domingo - 06/12/2015 - 10:38h

Leitura da mão

Por François Silvestre

(Para Naide Rosado e Carlos Santos)

Tudo começou na feira do Patu. E estendeu-se para as outras feiras, numa romaria desassossegada. E tensa. Intensa. Assim foi a paixão de Samuel.

Os ciganos chegavam às cidades e procuravam as fazendas mais conhecidas para pedir arrancho. O Cangaíra, de Messias Targino. O Manuê, de Antônio Suassuna. O Açude Novo, de Chagas. Os Cajuais, de Quinquim Gomes. A Bola, de Silvestre Veras. A Jurema, de Pedro Regalado. Lages, de Oliveira Rocha. Os Campos, de Zenon de Souza. Timbaúba, de Osório Fernandes. A Lagoa, de Manoel Onofre.

E muitas outras. Os bandos liderados por um chefe conversador e convincente, geralmente deixavam marcas de suas paragens não muito recomendáveis. Zé Garcia era o mais famoso deles.

Mesmo assim, sempre conseguiam autorização para novas pousadas. Ninguém sabia a razão dessa leniência dos fazendeiros. Ou se alguém sabia, fazia-se ao desentendido.

A verdade de mesmo, motivadora dessa relação, onde as fazendas quase sempre sofriam prejuízos, não era outra senão a quantidade de ciganas jovens e bonitas. Belas e acessíveis.

“Num sei o que é que fulano tem com esses ciganos. No inverno do ano passado, eles roubaram três burros de carga e venderam armas com defeitos. E ele ainda hospeda essa gente”. Dizia a mulher de um desses fazendeiros.

Ocorre que não era para os ciganos e sim para as ciganas que o marido dela dava arrancho. Os prejuízos faziam parte da artimanha.

Os cabarés, das cidades pequenas, assustavam os fazendeiros. Não por doenças ou custos, mas por medo da falação. O bando arranchado de ciganos era uma mão na roda.

Foi num dia de feira, em Patu, que Samuel conheceu Honoralina, filha de Coralina com o cigano Honorato. Paixão que desceu feito balão incendiado. Quentura sem rumo.

Aproximou-se e pediu leitura da mão. Ao toque com os dedos suaves da jovem cigana, Samuel nem ouviu as previsões. A vista embaçada e o corpo trêmulo. Quando a cigana fechou a mão, o ganjão Samuel pediu quase chorando: “Leia mais”.

Na emoção, deixou de ouvir as previsões sombrias. E não deixou mais de seguir o grupo de Honorato, dissidente do grupo maior de Zé Garcia. Os dois brigaram e o grupo dividiu-se.

Estivesse Honorato em Umarizal, lá estaria Samuel. Sempre de mão mendiga a pedir leitura de Honoralina. Em Caraúbas, Pau dos Ferros, Apodi, Brejo do Cruz.

Por não ouvir as previsões de Honoralina, dada a emoção que dominava o corpo, fechando os ouvidos, Samuel não tomou as precauções que a cigana sugeria. “Uma desgraça lhe segue as veredas, ganjão. Desgraça de sangue de faca. Não fique na feira da chapada”.

Naquele Sábado, a discussão no bar de Apodi e três facadas no bucho. Tripas expostas, Samuel agoniza. A dona do boteco aproxima-se. Ele diz a última palavra, com a mão aberta: “Leia”. Té mais.

François Silvestre é escritor

* Texto originalmente publicado no Novo Jornal.

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Categoria(s): Crônica
domingo - 17/05/2015 - 10:06h

O mundo de Francisco Edilson Leite Pinto Júnior

Por Carlos Santos

Ele tomou-me por “Patrão”, no exercício do diálogo que, quase cotidianamente, travamos por e-mail ou dispositivos de redes sociais na Internet. Tem sido assim há anos. Trata-me por superior, para atenuar cobrança que lhe faço, como intermediário da vontade de milhares de webleitores.

Enfim, lança mão de um velho “truque índio”, que deve ter aprendido nos tempos do bangue-bangue na TV em preto e branco, lá pros anos 70, em Mossoró. Tempos, também, da enciclopédia “Tesouro da Juventude”.

— Homem, deixa de moleza! Escreva; faça um artigo ou crônica, se não deixo de lhe pagar aquele “soldo” robusto — chego a pressioná-lo, em nome do Blog Carlos Santos (www.blogcarlossantos.com.br).

Doutrinou-me a cobrá-lo, como se patrão eu realmente o fosse, ou, no mínimo, um editor bravo. Nem uma coisa nem outra. Insisto: manifesto apenas o desiderato daqueles que leem seus escritos.

Na verdade, Francisco Edilson Leite Pinto Júnior, como ele mesmo faz questão de cunhar, sem qualquer abreviatura, fez-me seu amigo a distancia, mesmo que só tivéssemos um único contato pessoal em anos de amizade. Nada mais do que isso.

Relembro bem. Trocávamos contatos pela Internet e por telefone. Ele já adotara minha página na Web como ancoradouro de seu verbo. Marcamos bate-papo, ao vivo e em cores, para um shopping em Natal. Seria prosa rápida. Seria.

Passado um tempo, que não sei precisar, agarrado a um surrado celular, Edilson justificou que precisaria ir embora. Tinha obrigações de médico e professor à sua espera, que, mesmo no corre-corre, não lhe tiravam o apetite pelos livros.

