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terça-feira - 30/08/2011 - 08:49h
Cabo-de-guerra

Relações extremistas numa greve que fragiliza a Uern

O Governo do Estado vai partir para o apelo à Justiça, no intuito de finalizar a greve na Universidade do Estado do RN (UERN). Quer a decretação de sua ilegalidade, com punição aos sindicatos funcionais, em caso de descumprimento.

Noutra extremidade desse cabo-de-guerra, os sindicatos mantêm-se irredutíveis. Já apresentaram propostas, tiveram sempre a iniciativa do diálogo e nada avançou.

No meio desse extremismo, cerca de 14 mil estudantes que estão há 90 dias sem atendimento às suas necessidades acadêmicas.

Quem está certo?

Difícil se afirmar com 100% de segurança que o Governo está correto ou os sindicatos.

Há uma caudalosa campanha de informação e contra-informação, além de visível propósito de desqualificação moral de parte a parte. Ambos tentam granjear a simpatia popular, o apoio da chamada “opinião pública”.

O Governo do Estado usa sua força descomunal, na mídia, para vender a imagem de que a greve é meramente político-partidária, uma estratégia de teor fascista. Um exagero, lógico.

Já os grevistas, rebatem a versão e pregam que esse jeito de governar é um modelo ideológico de intolerância, que seria próprio do DEM. Menos, menos.

Em nenhum momento as partes pediram a intervenção de uma arbitragem isenta, extrajudicialmente, para se tentar o alcance do entendimento. Andando em círculos, os dois lados apenas aumentaram a distância entre si, aprofundando o fosso abissal que os deixa asfixiados ao diálogo.

O que vai sair dessa peleja?

Certamente uma universidade fragilizada. Uma instituição que se notabiliza como a maior obra humana de Mossoró, de valor incomensurável para o estado, região e país, é vista com menoscabo pelo atual governo e a elite política do Rio Grande do Norte, sobretudo porque não conseguem mais aparelhá-la como antes, para seus propósitos politiqueiros.

Os próprios grevistas talvez não tenham percebido, também, o prejuízo irremediável causado aos docentes.

Pobre Mossoró! Pobre Rio Grande “Sem Sorte”.

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Categoria(s): Educação / Opinião da Coluna do Herzog

Comentários

  1. MAx diz:

    O Governo errou em nao ter entrado com o pedido antes, nao defendo nem Governo e nem Professores, defendo a minha parte, sou aluno e me sinto prejudicado, um atraso absurdo, tinhamos acabado de normalizar o calendário, está na hora de acbar com essa vegonha. Uma ultima coisa: Alguns professores nao merecem ganhar nem metade do que ganham atualmente, antes de pedir aumento de salario que tal tirar o curso de Economia de PDF da classe D?

  2. Antonio Capistrano diz:

    O problema amigo, é que os nossos governantes não ver (ou ver e temem os resultados) a educação como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento pleno de qualquer sociedade. Um povo instruído é um povo livre, pensa e toma posição conscientemente. Claro que a educação não é uma panacéia para todos os males sociais, mas, sem uma educação eficiente fica muito difícil um país se desenvolver plenamente. A Uern desde sua origem sofre a falta de apoio dos governos responsáveis pela sua manutenção, tanto a prefeitura de Mossoró, inicialmente gestora da UERN (1968/1987), como, também, o estado que após a estadualização (1987) assumiu a responsabilidade com a sua manutenção. Portanto, a educação, em qualquer nível, com professores e pessoal técnico-administrativo sem salários compatíveis com as suas responsabilidades e sem suporte financeiro para o custeio e investimento no sistema educacional, não funciona. Nas campanhas políticas os discursos são os mais comprometidos com a melhoria do ensino, depois de eleito a educação é tratada com descaso e, quando o governo é neoliberal por convicção, como o atual, a situação se complica ainda mais, o funcionário público é tratado com inimigo do estado, vem logo o arrocho salarial “respaldada”, segundo eles, na Lei de Responsabilidade Fiscal e no famigerado Limite Prudencial, heranças malditas de FHC.

  3. Lucas Moreira Rosado diz:

    Prezado,
    Vale lembrar que os Estudantes também então em “greve” eles pedem melhoria no campus, aumento na segurança, e bolsas aos estudantes, e tudo isso só pode ser feito se o governo aumentar o repasse financeiro à instituição.
    Ressalta-se também o fato de que o governo até o momento já tem um superávit de mais de 1bilhão de reais, dinheiro este que com apenas 3 a 4 % de repasse para a instituição sanaria o problema.
    Realmente existe uma insitência em dificultar as negociações, não se pode culpar A ou B. Porém existe condições sim de atender ao pleito, resta saber o motivo de tanta marra para evitar isso.
    novamente levanto a bandeira ao blog de discussões o qual debate sobre quais seriam as melhores soluções aos problemas de nossa república, é o republicarevista.blogspot.com

  4. Hermiro Vieira Gurgel Filho diz:

    Lí em um Blog local que o governo do estado vai descumprir palavra asseverada há alguns dias atrás em torno do pagamento restante das parcelas do PCCRs do funcionalismo da educação do RN. Se for verdade, mentiu mais uma vez.
    Em relação ao pessoal da UERN, tirem o cavalhindo do pau.
    Tenho quase certeza que o nosso tribunal de justica dará causa ganha ao goverrno.
    Infeslimente.

  5. Neto Vale diz:

    O TJRN, através do desembargador Saraiva Sobrinho, decidiu, convocar as partes: ADUERN, Estado para ouvir as respectivas justificativas. Sem dúvidas, o TJRN, soberanamente, deu mais uma oportunidade ao diálogo.A ADUERN, com certeza demonstrará quem de fato procurou ao longo da greve colocar empecilho às negociações. A Nota de esclarecimento divulgada recentemente pela ADUERN, já mostrara o caminho das pedras e quem se revelara o déspota desse processo, inclusive surpreendendo-nos. Esperamos resolver o impasse o mais rápido possível, a ADUERN, continuará apostando numa saída dialogada para a greve.

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