domingo - 22/11/2009 - 22:24h

Reflexões de um domingo

I’m Old Fashioned… Desculpe-me a expressão idiomática, mas estou ficando velho??!!

Sou de um tempo (não muito longe), afinal ainda vou completar apenas 6.2 (como dizem atualmente), em que tomava (ou pedia) a abenção dos pais, tios avós e padrinhos. Ficava satisfeito quando abençoado.

Sou de um tempo que as maiores autoridades da cidade eram o Burgomestre (assim mesmo como nos velhos tempos), delegado e o médico.

Sou de um tempo que o prefeito (agora tempo atual) era de honra intocável e sua palavra era aceita independente de atos ou publicações em Diário Oficial (será que existia?).

Sou de um tempo que quando o médico ia à sua casa fazer uma consulta (sim, as consultas eram domiciliares), nossos pais abriam um sabonete novinho, uma toalha de linho impecável e uma ofertava bacia de ágata impecavelmente limpas, para o Doutor lavar suas mãos.

Sou de um tempo que as mulheres não fumavam (também não enfartavam), usavam saias e nos deixavam histéricos com um simples passar de pernas.

Sou de um tempo em que conheciámos nossos vizinhos, os filhos de nossos amigos, de tal maneira que dizíamos: "Zé de Chico Bento de Maria Antonia"…

Sou de um tempo que fazíamos prova pra o primário, nos preparávamos para a primeira comunhão e o crisma.

Sou de um tempo que tomávamos banho no rio Mossoró e pescávamos, para contar nosssas façanhas na Praça do Pax, enquanto esperávamos a hora do vesperal.

Sou de um tempo de cartas, telegramas, conversas na calçada e fogueira de São João.

Sou de um tempo até da palmatória e castigo em cópias intermináveis quando errávamos uma palavra.

Sou de um tempo que era feio mentir, roubar e matar.

Mas será que estou falando do início do século 19?

Não é muito pouco tempo que tudo isto existia e, não nos admirávamos por existir. Afinal não faz tanto tempo. Mudei eu???!!!

Paiva Lopes é médico

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Categoria(s): Nair Mesquita

Comentários

  1. André Lima diz:

    Prof. Paiva Lopes, obrigado pelas reflexões. Posso até dizer que me paira um sentimento nostálgico de coisas que absolutamente não vivi. O que ocorre hoje é um “encarceramento” privado e, infelizmente, voluntário em virtude de um clima de completa ilegalidade e desrespeito à sociedade nos dias atuais e que acomete Mossoró numa verdadeira progressão geométrica. Meus cumprimentos.

  2. MARCOS PINTO - DO IHGRN. E DO ICOP. diz:

    AS ABORDAGENS TEMPORAIS DO INSÍGNE DR. PAIVA LOPES CONDUZ,INCONTINENTI, À PUNGENTE CERTEZA DE QUE OS VALORES MORAIS E CRISTÃOS FORAM VILIPENDIADOS PELO MATERIALISMO DIALÉTICO, QUE TORNA O SER HUMANO UM SER ISOLADO E EGOCÊNTRICO. SOU, E PARA SEMPRE SEREI, ÀQUELE HOMEM FORJADO NA ESCOLA DO VENERANDO RESPEITO AOS MAIS VELHOS, DA IMPRESCINDÍVEL EDUCAÇÃO DE CEDER A CADEIRA À GESTANTES E AOS IDOSOS, DO CULTO RELIGIOSO AO COMPADRIO. SOU DO TEMPO EM QUE TUDO ERA COMPRADO “NA PEDRA DO MERCADO” – DOS GÊNEROS DE SUBSISTÊNCIA ALIMENTAR À VESTIMENTA. ENFIM, SOU DO TEMPO DA AUTENTICIDADE DOS NOBRES SENTIMENTOS.

  3. Carlos Roberto Batista diz:

    Professor,eu vivi este tempo e sito saudades dele.Pena que ninguem tera o previlegio de passar por esses tempos,pois o dinheiro esta acima de tudo.Lembro quando o farmaceutico saia de sua farmacia e deslocavaate 5 km para dar uma injeção e hoje morremos dentro do SUS por falta de não ter ninguem para aplicar.VIVI e estou vivendo um outro mundo que sempre achei que seria bem mais diferente.Um abraço.

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