Livros. Falamos sobre eles. Eles, os livros, estão sempre em nossas conversas, isso quando Francisco Edilson Leite Pinto Júnior não me provoca com picardias contra o meu Fluminense. Coisa de flamenguista, que se diga.

Fácil percebermos o fervor com que se envolve em suas paixões: da família à literatura; da docência à medicina. Olhos que brilham ao falar. Entusiasmo permanente, chama que parece o Farol de Alexandria, guiando argonautas muitas vezes perdidos.

Indivíduo humanista, médico humanitário, o autor tem a compaixão na palavra e no gesto. O que parece impossível, como rolar uma rocha montanha acima, tem nele a força apaixonada. Uma força que parece loucura, por ainda acreditar que chegará ao cume. E não chegará só.

Na condição de um escritor “mundialmente desconhecido”, estou sem credencial suficiente para descrever autor e obra. Contudo não tenho a preocupação em fazê-lo, para tentar me perpetuar num cantinho de seu título.

Prefiro manifestar o que sinto. Sou inspirado pelo próprio Sísifo apaixonado. Impulsiona-me aquele fervor que percorre cada linha, cada parágrafo, cada artigo ou crônica deste livro.

“Sim e quantos ouvidos precisará um homem ter até que ele possa ouvir o povo chorar? / Sim e quantas mortes custará até que ele saiba que gente demais já morreu?” — reproduz o autor, lembrando Bob Dylan.

Essa capacidade de se indignar, de se manter vivo na luta, é algo que emociona e estimula a leitura dos textos do autor; incapaz de se acomodar com o vilipêndio, o desleixo, a ingratidão e todas as formas de opressão do homem pelo homem.

Se lhe faltam as palavras, ele recorre aos seus guias. Encontra sempre inspiração em Guimarães Rosa, Nietzsche, Fernando Pessoa, Sócrates, Darcy Ribeiro, Jesus Cristo ou em nosso poeta Paulo de Tarso Correia de Melo:

— Somos todos pastores de palavras. Principalmente e apenas isso. No entanto, com elas criamos o mundo.

Como me faltam mais palavras para retratar o seu mundo, Edilson, ou Francisco Edilson Leite Pinto Júnior, faço da inspiração poética de Paulo o meu jeito de dizer “muito obrigado”.

Seja bem-vindo, Sísifo apaixonado.

Carlos Santos é jornalista, editor do Blog Carlos Santos e escritor mundialmente desconhecido

* Texto que prefacia o livro “Sísifo apaixonado“, da Editora Sarau das Letras, autoria de Francisco Edilson Leite Pinto Júnior. A publicação foi lançada no último dia 26 de Março, em Natal.

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 15/03/2015 - 07:46h

“Azougue.com 5” – A missão

Por Carlos Santos

O “camaradinha” Caby Costa Lima procura-me para ingente tarefa. Ciente de que estou sempre com “um monte de coisas para não fazer”, cobra-me o prefácio do seu mais novo livro: “Azougue.com 5”.

Na verdade, até hoje não entendo o porquê do nosso autor não ter sido ungido à Academia. De tiro, claro. Como alvo, que se diga.

Prefaciando-o, logo me constituo seu cúmplice. Sob ameaça, pois.

Caby, tirando todos os defeitos, é gente boa.

Com Azougue.com 5, derivação de site que o sustenta há anos, ele ratifica um trabalho continuado de memorialista, sob um viés incomum. Não conta história, não exuma gente e fatos como os autores clássicos.

Ele reproduz o que ficou congelado no tempo, lá atrás, num trabalho de reconstituição documental fascinante. A gente se reencontra em cada esquina, rua, praça ou naquele carnaval que passou.

Somos flagrados “desabonitados” ou apolíneos. Deparamo-nos com um lugar qualquer do passado e, nessa linha do tempo, somos lágrimas diante da imagem de quem partiu ou rimos de nós mesmos.

Reminiscências e experiências passadas eclodem numa mistura palpável e sistêmica em cada página de sua publicação.

Na era cibernética, em que todo o mundo está em nossas mãos, num Smartphone, ele confronta o virtual com a matéria: papel, gente, coisas e fatos parecem que batem à nossa porta; convidam-nos para entrar.

Seu livro, o 36º, tem robustez própria para servir de calço para porta e fazer volume na estante. Mas ninguém ouse utilizá-lo embaixo daquela perna de mesa que insiste em não se equilibrar no chão.

Brincadeirinha, caríssimo leitor.

O lúdico e a troça também fazem parte dessa obra, como espelho do próprio autor. Seu livro, então, é um pouco ele: feito, pronto, mas mesmo assim inacabado.

É um título para a gente dividir com a família, ser folheado entre amigos ou mandarmos para a Faixa de Gaza. Serve para realimentar antigas antipatias, refazer afetos dispersos ou estimular armistícios.

Com seu jeito despojado e “fora de época”, que caberia como uma luva na série “Do bumba”, Caby encarna um tipo de vida e de indivíduo escasso por aqui. Consegue ser a mesma pessoa há décadas ou séculos, mas com uma espantosa capacidade de adaptação ao moderno.

Paradoxal, paradoxal!

Talvez ele seja mais uma prova de que darwinismo esteja certo. Mantém-se vivo por aprender cotidianamente a se encaixar nas exigências de cada dia, no ecossistema humano. Mas por favor: não o tenham como a evolução da espécie.

