quinta-feira - 21/01/2010 - 23:15h

Salineiro teme fim do setor e luta por canal do rio Mossoró

Sinal de alerta aceso na indústria do sal do Rio Grande do Norte.

O temor de desaparecimento gradual do setor, que responde por mais de 93% da produção de sal marinho do país, afina discussão sobre o "Canal de Regularização de Salinidade do Rio Mossoró".

O tema foi debatido por várias horas hoje à tarde em Mossoró. O Garbos Hotel sediou reunião entre empresários e industriais do setor com o consultor Renato Medeiros. Ninguém tem dúvida: a obra é fundamental para a indústria do sal e à potencialização de outras atividades econômicas, ecossistema e abastecimento hídrico.

O canal tem projeto preliminar apontando necessidade de que seja aberto um braço de canalização do rio Mossoró à altura da barragem de Passagem de Pedras (cerca de 5km do centro da cidade). Seu ponto final seria a Praia de Pernambuquinho (Grossos), num trajeto de 41,8 quilômetros.

Com as Barragens de Umari (Upanema) e Santa Cruz (Apodi), a perenização do rio Mossoró compromete a produção de sal. A discussão sobre o tema é antiga, mas afunilou a partir de 2002, quando um estudo foi realizado (custo de R$ 2 milhões) pelo Ministério da Integração.

Hoje não se sabe exatamente o custo do canal. Contudo há consenso: se ele não for feito, paulatinamente a indústria do sal terá o destino da similar de Aracati (CE), com o Rio Jaguaribe. Chegou ao fim.

Com esse novo braço de rio, há estimativa de fortalecimento ainda da piscicultura, carcinicultura, fruticultura irrigada, melhoria no abastecimento de água e preservação do ecossistema.

Registre-se, ainda, a incomensurável riqueza não-explorada das águas-mães. O setor salineiro exporta cerca de 1 milhão a 1,5 milhão de toneladas de sal pelo Porto-Ilha (Areia Branca) para a indústria química, quando o Rio Grande do Norte poderia aproveitar plenamente essa riqueza, de valor agregado.

A luta está na fase da descoberta quanto à importância da obra. Daqui para frente, valerá muito a união do segmento e capacidde de mobilização da classe política.

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Categoria(s): Pensando bem...

Comentários

  1. Daniel Dantas diz:

    Daria perfeitamente para os empresários do setor angariar esse dinheiro. Dos milhões de reais não é nada para uma classe como a dos salineiros. Não precisaria depender do setor público, a própria iniciativa privada pode dar o ponta pé inicial.

  2. GILGAMÉS MELO diz:

    UMA PPA (PARCERIA PÚBLICO PRIVADA) PODERIA SER UMA FOR ADE RESOLVER O PROBLEMA DE RECURSOS PARA O CANAL DE DERIVAÇÃO DO RIO APODI-MOSSORÓ. O SETOR SALINEIRO HOJE É O MAIOR FINANCIADOR, COM RECURSOS PRÓPRIOS, DE UM PROGRAMA DE SAÚDE PÚBLICA. O COMBATE AO BÓCIO, COM ADIÇÃO DE IODO AO SAL (ÚNICO CONDUTOR), SEM CONTRA-PARTIDA DO GOVERNO. IMAGINE COMO FICARIA ESSE PROGRAMA, SE O RN RESPONSÁVEL POR 93% DA PRODUÇÃO PASSAR A 0%? ESSE É APENAS UM CASO DE MUITOS, QUE DEMONSTRAM A IMPORTÂNCIA DO SETOR SALINEIRO DO RN. É HORA DE UNIÃO DO PODER PÚBLICO E PRIVADO, UM NÃO PODE ESPERAR PELO OUTRO.

  3. Antonio Leite diz:

    Espero que nao passe um seculo entre o estudo e a execucao, assim como ocorreu com a Barragem de Santa Cruz, que por enquanto, trouxe mais transtorno do que desenvolvimento.

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