• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
terça-feira - 26/09/2023 - 10:44h
Essa semana

Sistema Fiern realiza reuniões e inaugurações em Mossoró e Oeste

Roberto Serquiz e Amaro Sales farão parte de programação (Foto: Fiern)

Roberto Serquiz e Amaro Sales farão parte de programação (Foto: Fiern)

O Sistema FIERN (Federação das Indústrias do Estado do RN) terá programação no próximo fim de semana na região Oeste. Serão reuniões de diretoria e dos conselhos do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional da Indústria (SENAI), além de inaugurações do novo laboratório de panificação do Senai em Mossoró e de quatro unidades Sesitec.

A programação contará com a presença do presidente da instituição, Amaro Sales, além de Roberto Serquiz, atual diretor primeiro-tesoureiro e presidente eleito. E ela contempla Mossoró no período de sua data magna, o 30 de Setembro, que marca a libertação de escravos no município, no século XIX.

A reunião da diretoria da Fiern acontece na sexta-feira (29), a partir das 11h, em Mossoró, no Auditório Engenheiro José Nilson de Sá, no Centro de Educação e Tecnologias Ítalo Bologna (CETIB), do SENAI. Durante o encontro, que terá participação da governadora Fátima Bezerra (PT), haverá apresentação sobre o novo Porto-Indústria Verde do Rio Grande do Norte. As reuniões dos conselhos do Sesi e Senai também serão realizadas no auditório do Cetib.

Panificação

Na sexta-feira, ainda será inaugurado o novo Laboratório de Panificação Raimundo de Melo, no Cetib, que vai atender às demandas de formação profissional para o setor na região. Com o novo espaço, o Senai Mossoró passará a oferecer cursos de iniciação profissional, aperfeiçoamento, qualificação e técnicos nas áreas de panificação e confeitaria.

A inauguração atende a um pleito do Sindicato das Indústrias de Panificação de Mossoró, Região Oeste e Costa Branca (SINDIPAM Mossoró) e irá beneficiar todo o setor.

Sesitec

O Sesi vai inaugurar quatro novas unidades Sesitec nas cidades de Caraúbas, Areia Branca, São Miguel e Alexandria. A primeira a ser inaugurada será a Sesitec Nevaldo Rocha, em Caraúbas, às 9h. Já no sábado (30), às 10h, será entregue a Sesitec José Winicius Tavernard de Souza, em Areia Branca. No domingo (1º), a inauguração da Sesitec Joana Rego de Lima, em São Miguel, acontece às 10h; enquanto a Sesitec Professor Expedito Cipriano de Almeida, em Alexandria, será às 17h.

As inaugurações das bibliotecas multimaker fazem parte das comemorações dos 70 anos da Federação das Indústrias, com a instalação de unidades em diversas cidades do estado desde o início de junho. A proposta é levar para os municípios, ambientes de criação com acesso a ferramentas inovadoras e conhecimentos em Ciências e Tecnologia. As unidades serão instaladas em espaços cedidos pelas cidades, numa parceria entre o SESI-RN e as prefeituras municipais.

Cronograma 

Sexta-feira

9h – Inauguração da SESITEC Nevaldo Rocha, em Caraúbas

11h – Reunião da diretoria da FIERN, em Mossoró

15h – Reunião do Conselho do SENAI-RN

16h – Reunião do Conselho do SESI-RN

17h – Inauguração do Laboratório de Panificação Raimundo de Melo

Sábado

10h – Inauguração da SESITEC José Winicius Tavernard de Souza, em Areia Branca

Domingo

10h – Inauguração da SESITEC Joana Rego de Lima, em São Miguel

17h – Inauguração da SESITEC Professor Expedito Cipriano de Almeida, em Alexandria

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terça-feira - 26/09/2023 - 09:50h
Padroeira

Peregrinação da imagem de Santa Luzia começa nesta quinta-feira

Peregrinação é um marco na programação de Santa Luzia (Foto: Glauber Soares)

Peregrinação é um marco na programação de Santa Luzia (Foto: Glauber Soares)

A imagem peregrina de Santa Luzia de Mossoró vai começar a sua missão de 50 dias nesta quinta-feira, 28. O pároco da Catedral e coordenador da festa, Padre Flávio Augusto Forte Melo, vai celebrar a missa de envio da imagem e da Equipe de Peregrinação às 17h30, na Catedral de Santa Luzia.

A imagem sairá da Catedral nos braços dos voluntários da Equipe de Peregrinação e de devotos até a residência da senhora Edite Souto, que fica ao lado da Praça do Vigário Antônio Joaquim, no Centro de Mossoró, onde pernoitará.

Já a partir da próxima sexta-feira, dia 29, a imagem de Santa Luzia iniciará sua ‘peregrinação missionária’ em algumas paróquias de Mossoró, devido outubro ser um mês dedicado à missão.

“Padre Flávio e os demais padres pensaram em denominar ‘peregrinação missionária’, alusiva ao mês de outubro, que é dedicado às missões, na Igreja, onde Santa Luzia vai visitar as comunidades rurais das paróquias, idosos, doentes e famílias que nunca receberam a imagem da nossa padroeira”, comentou Aparecida Medeiros, da Equipe de Peregrinação.

Durante os finais de semana, a imagem peregrina visita às paróquias da Diocese de Mossoró e irá também ao Canindé (CE), Arquidiocese de Fortaleza e Diocese de Caicó, na Região do Seridó.

Em novembro, Santa Luzia chega à sua Paróquia para as visitas na área pastoral, comércio, empresas e famílias.

As pessoas interessadas em receber a imagem devem ligar para Catedral (3321.3157), deixar nome e contato telefônico para a equipe organizar as visitas.

Visita às Paróquias de Mossoró

29 a 03/10 – Paróquia São Paulo
04 a 10/10 – Paróquia São José
10 a 15/10 – Paróquia Nossa Senhora de Fátima
16 a 20/10 – Paróquia Menino Jesus
23 a 27/10 – Paróquia São Manoel

Festa de Santa Luzia 2023

A peregrinação da imagem de Santa Luzia vai terminar no dia 1º de dezembro, data da abertura oficial da festa.

A Festa de Santa Luzia 2023 será aberta na noite do dia 1º de dezembro no adro da Catedral com cerimonial de abertura, hasteamento das bandeiras e o show surpresa. O tema desta edição será “Santa Luzia, Luz na Missão!”.

Mais informações

Padre Flávio Augusto- 9 9643 5160

Aparecida Medeiros- Peregrinação- 9 8827 3004

Comunicação da Festa

Glauber Soares- 9 9411 1001

Saulo Vale- 9 88172284

Valéria Bulcão- 9 8600 3715

Maricélio Almeida- 9 8603 4271

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terça-feira - 26/09/2023 - 01:20h
Lanterna

Novorizontino impõe mais uma derrota ao ABC de Natal

Como previsto e, sem surpresas, o ABC perde mais uma. À noite dessa segunda-feira (25), o time natalense foi derrotado pelo Novorizontino por 2 x 1, em Novo Horizonte_SP.