O publicitário, o editor de livros, o promotor de eventos musicais, o dirigente e narrador esportivo, o radialista que teima em tratar Roberto Carlos intimamente por “Bebeto Carlos”, parece personagem saído de alguma crônica de Antônio Maria, rabiscada – à madrugada – no balcão de alguma boate carioca nos idos de 50.

Luís Fernando Veríssimo adoraria conhecê-lo. Não tenho dúvidas. Confrontaria-o com o “Analista de Bagé” ou a “Velhinha de Taubaté”. Botaria-o sobre tamancos, como o “Camaradinha de Mossoró”.

Seria o nada “óbvio ululante” de Nelson Rodrigues, tricolor como ele e eu.

O pai de Alice e Alice, não é nenhuma maravilha, concordo. Contudo é o que temos por enquanto.

Sujeito de muitos livros e de algum cabelo, sua idade é inconfessável – mesmo sob doses cavalares de Campari (argh!). Nada que um exame de carbono 14 e goma na bacia não identifiquem, acredito. Antes que ele corte meu texto e me demita da condição de prefaciador oficial, sem pagar meus cevados honorários, paro por aqui.

Com licença.

Vou virar a página e começar a folhear “Azougue.com 5”. A missão.

Carlos Santos é escritor mundialmente desconhecido e jornalista nacionalmente ignorado.

* Prefácio do livro Azougue.com 5, lançado na última sexta-feira (13) em Mossoró, pelo publicitário e radialista Caby Costa Lima, assinado pelo editor deste Blog.

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Categoria(s): Crônica
quarta-feira - 07/01/2015 - 09:31h
Homenagem

Adeus, Júnior Barreto

Por Honório de Medeiros (Blog Honório de Medeiros)

Quantos já foram, Jânio Rêgo? Você sabe dizer, Carlos Santos? Não sei se vocês sabem, mas não suporto mais a hora do crepúsculo na calçada de minha casa em Mossoró.

O sol se punha, vocês se lembram, e nós pegávamos a bola e corríamos para o meio-da-rua enquanto nossos pais colocavam as cadeiras nas calçadas e ficavam tomando o fresco, como se dizia antigamente, ou seja, pegando o vento Nordeste que espantava o calor e as muriçocas, e apartando as brigas que surgiam, inevitáveis.

Depois o tempo nos levou cada um para seu destino, mas ser amigo de infância significa não haver qualquer cerimônia quando dos reencontros. Estamos sempre à vontade entre nós.

E a conversa surge e segue fácil, adoçada pelas lembranças comuns. Assim foi quando eu encontrei Júnior pela última vez, na caminhada noturna da Alexandrino de Alencar, em Natal, onde tantos mossoroenses dão as caras, de quando em vez.

Conversamos um bom pedaço.

Ele não sabia que eu sabia de sua doença. Eu não podia, portanto, dizer a ele o quanto desejava que ele se curasse, o quanto lhe tinha afeto.

Quando acontece algo assim, se estou em Mossoró, olho para a frente da casa dos meus pais e não suporto a saudade da infância; olho para os lados e não suporto as ausências. Foram-se muitos da nossa República Independente da São Vicente; foram-se meus pais, os seus pais, Jânio, os seus pais, Carlos Santos, os pais de Roberto Fausto, os de Valério, os de Júnior Barreto…

E agora se vai Júnior Barreto, uma flor de pessoa, cordial, gentil, educado, um cidadão irreprochável, uma unanimidade, como bem definiu Delevam. Um de nós, da nossa República amada, da turma do patamar da Igreja de São Vicente. Não era para ir. De forma alguma era para ir.

Júnior era uma criança, tinha muito ainda para viver. Mas foi.

Dê lembranças aos nossos velhos, amigo. Beije todos eles.

E abrace e beije cada um dos nossos amigos que lhe antecederam: Cipriano, Pérsio, Marcos, Luis Artur, Toninho…

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Categoria(s): Crônica
  • Repet
quinta-feira - 18/12/2014 - 08:14h
Microcrônica

Amigos à mesma mesa

Dois amigos queridos andavam “intrigados” há tempos.

Neste ano, reaproximaram-se.

Foi um dos meus presentes em 2014.

Teremos uma mesa comum.

Nunca soube o motivo da desavença. Nunca quis saber.

A ambos, fui claro: “espero que se entendam. Não levarei nem trarei nada à maior intriga”.

Aguardo convite para dividirmos um bom vinho.

Se não houver… aí vocês vão ver.

Ah, vão!!

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Categoria(s): Crônica
quarta-feira - 30/07/2014 - 20:16h
Constatação e futuro

Rosalba não está só nas responsabilidades pelo caos

Sejamos justos: Rosalba Ciarlini (DEM) não enterrou sozinha o Rio Grande do Norte nesse caos. Olhe as fotos dos governos passados. Veja os rostos. Sacou? Estão sempre sorrindo, em qualquer governo, porque costumam estar em todos.

Rosalba chora em sua posse em 01-01-11. O RN chora muito mais de lá até aqui (Foto: Canindé Soares)

Rosalba completou o serviço, porque ela e o “governador de fato”, Carlos Augusto Rosado (DEM), não estavam preparados para gerir o que pegaram. Incompetentes.

Mesmo antes que eles assumissem, eu escrevi várias vezes: “O RN não é Mossoró e o Estado não é a Prefeitura de Mossoró“. Simples assim.

Levaram para o Governo do Estado uma mentalidade centralizadora, paroquial e coronelista, com visão primitiva de gestão pública. Deu errado. Mas é o jeito deles, a natureza deles. Sempre foi assim. Por que iriam mudar agora?

