• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
quinta-feira - 04/02/2021 - 10:36h
SUS

Se a Saúde em Mossoró for caso de polícia, chamem a polícia

A saúde pública, no seu Sistema Único de Saúde (SUS), é algo de enorme complexidade em qualquer parte do Brasil e no envolvimento de todos os entes federados (União, estados e municípios). Contudo, em Mossoró, existem outros complicadores naturais, políticos e de submundo, que a tornam ainda mais difícil de ser administrada com eficiência.

A nova gestão municipal a cargo do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) desde o último dia 1º de janeiro, não tem em mãos apenas um desafio, mas enorme e desmedida missão: fazer a saúde municipal ser menos ruim e cruel com sua clientela, que é particularmente pobre.Sus - Sistema Único de SaúdeInspirado no National Health Service do Reino Unido e nascido no dia 17 de maio de 1988, na 267 ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte, o SUS é incomum e muito mais abrangente do que o modelo primário britânico. Nossas dimensões continentais, falhas fiscalizadoras, impunidade, custo estelar dos serviços e caráter universal, além da miséria da maioria dos atendidos, explicam muito de seus problemas. Mas, não os justificam.

Especificamente Mossoró, é visível que durante décadas a municipalização plena teve avanços com capilaridade de Unidade Básicas de Saúde (UBS’s), instalação de Unidades de Pronto-Atendimento (UPA’s), a expansão de especialidades etc. Porém, é nítido que os gestores até aqui foram coniventes com a formação de quadrilhas, o desvio de recursos milionários, sabotagens (incluindo quebra de equipamentos) e o faz-de-conta de expedientes médicos.

O que o jovem engenheiro Allyson Bezerra prometeu em campanha é factível. Por exemplo: que cada UBS tenha realmente médico de plantão, cumprindo integralmente sua carga horária. Se isso não ocorreu até hoje não é apenas por falta de médico, mas resultado de cumplicidade entre ‘profissionais’ e governantes.

Muitos integrantes dessa engrenagem, de servidores a prestadores de serviços, fornecedores, políticos expurgados etc., não querem que a saúde pública funcione. Quanto maior o estresse, melhor. Quanto maior a agonia, mais resultados político-eleitorais e financeiros a grupos e organizações que precisam do SUS precário, desorganizado, deficiente.

Na Constituição do Brasil, é claro o papel e a missão do SUS. E lá, ele é perfeito, pois plasma uma necessidade do cidadão comum, em especial,  de ter a saúde como “direito de todos” e “dever do Estado”.

Como não faz parte de corriolas elitistas, não foi ungido por consórcios empresariais criminosos nem é marionete de esquemas políticos longevos, o novo prefeito tem as condições mínimas para enfrentar o problema de frente. Mas, que tenha cuidado (inclusive em sua segurança física). Uma súcia habituada a viver e patinhar nesse submundo, é capaz de tudo para não largar o delicioso osso que mordisca há tempos.

Allyson Bezerra chegou ao poder por um queremismo (o povo majoritariamente disse “queremos Allyson”), lembrando movimento pró-Getúlio Vargas em 1945, de força popular espontânea. Foi ungido em meio a essa insatisfação, rotina de exploração e esgotamento de uma forma excludente, espoliadora e cínica de se fazer política.

Se, na Prefeitura Municipal de Mossoró, o prefeito eleito em 2020 for apenas repetir o que sempre foi feito, rateando espaços e fechando os olhos a tudo isso, apenas guardará lugar e cadeira à volta daqueles que combateu. Aqueles mesmo que arrotam adorar Mossoró e nunca enfrentaram os reais problemas da saúde pública local.

Por quê? Porque sempre fizeram da necessidade da massa-gente o combustível à conquista e manutenção do seu poder. Sempre trabalharam para que tudo funcionasse assim mesmo, em parceria com uma máfia ardilosa. A regra sempre foi o superfaturamento de contratos, desvio de medicamentos e outros produtos, fraudes em licitações e simulação de atendimento.

Quem mais fala mal do SUS é quem mais vive nababescamente a expensas do que arranca do SUS. E, se a saúde pública em Mossoró for mesmo caso de polícia, chamem a polícia. Não existe meio termo. O povão agradece.

INSCREVA-SE em nosso canal no Youtube (AQUI) para avançarmos projeto jornalístico.

Acompanhe o Blog Carlos Santos pelo  TwitteAQUIInstagram AQUIFacebook AQUI e Youtube AQUI.

Compartilhe:
Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Saúde

Comentários

  1. Manoel diz:

    Belo artigo…depositei minha confiança na mudança ! E para mudar se for preciso como disse o editor l, CHAME A POLÍCIA.

  2. Carlos alberto diz:

    Concurso público com bons salários para todos os cargos e auditorias sérias com pessoa responsáveis, a fim de apurar e responsabilizar os culpados. Tá na hora de uma Mossoró melhor!!!!!!

  3. Lair Solano Vale diz:

    Que texto bom. Como médico que trabalhou de 1980 até 2017 no SUS / ESTADO/ MUNICÍPIO e até hoje ainda participa do cooperativismo médico através da UNIMED, é com alegria que fico torcendo para os novos prefeitos ( a maioria dos reeleitos é caso perdido ) entenderem o SUS assim.

  4. Lair Solano Vale diz:

    Como ex-prefeito algumas dicas para ALISSON:
    Não confie 100% em ninguém que mexe com os recursos e MATERIAIS da saúde.
    Infirmatize tudo, faça visitas sem hora marcada em TODA unidade , contrate o cliente oculto ( já falei com o amigo Breno Queiroga sobre isso ), descubra quem pode ser eliminado do quadro do município por roubo ou algo parecido ( justa causa ).
    Escute todos e decida você.
    Faça concurso e exija trabalho dentro da carga horária. Querem receber em dia? e o trabalho ?
    NÃO É OBRIGADO FICAR 4 HORAS NA UBS E SIM PRODUZIR AQUILO QUE FOI PLANEJADO:
    X consultas,exames,vacinas e etc
    Os 1000 frascos de Dipirona que sair do almoxarifado só chega na casa do povo se tiver no trajeto pessoas comprometidas e a informatização, caso contrário : vai para diretor,vereador e mercado livre.

  5. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Na Paraíba o GAECO efetuou inúmeras prisões por conta de superfaturamento na compra de livros.
    Se o GAECO de outros estados fizer o mesmo…
    O que furtam do dinheiro da Educação é assombroso.
    Uma coisa eu tenho certeza;
    NENHUM PREFEITO CONSEGUE FURTAR SEM CONTAR COM A CONIVÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL.
    Fico a imaginar o GAECO na PB e em outros estados investigando o furto no SUS.
    A lamentar que todo o esforço deste grupo de combate a corrupção resulte apenas em recursos. Quando muito em penas leves, condenação a poucos anos de cadeia em regime aberto e inelegibilidade por 8 anos.
    CORRUPTO TEM QUE SER METIDO NO XADREZ, TER BENS CONFISCADOS E APOSENTADORIA CANCELADA.

  6. Inácio Augusto de Almeida diz:

    A MESMICE CONTINUA
    Hoje, 5/2/2021, SEXTA-FEIRA, faltam medicamentos para diabéticos e controle da pressão nas UBS de Mossoró.
    Metformina, glicamil, NÃO TEM.
    Besilato de Alodipino e Losartana, NÃO TEM.
    Será que tem AAS?
    Esta MUDANÇA está mais para MESMICE

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2024. Todos os Direitos Reservados.