Com gols no primeiro tempo, o Novorizontino saltou para a terceira posição na Série B, com 51 pontos. Aylon e Marlon marcaram os gols da equipe local, enquanto o alvinegro do RN fez com Wallyson, aos 52 do segundo tempo, cobrando pênalti.

O ABC soma 16 pontos em 29 rodadas. Venceu apenas dois jogos, seguindo firme na lanterna. No próximo sábado (30), às 18h, receberá a Ponte Preta no Estádio Frasqueirão, em Natal.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 23:58h

Pensando bem…

“Ninguém fica pronto enquanto espera. Somente quando começa a agir.”

John C. Maxwell

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segunda-feira - 25/09/2023 - 23:54h
Mossoró

Sessão Solene marcará 140 anos de abolição da escravidão

Sessão solene dos 140 anos de abolição da escravidão em MossoróA Câmara Municipal de Mossoró vai realizar uma sessão solene em comemoração aos 140 anos da abolição da escravatura em Mossoró.

A solenidade será realizada na quinta-feira, 28 de setembro, às 9h.

Acontecerá no próprio plenário da Casa.

Na ocasião, 34 personalidades receberão títulos, troféus e medalhas em reconhecimento à trabalhos desenvolvidos em prol da cidade de Mossoró.

A solenidade alusiva a abolição da escravatura já é uma tradição do Poder Legislativo mossoroense.

A abolição da escravidão em Mossoró ocorreu em 30 de setembro de 1883, cerca de cinco anos antes da Lei Áurea, que aboliu a escravidão em todo o país em 13 de maio de 1888.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 23:50h
Ipojuca-PE

Mossoroense compõe peça institucional da “Petrobras 70 anos”

Material da campanha institucional focaliza funcionários da Abreu e Lima (Foto: reprodução do BCS)

Material da campanha institucional focaliza funcionários da Abreu e Lima (Foto: reprodução do BCS)

A Petrobras reuniu alguns funcionários da Refinaria Abreu e Lima (RNESTE), em Ipojuca, Pernambuco, como modelos à peça de divulgação dos 70 anos da empresa. Entre os funcionários, um mossoroense.

Pedro de Oliveira Neto, 39, é estudante de Engenharia Elétrica e foi aprovado em primeiro lugar em concurso, em 2016. Casado com a médica mossoroense Alaide Gizely, pais de Davi, de seis anos de idade, eles residem em Campina Grande-PB.

"Pedrinho" é neto da professora Inalda Cabral Rocha Foto: Web)

“Pedrinho” é neto da professora Inalda Cabral Rocha Foto: Web)

“Pedrinho” vem a ser o primeiro neto da saudosa educadora Inalda Cabral Rocha, e filho de Rocha Neto e Lireth.

Educadora

A professora Inalda Cabral Rocha faleceu no dia 9 de fevereiro de 2021, aos 96 anos.

Originária de Pau dos Ferros, chegou a Mossoró ainda criança e aqui projetou seu nome como uma das mais importantes educadoras de seu tempo.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 23:44h
Câmara Municipal

Com quadro de depressão, vereador resolve se afastar de atividades

Pablo teve projeto aprovado pela CMM (Foto: Edilberto Barros)

Pablo está em seu primeiro mandato eletivo (Foto: Edilberto Barros)

O vereador Pablo Aires (PSB) vai se afastar de suas atividades parlamentares na Câmara Municipal de Mossoró. No início da noite desta segunda-feira (25), ele anunciou em suas redes sociais a decisão. Justificou-a assinalando que passa por sérios problemas de saúde.

O vereador – que está em seu primeiro mandato eletivo – enfrenta quadro de depressão, com recomendação médica para reduzir ritmo de estresse e seguir tratamento adequado à patologia.

Ele estará afastado – a princípio – entre os dias 26 deste mês e 4 de outubro, sob arrimo de atestado médico. Nesse ínterim não será substituído na Casa, conforme prevê o Regimento Interno da CMM.

Por se tratar de um período curto, o regimento interno da casa não prevê a convocação de suplente.

Nota do BCS – Cuide-se, vereador. Esse troço é brabo.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 23:34h
RN

MDB emplaca mais uma filiação importante

Simone foi eleita em 2020 à Prefeitura (Foto: divulgação)

Simone foi eleita em 2020 à Prefeitura (Foto: divulgação)

Mais um reforço chega ao Movimento Democrático Brasileiro no Rio Grande do Norte (MDB-RN). Nesta segunda-feira (25), a prefeita do município de Japi, Simone Silva, confirmou a adesão ao partido. Com a filiação de Simone, o maior partido do estado passa a contar com 46 prefeitos em todas as regiões do RN.

Simone Fernandes da Silva começou a trajetória política em 2005. No ano de 2016, concorreu às eleições, sem êxito. Em 2020, foi eleita prefeita de Japi pela primeira com mais de 54% dos votos válidos.

De acordo com o presidente estadual da legenda, vice-governador Walter Alves, o MDB segue fazendo um trabalho de fortalecimento nos municípios do estado.

Nos últimos dias, o MDB recebeu a filiação dos seguintes prefeitos: André Júnior, prefeito de Itaú; André Rodrigues, prefeito de Monte Alegre; Cletson Rivaldo, prefeito de Equador; Reno Marinho, prefeito de São Rafael; Thuanne Souza, prefeita de Vila Flor. No mês passado, os prefeitos de Lajes, Felipe Menezes, e de São Bento do Norte, Dão Montenegro, também anunciaram filiação ao partido.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 23:22h
Cargos efetivos

Prefeitura lança edital para concurso com 274 vagas

Prefeitura já lançou edital para certame (Foto: Arquivo)

Prefeitura já lançou edital para certame (Foto: Arquivo)

Do Blog Toni Martins

A Prefeitura de Guamaré, por meio da Secretaria Municipal de Administração, publicou, nesta segunda-feira (25), o edital de concurso público que oferece 274 vagas para provimento de cargos no quadro efetivo de pessoal.

O certame está sob responsabilidade da Comissão Permanente de Concursos (FUNCERN (www.funcern.br). São ofertados cargos para os níveis médio e superior, com vagas destinadas a ampla concorrência e para pessoas com deficiência (PCD).

As inscrições ocorrerão entre 27 de setembro à 06 de novembro. As taxas variam de R$ 90 a R$ 110, conforme o cargo escolhido.

O concurso terá prova objetiva e que será aplicada no dia 10 de dezembro de 2023.

