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domingo - 26/12/2021 - 06:38h

Arengas no blog

Por Marcos Ferreira

Como em toda expressão de arte, o literato trabalha para alcançar um público que, na sua quase totalidade, ele desconhece. Isso, todavia, parece instigar ainda mais o homem de letras. Pois sua grande gloria é saber, ao menos desconfiar, que está sendo lido por alguém em qualquer parte do seu macro ou microcosmo. Nem sempre, contudo, esse vínculo remoto é só aplauso. Algo natural. É que no meio dos leitores comuns estão os críticos literários, alguns bem rançosos.

Outros não são propriamente críticos, mas gostam de dar um palpite na produção de terceiros. Nomes de baixo e alto relevos já se envolveram nesse exercício de análise ou achismo. Um dia o jovem Bruxo do Cosme Velho fez um juízo desabonador acerca duns versos do então poeta Sílvio Romero e isso nunca foi perdoado. Como crítico, Romero devotaria a Machado um ódio incurável.briga, luta, confronto, confusão, disputa física,

Quem convive com o micróbio da literatura está sujeito a experienciar algo assim. Há casos extremos em que autores e obras se tornam malditos. Lembram o sufoco de Gustave Flaubert? Ele findou no banco dos réus francês ao divulgar sua obra-prima, Madame Bovary (1857), visto como o “romance dos romances” e considerado o pioneiro dos romances realistas. Dostoiévski foi parar diante de um pelotão de fuzilamento, tendo sua pena comutada no último instante.

Existe uma porção de grandes autores, inclusive cronistas, que já tornaram conhecidos alguns textos (até livros) um tanto inferiores a outros que publicaram. Mestres como Graciliano Ramos e Machado de Assis, por exemplo, têm os seus pontos altos e baixos, muito embora os altos possuam predominância. Porque os escritores, assim como as ostras, não produzem somente pérolas.

Minha crônica de domingo passado (19/12/2021) desagradou bastante ao exigente leitor Carlos Magno, o que provocou um bate-boca deste com o cronista Inácio Augusto de Almeida, pessoa esta que, a exemplo de Magno, eu conheço apenas pela sadia convivência que mantemos no ilustrado blogue do jornalista Carlos Santos. Pois é. Não tive a intenção, no entanto a minha crônica gerou discórdia, uma rusga entre os senhores Carlos Magno e Inácio Augusto de Almeida.

“Esse texto não parece produção do maior escritor de Mossoró. Marcos, com todo respeito, esse texto está sofrível”, afirmou Magno sobre minha crônica. Isso bastou para que Inácio interferisse dando uma voadora em Magno: “Escreva um texto e depois critique o texto dos outros. Todo crítico carrega consigo a cruz da mediocridade. E estão condenados ao esquecimento”, rebateu Inácio.

Daí por diante, no curto período do domingo para a segunda, já haviam trocado diversas “amabilidades” no espaço reservado à opinião dos leitores. Em minha defesa, portanto, o senhor Inácio soltou os buldogues em cima do senhor Magno, que não reagiu com menos ferocidade. Lamento profundamente que os dois tenham se engalfinhado por minha causa. Estimo tanto um quanto o outro. E trato com respeito todos que acompanham os meus escritos dominicais.

Quero frisar que “o maior escritor de Mossoró” não é uma distinção que reivindico. Deixo na conta do senhor Carlos Magno, que já elogiou textos meus tanto na época em que eu os publicava no jornal O Mossoroense quanto na Revista Papangu. Aqueles, excluindo alguns excessos e inexperiências, foram tempos bons. Aprendi muita coisa. Porque ninguém nasce pronto e acabado.

Quando o editor deste Canal BCS (Blog Carlos Santos) me convidou a integrar o seu elenco de colaboradores, confesso que supus que minhas crônicas não fossem contar com muita audiência. É verdade que vez por outra, especialmente se toco no assunto da política, acabo abespinhando certos indivíduos. Estou no saldo. Não ambiciono unanimidade. Isso fica para quem não tem opinião própria e vive em cima do muro balançando a cabeça, feito lagartixa, para tudo e todos.

Claro que o senhor Magno tem todo o direito de não gostar do meu texto. Sobretudo daquele em que execrei o governo Bolsonaro e indaguei sobre os cento e trinta mil reais que os vereadores de Mossoró supostamente empregaram na compra de alho, coentro, cebola, tomate e pimentão. Por outro lado, convenhamos, o senhor Inácio também tem o direito de discordar do senhor Magno.

Divergir, ter opinião diferente, é salutar para o engrandecimento de um debate democrático, sem ataques nem ofensas. O último domingo, entretanto, foi de ânimos acirrados neste blogue. Até o escritor François Silvestre, sertanejo aguerrido, trocou uns bofetes verbais com alguns leitores. Fique tranquilo, homem. O Lula vem com todo o gás, e o meu voto é dele. Pois eu votaria até no falecido Enéas Carneiro se ele tivesse reais chances de expelir o Energúmeno do poder.