Carlos e Rosalba estavam acostumados à gestão de um Fusca. Caíram na boleia de um caminhão Volvo e até agora não engataram a primeira marcha. Nem há mais tempo para arrancar. Estão atolados até o eixo.

Em Mossoró, não tinham sindicato funcional, mídia, judiciário, MP ou Câmara contra. Nem oposição existia. Venderam imagem surreal de êxito, que na verdade nunca passou de maquiagem feita com densa propaganda e obras de visibilidade.

A Prefeitura de Mossoró é um atraso como máquina pública, ninho de rato (literalmente). Não há projeto de desenvolvimento algum. Nunca houve. Só improviso. O último prefeito a pensar Mossoró grande e para bem adiante, foi Dix-huit Rosado.

Verdadeiramente, lamento o fracasso. Esperava pelo menos um governo convencional, de “obras estruturantes”. Nem isso. Nem propaganda salva.

O casal está sendo “devolvido” a Mossoró, seu rincão. Casa Grande e Senzala. Poderiam fazer mais se ouvissem. Mas não conseguem.

O próximo governador tem que assumir parte do legado que ajudou a construir. Henrique Alves (PMDB) e Robinson Faria (PSD), principais concorrentes à cadeira dividida nessa diarquia por Carlos e Rosalba, não são inocentes nesse enredo.

Precisam beber em fontes que ousaram mudar por ousarem ser ousados: Aluízio Alves e Cortez Pereira. Terão que juntar cacos e aplacar ódios. Vão ter que parar de beneficiar a parentada e os compadres, ofertando a força do Estado àqueles que mais precisam do Estado.

O Estado do RN deve ser um Estado provedor. Fomentador de oportunidades e ombro àqueles que precisam se erguer ou serem soerguidos. Um estado de oportunidades a nativos e aos que quiserem investir nele.

Os candidatos a governador que despontam, não são simpáticos e populares. Isso todos nós sabemos. Nem precisam ser. Longe disso.

Precisamos de gente capaz, ousada, perspicaz, articulada, com capacidade de juntar contrários e trabalhar com visão de futuro para o RN.

Não acredito em quem vai estudar, ainda vai planejar ou ouvir. Tem que chegar fazendo.

Nossos problemas estão aí há tempos. São os mesmos. Chega de “enrolation“.

Sou capiau dos arrabaldes da Capela de São Vicente, minha “República” imaginária. Sou do sertão e não quero parar de contribuir pro meu lugar, mesmo que pareça pouco aos olhos da maioria.

O RN precisa ser um todo. Não pode “morrer” na Reta Tabajara. Não podemos aceitar dois RNs numa coexistência desigual: um rico e outro pobre, ignorado de lá para cá.

Falta-nos uma Política de Estado; missão para mais de um mandato, com planejamento, renovação de costumes e envolvimento da sociedade civil organizada.

Isso é possível? Claro.

O RN que não funciona só é interessante para uma minoria que precisa mantê-lo desse jeito, num butim infindável.

Desse jeito, não nos serve.

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Categoria(s): Artigo
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domingo - 20/07/2014 - 21:44h
Todos os dias

Amigos, minha devoção

Hoje é Dia do Amigo.

Ontem, também.

Muitos não vejo há tempos; outros são cotidianos.

Há os que vêm e vão.

Amigos, amigos.

Amigos.

Minha devoção.

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Categoria(s): Crônica
quarta-feira - 09/07/2014 - 07:59h
Crônica de uma nova era

Caminhão VW tromba com Gurgel e acorda uma nação inteira

Por Carlos Santos

Gente, vamos trabalhar, produzir. Ano Novo, vida nova. Finalmente começou 2014.

Aquilo ontem, foi como se um caminhão VW tivesse trombado com um utilitário brasileiro da extinta montadora automotiva Gurgel. Vitória da Alemanha foi justa, mas o placar de 7 x 1, não. A gente percebe que poderia ser mais.

Claro que é o tipo de escore improvável. Porém um resultado normal por tudo o que não somos ou deixamos de ser.

Nem o alemão mais otimista ou vidente poderia imaginar tanto. “O imponderável de almeida”, como diria o cronista Nelson Rodrigues, entrou em campo e deu uma forcinha ao melhor.

O blindado frio, disciplinado, técnico e vigoroso como um “punzer” germânico abalroou o mirrado futebol brasileiro, a arrogância de Felipão e a miopia própria de nossa paixão.

Como na música célebre da banda The Doors, “The end” (O fim),  “esse é o fim”. Espero que seja o fim da era dos técnicos fanfarrões, estrelas, autossuficientes e que vendem gato por lebre.

Ao mesmo tempo, que seja a oportunidade para se recomeçar o futebol nativo de onde paramos, quando ele dava certo porque éramos vibrantes, alegres, voltados para o ataque e a cópia de nós mesmos, Brasil multifacetado, miscigenado, “Brasileirinho”.

(THE END, O FIM) …Este é o fim
Meu único amigo. O fim
De nossos planos elaborados, o fim
De tudo que está de pé…

Saibamos reconhecer que não somos os melhores, que futebol é esporte coletivo e não “Samba de uma nota só”.

A tragédia é ponto de partida para fazermos diferente e melhor ou repetirmos pecados. Façamos a escolha coerente.

O futebol “é a metáfora da vida”. Mas no fundo é só um esporte.

