Por Marcos Pinto
A saga da indômita família Rêgo, nordestina, revela luta medonha. Percorre caminhos que não passavam de picos rasgando sertões nunca antes habitado, atravessando matas e caatingas fechadas, varando elevações como a “Serra da Micaela” e a “Serra dos Quintos,” vadeando as nascentes do rio Apodi e com destaque na performance colonizadora/povoadora dos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte.
A consagrada obra genealógica “Nobiliárquia Pernambucana” do celebrado genealogista Antonio José Vitoriano Borges da Fonseca enfoca relevante presença do Capitão Alberto de Morais Rêgo, natural da Bahia, nos volumes I (pág 223) e vol. IV (pág 474) sem, contudo, envidar pela descendência deste laborioso patriarca. Este capitão era filho legítimo do capitão-mor Pedro de Souza Rêgo, natural de Oeiras, no Piauí.
Foi agraciado com uma sesmaria denominada de “Campo Grande” medindo três léguas de comprimento por uma légua e meia de largura, cujas terras estão encravas nas áreas territoriais de Portalegre e Pau dos Ferros. O Capitão Alberto faleceu no ano de 1821 e foi inventariado de forma amigável no ano de 1822, na vila de Portalegre-RN, comarca do RN.
Era casado com Josepha Rita Cavalcanti que na “nobiliarquia pernambucana” aparece como Josepha Cavalcanti de Albuquerque (vol. I. pág 223) (vol IV. Pág 474). O casal teve a seguinte prole: F.01 a F.06: Lourenço José de Morais Rêgo, Vicente de Morais Rêgo, José Cavalcanti de Morais Rêgo, José Cavalcanti de Morais Rêgo, Félix Manoel de Morais Rêgo, Antonia Maria Cavalcanti, Joana Rita Cavalcanti.
A prole conhecida como “os albertos” herdou terras denominadas de “Aroeira”, Campo Grande, São Miguel, “Tesoura”, “Cachoeira”, e “Jatobá”. Dominaram vastidões de terras na antiga ribeira do Apodi, marcando o chão que iam pisando com tacões das suas botas, onde uma palavra, um obscuro domínio possessório fora firmado pela lei da força e da violência.
Até hoje são lembradas e relembradas as famosas desavenças surgidas na família de forma ferrenha na disputa às vezes por um ou 2 palmos de terras situados em seus lados confinantes detentora de uma acentuado ranço sertanejo vinculado a tradições. Destacaram-se e ainda destacam-se pelo relevante espírito da iniciativa e a formidável capacidade de trabalho. Daí o destaque da existência de um ente familiar que chegou ao pomposo cargo de governador do estado, Garibaldi filho, descendente do casal Vanice Chaves do Rêgo e Garibaldi Alves, tendo inclusive presidido o Congresso Nacional uma vez que presidia o Senado federal.
Outro expoente referencial familiar foi o inteligente Antônio Florêncio de Queiroz, eleito deputado federal na década de 70 e 80 (quatro mandatos), bem como o professor universitário Francisco Canindé Queiroz e Silva, que foi dirigente da Fundação Universidade Regional do RN (FURRN), com genitora que foi admirável e destacada matriarca de família nos rincões pau-ferrense. É certo afirmar-se que seu perene espírito de luta laboral familiar foi inutilizado pela subserviência de uns e pela intolerância de outros. Alguns envidaram esforços em sentido contrário aos ditames do bom senso.
Adentremos aos primórdios da família. Há que se efetuar um sucinto histórico da famosa “data de sesmaria Campo Grande”, feudo de Souza Rêgo, com parte histórica acima descrita.
Assim é que já no ano de 1825 foi inventariado pelo falecimento de Domingos Rodrigues da Silva, a viúva meeira Maria Francisca de Oliveira. Em 1832, a viúva Maria Francisca vendeu a sua meação aos Srs. Zacarias Ferreira da Silva e a Francisco Antonio de Souza, casado com Tereza Maria de Jesus, que é a mesma Tereza Ferreira de Souza, falecida e inventariada no ano de 1835, deixando o esposo e 11 filhos:
- 01 a F. 10: Francisca Tereza de Jesus, André Avelino de Souza, Zacarias Raimunda, Tereza, Joel, Cecílio Alcino de Souza, Francisca Moisés de Souza, e Ana Tereza de Jesus, casada com Manoel Rêgo Leite (aqui o início dos Souza Rêgo).