— Cadê o coentro?! — indaga Inácio.

Ninguém responde. Silêncio sepulcral na Câmara. Toda a vereança se mantém de bico fechado. O edil Lawrence Amorim, presidente da Casa, também faz ouvidos de mercador. Mas Inácio, incansável vigilante do erário mossoroense e das verbas dos contribuintes, quer saber onde foi parar tanta verdura. Ele também critica, com razão, o novo Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Mudemos de assunto. Minha Natália puxa minhas orelhas sempre que toco em política. Quero pedir aos senhores Inácio e Magno que se deem um aperto de mão virtual para restabelecer a concórdia. Não vale a pena brigar. Ainda menos, como diria Carlos Santos (o ex-Homem dos Suspensórios), por um “escritor mundialmente desconhecido”. A vida é tão efêmera, tão curta para que a desperdicemos com nonadas, picuinhas. Quando achamos que estamos aqui, já partimos.

Aí tudo fica para trás: a família, os amigos, o gato, o cachorro, o emprego, a conta-corrente, o prestígio, o status, a vaidade. Não importa o quanto tenhamos. Ficamos sem coisa alguma. Exceto por um traje de madeira, algumas rosas e um pequeno pedaço de chão num condomínio sossegado onde vamos estudar a “frialdade inorgânica da terra”, como naquele soneto de Augusto dos Anjos.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    E quem brigou com Carlos Magno?
    Eu nem me lembrava mais disso.
    Quando falar na ESCANDALOSA compra de COENTRO, CEBOLA, ALHO, PIMENTÃO e TOMATE saiba que o custo da licitação foi de mais de 143 mil reais.
    Foi dinheiro de um povo que passa fome, mas paga os impostos religiosamente em dia. Dinheiro de um povo que tem a água cortada pela CAERN por atraso de pagamento, mas banca a água mineral dos vsreadores e do prefeito.
    Você sabia que o prefeito e os vereadores, na sua grande maioria, quando crianças tomavam água do pote? Agua que era trazida dos barreiros no lombo de jumento.
    Obrigado por também ter se indignado com a licitação do COENTRO. Nisso tudo não entendo o MPRN de posse do que está publicado no JOM, a licitação do COENTRO está, ainda não ter se movimentado. Pelo menos não temos notícia de que isto esteja acontecendo.
    Torço para que hoje o Carlos Magno esteja lendo o que rabiscamos e faça os reparos que julgar necessários.
    Um FELIZ NATAL a todos.
    /////
    LAWRENCE CADÊ O COENTRO?

    • Marcos Ferreira diz:

      Prezado Inácio,
      Concordo com tudo que você afirmou neste comentário e tem exposto noutras ocasiões sobre os problemas de nossa cidade e as escaramuças de nossa política. Quanto à implacável Caern, certa vez também tive minha água cortada por eu atrasar o pagamento de dois recibos.
      Forte abraço,
      Marcos Ferreira.

  2. Magno diz:

    Trocar amabilidades? kkkkkkkkkkkkkkk Foi uma ironia. Inácio é um homem que – me parece por aqui – não ser muito levado a sério e por quê, cargas d’água, eu o levaria? Continuo achando Inácio risível e o texto de hoje ainda não se encontra à altura do maior escritor de Mossoró, mas pelo menos não está opinando sobre política, área que, me parece, não é o domínio do cronista. A crônica, em si, talvez um caminho para o encontrar-se, para o realizar-se enquanto autor. Mas a política e todo o debate amplo do sistema, ainda lhe falta muito, como a mim também e tantos outros. No entanto, é preciso fazer justiça, mesmo não sendo levado a sério, o clamor do insistente Inácio sobre o coentro. Até eu fiquei curioso sobre o assunto, de tanto o mesmo questionar sobre as verduras da câmara. Enfim, cadê a porra desse coentro? Desculpe o palavrão. Valeu, Marcos, fique bem e saia logo desse fosso de tristeza aí, e escreva alguma coisa feliz, cara. Pelo menos a “briga” de Inácio com ele mesmo lhe serviu pra distrair e sentir o gosto daqueles textos que você fez contra pessoas da cidade e que talvez lhe renda boas amizades por aí… kkkkkkk Você é bastante elogiado. Valeu. Se cuide e não vá exagerar no café. Se alimente. Cortou a barba de Papai Noel? kkkkkk

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      A música QUEM ÉS TU, Waldick Soriano, sendo regravada e fazendo estrondoso sucesso.
      /////
      LAWRENCE CADÊ O COENTRO?

