O ecossistema partidário brasileiro encolhe de tal modo, que em breve espaço de tempo teremos um pluripartidarismo ainda mais viciado do que o existente nos últimos anos, mesmo com menor número de siglas. Ou seja, um grande paradoxo.
A redução continuada do número de partidos, através do mecanismo da cláusula de barreira, teoricamente seria para frear o excesso de legendas e melhorar a representatividade político-partidária. Inibir, por exemplo, o toma-lá-dá-cá.
Só no papel.
Na prática, marchamos para que as legendas sejam ainda mais oligárquicas, sob controle de um baronato assentado em bilhões de recursos públicos, definindo quem será ou não candidato.
Sob a ótica jurídica, o partido é uma organização de direito privado. Contudo, no Brasil, cada dia mais se transforma numa sociedade comercial sob controle de poucos, às expensas do suor de milhões de pessoas.
Marchamos para profunda limitação de voz das minorias, freio no surgimento de forças alternativas de qualidade e esfacelamento de identidade ideológica.
Está ruim e a tendência é que piore mais ainda.
Pode anotar.
Leia também: Leque de partidos encolhe; cláusula de barreira bota freio.
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