O Patriarca Manoel do Rêgo Leite (filho de Luís do Rêgo Leite – o 2°/ e de Ana Ferreira do Rêgo) casou em segunda núpcias com Ana Rodrigues, filha de Zacarias Ferreira da Silva, inventariado no ano de 1853. A segunda esposa de Francisco Antonio de Souza faleceu no ano de 1867, deixando os filhos Florêncio Valamira de Souza Rêgo e Francisco Antonio de Souza Rêgo, e os co-herdeiros Florêncio do Rêgo Leite e Francisco França Fernandes Pimenta. Aqui a origem do ramo familiar “Valamira do Rêgo”.
A memória dos antigos da família evocam a bravura e o destemor do velho patriarca sertanejo Antonio Francisco de Souza, falecido no ano de 1875, deixando viúva a terceira esposa Ignácia Etelvita de Giralifa e os filhos:
- 01 – Maria Thereza de Jesus (3° esposa de Manoel do Rêgo Leite).
- 02 – Antonia Maria do E. Santo – casada com Zacarias Ferreira da Silva (o 2°)
- 03- Simforosa Maria do E. Santo – casada com Manoel Francisco do Nascimento.
- 04 – Raimunda Tereza de Jesus – casada com Antonio Manoel Filgueira.
- 05 – Josefa Adelina de Souza Rêgo – casada com Zacarias de Freitas Guimarães. F. 06 – Paulina Avenida de Souza – casada com Norberto do Rêgo Leite.
- 07 – Carolina Querubina de Souza Rêgo.
Há um manancial de subsídios histórico-genealógicos nos vetustos arquivos dos cartórios judiciários das comarcas do Apodi, Portalegre, Pau dos Ferros e Martins. À luz do inventário do ano de 1787, resta comprovado que o inventariado tenente José Pereira do Rêgo é o referencial mais antigo desta nobre e tradicional estirpe. Segundo a tradição oral, ele seria pernambucano.
Do inventário depreende-se que faleceu em sua fazenda “Prados Finos” município de Pau dos Ferros a 25 de junho de 1786, deixando a viúva D. Ana Eufêmia Ferreira e os filhos:
- 01- Francisco Pereira do Rêgo (nasceu em 1763) – casou com Bárbara Maria de Jesus.
- 02 – Luís (nasceu em 1764)
- 03 – Benta (nasceu em 1769) – casou com Luís do Rêgo Leite (o 2°) – no sítio “Malhada de Areia”. Faleceu em 1834 deixando os filhos Umbelina e José.
- 04 – Manoel Pereira do Rêgo (nasceu em 1772).
- 05 – Josefa (nasceu em 1774).
- 06- Paula (nasceu em 1777).
- 07 – Antonio Pereira do Rêgo.
Foi Sesmeiro no lugar chamado “Panati”, Ribeira do Apodi (atual Marcelino Vieira). (Víde sesmaria n°378 – pag 118 – 3°vol/sesmarias do RN 1742-1764).
Ainda referindo às datas de sesmarias do RN, na petição de Marçal Francisco de Brito, fundador de Pau dos Ferros, datada de 15 de junho de 1753, consta que suas três léguas de terras por uma légua e meia de largura encostam com as terras de Manoel do Rêgo Leite, o que significa que eram vizinhos/confinantes (fonte: sesmarias do Rio Grande do Norte / sesmaria n° 392 – 3°vol – período 1742-1764/ coleção mossoroense – fundação Ving-Tun Rosado/Março 2000).
Compulsando inventários de Pau dos Ferros deparei-me com o inventário de Bárbara Maria de Jesus do ano de 1857, casada que foi com Francisco Pereira do Rêgo (filho do tenente José Pereira do Rêgo e de Ana Eufêmia Ferreira). Consta que o casal Francisco e Bárbara encontrava-se separado, posto que Bárbara residia no seu sítio denominado de “Capoeira Grande” em Pau dos Ferros, e Francisco residia na povoação de São Miguel-RN. O casal deixou a seguinte prole:
- 01 – Faustina Maria de Jesus.
- 02 – Bernardina Maria de Jesus.
- 03 – Marcos Pereira do Rêgo.
- 04 – Ana Maria de Jesus.