Clique no link e veja o EDITAL:

Concurso Público Guamaré 2023

Vejas as vagas disponíveis

23 – AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

23 – AGENTE COMUNITÁRIO DE ENDEMIAS

02 – FISCAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

02 – FISCAL DE OBRAS

02 – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS

02 – FISCAL DE MEIO AMBIENTE

01 – PROCURADOR DO MUNICÍPIO

02 – ASSESSOR DA PROCURADORIA

50 – PROFESSOR EDUCAÇÃO INFANTIL (PEDAGOGO)

70 – PROFESSOR FUNDAMENTAL I (PEDAGOGO)

05 – PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL (EDUCAÇÃO FÍSICA)

04 – PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL (INGLÊS)

04 – PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL (ARTES)

02 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – LÍNGUA PORTUGUESA

02 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – MATEMÁTICA

01 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – HISTÓRIA

01 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – CIÊNCIAS

02 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – GEOGRAFIA

02 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – INGLÊS

08 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – ENSINO DE ARTE

01 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – EDUCAÇÃO FÍSICA

02 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – QUÍMICA

02 – PROFESSOR MAGISTÉRIO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS E EJA – INTÉRPRETE DE LIBRAS

16 – TÉCNICO DE ENFERMAGEM – SAÚDE DA FAMÍLIA

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – PROGRAMA SAÚDE BUCAL

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – ODONTOPEDIATRIA

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E IMAGINOLOGIA

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – ENDODONTIA

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – PRÓTESE DENTÁRIA

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – ORTODONTIA

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – IMPLANTODONTIA

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – PRÓTESE BUCO-MAXILO-FACIAL

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – ODONTOGERIATRIA

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – PARA NECESSIDADES ESPECIAIS

01 – CIRURGIÃO DENTISTA – ODONTOLOGIA DO TRABALHO

08 – ENFERMEIRO – SAÚDE DA FAMÍLIA

01 – FISIOTERAPEUTA

01 – FONOAUDIÓLOGO

01 – MÉDICO – ALERGIA E IMUNOLOGIA

01 – MÉDICO – ANGIOLOGIA

01 – MÉDICO – CARDIOLOGIA

01 – MÉDICO – CLÍNICA MÉDICA

01 – MÉDICO – COLOPROCTOLOGIA

01 – MÉDICO – DERMATOLOGIA

01 – MÉDICO – ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA

01 – MÉDICO – GASTROENTEROLOGIA

01 – MÉDICO – GERIATRIA

01 – MÉDICO – INFECTOLOGIA

01 – MÉDICO – MASTOLOGIA

01 – MÉDICO – NEUROLOGIA

01 – MÉDICO – OFTALMOLOGIA

01 – MÉDICO –ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

01 – MÉDICO – OTORRINOLARINGOLOGIA

01 – MÉDICO – PSIQUIATRIA

01 – MÉDICO – SAÚDE DA FAMÍLIA

01 – MÉDICO – REUMATOLOGIA

01 – MÉDICO – UROLOGIA

01 – MÉDICO VETERINÁRIO

01 – NUTRICIONISTA

01 – PSICÓLOGO

01 – TERAPEUTA OCUPACIONAL

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segunda-feira - 25/09/2023 - 22:46h
Time Macho

Potiguar de Mossoró define sua nova diretoria

Djalma, Alexandre e Marco Antônio estão à frente do clube (Foto: ACDP)

Djalma, Alexandre e Marco Antônio estão à frente do clube (Foto: ACDP)

O Potiguar de Mossoró definiu sua nova diretoria para o biênio 2023-2025. A eleição aconteceu à noite desta segunda-feira(25), no auditório do Ginásio Poliesportivo Engenheiro Pedro Ciarlini Neto.

Foram eleitos Alexandre Dionízio Tavares Pereira, para presidente; Djalma Freire Júnior, para vice-presidente.

Marco Antônio Fernandes dos Santos foi reeleito para o cargo de presidente do Conselho Deliberativo, que terá Gregório Jales Rosado como vice-presidente.

Alexandre era vice-presidente de Djalma Freire na gestão que está sendo concluída. Agora ele passa à presidência.

Para a temporada que está sendo organizada, 2024, o “Time Macho” terá o Campeonato Estadual, Pré-Copa do Nordeste e Série D do Brasileirão.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 15:24h
Posse

Barroso assume STF em momento de tensão com Legislativo

Do Canal Meio, O Globo e outras fontes

Barroso: mudança admitida (Foto: O Globo)

Barroso entra no lugar de Rosa Weber (Foto: O Globo/Arquivo)

A partir desta quinta-feira (28), o Supremo Tribunal Federal (STF) terá um novo presidente. O ministro Luís Roberto Barroso assume o posto aos 65 anos, substituindo Rosa Weber, que se aposenta aos 75.

“Minha gestão terá três eixos: conteúdo, comunicação e relacionamento. Isso significa melhorar a qualidade do serviço prestado pelo Judiciário, com aumento da eficiência; ser melhor entendido pela sociedade; e manter relacionamento com todos os segmentos da sociedade, para ouvir os anseios e necessidades”, afirmou.

Caberá a Barroso definir a pauta de julgamentos e o ritmo em que processos politicamente sensíveis, pois irritam o Legislativo, vão tramitar. É o caso da legalização do aborto e da descriminalização do porte de maconha.

Defensor de votos mais rápidos no plenário, ele pretende apresentar uma proposta administrativa de celeridade. Uma das hipóteses é mudar o rito do julgamento: o relator daria um voto robusto e só o primeiro ministro que divergisse se pronunciaria. Os demais declarariam apenas qual tese acompanham, como nos EUA.

De janeiro para cá, o STF recebeu o maior número de ações penais de sua história recente: 1.289, o dobro do contabilizado desde 2006, primeiro ano da série histórica.

As peças relacionadas ao 8 de janeiro correspondem a 98% dos processos criminais da Corte, que tem 23.547 casos pendentes.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 14:02h
História e cultura

Espetáculo “Auto da Liberdade 2023” estreia nesta quarta-feira

Auto Liberdade conta momentos da história de Mossoró (Foto: Arquivo/Wilson Moreno)

Auto Liberdade conta momentos da história de Mossoró (Foto: Arquivo/Wilson Moreno)

As apresentações do espetáculo “Auto da Liberdade 2023” terão início nesta quarta-feira (27). O evento acontecerá nos dias 27, 28 e 29 deste mês, às 20h, na Estação das Artes Elizeu Ventania.

O “Auto da Liberdade 2023” oportunizará ao público um momento de revisitação da história. Ao todo, considerando elenco e produção, este ano, são mais de 140 pessoas envolvidas na construção do espetáculo, entre figurinistas, aderecistas, cenógrafos, ferreiros, marceneiros, produtores, produção musical, coreografia, assistência de direção, maquiagem. A direção é de Leonardo Wagner.

O “Auto da Liberdade” resgata os quatro atos libertários de Mossoró: Motim das Mulheres, a Libertação dos Escravos, a Resistência ao Bando de Lampião e o Primeiro Voto Feminino.