Aplaudamos os vencedores. Eles merecem. E como nação, possuem 102 prêmios Nobel, enquanto nós não temos um sequer. Temos muito a aprender com eles.

Claro que o ex-jogador de futebol e dublê de comentarista, Ronaldo Fenômeno, poderia sacar uma de suas célebres frases e justificar: “Não se faz copa com hospitais (ou cultura, acrescento) e sim com estádios”.

E não se faz um campeão sem futebol, Fenômeno. “Entende?” – me auxiliaria o Rei Pelé, com um de seus cacoetes verbais.

“We are the champinos” (Nós somos os campeões), hino dos vitoriosos, dos ingleses da banda “Queen”, não será nosso segundo hino. Fiquemos com o “Pátria amada, Brasil” de corpo, alma, todos os dias, não apenas a cada quatro anos.

Nos sites, portais, jornais impressos, rádios e noticiosos televisivos caberia esta manchete: “Caminhão Volkswagen tromba com Gurgel e acorda uma nação inteira.”

Assim espero.

Vamos ao trabalho.

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Categoria(s): Crônica / Esporte
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domingo - 01/06/2014 - 06:02h

Antes que tudo lá fora seja sol

Por Carlos Santos

Você nem percebeu antes: meus olhos fitavam-na há tempos. Ô! Nem lhe conto.

Viam cada detalhe daquele rosto delicado, branquinho, quase encoberto pelo grosso lençol.

Cabelos desdenhados faziam véu sobre sua fronte; uma respiração quase inaudível dava sinal de vida interior. De repente…cílios e pálpebras fazem movimento contínuo e sincronizado, num abrir e fechar lento. Hesitante.

Como “cortinas” que se elevam, eles deixam à mostra o brilho do seu olhar, que espelham o meu. Sob o traçado de lábios sinuosos e semifechados, você sorrir sem jeito. Parece incomodada.

Descubro a luz num quarto que teima em não amanhecer, antes que tudo lá fora seja sol.

Fecham-se as ‘cortinas’ outra vez. Ao que tudo indica, sem direito a “bis”. Mesmo que eu pedisse em silêncio, não seria igual.

Segundos depois, um leve olhar se forma de novo. Agora, mais cauteloso e de viés, como a perscrutar se ainda estou ali à espreita e de modo tão impertinente.

Assumo a felicidade contemplativa, aquela que vê tudo com a alma. Posso até virar estátua de sal, mas não largo a tentação de espiar o que me cativa.

Seu corpo rola para o outro lado num esforço sobre-humano, sem que quase nada saia desse casulo de algodão.

“Huumm!” A preguiça se enrosca na própria manha de menina que quer colo. Só isso.

Em posição fetal, se defende do mundo, do meu olhar e dos meus instintos. Mas não se queixa dos meus braços.

Faz do meu pulso extensão do seu, apertando-o firmemente com a mão presa ao próprio peito.

Está na hora de irmos embora.

– Vamos!

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Categoria(s): Crônica
segunda-feira - 05/05/2014 - 15:48h
Hoje

Bate-papo sobre eleições suplementares na FM 95

O editor deste Blog estará hoje às 18h30 no estúdio principal da Fm 95 de Mossoró.

Convite do jornalista Tárcio Araújo, de seu jornalismo.

Vou falar sobre eleições suplementares de Mossoró, desdobramentos, disputa estadual… enfim, pauta política.

Programa “Jornal 95 Segunda Edição”.

Até lá.

Você pode acompanhar esse bate-papo ao vivo também pela Net, neste endereço AQUI.

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Categoria(s): Comunicação
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domingo - 04/05/2014 - 17:08h
Mossoró

Meu voto na eleição suplementar mossoroense de hoje

Como sempre faço em todas as eleições há quase 20 anos, anuncio meu voto ou meus votos, como cidadão.

Faço-o após encerrado o horário de votação, para que não seja alegado qualquer motivação de “influir” no voto de ninguém.

No pleito suplementar de Mossoró, hoje, meu voto foi dado a Francisco José Júnior (PSD), da Coligação Liderados pelo Povo.

A expectativa é de que qualquer vencedor possa administrar minha cidade com equilíbrio, inteligência, probidade e visão coletiva.

Mossoró para todos os mossoroenses e não apenas de uns poucos.

É isso.

Acompanhe bastidores da política, apuração de votos e outras informações em nosso Twitter AQUI.

 

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Categoria(s): Notas Pessoais
sexta-feira - 21/02/2014 - 12:04h
Crônica

Saudade da Mossoró do passado…

Saudade da Mossoró do passado. Lá, bandido mais perigoso era “Luiz da Véia”. Descia o Alto do Louvor para roubar toca-fitas e apanhava da mulher.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, bandidos presos no final de semana tinham cabeça raspada e eram fotografados usando cuecas de “copinho”, em poses patéticas na primeira página do jornal.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, a droga mais perigosa era maconha. O cara ficava “lombrado”, batia carteira de algum descuidado e na sela pedia “paz e amor” ao delegado.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, os escassos homicídios saíam de mesas de bebedeira, “cornagem” ou algum raro acerto de contas entre inimigos.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, “crime hediondo” foi um homem “comer” sexualmente uma galinha (viva) e ser fotografado com a penosa debaixo do braço, como punição exemplar.