- 05 – Isabel Maria de Jesus – casou com seu parente Agostinho de Souza Rêgo, filho de Manoel do Rêgo Leite e Ana Tereza de Souza Rêgo. Pais de (dentre outros) F. 01 – Jeremias Félix da Costa Rêgo (é o mesmo Jeremias de Souza Rêgo) que casou com Marcionila Adélia do Rêgo, filha de Francisco Severiano da Costa e Cecília Adélia do Rêgo. São os bisavós maternos do pesquisador apodiense Marcos Pinto. Nasce daí a estirpe dos “Severiano do Rêgo” através de João Severiano da Costa, casado com Thereza Maria de Jesus, (por sua vez filha de Francisco Thomaz de Aquino e Isabel Maria da Silva) pais de Francisco Severiano já citado.
Para que não ocorra um hiato de gerações, há que se adentrar no inventário do capitão Simão do Rêgo Leite, natural de Goiana, em Pernambuco. Inventário do ano de 1824 – cartório/comarca do Apodi-RN. Simão faleceu em sua fazenda “Santa Cruz” (Apodi-RN) no dia 09 de outubro de 1823, casou em Apodi, em primeira núpcias com Lourença Ferreira da Mota (filha do português Antonio da Mota Ribeiro e Josefa Ferreira de Araújo) nascida na fazenda “Santa Cruz” no ano de 1752, e faleceu na mesma fazenda em 10.09.1807, aos 55 anos de idade, deixando os filhos:
- 01 – José do Rêgo Leite e Araújo – residia na fazenda Sta. Cruz.
- 02 – Isabel Maria da Conceição – casou com Francisco Pedro de Carvalho, natural do Aracati.
- 03 – Josefa do Rêgo Leite – casou com Antonio da Mota Ferreira, filha do português Manoel Antonio da Costa e Thereza Maria de Jesus.
- 04 – Maria da Conceição do Rêgo Leite – casou com o Português Luís da Costa Mendes e foram pais de: N. 01 – símplicio da Costa Leite (aqui a origem dos “Ferreira Leite” do Apodi e Mossoró-RN.
- 05 – Antonio do Rêgo Leite e Araújo – por ocasião do inventário do pai, era escrivão do crime e do cível e tabelião na Vila Nova da Princesa (Assu-RN) de onde outorgou poderes para os filhos, sem procuração, Vicente Ferreira Leite e Araújo e José Ferreira Leite e Araújo.
O Patriarca Simão do Rêgo Leite contraiu segunda núpcias com a sua cunhada Damiana Antonia da Mota, nascida a 15.12.1757, que era viúva do português Cristóvão José de Souza. Simão não teve prole deste segundo casamento. Damiana faleceu a 09 de abril de 1822.
A vastidão de subsídios genealógicos desta honrada família sertaneja requer continuidade, abordando as vertentes Rêgo/Gameleira, Rêgo/ Santos Rosa/ Peixoto do Rêgo/ Aquino- Rêgo/ Albuquerque/Nunes do Rêgo/ Rego-Nobre/ Hermógenes do Rêgo/ Guedes do Rêgo/ Lopes do Rêgo/ Rêgo-Monte/ Rêgo-Lemos/ Rêgo Almeida/ Rêgo Mota/ Rêgo Feitosa, etc.
Inté.
Marcos Pinto é advogado e escritor
Parabéns primo, por sempre está nos surpreendendo com esses ricos resgates.
Excelente estudo genealógico sobre um dos principais troncos familiares do RN. Parabéns!
Muito orgulho de ser seu colega, claro, só advogado.
Sua pesquisa é admirável e profissional de excelência.
Quem sabe vc ainda me poderia dar um empurrão para pesquisar sobre o meu avô parterno:
“Chico Paudarco”, que foi ferroviário e, dado momento, foi preso e, nesta situação de cárcere, faleceu nas mamorras de Natal.
Será que, pelo menos, poderíamos ter um papo por onde poderia iniciar uma possível pesquisa a respeito da história dele
Agradeceria. Fone whatsapp. 9-9972.0551
Obrigadoo aos distintos amigos pela leitura e comentários. Alô amigo e nobre Colega Souza Júnior. Tive o prazer de conversar com o seu saudoso genitor, nos velhos tempos em que existia um grupo de senhores de idade longeva, que todas as manhãs se reuniam na Praça do CID, que é a mesma Praça Vigário Antonio Joaquim ou, ainda Praça da Rádio Rural de Mossoró. Aprendí muita coisa de história mossoroense com esses senhores de notáveis memórias históricas. Representavam uma espécie de Biblioteca de História ambulante, tal o manancial de conhecimentos de que eram detentores da história mossoroense, e também estadual. Fique à vontade para agendarmos um encontro, que poderá ser na Biblioteca Municipal, no antigo Prédio da União Caixeiral. Meu contato WhatsApp, por extensão disponível aos nossos Webleitores : 984) 9-9932-6447. Abraçaço.