      • Magno diz:

        Deixe de conversar m. homi. Esse homi pode bater nos peitos e dizer: eu sou um conversador de m. Feliz natal e ano-novo e ano que vem converse menos besteira, homi. Um abraço.

    • Naide Maria Rosado de Souza diz:

      Sr.Inácio não é “risível”. Há pessoas que não têm capacidade de entendê-lo. Isso, sim.

    • Marcos Ferreira diz:

      Caro Magno,
      Sei que ainda não estou (e talvez nunca venha a estar) à altura do leitor mais culto do Rio Grande do Norte, quiçá do Brasil, porém vou tentando melhorar na medida do possível. Escrever, por não ser uma ciência exata, é um aprendizado infindável.
      Abraço e até domingo.
      Marcos Ferreira.

  3. Vanda Maria Jacinto diz:

    Bom dia, Marcos!

    Obrigada por socializar o seu pensar!

    Concordo quanto ao seu modo de receber os comentários sobre a sua escrita…
    Acredito que, a partir do instante em que a palavra escrita sai da gaveta e ganha o mundo, novas idéias vão surgindo e, quando menos se espera há um entrelaçado de pensamentos ou um distanciamento dos mesmos!
    Esse processo é um verdadeiro estímulo para a continuidade!

    Abraços

    • Marcos Ferreira diz:

      Querida Vanda,
      Você, mais uma vez, está certíssima. É desse jeitinho: “a partir do instante em que a palavra escrita sai da gaveta e ganha o mundo, novas idéias vão surgindo e, quando menos se espera há um entrelaçamento ou um distanciamento dos mesmos!” Sim, amiga: “Esse processo é um verdadeiro estímulo para a continuidade!”.
      Abraços,
      Marcos Ferreira.

  4. Aluísio Barros de Oliveira diz:

    Bom dia, MF.
    Estávamos num pé e noutro para ir ao Tibau, “ver o mar, olhar a casa, lavar os pés”. Desistimos. “Sem Sol nos Pintos, não dá praia”. Lição dos cariri, povo primeiro dessas terras monxorós (aprendi esses dias, com Geraldo, ser esse o significado do topônimo: “rio briguento, caudaloso, invasor das várzeas”. E o rio Mossoró era assim briguento, menos fedorento, até Dix-Huit transformá-lo em dois braços, criando também a nossa Manhatantan [O “prefeito novinho” vai construir a ponte velha que unirá decentemente (!) as partes baixas da Ilha de Santa Luzia, dizem os tan tans do watsaap. Oxalá].
    Teve esse quiprocó do coentro? Não voltei aos comentários da semana passada, pois estava a mil tentando enganar a mim mesmo, nesses dias em que o calendário nos distribui em gentilezas pela data natalícia d’Ele, o Dono do Mundo. E ainda tive q engolir as miudezas dessa figura queiroguiana se fantasiando de Herodes… #vacinaparatodos: a hora e vez das nossas crianças.

    Boas Festas, MF. Vamos cuidar desse Sol, enquanto o cronista federal tira caca de ouro do nariz.

    • Naide Maria Rosado de Souza diz:

      Foram três os braços do rio Mossoró. Três braços e o coração de Dix-huit. Não fosse isso muitos bairros da cidade teriam sido levados pelas enchentes. Talvez, Aluísio, você estivesse submerso.

    • Marcos Ferreira diz:

      Querido poeta Aluísio Barros,
      Um tiquinho de nuvens e cinza no céu, numa região onde o astro-rei é soberano praticamente o ano todo, também é uma bênção. Eu, mesmo que estivesse chovendo, não teria deixado de ir à praia. Ao menos para mim, poeta, esse casamento de mar e chuva estaria ótimo. Grande abraço e até domingo.
      Marcos Ferreira.

  5. RAIMUNDO ANTONIO DE SOUZA LOPES diz:

    Água mole em pedra dura tanto bate até que fura… Quem sabe? Gosto da crônica. Gosto do texto curto que consegue dizer, mesmo com asteísmo, sagacidade e humor, um cotidiano qualquer. E o que seria do autor não fosse a crítica? A crítica. Somente a crítica. Marcos, mais uma boa leitura dominical. Mas, onde anda, para onde foi, com quem ficou o cheque (?), quem recebeu e armazenou esses coentros, alhos, tomates e pimentões? Uma boa indagação do seu texto.

    • Marcos Ferreira diz:

      Caro escritor Raimundo Antonio,
      É sempre uma honra contar com a sua leitura e inteligentes comentários. Você, a exemplo de outros, é um leitor que dignifica este espaço de informação, opinião e cultura. Grato por sua presença e depoimento. Forte abraço e até a próxima.
      Marcos Ferreira.