Motim das Mulheres – Em 4 de setembro de 1875, cerca de 300 mulheres saíram pelas ruas de Mossoró em protesto contra a obrigatoriedade do Alistamento Militar. À época, protestavam sobre a convocação de seus esposos e filhos para o Exército ou Marinha. As mulheres ocuparam unidades públicas e delegacias, munidas de utensílios domésticos para chamar atenção das autoridades.

Libertação dos Escravos – Mossoró foi pioneira na abolição dos escravos. O município fez jus à liberdade aos escravos da cidade em 30 de setembro de 1883, cinco anos antes da Lei Áurea. À data, todos os homens que moravam na cidade estavam livres.

Resistência ao bando de Lampião – Em 1927, a cidade de Mossoró sofreu um grande ataque promovido pelo bando de Lampião. Os cangaceiros queriam extorquir relevante quantia em espécie do banco e comércio local. Com bravura e resistência, os mossoroenses montaram trincheiras comandada pelo prefeito Rodolfo Fernandes. Mossoró conseguiu vencer a batalha e expulsar o bando de Lampião.

Voto Feminino – O Tribunal Superior Eleitoral detalha que Celina Guimarães Vianna foi a primeira eleitora do Brasil, alistando-se aos 29 anos de idade. O TSE pontua que, com advento da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado que estabeleceu que não haveria distinção de sexo para o exercício do sufrágio.

Assim, em 25 de novembro de 1927, na cidade de Mossoró, foi incluído o nome de Celina Guimarães Vianna na lista dos eleitores do Rio Grande do Norte. O fato repercutiu mundialmente, por se tratar não somente da primeira eleitora do Brasil, como da América Latina.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 13:30h
De mal a pior

Caern deixa Mossoró com 17 bairros sem uma gota de água

Do Blog Regy Carte

Escritório regional da Caern em Mossoró comunicou situação (Foto: Arquivo)

Escritório regional da Caern em Mossoró comunicou situação (Foto: Arquivo)

Por causa de vazamento em trecho da Adutora Jerônimo Rosado, detectado na manhã de hoje (25), 17 bairros de Mossoró estão sem abastecimento de água.

Os bairros afetados são Sumaré, Liberdade I e II, Nova Vida, Dom Jaime Câmara, Costa e Silva, Planalto 13 de Maio, Ilha de Santa Luzia, Centro, Paredões, Bom Jardim, parte do Santo Antônio, Abolição III e IV, parte de Nova Betânia e de Santa Delmira,  e Integração.

A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) informa que já iniciou o conserto. A previsão é que o serviço seja concluído amanhã (26) de manhã.

Após a retomada do fornecimento, com a conclusão do serviço, serão necessárias até 48 horas para a normalização completa do abastecimento na área afetada.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 11:50h
ABG Mineração

Grupo espanhol começará a construir fábrica de cimento em 2024

Obras devem consumir todo o ano de 2024 até funcionamento em 2025 (Foto: ABG Mineração)

Obras devem consumir todo o ano de 2024 até funcionamento em 2025 (Foto: ABG Mineração)

A ABG Mineração entra em nova etapa para instalação de fábrica de cimento em Mossoró. O complexo fabril ficará à margem a cerca de 34 quilômetros da área urbana (saída para Natal), na faixa do KM 70 da BR-304.

O grupo espanhol Cementos La Unión (Grupo Bertolín) é o principal investidor no negócio, optando pela região por fatores como abundância de matéria-prima, energia disponível e posição estratégia da região para logística.

O Cementos La Unión já atua no Egito, Chile, República Dominicana e Espanha.

A construção da fábrica vai começar em 2024. Nessa fase serão gerados de 800 a 1.000 postos de trabalho. Quando estiver em operação, no final de 2025, serão 350 empregos diretos e 1.200 indiretos.

Possui 2.100 hectares de direitos minerais e adquiriu 800 para exploração de jazidas, com 20% de reserva legal. A previsão de faturamento anual chega a R$ 700 milhões, com R$ 222 milhões de impostos pagos ao ano. O grupo muntinacional tem lucro anual de 350 milhões de euros. A indústria terá capacidade de produzir 10 milhões toneladas/ano e o investimento previsto é de R$ 1,5 bilhão nos próximos anos.

A região de Mossoró tem duas indústrias cimenteiras. A pioneira, é a Itapetinga Agroindustrial (Cimento Nassau), em atividade desde 1972. A Cimento Mizu – em Baraúna, do grupo paulista Votorantim, começou a operar em 2012.

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segunda-feira - 25/09/2023 - 10:48h
AL

“Bloco Independente” pode alterar quadro de forças

confronto, polarização, política, confronto, cores,Um movimento na Assembleia Legislativa caminha para mexer com o quadro de forças governo x oposição nesse poder.  E, com tudo, para ser o fiel da balança em votações importantes.

Cerca de quatro deputados conversam, com possibilidade desse quantitativo aumentar, para que seja formado um “Bloco Independente.”

A relação entre governismo e oposicionismo pode passar a ter um relativo equilíbrio: a base da governadora Fátima Bezerra (PT) com 11 deputados, oposição com nove e o Bloco Independente com quatro.

Ouvido ao chão como bom índio Sioux, Comanche, Apache, Cherokee, Navajo ou Cheyenne.

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domingo - 24/09/2023 - 23:56h

Pensando bem…

Não tropece em algo atrás de você.”

Sêneca

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domingo - 24/09/2023 - 14:48h

Café com Henry Koster

Livro pela Cia Editora Nacional - 1942 (Foto: reprodução do BCS)

Livro pela Cia Editora Nacional – 1942 (Foto: reprodução do BCS)

Por Bruno Ernesto

Sou mossoroense de coração, criação e, recentemente, cidadão por titulação da Câmara Municipal, o que muito me orgulha.

Independentemente disso, sou apaixonado pela sua história. Aliás, quem não o é?

Há diversas obras que falam sobre Mossoró, sua gente, seus personagens, seu nascimento, desenvolvimento e seu futuro.

Entretanto, quero falar do seu passado. Um passado que já dista mais de duzentos anos, cujo personagem principal é quase que desconhecido pelos próprios mossoroenses de nascença: Henry Koster.

Tal figura, um inglês, ao que se consta, foi o primeiro a colocar Mossoró no mapa da historiografia, quando ainda era chamado de arraial de “Santa-Luzia”, ao passar por Mossoró em 07 de setembro de 1811.

Podemos citar diversos viajantes estrangeiros no período colonial brasileiro que descreveram suas aventuras, passagens e andanças nas terras do Novo Mundo, relatando sua fauna, flora e o povo – já dito brasileiro-, como diria Darcy Ribeiro. Dentre eles, podemos citar Arséne de Paris, André Thevet, George Marfraff, Cuthbert Pudsey, Hans Staden, Pierre Moreau e muitos outros.

