Para o coordenador da estratégia de mídias sociais da campanha de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República, Marcelo Branco, a internet se converteu no principal ambiente para a mobilização de atos reais com os militantes. O especialista avalia que a rede é fundamental na estruturação dos atos políticos de rua.
“Antes, existiam apenas os partidos e os meios de comunicação para informar o eleitor. Agora, temos essa terceira via.”
Branco, que é gaúcho, participou de almoço com tuiteiros promovido pelo petista Tarso Genro. Em entrevista ao Jornal do Comércio, avalia o papel d as redes sociais no pleito deste ano.
Qual o papel das redes sociais nas eleições?
Marcelo Branco – Até as eleições passadas, existiam dois grandes blocos que formavam opinião: os partidos políticos e a cobertura feita pelos meios de comunicação de massa – rádio, televisão e jornal. O papel das redes sociais, com as mudanças na legislação, é o de dar voz aos apoiadores das candidaturas, aos cidadãos que se manifestam através de seus blogs, do Twitter, do Orkut e do Facebook. Eles podem bo tar vídeos e fazer a própria cobertura do processo político. Portanto, é um papel que está garantindo o aprofundamento e a qualidade da democracia. As redes sociais significam a cobertura feita pelos próprios eleitores. É uma terceira via. E a grande novidade dessas eleições.
E como a internet influencia a campanha política?
Branco – Tem dois papéis. Estimula o debate dentro da própria rede e, a partir disso, pode definir o voto. E a internet se constituiu como principal espaço de organização da campanha offline. Os comícios são convocados pela internet. O debate que é feito na rua, na fábrica, no local de trabalho e o convencimento dos indecisos se dão a partir de argumentos que os apoiadores colheram ou formaram dentro das redes socia is. A internet hoje é o principal espaço de organização da militância, dos argumentos e dos contra-argumentos para fazer o debate fora dela.
E os políticos estão sabendo lidar com isso?
Branco – A adesão pode ser positiva para os futuros governos, no que diz respeito à qualidade da democracia. Todos nós estamos tendo oportunidade de aprender nesse processo. Já tem políticos mandando muito bem no Twitter, como Tarso Genro. É um fato novo, nunca vi na história política um almoço com os tuiteiros.
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