Poucos fora do ramo da construção civil o conheceram; era um homem monossilábico, que tive o prazer, diria mais, a honra de trabalhar.
Mestre-de-obras renomado em Mossoró, conheci-o quando eu era recém formado. Eu tinha 21 anos de idade, ele, mais de 30 de profissão. Com ele, muito aprendi.
Nunca o vi levantar a voz para ninguém. Quando o trabalhador cometia um erro irreversível, ele, com aquela calma invejável, chamava o errante e dizia: “Vá para o escritório da firma fazer e receber suas contas". Ai daquele que não o fizesse.
Era o ano de 1982, trabalhávamos em uma obra muito grande, “a galeria da Rua Lopes Trovão“, naturalmente, eu, como engenheiro, o chefiava, mas isso não valia.
Ele sempre manteve o respeito, e, quando discordávamos de algo, nos afastávamos dos outros e, rapidamente, chegávamos a um consenso. Lá se vão 27 anos.
Na época, ele comentava comigo diariamente acerca do filho que estudava engenharia, era o hoje bem sucedido Jorge do Rosário da Repav. Eu ouvia, conversava com ele, sempre estimulando.
Via seus olhos lacrimejarem, isso porque a família era grande e ele não podia dar uma condição melhor a Jorge.
Lembro-me que eu colocava a mão no ombro dele e dizia: "Sêo Antônio, ele vai chegar lá, ele vai conseguir, ele entende o porquê da sua dificuldade."
Não sou clarividente, mas graças a Deus eu estava certo. Mossoró que o diga.
Antônio do Rosário, o senhor está na outra vida, mas, certamente, está vendo o quão foi importante para Mossoró e quanta falta faz aos seus verdadeiros amigos como Pirão (seu guardião ) e tantos outros que o conheceram e à sua honestidade e sabedoria.
Cá das minhas bandas, só tenho a lhe dizer: Muito obrigado, velho amigo e professor. Com o respeito do meu Espírito,
Valtércio Anunciato da Silveira – engenheiro civil e ex-secretário municipal de Obras de Mossoró.
È Valtércio; tudo que voce escreveu sobre ANTONIO DO ROSÁRIO e a pura verdade. Ainda bem que ele deixou uma familia exemplar. Um grande abraço.
Pois é Valtércio,
Tive a honra de fazer parte dos acontecimentosdessa época e gozar da amizade de Sr. Antonio. Lembro-me que certa vez quando Jorge havia concluído seu curso ele me procurou, recomendado por Dr. Dix-Huit, para arranjar um “emprego para Jorge na Prefeitura” (na época eu estava secretário de Obras da PMM) e lembro-me claramente quando lhe disse que emprego na prefeitura não servia para Jorge e que ele procurasse vôos mais altos. Assim ele o fez.
Pois é Alberto Lopes, às vezes um “não” contraria as pessoas. Não foi o seu caso, você foi muito feliz quando tomou a decisão como Secretário em não dá o emprego.
Demorou algum tempo, mas, nem por isso, deixamos de ver Jorge Do Rosário com um sorriso nos lábios.
Está no Santo Livro, lá em Eclesiastes 3 que ” Há um tempo prá tudo “, chegou o tempo que Sêo Antônio do Rosário sonhou para o filho e toda incansável família.
Amigos Valtércio, Jean e Alberto.
Obrigado, Valtércio, pelo artigo sobre o nosso saudoso pai.
Jean e Alberto, muito obrigado pelas palavras elogiosas.
Lembro-me, Alberto, do fato narrado por você. Muito tempo já se passou, mas continua presente nas minhas lembranças.
Suas palavras, Valtércio, Jean e Alberto, depois de tanto tempo da partida do nosso pai, nos dá a certeza que não foi em vão sua passagem por essa vida.
Muito obrigado, amigos.