

A governadora Fátima Bezerra (PT) conviveu com vaias e cobranças públicas em sua presença na abertura da procissão de Santa Luzia, no fim da tarde dessa sexta-feira (13), em Mossoró.

Com microfone à mão, na liturgia religiosa, no adro do Santuário de Santa Clara, bairro Dom Jaime Câmara, Fátima Bezerra teve pressa em falar. Tinha uma boa justificativa.

A pressão emergiu em vaias, que aplausos de correligionários próximos não conseguiram sufocar.

“Pague meu 13º, governadora”, chegou a bradar um dos manifestantes.

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Categoria(s): Política
sábado - 14/12/2024 - 08:24h
Lembrança

Missa de Sétimo Dia de José Matias da Costa Neto

Cópia do Convite Missa

Cópia do Convite Missa

Será nesse domingo (15), às 8h, a Missa de Sétimo Dia por José Matias da Costa Neto, 63.

Acontecerá na Paróquia São Paulo Apóstolo, Rua João Pedro da Costa, 013, Nova Betânia, Mossoró.

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Categoria(s): Gerais
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