quarta-feira - 23/10/2019 - 07:36h
Outro mau exemplo

Obra inacabada e bairro recebem maquiagem de prefeitura

Blog Carlos Santos mostra mais um caso, entre tantos, de desdém com dinheiro público e contribuinte

O bairro Sumaré recebe nesta quarta-feira (23), a 12ª edição do projeto Câmara Cidadão (veja AQUI) da Câmara Municipal de Mossoró. Mistura assistência social com atividade parlamentar desse poder, que a partir das 9 horas promove sessão ordinária. Serviços à população e a sessão acontecem na Escola Municipal Paulo Cavalcante de Moura (Rua Celina Viana, n º 100).

Ótima oportunidade para população comparecer e vereadores questionarem, por exemplo, o porquê da Praça Celso da Costa Rêgo, tão próxima dessas movimentações, não está concluída.

Imagem mostra retoques em estrutura de quadra, sem qualquer acabamento, em trabalho meia-boca (Foto: BCS)

Ela fica no Conjunto Liberdade I, bairro Alto do Sumaré, tendo sido criada pela Lei 1459 de 9 de outubro de 2000.

A obra de reforma começou no fim de agosto do ano passado (isso mesmo, há quase um ano e dois meses) e até hoje não foi concluída.

Em plena campanha eleitoral, a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) esteve no local, precisamente no dia 6 de setembro, menos de um mês das eleições em que seu filho – Cadu Ciarlini (PP) – foi candidato a vice-governador. As páginas oficiais da Prefeitura de Mossoró e dezenas de endereços virtuais amigos divulgaram texto e fotos com ela visitando esse equipamento social.

Quadra não teve conclusão. Parte da alvenaria está exposta, após mais de um ano de "obra" lançada em campanha (Foto: BCS)

Seis meses para entrega e nada

O investimento na reforma seria de R$95.701,95. A previsão de conclusão estava definida para seis meses, ou seja, fevereiro deste ano (2019). “Vamos recuperar a quadra, colocando um novo alambrado, fixar as traves, também vamos recuperar os brinquedos e colocar uma academia de saúde, que foi uma solicitação da comunidade”, falou a prefeita em material postado no dia 7 de setembro de 2018 (veja AQUI).

Rosalba visita obras de restauração da Praça Celso da Costa Rêgo no Conjunto Liberdade I, Alto do Sumaré em 6 de setembro de 2018, em plena campanha (Foto: PMM)

Esta semana, uma numerosa equipe e conjunto de máquinas e veículos da municipalidade esteve no bairro fazendo rush de limpeza, que incluiu a própria praça. Tudo para “embonecar” o bairro e esse logradouro que estava coberta por mato, para o Câmara Cidadã.

Placa sumiu

Mas mesmo assim, não é possível disfarçar que os serviços de restauração ainda não foram concluídos. Estão à mostra reparos superficiais na alvenaria e esgoto à céu aberto. Até a placa com informações oficiais da obra foi retirada do local. Lá constavam nome da empresa responsável – Solar Construção, Serviços e Locação Ltda-ME – e outros dados técnico-legais obrigatórios.

Hoje, apenas esta página preserva esse documento à fiscalização pública.

O que ocorre no Sumaré facilmente pode ser localizado em vários outros pontos de Mossoró: várias pequenas obras paradas ou inconclusas, como denunciamos no início da semana em relação à Praça Vigário Antônio Joaquim (veja AQUI e AQUI) no centro da cidade.

Promessas de dezenas de obras em ano eleitoral

No início do ano eleitoral de 2018, a prefeita anunciou que estava assinando 30 ordens de serviço e mais 35 licitações aconteceriam. Durante a campanha, desdobrou-se em visitar vários pontos de suas “realizações”, reiterando que logo seriam entregues – passando ideia de dinamismo gerencial e laboral.

Até bem poucos dias, o mato e uma placa no local eram moldura para obra inconclusa (Foto: BCS)

Com o fim das eleições, a maioria das obras ficou pelo meio do caminho. Na verdade, é até difícil de localizá-las, pois município nunca apresentou inventário desse trabalho.

A própria Câmara Municipal esquiva-se de fiscalizar e cobrar relatório em números, documentado, sobre o que estaria concluído, em andamento, quase parando, parado ou sequer saiu do campo da promessa.

Prefeitura "embonecou" praça e tirou placa que 'denunciava' detalhes da obra infindável antes da Câmara Cidadã (Foto: BCS)

Mas ainda há tempo para pelo menos a bancada da oposição se colocar à tarefa. É o mínimo que se pode esperar dela. Ninguém conte com qualquer intervenção por diligência própria de outros setores oficiais, que deveriam perscrutar o uso do dinheiro público. Menos ainda de qualquer controle social.

A comunidade é dócil e alheia aos seus próprios interesses.

Minha Mossoró, o que estão fazendo com você?

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Categoria(s): Administração Pública / Política

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