Saudade da Mossoró do passado. Lá o policial Netão fazia operação sozinho e trazia preso – um, dois ou mais malandros – sem algemas, dirigindo seu buggy.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, o delegado Clodoaldo dispersava multidão de meninos que jogava bola na rua, rasgando à faca a pelota usada no “delito”.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, o soldado Catôta mandava meninada escolher: “Pra dentro ou pra fora”. Só não aceitava que ficassem em cima do muro, em jogos oficiais de futebol dos times locais.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, crime sexual mais comum era o doido “César do Fusquinha” comendo qualquer Fusca que encontrasse estacionado, com ‘pirrola’ para fora, deitado sobre o capô.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, a quadrilha mais conhecida era a junina ou os cordões do pastoril, reunindo amigos e famílias em festas.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, menor infrator éramos nós, correndo para furtar pão “d´água” quentinho, do cesto de palha coberto com um pano, na garupa da bicicleta do vendedor ambulante.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, mascarado era do bem e nos encantava na TV preto e branco, com o nome de Zorro ou outro herói vespertino.

Saudade da Mossoró do passado. Lá, ‘assalto’ era costume próprio do carnaval, com grupos de foliões “invadindo” alegremente casas de amigos que previamente se preparavam à chegada do cortejo.

Quero de volta minha Mossoró do passado. Acuada, intimidada, vilipendiada, furtada, roubada, violentada e com medo de sentar à calçada.

Quero de volta minha Mossoró com a prosa na pracinha, flerte na Festa de Santa Luzia, do futebol na rua, da janela aberta e da mercearia de “Seu Lopim” com seus doces e ‘confeitos’.

Será que é muito querer minha Mossoró de volta? Será que vamos continuar aceitando que ir e vir seja uma aventura, em vez de simples direito?

Saudade da Mossoró do passado.

Não quero muito. Quero de volta a minha Mossoró do passado.

 

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Categoria(s): Crônica
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quarta-feira - 01/01/2014 - 07:50h
Para o Webleitor

Pequena pausa de um novo começo

Caro Webleitor, bom dia.

O editor, revisor, datilógrafo, repórter, digitador, diagramador, às vezes fotógrafo, faz-quase-tudo deste “Nosso Blog”, passará algumas horas sem atualizar esta página.

Mesmo assim, não terá a folga em larga escala que desejaria.

É uma pequena pausa de um novo começo.

Em nosso endereço no Twitter – clique www.twitter.com/bcarlossantos – vamos continuar postando registros diversos, numa linguagem mais coloquial.

Depois esbarro aqui novamente, por compromisso com você, anunciantes e comigo – que me realizo e renovo-me diariamente nessa partilha.

Inté.

Carlos Santos

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terça-feira - 31/12/2013 - 21:30h
A Alexandre Azevedo

O triunfo da dignidade no caso da Padaria Mercatto

O incidente na Padaria Mercatto (veja AQUI), envolvendo um desembargador, um empresário, garçom etc. deixa-me renovado de esperança para 2014. Até me emociono.

Reação de um estranho, em defesa de alguém humilde, que nem sabia quem era, nome etc., é algo de uma dignidade sem tamanho. Orgulha a espécie e certamente aos filhos.

O senhor Alexandre Azevedo, que botou voz e corpo em defesa de um semelhante, humilhado pelo desembargador Dilermando Mota, é o tipo do cara que preciso conhecer. Abraçar.

Falo isso com considerável empolgação, porque sei o que é ser acuado e não ter a solidariedade dos amigos/colegas, por medo ou cumplicidade.

É normal o “espírito de corpo”, a defesa dos “seus”, mas enfrentar o arroubo alheio para escudar alguém desconhecido, é digno de honrarias.

Meu caro Alexandre Azevedo, não sabes como estou robustecido na crença na vida, no homem, na Justiça.

Você me entrega assim para 2014.

Muito Obrigado.

Feliz Ano Novo.

Veja AQUI repercussão nacional do caso.

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Categoria(s): Artigo
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terça-feira - 24/12/2013 - 07:07h
Hoje

Oportunidade de um Natal não apenas virtual

Caros integrantes dessa confraria virtual, que fazem parte do meu círculo de contatos diários ou ocasionais através desta página, “Nosso Blog”, vou ao básico: Feliz Natal.

Mas reflitamos sobre o sentido da data.

Tentemos aproveitar este espaço cibernético à promoção do bom convívio, o respeito aos que pensam diferente, à elegância no trato interpessoal.

Amém!

P.S – No Natal, por mais que eu tente dissimular, sinto a falta dos que se foram. Mas há aquela esperança e “certeza”, de que não estão distantes.

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Categoria(s): Comunicado do Blog
sábado - 21/12/2013 - 08:22h
Microcrônica

Sob o véu belíssimo de minha cidade

Minha Mossorótima segue envolta em véu belíssimo; flerta com a chuva sem medo do sol, acanhado, que não se arrisca a sair.

Mais tarde, conto tudo pra a lua.

Nem São Paulo nem Londres…

A gente espera o sereno, sem saber o que é garoa; ignoramos as brumas sobre o Big Ben.

Enquanto a chuva não vem, espero minha cidade acordar.

Bom dia!

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
quinta-feira - 19/12/2013 - 08:28h
Entrevista na TCM

Interrogações e afirmações num cenário político confuso

“Vivemos um momento de mais interrogações do que afirmações”. Essa frase foi lançada por mim ontem à noite (quarta-feira, 18), ao ser entrevistado pelos jornalistas Carol Ribeiro e Marcelo Benévolo, no programa “Cenário Político” da TV Cabo Mossoró (TCM), Canal 10.

