Por François Silvestre
Essa lengalenga de reformas no Brasil vem desde a divisão da colônia em capitanias hereditárias, depois governo geral, que foi desmembrado em dois governos também gerais. De lá pra cá o que muda é a indumentária, a vestimenta da mentira.
Foi sobre a desculpa de reformas que a direita usou os milicos para dar o golpe, em 1964, e depois foram defenestrados pela caserna cheia de políticos frustrados vestidos de generais. Tenentes dos anos Vinte, coronéis dos anos Quarenta e generais dos anos Cinquenta. Tudo político fantasiado de militar.
Voltou à cena a quadra demagógica e falaciosa das reformas. Recentemente foi aprovada a reforma trabalhista. O que se prometia? Aumento do emprego formal, redução da informalidade, criação de empregos.
Era uma verdade absoluta, como toda mentira costuma ser. O que de fato ocorreu? A informalidade virou clandestinidade, a formalidade atrofiou-se e o desemprego cresce diariamente.
O porta-bandeira dessa reforma que deu nágua foi o ex-deputado potiguar Rogério Marinho. É o mesmo que chefia a Secretaria de Governo, braço direito do Ministério da Economia, que propõe a reforma da Previdência.
Que a Previdência precisa ser reformada, ninguém de bom senso pode negar. O que se questiona é o tipo e alcance da Reforma. E mais a promessa notoriamente mentirosa de que essa reforma via resolver os problemas da Economia. Do mesmo jeito que a reforma trabalhista resolveria os problemas do desemprego.
A reforma da Previdência resolve alguns problemas de caixa do Tesouro, de caixa da Previdência e redução de déficit previdenciário. A urgência dela é pra ontem. Já deveria ter sido efetivada há muito tempo. Não se nega.
O que se nega é a mentira. A panaceia curativa com tintura de jucá.
François Silvestre é escritor
Parabéns François, pelo seu artigo, como de sempre, sóbrio e pertinente.
Dou fé e aplaudo. É isso mesmo.
François Silvestre, meu Rei, porque amo o que escreve,
porque admiro a sua coerência, porque aprecio as suas explanações, mesmo se meu pensamento for diverso.
A isso dou o nome de Respeito à Inteligência.
Salve, François! Santo Ignácio de Loyola!