Porém, Koster difere dos demais por ter descrito com maior fidelidade o então arraial, que contava à época com pouco mais de trezentos habitantes e era formado basicamente por choupanas; formação típica do interior do Nordeste brasileiro naquele período.

Partiu do Recife/PE em 11 de outubro de 1810 a cavalo, tendo como destino a cidade Fortaleza/CE. Atravessou os Estados do Pernambuco e Paraíba antes de chegar a Mossoró.

Ao chegar, causou um certo alvoroço, tendo, inclusive, sido abordado por uma dita autoridade policial local que, desconfiada de que era Koster um mensageiro de Napoleão Bonaparte, forçou sua partida na mesma manhã.

Apesar do pouco tempo de sua estada em Mossoró, foi o suficiente para descrever o arraial como sendo um quadrângulo de casas pequenas e baixas, indicando, inclusive, a igreja recém-construída.

E onde entra o café nessa viagem? Deve você, leitor, estar se perguntando.

Bem, os dois volumes da obra Viagens ao Nordeste do Brasil, de Henry Koster, traduzida brilhantemente pelo mestre Luís da Câmara Cascudo, e cuja primeira edição foi impressa em 1816 em Londres, já é uma raridade.

Há alguns anos, saí cedinho para ir para universidade de Buenos Aires e, como de costume, me apressei para tomar um bom café espresso antes da aula.

Dessa vez, não lembro por qual motivo, tomei outro caminho do habitual e me deparei com um sebo. Minúsculo, quase imperceptível, cuja especialidade eram primeiras edições de livros dos mais variados assuntos e autores: Kardec, Marcel Proust, Borges e Koster. Para minha surpresa!

Fiquei fascinado, claro. Pedi à atendente para folhear a primeira edição do original de Koster. Após uns instantes, achei o que procurava. Estava escrito: “A 7 de setembro, às dez horas da manhã, chegamos ao arraial de santa-luzia, situada na margem setentrional do rio sem água, num terreno arenoso.”

Só fui tomar o café após o almoço!

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 24/09/2023 - 11:22h
Josué de Castro

Há 50 anos morria o homem que explicou a pobreza no Brasil

Por Edison Veiga (D.W.com)

Josué de Castro representando o Brasil na ONU (Foto: Brasilianischen Nationalarchiv)

Josué de Castro representando o Brasil na ONU (Foto: Brasilianischen Nationalarchiv)

Logo depois que se graduou, o médico Josué de Castro (1908-1973) passou a dividir seu tempo entre o consultório e uma fábrica de tecidos no Recife — onde atuava como médico do trabalho. O patrão acusava os funcionários de indolência. Depois de examiná-los, Castro sentenciou: “a doença dessa gente é fome”.

O jovem médico acabou demitido da indústria. Mas o assunto, uma chaga do Brasil daquela época que persiste no Brasil do século 21, jamais saiu de seu foco. Morto há exatos 50 anos, Josué de Castro, continua sendo um intelectual necessário para a compreensão da pobreza brasileira, principalmente por seus livros Geografia da Fome, de 1946, e Geopolítica da Fome, de 1951.

“Ele deu início a uma longa tradição de estudos, mobilização e políticas públicas sobre o tema da fome, assim como são marcos do mesmo processo a campanha iniciada por Betinho [o sociólogo e ativista Herbert de Sousa (1935-1997)] e, em 2003, o binômio Fome Zero e Bolsa Família”, afirma o economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais FGV Social.

Professora na Universidade de Brasília (UnB), a enfermeira Helena Eri Shimizu destaca que Castro “mostrou a real fotografia da fome no Brasil”, revelando que “era um problema oriundo das desigualdades sociais”.

GEOGRAFIA DA FOME foi inovador porque demonstrou as origens socioeconômicas do problema, esvaziando as explicações deterministas, então vigentes, sobre a situação. “O livro examina os regimes alimentares de cada região brasileira e as possibilidades oferecidas pelos fatores naturais, destacando a organização das formas de propriedade e as relações de trabalho vigentes”, explica o sociólogo Rogério Baptistini Mendes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie. “A fome, desgraça que aflige os seres humanos que ingerem alimentos insuficientes para suprir as necessidades da vida, é tratada como consequência da organização econômica, política e social, não simplesmente como sensação fisiológica devida à carência de oferta, por exemplo.”

“Até então a fome era vista principalmente como um episódio crítico, uma crise que era atribuída a fenômenos naturais, como uma seca, ou temporários, como uma guerra”, contextualiza a historiadora Adriana Salay Leme, que recentemente defendeu seu doutorado sobre a obra de Castro. “No livro, ele sintetizou as discussões da época mostrando que essa fome provocada por uma crise, que ele chamou de fome epidêmica, não era mais importante que a fome endêmica. Por fome endêmica, ele entendia um fenômeno cotidiano e menos intenso, que podia não matar por inanição, mas que matava lentamente a população por doenças associadas.”

Leme acrescenta que o médico foi bem-sucedido em seus esforços para “divulgar esse alargamento do sentido de fome”. “Aí, tem algo essencial para pensarmos a fome nos dias de hoje: a ligação entre acesso aos alimentos e renda. A renda é um fator determinante para a capacidade de acessar alimentos de uma família e isso fez com que ele ligasse o olhar para a fome com pobreza e não com os fenômenos naturais”, diz ela.

Em Geopolítica da Fome, Castro levou o tema para uma escala mundial, novamente desnaturalizando a pobreza e explicando os fatores geográficos, biológicos, culturais e políticos que levam à fome. Mendes enfatiza que o livro “sepulta” a ideia de que o aumento populacional da Terra implicaria em oferta insuficiente de recursos.

“Na obra, há uma análise da lógica de funcionamento do sistema alimentar mundial, formado na esteira do colonialismo e baseado na antiga divisão internacional do trabalho”, diz o professor. “Hoje, num mundo em que a agricultura é intensiva e voltada para a produção de commodities, sobretudo nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, fica fácil compreender que a fome das populações é devida a um processo que gera riquezas que ficam concentradas.”

Para Neri, a obra de Castro “é um divisor de águas”. “Embora escritos há quase 80 anos, sua mensagem continua atual. O mundo tem produção agrícola mais do que suficiente para alimentar toda a população. O mesmo valia e vale para o Brasil”, argumenta o economista.

“Ele mostrou que os interesses políticos e a concentração de riquezas são as verdadeiras causas do flagelo alimentar que condena indivíduos e sociedades”, sintetiza Mendes.

Carreira

Nascido no Recife, Josué Apolônio de Castro cresceu em uma região pobre da cidade, próximo aos manguezais. Queria ser psiquiatra. Começou a faculdade de medicina na Bahia e concluiu no Rio. A essa altura já havia decidido que em vez da saúde mental, cuidaria dos problemas decorrentes de má alimentação: especializou-se em nutrição.