  6. Vanderlei diz:

    Marcos, sempre brilhante em seus textos. Quando crescer, quero ser igual a você, grande poeta, romancista e cronista. O humanismo e a sensibilidade dos grandes escritores são algumas de suas características, poeta. Não deixe de escrever sobre política ou qualquer outro assunto. As letras são, via de regra, mais eloquentes do que a frieza dos enunciados tecnocráticos, pois não balizam somente pelo “neutro” cálculo racional. Se com um patrimônio intelectual do naipe de um Machado de Assis, Antônio Candido, Alfredo Bosi, Sérgio Buarque de Holanda e tantos outros – isso sem falar dos nossos gigantes locais -, escolhemos viver uma “nova era” embrutecida e emburrecida, imagine se não o tivéssemos. Parece-me que nossa tristeza é a ausência das vozes de um saber humanizado, diante do simulacro e da ficção das redes sociais. Que o poeta, o cronista, o romancista, o bom escritor escreva, denuncie, critique e brade. Sobre a necropoliítica e a injustiça não podemos nos calar jamais, por mais que os poderosos tentem no calar. Que sua voz possa reverberar como a do bom escritor, mas também a da coragem do homem e cidadão. Aos incautos, perturbados pela crítica, resta-lhes, sempre, o desconforto da incapacidade de ler o “sofrível” que aponta as injustiças perpetradas pelo poder, em qualquer de sua forma. Parabéns, nobre escritor. Longa vida, saúde e paz.

    • Marcos Ferreira diz:

      Caro professor Vanderlei Lima,
      Que maravilha de texto e pensamento você expôs aqui. Disse muito, mas muito mesmo, com poucas palavras. Algo bem próprio da sua inteligência fulgurante, lastro intelectual e formação sociopolítica. Muitíssimo grato, meu amigo. Saudades das nossas noites de voleibol no Sesc e longas conversas pós-jogo. Forte abraço e até domingo.
      Marcos Ferreira.

  7. ROZILENE FERREIRA DA COSTA diz:

    Que crônica linda! É só o que posso dizer! Eu aprendo sempre que chego aqui. Parabéns, meu nobre Marcos.

    • Marcos Ferreira diz:

      Querida Rozilene,
      Você, para variar, mais uma vez vem erguer o meu astral, bendizendo estas minhas crônicas dominicais e instigando a produção de outras. Muitíssimo grato, querida. Um feliz Ano-Novo para você e Edu, com muita saúde, paz e realizações.
      Marcos Ferreira.

  8. Rocha Neto diz:

    Caro Marcos, só hoje marco minha presença aqui, dei-me ao luxo de me ausentar da audeia e fazer uma viagem bate e volta, tava necessitando!!!
    De pricípio vou logo expondo que nem Jesus Cristo conseguiu agradar a todos, então não será nós pobres mortais que irá tentar assim proceder.
    Outra coisa que me conforta, é que você continua com maioria na plêiade dos bons.

    Grande abraço.
    Inté domingo!!!!!

    • Marcos Ferreira diz:

      Amigo Rocha Neto,
      É como você disse, ninguém nunca vai agradar a todo mundo. Até o Nazareno, como você bem recordou, caiu em desgraça perante a sociedade daquele tempo. Outros leitores, porém, a exemplo de você, nos fazer acreditar que nossa produção literária não é tão inferior quanto alguns insistem em afirmar. Um forte abraço e um feliz Ano-Novo para você e sua família, com muita saúde, paz e realizações.
      Marcos Ferreira.

  9. Airton Cilon diz:

    Como diria o João Cabral de Melo Neto: “O escritor, o poeta tem o compromisso com a verdade” Sendo assim, o artista seja ele de qual seguimento for, tem que tomar partido. Não dá pra ficar em cima do muro. Logicamente que não vai agradar todo mundo, e quem se importa com isso! Valeu poeta escritor Marcos Ferreira!

    • Marcos Ferreira diz:

      Querido poeta Airton Cilon,
      Você falou e disse. É isso mesmo que eu penso. Não dá para ficar o tempo todo em cima do muro. Isso, como expus na crônica, é coisa de gente que não tem opinião própria, ou que se acovarda na hora que deve expressar suas verdadeiras opiniões. Em Mossoró, como em toda parte, temos pessoas assim, até gente muito festejada de nossa cultura e literatura que não opina sobre nada relativo aos problemas sociopolíticos da cidade. Porque a meta dessas pessoas é nunca contrariar ninguém, então vivem achando graça à toa e balançando a cabeça afirmativamente para todo mundo feito lagartixa. Tenho dito.
      Cordialmente,
      Marcos Ferreira.

  10. Simone Martins de Souza Quinane diz:

    Amo suas crônicas Marcos!
    É lindo como como você passeia pela política, pelo comportamento humano e chega a fugacidade da vida e a morte sem se tornar fatigante e com a mesma sensibilidade e brilhantismo dos grandes escritores!
    Saudades! Beijos da sua fã incondicional!

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