domingo - 06/12/2009 - 10:11h

Não há crônica, mas há memória de “Chumbo Grosso”

Carlos Santos, não há crônica mas há memória.

Ele era muito diferente. O tipo físico. Minha imagem é a dele caminhando ao lado da Igreja de São Vicente  como uma espécie de inglês colonial metido debaixo deste sol quente de Mossoró.

Depois, imagem de filme mofado, sem nitidez, um pouco dele no alpendre da casa de Tibau onde num veraneio montei fojos de préa e tomei meu primeiro porre. Dos filhos, Miguel. Que jogava bola muito bem. Gritava, reclamava, jogador garganteiro (rsrs!!). 

Ele e Evônio Rebouças eram os melhores daquele tempo do Patamar da Igreja de São Vicente. Jia Paula, Paulo César Pinheiro Paula (PCPP), todo coragem e ousadia, tinha era medo do respeito que impunha  "Seu" Joaquim Borges.

Esconderia-se no outro oitão da igreja se fosse preciso. Mas não era.

O vice-prefeito passava para o seu sobrado numa discrição e harmonia exemplares. Família de muitos filhos. Sei de poucos. Ana Borges, linda. Amiga de Ilma, minha prima, sentava suas pernas enormes nas cadeiras de balanço daquela nossa casa da esquina de Seu Jaci.

Quem não olhou aqueles cabelos louros de Aninha?

Silicina depois surge na minha frente na Esam me falando das espécies de cangulos, bagres e baiacus que o mestre Cascudo diz que representa “a vaidade humana, tufada, cômica, importante”. Professora de Psicultura.

São quantos os filhos de Seu Joaquim Borges?  Bom, não é isso que importa agora, né Borjão? 

O que não pode ser é o que querem fazer. Não mexam com ele porque senão é  Chumbo Grosso.

Jânio Rêgo é jornalista e integrante desse universo imaginário que denomino de "República da São Vicente"

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Categoria(s): Nair Mesquita

Comentários

  1. Samuel Junior diz:

    Caro Jânio. Lendo seu relato fiz uma ‘viagem’ até o patamar da São Vicente… Vi Marcos Porto, Tutu…
    Bons tempos! Boas lembranças!

  2. Ricardo Borges diz:

    Que belo texto em homenagem ao meu saudoso e querido pai. Um grande abraço para você amigo Jânio toda a sua Famíla.

    Borjão

  3. Antonio Mariano de Azevedo Júnior diz:

    Jânio Rego é um dos poucos mossoroenses que guarda dentro de sí um importante sentimento, que expressa a todo momento a sua origem de verdadeiro filho das terras norte-riograndense. Falar com desenvoltura da Igreja de São Vicente e de Joaquim Borges, só Jânio Rego mesmo. Sua infancia vivida nos arredores da Igreja foi importante para a sua formação intelectual e cultural, tão bem assimiladas por ele nas suas atividades cotidianas como jornalista.
    A propósito, como mossoroense, tambem fico feliz quando tenho a oportunidade de resgatar um pouco da memória do meu torrão.
    Um forte abraço,

    Azevedo Júnior (Bolão)
    Jornalista
    Feira de Santana Ba
    Jornal Municípios em Foco
    juniorazevedo@bol.com.br

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