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domingo - 21/08/2022 - 14:20h

Maranhão – Capítulo II

Por Inácio Augusto de Almeida

Era um tipo baixinho, gordinho e tinha uma cara de safadinho. Andava sempre em companhia de um deficiente físico, a quem o Lopes costumava chamar de o único bideficiente físico do mundo. E explicava:

– Além do problema na perna, é deficiente, também, de caráter.

Foto ilustrativa (Web)

Foto ilustrativa (Web)

Mas a grande restrição não era feita ao bideficiente. O gordinho safadinho é que o Lopes não conseguia engolir. Mas como a profissão o obrigava a alguns sacrifícios…

– Doutor! Manda o quê, Doutor?

– Tô atrás do Sandoval. Preciso mandá-lo até Vargem Grande. Ele é forte e estamos precisando de um cabra forte para carregar o teodolito. Coisa de poucos dias, já que o trabalho da topografia está quase terminando.

– Então o trecho Vargem Grande/Urbano Santos está terminado?

– Não, Lopes, quase terminado. Se acabar logo como você quer, deixa de chegar dinheiro, há, há, há.

– Claro, claro (ladrãozinho safadinho). Mas o Sandoval só costuma aparecer aqui lá por volta das dez horas. Fica lendo até tarde.

– Pelo menos nestes dias que ele estiver carregando o teodolito não vai estragar a vista.

– Preste atenção no que eu vou lhe dizer, Doutor. O Sandoval ainda vai ser gente. E gente muito importante. Ele já tomou consciência de que somente através do estudo se consegue avançar na vida.

– Tá bom, Lopes. Me ache o Sandoval. Eu quero que ele viaje amanhã.

– Tudo bem, Doutor.

As portas de vai-e-vem do Grêmio 1º de Janeiro não paravam. Era um entra e sai constante.

“Rui Barbosa tinha razão. Como tinha. Eita nulidadezinha que não se cansa de triunfar, de rir da honra… Honra? Será que ele sabe o que é honra?”

Maurílio, dono do único laboratório de análises clínicas de São Luís, na sua indefectível indumentária branca, posou a mão no ombro do Lopes e o convidou a uma partida de sinuca.

– Vamos, meu Sócrates dos trópicos. Vamos a uma partida de bilhar?

– É o jeito, meu estimado “drácula”. Vamos às bolas, meu bom “vampiro”.

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Leia também: Maranhão – Capítulo I.

Inácio Augusto de Almeida – Boêmio/Sonhador

(Continua no próximo domingo)

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Categoria(s): Conto/Romance

Comentários

  1. Roberto Braz diz:

    Estou acompanhando li o primeiro capítulo e agora o segundo, mas sugiro que seja pelo menos dois capítulos por semana é que nessa morosidade a gente perde o interesse.

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      Caro Roberto
      O blog Carlos Santos abre este espaço aos domingos.
      Não depende de mim aumentar o número de capítulos por semana.
      Tenha calma.
      Domingo você vai conhecer CONVERSINHA, um jornalista…
      Conversinha foi o inventor da malandragem O MELHOR PREFEITO.
      Começou no Maranhão e depois se espalhou para todo o Brasil. E dura ate hoje esta picaretagem. Conversinha lá no céu fica morrendo de rir. Digo Conversinha no céu por saber que lugar de anjo é no céu.
      Aguarde domingo. Conversinha vai chegar tomando sorverte de bacuri e metendo um vale no velhjo Bórgia, dono do jornal.
      Até domingo e um abraço.

      • João Claudio diz:

        Inácio, perguntar não ofende.

        Nasceste na terra onde o babaçu abunda? Onde as aves que lá gorgeiam não gorgeiam como cá? Vieste ao mundo e abriste os olhos pela primeira vez na terra onde canta o Sabiá? Tomaste o primeiro banho de mar na Ilha do Amor? No Olho D’água ou no Calhau? O primeiro som que ouviste no rádio foi um Reggae?
        Será que eu, tu e nós dois somos conterrâneos de Gonçalves Dias?

        Eu nasci no Bairro do Céu, hoje Monte Castelo, e fui batizado na Matriz Nossa Senhora dos Remédios, de frente para o oceano.

        Segredo revelado. Pronto, pronto e pronto.

        Inácio, não repare os erros de português.
        É que eu não sei fazer um soneto e acho serei condenado por não saber fazer.
        Caso eu seja condenado e preso, vá a penitenciária me visitar.

        Aguardo e agradeço antecipadamente sua visita.

        • João Claudio diz:

          O que me conforta e me deixa um pouco tranquilo é o fato de Elon Musk, Bill Gates e os diretores da NASA, também não saberem fazer um soneto.

          Nenhum dos citados acima foi condenado e estão….digamos… guiando seus veículos 100% pagos, sem boleto bancário atrasado, com o aluguel de suas casas em dia e os ‘papeis’ de água e luz livres da tesoura da compahia elétrica e da serra da companhia de abastecimento de água.

          Se eu estiver errado me corrija-me ou se cale-se para sempre 😅😅😅😅😅😅

          🔊 O Maranhão é terra da macumba.

          🔊 O Maranhão é terra da macumba

          😅😅😅😅😅😅😅😅😅😅😅😅

  2. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Nasci na Paraíba. Rodei este Brasil todo. Morei no Ceará, Pará, Maranhão, Goiás, Pernambuco. Passei temporadas em Manaus e Parintins.
    Resumindo: SOU BRASILEIRO.
    Muitas das sugestões que apresento para problemas de Mossoró eu vi em outras cidades.
    Passei um tempo na Ilha do Marajó e em São Mateus-ES.
    Das minhas observações vem a maioria das soluções que apresento como sugestões mas que NUNCA são consideradas.
    Assim, mais do que eu, perde Mossoró.
    Creio que agora ganhei umm leitor para MARANHÃO.
    Baraço fica indócil aos domingos e só se acalma quando lê MARANHÃO.
    Tão jovem o nosso querido Baraço, mas um caso sem solução agravado pelo fato de ter que votar na oligarguia ALVES.
    ////
    CADÊ O COENTRO DA LICITAÇÃO DE MAIS DE 143 MIL REAIS?

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