Em 1932, segundo informações do Centro de Estudos Josué de Castro, o médico realizou uma ampla pesquisa sobre as condições de vida do operariado recifense. Mudou-se para o Rio e aos 28 anos foi admitido, concursado, como professor de geografia na então Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Nos anos 1940, empreendeu viagens de estudos sobre alimentação e nutrição em países como Argentina, Estados Unidos, México e República Dominicana. Em 1943 tornou-se professor de nutrição do curso de sanitaristas do então Departamento Nacional de Saúde. Em seguida, foi nomeado diretor do Serviço Técnico de Alimentação Nacional, depois rebatizado de Comissão Nacional de Alimentação.

Ele ainda ocuparia diversos cargos importantes. Foi deputado federal por dois mandatos, presidente do conselho executivo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e, em 1957, fundou a Associação Mundial de Luta Contra a Fome. Quando veio o golpe militar de 1964, ele era embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) — acabou destituído do cargo e ficou exilado em Paris, onde morreu em 1973.

Nos últimos anos da vida, confessava sentir muita falta do Brasil. “Não se morre apenas de enfarte ou de glomerulonefrite crônica, mas também de saudade”, chegou a afirmar.

Castro chegou a ser indicado três ao Prêmio Nobel: em 1954, ao de Medicina; em 1963 e 1970, ao da Paz.

Um problema que persiste

“O Brasil se destaca internacionalmente no tema desde Josué de Castro”, ressalta Neri. “E hoje ainda mais, pelo paradoxo de ser um grande produtor de alimentos.”

Mendes lembra que oito décadas atrás o país era majoritariamente rural e “ensaiava a sua transição urbana e industrial”. “De lá para cá muita coisa mudou para permanecer igual. Os humilhados da terra, sem direitos políticos, sociais e trabalhistas migraram para as cidades movidos pelo efeito demonstração de um mundo que prometia mobilidade ascendente”, analisa o sociólogo. “O resultado foi a formação de um tipo novo de pobreza nas periferias das grandes cidades, onde a vida é precária. É para essa gente que os leitores de Josué de Castro olham hoje. Eles são vítimas do passado e do presente, estão num mundo que insiste em não os incorporar como cidadãos plenos, com direito à dignidade da vida e ao desenvolvimento de seu potencial humano. A sua fome dói.”

A historiadora Leme vê “mudanças e continuidades” no cenário. “Hoje não temos mais populações se retirando do semiárido quando há uma seca prolongada. Uma das maiores secas que esse território já teve aconteceu entre 2012 e 2017, mas políticas fundamentais como o Bolsa Família e o programa de cisternas, além de uma circulação mais rápida do alimento, fez com que essas famílias pudessem se manter em seu território”, comenta.

“Isso quer dizer que a fome epidêmica do semiárido mapeada por Josué diminuiu. Ao passado que a fome estrutural, que ele chamou de endêmica, se manteve”, explica ela. “Se a fome é estrutural, é apenas mudando a estrutura que vamos combatê-la efetivamente.”

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Categoria(s): Política / Reportagem Especial
domingo - 24/09/2023 - 09:30h

Independência de si mesmo

Por Marcelo AlvesJustiça parcial, imparcialidade na justiça, justiça, STF, decisão judicial

Na semana passada, tratei aqui da contaminação do discurso jurídico, no seu próprio ambiente – grosso modo, nos autos –, por um tipo disfarçado de ficção, um “direito contado”. Falei dos discursos dos profissionais do direito em seus métiers, sobretudo aqueles produzidos por personagens membros do Ministério Público e juízes. Sugeri que eles entronizaram a famosa assertiva de Ost, de que “do relato é que advém o direito”, para fazer um uso deveras errado dela.

A partir desse texto, nos grupos de WhatsApp da Academia de Letras e da Academia de Letras Jurídicas norte-rio-grandenses, recebi uma provocação do meu professor de introdução ao estudo do direito, Ivan Maciel de Andrade, com o seguinte teor: “e o fenômeno chamado ‘bias’ – em que medida interfere no ‘livre convencimento’ ou na ‘persuasão racional’ do julgador?”.

A resposta é: numa grande medida. Sabemos disso desde os tempos do realismo jurídico americano, sobretudo na sua segunda fase, quando seus líderes, entre eles Jerome Frank (1889-1957) e Karl Llewelyn (1893-1962), desmascararam a doutrina tradicional, segundo a qual os juízes decidiam apenas aplicando as normas/regras mencionadas nos seus pronunciamentos, para também colocar na ribalta, como razão determinante da tomada de decisões, as preferências políticas ou morais do julgador. A norma jurídica formalmente escolhida/apresentada seria apenas a racionalização de uma decisão já “preconceituosamente” tomada.

Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, reconheço que tomamos decisões baseados numa miríade de razões/fundamentos, somente alguns dos quais são racionais ou mesmo conscientes. Os passos na elaboração de uma decisão são complexos e não óbvios. Acho que é impossível nos vermos totalmente livres dos nossos preconceitos, bias ou mesmo ideologias ao tomarmos qualquer decisão. Na vida cotidiana, certamente. E na atividade ministerial/judicante também.

Phillip J. Cooper (em “Public Law and Public Administration”, F. E. Peacock Publishers, 2000), com base nas ideias do legal realism, dá um resumo:

“O Direito consiste em um conjunto de decisões tomadas por pessoas no poder. Essas decisões não são necessariamente racionais. Os juízes têm preferências e valores, e suas decisões, bem ou mal, são afetadas por características herdadas ou adquiridas que eles trazem para a magistratura. O comportamento dos juízes também é afetado, especialmente em tribunais, pelo fato de que tais cortes são órgãos colegiados que operam com toda a força e todas as fraquezas impostas pela dinâmica de pequenos grupos”.

De toda sorte, acredito que podemos – e, mais do que isso, devemos –, como profissionais do direito, minorar a influência dos nossos preconceitos, bias ou ideologias nas nossas decisões. Devemos tentar ser independentes de nós mesmos, quero dizer. Aliás, diferentemente do homem comum, o juiz/promotor deve ser treinado para isso. Julgar é o métier deles. E há instrumentos para minorar essa “influência de si mesmo”. A lei serve para isso. Os precedentes também.

