Quando a gente começa a enterrar os amigos tem a clara sensação de estar na “fila”. Com um desejo implícito: não há interesse em furá-la.
Acho que a morte nos humaniza mais.
Nos apequena ou nos deixa no exato tamanho do que somos: um átomo. Somos uma partícula do universo.
Ao pó retornaremos, descobrimos aos poucos.
É um retorno que passa obrigatoriamente pelos laços da infância. Serpenteamos por aquele labirinto de memórias em que nos deparamos com o Minotauro, reencontramo-nos com os amigos e constatamos que muito já se foi.
O que nos falta?
A eternidade de cada segundo.
Como átomos.