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domingo - 21/03/2010 - 09:47h

Conversando com… Jair Queiroz – 18

Nascido em São Francisco do Oeste, Jair Queiroz com apenas seis meses de idade aportou em Mossoró. O ex-seminarista que pensava em seguir a carreira clerical converteu-se em empresário vitorioso do setor supermercadista.

Hoje ele lidera grupo familiar no setor, que detém 12 lojas em Mossoró e região, além de ofertar mais de 550 empregos diretos.

Em nossa série "Conversando com…", ele fala sobre temas relativos ao seu negócio, envolvimento com entidades associativas, esporte e até política. Confira abaixo o nosso bate-papo:

Blog do Carlos Santos – O senhor notabiliza-se pelo arrojo nos empreendimentos na área supermercadista. O Grupo Queiroz é resultado de sua mentalidade ou a fusão de ousadia com oportunidade conjuntural? 

Jair Queiroz – A historia da rede Supermercado Queiroz  tem início  coincidentemente com o fim da inflação e o início do Plano Real. Os supermercados da cidade tinham uma política de preços inflacionados, começamos a praticar algo contrário, preços sem altas taxas de remarcação, pela qual fomos conquistando mercado, aliado a uma política arrojada de publicidade (televisão, jornal, encartes, rádios e campanhas de premiação). O conjunto dessas ações que nos impulsionou  a ser hoje a maior rede de supermercado da cidade, contando também com o pioneirismo de termos construído o primeiro Hipermercado da cidade. 

BCS – Nos últimos meses, Mossoró tem sido “invadida” por poderosos grupos que atuam no varejo, como os transnacionais Hiper Bom Preço (Grupo Wal-Mart) e Atakadão (Grupo Carrefour). Essa ocupação de espaço torna a sobrevivência das empresas nativas insustentável ou há capacidade de enfrentamento e competitividade? 

JQ – As grandes redes de supermercados da Europa e Estados Unidos a partir da década de oitenta invadiram a América Latina, consequentemente sabíamos que chegariam ao Nordeste do Brasil, consequentemente Mossoró. As pequenas redes de supermercados regionais começaram a se organizar para competir com os concorrentes estrangeiros, estudamos case de sucesso (grupo Nordestão). Percebemos que o conhecimento dos hábitos de compra dos consumidores locais fazia a diferença aos grandes grupos internacionais, juntamente a uma política de apelo a defender as empresas da terra. A partir daí definimos nossa política de enfrentamento a esses grandes grupos.

BCS – Depois de não conseguir uma rede nacional ou internacional de peso para ocupar um espaço em sua estrutura, o Mossoró West Shopping convenceu seu grupo a tal investimento. A olho nu, a impressão é de que o senhor fez uma cartada alta, apostando numa consolidação bem adiante. É assim ou os números falam diferente da imagem?

JQ – Há seis anos decidimos que em cada região da cidade de Mossoró que tivesse um potencial econômico viável, teria uma loja do Supermercado Queiroz. Com o advento do crescimento da região do Mossoró West Shopping, procuramos uma área para instalar uma nova loja, esperamos para ver que empresa iria ocupar a loja do shopping destinada ao  supermercado. Com o decorrer do tempo percebemos a vacância deste espaço e decidimos construir nossa loja, para marcarmos espaços. É verdade que não contávamos com a abertura do Bom Preço ainda no ano de 2009; projetávamos um concorrente na região apenas para o final de 2010, pois teríamos um ano para trabalharmos a clientela  da loja. Nosso projeto de solidificação da loja  é de 5 anos.

BCS – O Grupo Pão de Açucar, gigante nacional do setor, começa a diversificar seus negócios para a aquisição e gestão de postos de combustíveis. A pulverização será ainda mais ampliada. E o Grupo Queiroz? É verdade que se aposta em resort (turismo) e outros investimentos? 

JQ – A diversificação dos nossos negócios começou em 2006 com a exportação de mel (Mel Potiguar) e alguns investimentos na área imobiliária, mas ainda muito incipiente. Temos alguns planos para o futuro. O nosso foco é sobretudo a área de Supermercado em Mossoró e região.

BCS – Como tem sido a política de gestão de pessoal, questão nevrálgica em qualquer corporação empresarial, ainda mais quando se exige crescimento com competitividade? O foco é formação ou “comprar feito” o empregado com larga experiência?

JQ – Procuramos sempre valorizar a prata da casa, investimos muito em cursos de capacitação e treinamentos. Confesso que neste último ano, nossa empresa procurou trazer profissionais  na área de gerência de fora nossa cidade, principalmente profissionais que tivessem  experiências com as concorrências das grandes empresas multinacionais do nosso ramo, para com isso aprendermos  a cultura de atuação delas e consequentemente aumentar nosso poder de competitividade.

BCS – O senhor mantém discreta presença em organizações associativas do empresariado, gestão esportiva (chegou a vice-presidente do Baraúnas) e certa equidistância da política partidária. Falta-lhe tempo ou apetite para emprestar a um desses setores seu perfil empreendedor?

JQ – A minha relação com o Baraúnas é uma relação de amor e paixão, tentei muito ajudá-lo ano passado, mas a maneira como o futebol é feito em Mossoró me decepcionou muito. Preferi ficar ausente este ano, mas nunca omisso a minhas obrigações de vice-presidente. Tenho um  grande desafio neste ano de 2010 que é o fortalecimento do Sindivarejo (como presidente empossado no final de semana), pois o comércio varejista de Mossoró precisa se organizar para enfrentar grandes questões como a falta de segurança, estacionamento no centro da cidade, representatividade nas decisões comerciais e problemas que atingem a classe comercial de Mossoró. Já a questão política partidária não me atrai muito.

BCS – O senhor não observa que a iniciativa privada mossoroense tem se esquivado e deixado de lado maior participação nas decisões políticas, fugindo ao debate e à responsabilidade no trato de temas como Plano Diretor, Lei Ambiental e até o banimento da ornamentação natalina? Por que essa letargia?

JQ – Acho que qualquer questão que envolva o empresário mossoroense deve ter discussão ativa e participativa da nossa classe. Muitas vezes as ligações partidárias fazem com que a omissão seja a melhor saída. Luto e lutarei frente ao Sindivarejo para que isso mude, sempre provocando o debate e defendendo os interesses do comércio varejista  de Mossoró.

BCS – Diante de uma campanha presidencial que se avizinha, o que o setor produtivo mais espera, cobra e deseja do próximo governo?

JQ – Empresário sempre deseja que o governo cada vez menos interfira no setor produtivo. As mudanças de regras, leis, tributos, só atrapalham a iniciativa privada. A estabilidade econômica e a distribuição de renda (cartão bolsa família) que reina nos últimos anos têm ajudado muito ao empresário, para que ele planeje a longo prazo o seu negócio. Esperamos que o próximo governo continue com a mesma política.

Foto – Jair Queiroz e Lucineide (esposa)

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Categoria(s): Entrevista/Conversando com...

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