Nesse ponto, nunca deixo de mencionar a lição de Andrés Ollero Tassara (em “Igualdad en la aplicación de la ley y precedente judicial”, Centro de Estudios Constitucionales, 1989):

“Dentro de uma apresentação estritamente técnica da função de aplicação das normas, a ‘independência’ indicava a subtração a qualquer imperativo ou fonte de pressão, alheios ao processo técnico (‘políticos’, para reduzir o tópico). O juiz não deve depender de ninguém, e só se reconhecer submetido ao texto legal. O problema surge quando se torna evidente que não há tal aplicação técnica sem prévia interpretação valorativa; nela os juízos encadeiam-se inevitavelmente com juízos prévios, que marcam uma dependência peculiar do juiz: de si mesmo e de tudo o que compõe seu horizonte interpretativo, pessoal e dificilmente transferível. Esta dependência do juiz do seu próprio entorno, juntamente com o caráter mais ou menos aberto, mas sempre histórico do sentido do texto legal, explica a pluralidade interpretativa que os diversos órgãos acabam produzindo. A hierarquização processual ajudará a reduzir essa dependência judicial, suavizando-a. Prescindindo dessa e de outras instâncias de controle, entre as quais o respeito ao precedente (exigido pela igualdade) ocupa lugar destacado, não se faria homenagem alguma à independência de uma subjetividade cuja eliminação é tão utópica como indesejável, dado que, sem tais juízos prévios, nunca haveria juízo algum. Vincular o juiz ao precedente [à lei parece mais que óbvio] é obrigá-lo a controlar seus próprios juízos prévios em diálogos com juízos próprios e alheios. Assim se tornará mais dono de si mesmo e aumentará também a dimensão de sua independência; porque nada corrói mais a confiança na Justiça do que as aparências de arbitrariedade (‘independência’ sem controle) nos responsáveis por realizá-la”.

Por fim, admitindo como uma realidade a impossibilidade de uma decisão pura, livre de quaisquer preconceitos/bias, o que vejo hoje é uma hiperinflação das ideologias. Para um lado e para o outro, a todo redor, diga-se de passagem. E isso é péssimo.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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Categoria(s): Artigo
domingo - 24/09/2023 - 08:38h

Qual será o seu legado?

Por Odemirton Filho gramática, portugues, escrita, letras, jornalismo, imprensa,

Há algum tempo minha filha mais nova me presenteou com um livro. Um presente para ser devolvido, segundo ela. O livro apresenta várias perguntas, pedindo-me para escrever sobre a minha infância, sobre ser pai, sobre meus hobbies.

Achei interessante a proposta e, aos poucos, estou respondendo. Em cada resposta, resgato um pouco do meu passado; da minha infância. Infância de brincadeiras e sonhos. Infância vivida ali, nos arredores da Igreja de São Vicente e da praça do Codó, sentindo o calor do forno da antiga padaria de meu pai; comendo pão d’água e bolachas sete-capas.

Nos idos de 1980 o mundo era outro. Não havia internet nem redes sociais. O nosso mundo, real, eram as brincadeiras, o jogo de futebol na rua, o andar de bicicleta. A chegada de um parque de diversão, onde hoje se localiza o Teatro Dix-huit Rosado, era uma alegria para nós, crianças. A Festa de Santa Luzia era um acontecimento esperado durante todo o ano. Nas férias escolares, em janeiro, o mergulho no mar de Tibau.

Já ser pai é ficar “abestalhado” vendo os filhos nas apresentações da escola. É lutar diariamente para que os filhos possam seguir o caminho do bem. É se alegrar com suas vitórias, chorar com suas derrotas. É convencê-los que perder e ganhar faz parte da vida. Ensiná-los a serem honestos, principalmente, pelo exemplo; é entregá-los aos cuidados de Deus.

Os hobbies não são muitos. Fazer minhas leituras, escrever para o Nosso Blog (escritor, de verdade, é Marcos Ferreira, François Silvestre, Honório de Medeiros), viajar até onde minha grana permite; curtir uns shows; ficar ao lado da minha família. E, claro, tomar umas, ouvindo as músicas da década de oitenta, lembrando-me dos tempos da juventude.

Para finalizar, trago uma pequena história escrita por Martha Medeiros no seu livro Conversa na Sala. Conforme narrou, um dia estava em um velório e ouviu quando uma criança se aproximou do caixão onde estava o seu avô e disse: “obrigado, vô.”

Talvez, o menino estivesse agradecendo pelos momentos que curtiram juntos, pelos jogos do time do coração que assistiram no estádio de futebol, pelo sorvete de chocolate que tomaram, pelas brincadeiras, sorrisos e ensinamentos.

E continua a cronista:

“Nem o dinheiro que acumulou, nem a big casa que construiu, nem seus títulos e prêmios, nem seu sobrenome, nem suas postagens, nem sua pele sem rugas, nem as festas, nem a fama, nem seu passaporte megacarimbado, nada, nada, nada disso vai sobreviver.  

Nossa vida pode ter sido preenchida por muitos convites e conquistas, pode ter sido rica em experiências curriculares e sensoriais, mas só o que dá real sentido a ela é a nossa ampla e franca generosidade, é a visão amorosa e humanista sobre tudo o que nos cerca, é o esforço em deixar o mundo um pouco melhor do que quando aqui chegamos.  

Se não merecermos um “obrigado” verdadeiro ao final, aí sim pode-se dizer: que perda. Nossa vida terá sido em vão.

Um dia, quando minha filha folhear o livro, verá que fui um homem comum, com inúmeros defeitos e alguma virtude, mas que tentou legar algo de bom.

E você, qual será o seu legado?

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica
domingo - 24/09/2023 - 06:46h

Periscópio

Por Marcos Ferreira

Imagem do Freepik

Imagem do Freepik

Gosto de ficar em casa. Aliás, para ser franco, tenho medo de sair. Sei que a violência me espera do lado de fora. Ela pode estar à minha espreita, que sou presa fácil, sem armas, saúde nem estrutura para certos enfrentamentos. Não me arrisco nem mesmo em bate-bocas, discussões. Não tenho nervos, sangue-frio. Exceto escrevendo. Até isso tornou-se muito raro hoje em dia.

Então, repito, gosto de ficar em casa. Aqui me sinto a salvo, a menos que seja atacado por um infarto ou derrame cerebral. Mas aí não será culpa desse bicho imprevisível chamado sociedade.

As ruas estão cheias de cães e gatos abandonados. Os governos municipal e estadual não se mobilizam, não fazem nada para mitigar o sofrimento desses animais. É triste. Como não bastasse, surge um vereador de Apodi (sem alma nem coração) propondo criminosamente que os infelizes sejam abatidos. Imaginem se fôssemos abater os políticos desocupados e inúteis que vivem soltos por aí.

O trânsito me assusta. Monstro de metal, carne, ossos e fúria. Um sujeito qualquer, desses que se autoproclamam cidadãos de bem, pode sair possesso de seu automóvel com uma arma de fogo e cometer um assassinato tão somente porque não tolera receber uma reprimenda ou reclamação de outro condutor.