Carol Ribeiro e Marcelo Benévolo no estúdio da TCM, entrevistando o editor desta página, ontem (Cézar Alves)

Foi uma referência à atmosfera de incertezas político-administrativas em Mossoró, na atualidade.

A princípio, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) definiu eleições suplementares para prefeito e vice de Mossoró para o dia 2 de fevereiro do próximo ano. Entretanto, se a prefeita cassada Cláudia Regina (DEM) e seu vice Wellington Filho (PMDB) conseguirem uma liminar (decisão que pode sair hoje, em Brasília, no Tribunal Superior Eleitoral-TSE), retornam provisoriamente aos cargos.

Instado a falar quanto a possíveis candidaturas numa nova eleição, ponderei que o quadro era extremamente confuso. Mesmo assim, apontei que o prefeito provisório Francisco José Júnior (PSD) é o nome mais visível. Porém, depende do próprio comando estadual do partido e outros partidos para ser candidato. Tem que articular apoios e administrar o caos na prefeitura. Muito difícil as duas missões.

Kátia Pinto

“Suas relações com o vice-governador Robinson Faria (PSD) não são boas”, apontei. “Ele pode não ter legenda (…). Não dá para ser candidato avulso, sem partido, como chegamos a ter no período da República Velha (1889-1930)”, argumentei.

O grupo da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) tem a secretária estadual da infraestrutura, engenheira Kátia Pinto (DEM), como nome em propulsão para ser lançado.

“A governadora é ainda uma liderança muito forte em Mossoró”, assinalei. “Não pode ser ignorada (…). É uma pessoa que cresce muito numa campanha “, apesar do grande desgaste no Governo do Estado.

“Rosalba é um fenômeno negativo”, destaquei, no âmbito estadual. Não inflou seu partido e sua imagem. Mas em Mossoró, ainda tem o melhor capital político, mesmo que dilapido em parte com a gestão “pífia e chinfrim” como governadora.

O sistema político da deputada estadual Larissa Rosado (PSB) está em compasso de espera. Hoje, dois recursos aglutinados em um serão julgados no TRE. Se conseguir superá-los, vai se habilitar novamente à disputa, após derrota nas urnas no ano passado. Em caso contrário, ficará inelegível.

Seu irmão e vereador Lahyrinho Rosado (PSB) e sua mãe e deputada federal Sandra Rosado (PSB) não devem se apresentar como opções. Busca-se alternativa para uma campanha vapt-vupt,  que deve ser baseada  “em cima de nomes conhecidos e no emocional”.

Cláudia Regina

Noutra vertente, o PT tenta novo rumo e alguns pequenos partidos podem se juntar numa aliança própria. Nada consistente até aqui. Apenas um espectro de hipotéticas alianças.

Sobre a prefeita cassada e afastada, teci o seguinte comentário: “É a pessoa mais preparada e que mais conhecia Mossoró para ser prefeita.” Porém as circunstâncias que testemunhamos a levaram a essa situação. Mesmo assim, tem um peso no tabuleiro político contemporâneo.

Assumiu o governo sabendo que pegaria uma “herança maldita” da antecessora Fafá Rosado (PMDB). Contudo não teve coragem de romper com certos vícios e modelos. Terminou se deparando com problemas maiores do que imaginava.

A crise que só agora setores da imprensa admitem que existe, não é causada pelo o entra-e-sai de prefeito no Palácio da Resistência. Não é resultado de uma instabilidade político-administrativa. “Vem lá de trás”, indiquei.

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Categoria(s): Política
quarta-feira - 18/12/2013 - 14:47h
Hoje

Conversa sobre política no “Cenário Político” da TCM

Hoje atendo convite de Marcelo Benévollo e Carol Ribeiro, que apresentam o programa Cenário Político na TV Cabo Mossoró (TCM), às 18h45.

Oportunidade de bate-papo sobre os mais recentes acontecimentos políticos de peso em Mossoró e no estado.

Possível eleição suplementar em Mossoró e outros temas devem estar em pauta.

Encontro marcado.

Nota do Blog – Você pode acompanhar a entrevista pelo Canal 10 da TCM ou através da Internet, neste endereço AQUI.

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Categoria(s): Comunicação / Política
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sexta-feira - 13/12/2013 - 05:53h
Santa Luzia de Mossoró

Encontro e reencontro com nossa identidade

“Mossoró com alegria… saúda Santa Luzia!”

Chegou o dia de nossa padroeira.

À memória, lembrança do brado de padre Américo Simonetti puxando multidões, numa força catalisadora.

Lembrança da infância: da roupa nova que eu só podia estrear na festa, das novenas, de padre Huberto Bruenning; do algodão doce e parque de diversões…

… Lembrança de Seu Mané e A Mais Bela Voz; do The Pop Som, dos primeiros flertes na “Praça do Cid” e da procissão grandiosa.

Lembrança dos leilões, pescaria e tiro ao alvo… da volta para casa, tranquilo, sem temor de ser molestado pela violência.

Lembrança da fé nos olhos, lacrimejantes, de minha mãe. Do terço envolto em sua mão firme…

Da fé incontida, que levava milhares de nós à romaria, para encontro e reencontro com nossa identidade.

O dia ainda orvalhado não se encontrou com o sol onipresente do meu sertão.

Mas hoje, o astro-rei sabe que vai ser apenas súdito da santinha em minha terra.

Amém!

