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quinta-feira - 05/05/2011 - 08:35h

Debate sobre “saúde da mulher” vira bate-boca improdutivo


A crise na Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e Infância de Mossoró (APAMIM), foi o principal ponto de discussão da audiência pública sobre a "saúde da mulher". Ocorreu nessa quarta-feira (04), na Câmara Municipal de Mossoró.

Proposta pelo lider governista Claudionor dos Santos (PDT), as discussões se prolongaram por mais de três horas. Entretanto o debate passou longe do tema central. Serviu para exorcizar queixas, arengas, diferenças pessoais e politiqueiras entre membro do governo e setores da oposição.

Foram poucos os lampejos de lucidez e mesmo de interesse de abordagem do tema da audiência. Sobressaíram-se os vereadores Cláudia Regina (DEM) com questionamentos inerentes à prioridade de manter a Apamim funcionando e em melhores condições e Genivan Vale (PR).

O ex-vereador Tomaz Neto (PDT) roubou a cena. "Não falo baixo nem pouco", avisou. Em sua intervenção, afirmou que a Casa desviou o foco e não trouxe nada de novo, além de considerar risível a proposta de se formar comissão para comunicar ao governo estadual o quadro da saúde em Mossoró. "A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) sabe de tudo melhor do que qualquer um de nós", adiantou.

O que se viu foi a tentativa tão somente de se alvejar a Casa de Saúde Dix-sept Rosado, mantida pela Associação de Proteção e Apoio à Maternidade e à Infância (APAMIM), controlada pelo grupo da deputada federal Sandra Rosado.

Durante a discussão, foram apresentados inúmeros problemas hoje enfrentados pela Apamim como a falta de leitos, salários atrasados, dívidas trabalhistas, entre outros.

De acordo com o diretor da entidade, André Neo, o valor defasado da tabela do SUS é um dos principais responsáveis pelo problema, agravado depois do fechamento de seis hospitais particulares em Mossoró.

“Antes a Apamim respondia pelo atendimento a 300 gestantes. Hoje são 600. O salário mínimo teve um reajuste de 851%, enquanto a tabela do SUS, de 45%.”, afirmou, e cobrou do município, parcerias como hoje acontece com outros hospitais particulares de Mossoró, a fim de garantir à Apamim, um “plus” que complemente a tabela do SUS.

Já o secretário da Cidadania, Chico Carlos (PV), criticou a gestão e afirmou repetidas vezes que existiam "desmandos", além de lembrar escândalos com recursos federais que chegaram à imprensa nacional, envolvendo seus gestores. No ataque, não ajudou a melhorar a discussão, mesmo que em vários momentos tenha sido esclarecedor quanto ao modelo de gerenciamento da Apamim

A fim de encontrar uma solução para o problema, o presidente da Câmara, Francisco José Júnior (PMN), anunciou a formação de uma comissão para traçar um diagnóstico sobre a real situação da maternidade, o valor necessário para mantê-la funcionando e a forma de se garantir esse recurso.

Durante a audiência, que contou com a presença do secretário da cidadania do município de Mossoró, Francisco Carlos de Carvalho; do gerente de saúde de Mossoró, Benjamim Bento Neto; da Diretora da II Unidade Regional de Saúde Pública (Ursap), Iranilde Oliveira; da professora Suzana Carneiro Fernandes, diretora da Faculdade de Enfermagem da UERN, representando o reitor da instituição, Milton Marques de Medeiros; o diretor da APAMIM, Alberto Neo; do diretor do Hospital da Polícia, Manoel Nobre, além de representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais Particulares de Mossoró, do Conselho Municipal de Saúde, OAB, entre outras entidades representativas..

Nota do Blog – Salutar o debate, mas não a arenga pura e simples.

Infelizmente, a audiência pública não acrescentou nada à discussão central, a "saúde da mulher". E mesmo a tentativa de linchamento da Casa de Saúde Dix-sept Rosado saiu pela culatra.

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Categoria(s): Gilson Cardoso

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