Não me interesso por frequentar lugares públicos, cheios de pessoas potencialmente agressivas. Viajar também não é para mim. Sobretudo se a viagem for de avião. Instigado por amigos, fiz apenas duas viagens aéreas em toda a minha vida. Para receber premiações literárias. Uma vez no Rio e outra em Salvador. Não tive coragem, porém, de comparecer à solenidade de premiação em Manaus. Depositaram o dinheiro, e os livros vieram pelos Correios. Sou um animal terrestre. Deixo o céu para as aves, os seres alados. Embora também haja perigos, prefiro o solo.

Contudo, nesta pequena e agradável casa, projeto da querida amiga Miriam Ferreira, algo me preocupa: tremores em excesso. O problema só aumenta, apesar de meu psiquiatra ter substituído e retirado alguns medicamentos. Estou aqui me organizando para consultar um neurologista particular.

Esse tipo de profissional não está disponível na saúde pública de Mossoró. Atemoriza-me a possibilidade de não mais dominar o teclado, entre outras limitações. É trabalhoso tomar uma sopa, manejar um barbeador, uma caneta. Quase não consigo manuscrever o meu nome.

Talvez seja apenas coisa da minha cabeça. No mais estou muito bem. Não sinto a menor falta de multidão, palco nem holofotes. Negociei um armistício com os meus fantasmas e a nossa convivência tem sido respeitosa. Recebo alguns amigos que ainda me visitam e me alegro com o carinho e consideração que me transmitem.

Sei que esses não estão interessados em todo o meu dinheiro, ao contrário daquele moço remediado conhecido por Elon Musk. Esse está me devendo uma grana que tomou emprestada e que eu já dei por perdida. Que ele me perdoe a indiscrição.

Submerso em meus silêncios e recolhimento, observo este município com um periscópio que aponto especialmente para os blogues e redes sociais. Todavia não demoro. Receio me deparar com notícias abomináveis como essa do vereador apodiense que prega a matança de cães e gatos sem um lar. Assim, prejudicando meu equilíbrio, noto que perco um pouco da paciência, o sangue esquenta. Os nossos gestores precisam dar um tempo no populismo e agir em benefício dessa causa.

Era o que eu tinha para contar e dizer por hoje. O domingo está calmo. Ao menos neste recorte da periferia. Minha paz doméstica não será afetada pelo leve ruído da vizinhança. Hora de tomar um banho, esfriar a moleira, fazer um café. Quero esquecer essa malvadeza proposta contra os bichinhos de rua.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 24/09/2023 - 04:22h

“Como é trabalhar no paraíso?”

Por Clarissa Paiva

Fernando de Noronha (Foto do site Max Blog)

Fernando de Noronha (Foto do site Max Blog)

Já me perguntaram isto muitas vezes. Certamente posso dizer que é um alívio. Não me refiro à localização geográfica, mas aos contextos.  Aqui não há contagem do Observatório da Violência Letal Intencional do RN (OBVIO) – a coisa que eu mais detestava anunciar por toda dor que representa. Não há sequer registro de assalto. Aqui não há chacina, perseguição… Não há medo (não desse gênero).

No paraíso trabalhamos de rasteirinha, sem botox nem pranchinha – e de shorts; mas, sim: nossa como tem trabalho! Imagine o peso de manter tudo bem, tudo lindo, como o paraíso deve ser. Pronto. Já sabe que é meio impossível com a nossa presença humana, né?

Infelizmente, ou felizmente, hoje não é preciso merecer o paraíso. Basta ter dinheiro suficiente. Aí é que “o bicho pega”. Há portas que o dinheiro não abre; e se arromba, não consegue recompor. Dinheiro não altera o ritmo da vida natural nem ressuscita passarinhos que, em todo o planeta, só existem aqui (coisas de paraísos).

Dinheiro não reconstrói recifes de corais cirurgicamente esculpidos pelos dentinhos de budiões coloridos, nem poderia pagar o cachê dos mais de 100 golfinhos rotadores vistos diariamente por aqui.

Estamos em Fernando de Noronha, um arquipélago com 21 ilhas, ilhotas e rochedos num espaço a perder de vista em pleno Oceano Atlântico, com 26 km² de extensão. A principal ilha ocupa cerca de 91% desse território ultramarino. Daqui, o ponto mais próximo no continente brasileiro é Natal, a 360 km.

Voltando ao trabalho no paraíso, dinheiro também não paga. Com um custo de vida a peso de euro, o salário comum ao continente se evapora a cada refeição. Mas, coube a mim somar na comunicação por eles e elas: praias, ilhas e ilhotas , flora e fauna do único arquipélago oceânico brasileiro a ter funcionamento de cidade (com mais de 5 mil habitantes!).

Hoje, na Comunicação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio Noronha) – órgão federal responsável pelas Unidades de Conservação que cobrem toda a Ilha, eu me sinto profundamente grata. Sem esse trabalho, eu talvez demorasse a entender a importância dessa autarquia que muitos imaginam ser não-governamental.

Sem Noronha não teria conhecido nomes incríveis da conservação e das artes. Isso jamais teria acontecido!

Por aqui, dizem que a Ilha escolhe quem fica. Sou merecedora disso, e sei desde o primeiro minuto. Posso até dizer que nós sabemos: eu e os que ficaram e ficam. Só esses sabem o preço.  Nada em minha vida profissional poderia se igualar à responsabilidade que adquiro hoje – o que é desgastante para mim que sofro de ansiedade fulminante. Às vezes é como estar em Lost, às vezes é como estar no céu sem ter morrido.

Não sei se até aqui consegui expressar algo parecido com o que eu vivo em função do trabalho na ilha mais sonhada do Brasil; nem sei se ficou entendido o desapego que é morar em alojamentos compartilhando ainda que não queira a sua vida pessoal com dezenas de outros.

Clarissa Paiva na labuta, em pleno paraíso (Foto: cedida)

Clarissa Paiva na labuta, em pleno paraíso (Foto: cedida)

Ainda falta o básico, a começar pela internet razoável e um computador compatível – o que temos que compensar de forma pessoal. Mas, ah! Como isso é mínimo… Faria tudo igual, mil vezes, sem hesitar (aquele tão falado propósito, sabe?)

Não sei quanto tempo ficarei aqui, mas sei que eu e essa Ilha cheia de gente extraordinária seremos sempre boas amigas, daquelas que nem alzheimer faz esquecer.

Reconheço, Carlos Santos: não dá mesmo para responder tecnicamente à pergunta inicial que você me fez, cobrando-me em texto para seus webleitores e webleitoras, uma resposta. Espero, ao menos, ter deixado cada um com vontade de preservar os paraísos que encontrar por aí.

Eles custam bem caro, num valor que não conseguiríamos estimar.

E melhor:  podem estar mais perto do que imaginamos.

Clarissa Paiva é jornalista desde 2004, servidora terceirizada do ICMBio em Fernando de Noronha e redatora do podcast “Fala, Noronha”

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Categoria(s): Crônica
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