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Categoria(s): Crônica
domingo - 17/11/2013 - 09:37h

Civilidade que também nos falta no mundo virtual

Por Carlos Santos

O Twitter (rede social formada por microblogs) está cansativo. O fundamentalismo toma conta desse espaço privilegiado.

Picuinhas, arengas, maniqueísmos e sofismas sobram em 144 toques/caracteres – espaço disponível para cada postagem com textos.

Particularmente, tenho reduzido meu tempo, retraído minhas inserções e evitado qualquer altercação no Twitter. Não vale a pena.

Meu endereço (veja AQUI) é lugar para minha “Terapia Desocupacional”.

No Facebook (outra rede social virtual), confesso-lhe que não arrancho há quase 2 meses.

“Uso de casa vai à praça”, dizia minha mãe.

No Facebook, praça virtual, sobra mau costume. No Twitter, chiliques ideológicos, provocações e distúrbios psicossociais.

Mas não sou descrente de tudo. É-me importante grifar, que vejo nesse redemoinho a gênese de alguma ordem futura, nesse admirável mundo novo da Net.

Por aqui (na Web), como no mundo real, devemos imprimir os bons atos da civilidade.

“Ô de casa!”, ouço lá fora. “Ô da rua”, grito daqui. Aí nos aproximamos.

A polidez cabe em qualquer lugar, mesmo em meio à caterva.

Quem não é elegante em casa ou no trabalho, não o será também na Web.

Ponto final.

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Categoria(s): Artigo
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sábado - 05/10/2013 - 08:51h
Eike Batista

Êxito pelo avesso expõe mais um falso mito

Eike Batista virou piada mundial e “case” de insucesso. Fortuna de 34 bilhões de US$ sumiu. Hoje, dizem, estaria devedor.

Deixou de ser bom exemplo. Virou um caso típico de êxito pelo avesso: “como não fazer”.

Eike: êxito ao contrário

Esse é mais um alerta para todos nós.

É um típico mito com pés de gelatina, incensado como gênio, que começou riqueza com informação privilegiada no Governo Federal.

Eike caiu, o Império Romano desabou, imagine nós, pobres mortais.

Sigo eu, como “liso estável”, “escritor mundialmente desconhecido” e repórter provinciano, nesta página. Bastam-me.

Não tenho empréstimo consignado, cartão de crédito, carnê da Casas Bahia ou compra parcelada da Riachuelo.

Nenhum agiota bate à minha porta (só oficiais de Justiça, vez por outra).

Meu Camaro Amarelo, que me deixa doce, não é financiado. Está pago.

Nem penso em adquirir muquiço do “Minha casa, minha vida”.

Nunca acreditei em facilidades como “Telexfree” e outras pirâmides que prometem riqueza rápida e sem atropelos. Boto fé nas que estão no Egito, América Central e Peru. Elas são reais há milênios.

Trabalho, muito trabalho, é o caminho para fortuna, que não é objetivo basilar meu.

Toda escalada exige esforço sobre-humano e resignação para grandes perdas.

Tudo tem seu preço. Se podes pagar, pague.

Enfim, sobra-me aquela “paz de criança dormindo”, descrita por Dolores Duran.

Hora de sair por aí com meu físico de canário-belga e canelas de talo de coentro.

Tenho um monte de coisa para não fazer e, vez por outra, ainda arranjar um tempo para me divertir com minha profissão, nesta página.

Inté mais!

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Categoria(s): Crônica / Economia
quinta-feira - 03/10/2013 - 10:53h
Com Lula, Kubitschek ou Rosalba...

A vaia, o aplauso e o grande incêndio

Vaia é uma manifestação legítima. É o “aplauso” dos insatisfeitos.

Kubitschek: a vaia emudecida

Inaceitável é a agressão.

Espontânea ou não, a vaia é legítima. Faz parte.

O maior ícone da vida pública nacional nas últimas décadas, Lula, teve um Maracanã o vaiando em coro. Getúlio Vargas ouviu vaias. Normal.

Rosalba colhe o que tem plantado. Não está acostumada, sente mais.

Como prefeita, nunca enfrentou greve, não teve oposição ou crise alguma. Voou sempre em céu de brigadeiro.

Na gestão estadual, é diferente. Atores e situações são diferentes.

Infelizmente, ela não se preparou para essa relação e convivência diferentes.

O que a governadora encarou ontem em Ceará-mirim, era previsível. Tem convivido com isso até em sua terra, Mossoró.

Em qualquer parte do RN onde bota os pés, tem sido assim.

A vaia é a antítese da claque (com seus aplausos remunerados).

Mesmo assim, tem muitas semelhanças com ela, a claque.

Pode ser espontânea e fabricada ou misto de ambas.

Não deve ser ignorada, que se diga.

Juscelino Kubitschek, certa vez, coberto por vaias em um evento, revidou de modo genial:

– “Feliz do país que pode vaiar seu presidente”.

Emudeceu os manifestantes. Arrancou alguns aplausos, em seguida.

Existe um ditado entre bombeiros, que precisa ser adaptado à política também:

– “Nenhum incêndio começa grande”.

Há tempos que Rosalba arde.

Da mesma forma que a governadora não deve se iludir com suas claques, não pode se enganar com as vaias.

A primeira costuma ser falsa. A segunda, pode ser. As duas sempre dizem alguma coisa.

Nada é por acaso. Vale perceber que tudo faz sentido. É uma relação de causa e efeito.

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Categoria(s): Artigo / Política
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