Como faço para encontrar a relação da minha bisavó com essa história?
Nome da minha bisavó: Adélia Georgina do Rêgo, nascida em Pau dos Ferros em 1893, era casada com Viterbino Paulino da Silva. Mudou-se para Santa Luz no Piauí e faleceu em 1989.
ternte montar sua arvore no site familysearch e utilizar suas ferramentas de pesquisa.
Olá! Sou da Familia Dias do Rêgo. A familia dp meu Avô Manuel Carneiro Dias do Rêgo. Profição Carpinteiro. Esposa. Adelina Augusta Gonçalves
Nascêram no Brasil. Viéram para o Norte de Portugal ainda jovens. Vivêram em fr. Da Palmeira , concêlho de Santo Tirso. Meu Pai nasceu em 1920 , Carlos José Dias do Rêgo. Herminia Cãndida Dias do Rêgo. César Augusto Dias do Rêgo. Fiz a minha ADN. Myhéritage . Tenho 58% ibérico. Familia no Brasil que não conhêço que é q maior -% . Agradecia recever noticias desta Familia Carneiro Dias do Rêgo e Augusta Gonçalves.
Boa tarde. Encontrei o registro de batismo do Alberto. Meu contato é 88 997754600.
Com os meus melhores cumprimentos fico super contente de saber noticias desta Familia Carneiro Dias do Rêgo Augusta Gonçalves Dias.
Meu contacto +352 621 832 822
Belmira da Silva Rêgo
Com os meus melhores cumprimentos fico super contente de saber noticias desta Familia Carneiro Dias do Rêgo Augusta Gonçalves Dias.
Meu contacto +352 621 832 822
Belmira da Silva Rêgo
Na minha ADN ESTA Familia vem de Minas GERAIS, S. Paolo , Rio de JANEIRO .
Bom Dia, Caros Amigos da familia Carneiro Dias do Rêgo e Dias Gonçalves.
Em breve vos darei mais informação sobre esta minha familia , filhos do Brasil
Tive noticias da fréguesia da Palmeira ! Onde hà certidôes de falecimento da familia e tambem da familia Pereira Sousa Cruz . Onde o meu Pai sempre me dizia que tambem era da sua Familia.
Logo que tenha estas informacões imediatamente vos contactarei .
Com os meus melhores Cumprimentos
BELMIRA DA SILVA RÊGO
Olá! Sou descendente dos Rêgo.
Manoel do Rego Leite foi meu Pentavô (5º )
Luiz do Rego leite e Ana Ferreira do Rego meus Hexavós (6º) – destes eu gostaria muito de saber quem foram seus pais, pois nas minha árvore genealógica ele está em aberto, somente escrito “Rego” por alguém da minha linhagem e que cadastro no FamilySearch desta forma.
Curiosidade a quem interessar… Existe um livro da família Rego e conta a história dos 3 filhos de Luiz do Rego Leite e que originou grande parte dos Rego no RN e se estenderam para os Florêncio, Queiroz, Cavalcanti, Bezerra e outros. Estas famílias estão bem relacionadas entre si.
Este livro é atualizado há cada 5 anos e é da árvore de Manoel do Rego Leite. É lançado pela Fundação Cícera Queiroz e foi organizado há décadas por pessoas da família. Meu nome está escrito nele assim como o nome do meu filho de 8 anos, pais, avós…
Nome do livro: Família Rego, de Portugal a Pau Ferro, de Vicente Ferreira do Rego e Vanilde de Sousa Rego.
André Avelino da Costa Rego casou com Briolanga Margarida de Cortona Basto em São Jose de Mipibu, mas não consigo avançar na arvore.
Bom dia.
Sou trineto de José Antônio Pereira Rego, que veio de São Martinho do Campo, Santo Tirso em Portugal. Em 1810, casou-se com Ana Joaquina Cadete Braga em Guimarães MA e deu início à família Pereira Rego, com membros no Maranhão, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Um forte abraço
Parabéns pelo trabalho
Luiz Carlos Rego Amaral
(98) 985493834
Ola… Sou filha de Maria Neves Rego Barbosa
Neta de Raimunda Rego Barbosa
PIAUI…