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quarta-feira - 08/09/2021 - 18:28h
Crise sem fim

País conflagrado vive o dia seguinte ao 7 de Setembro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com discurso forte em São Paulo nesse 7 de setembro (veja AQUIAQUI), insuflou seus apoiadores ao ataque. Ele mesmo, passou a apostar mais ainda no confronto com oposicionistas e em especial o Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro tratou Moraes por "Canalha" e desafiou STF a prendê-lo (Foto: reprodução)

Bolsonaro tratou Moraes por “Canalha” e desafiou STF a prendê-lo (Foto: reprodução)

“Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais! Liberdade para os presos políticos! Fim da censura! Fim da perseguição àqueles conservadores, àqueles que pensam no Brasil,” tratando o ministro do STF por “canalha”, para alegria de milhares de pessoas. E deixou claro: “Nunca serei preso”.

O dia seguinte, essa quarta-feira (8), tem suas consequências e desdobramentos que só aprofundam a crise política, institucional e econômica do país. Veja abaixo um resumo, por enquanto, dessa conflagração:

Tentativa de invasão

Manifestantes pró-Bolsonaro tentaram invadir o prédio do Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira (8/9). O grupo estava acampado na Esplanada dos Ministérios desde a segunda-feira (6/9), para os atos do Dia da Independência (7/9). Ontem, dia 7, forças de segurança do Distrito Federal contabilizaram cerca de sete tentativas de invasão do STF (veja AQUI).

O incidente no Ministério da Saúde começou quando um homem criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os manifestantes cercaram o indivíduo e atacaram equipes de televisão que estavam no local. Ele foi socorrido e levado para o interior do ministério. Os manifestantes foram à porta e tentaram forçar entrada (veja AQUI).

Rodovias bloqueadas

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou ao menos 67 bloqueios em rodovias federais de oito estados organizados por caminhoneiros autônomos. A informação foi confirmada pelo Ministério da Infraestrutura ao UOL. Os bloqueios começaram ontem, durante as manifestações do 7 de Setembro convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e seguiram ao longo desta quarta-feira (8).

Até as 17h30 foram registrados atos em rodovias da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Sul e a presença na Esplanada dos Ministérios. Há também relatos de manifestação no Rio de Janeiro (veja AQUI).

Bolsa e dólar

O dólar comercial disparou 2,89% nesta quarta-feira (8) e fechou a sessão cotado a R$ 5,326 na venda, um dia após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fazer ameaças golpistas durante atos realizados no 7 de setembro em Brasília e São Paulo. É o maior valor do dólar em mais de duas semanas, desde 23 de agosto (R$ 5,382), e a maior alta percentual diária em mais de um ano, desde 24 de junho de 2020 (3,32%).

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), despencou 3,78%, após duas altas seguidas, terminando o dia aos 113.412,84 pontos. É a maior perda percentual diária desde 8 de março (-3,98%) e o menor patamar alcançado desde 24 de março (112.064,19 pontos) – veja AQUI.

STF se pronuncia

Em recado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente do STF, Luiz Fux, afirmou hoje que ameaças à autoridade da Corte e o desprezo por decisões judiciais configuram crime de responsabilidade. Fux discursou na abertura da sessão após os denominados atos antidemocráticos de 7 de setembro (veja AQUI).

Fux fez pronunciamento hoje (Foto: UOL)

Fux fez pronunciamento hoje (Foto: UOL)

“O Supremo Tribunal Federal também não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do Chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional,” disse.

Lira prega paz

Aliado do presidente Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse hoje considerar que não há “mais espaço para radicalismos e excessos” no país, em referência aos atritos institucionais provocados por falas e atitudes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – veja AQUI.

Em recado ao chefe do poder Executivo, o deputado subiu o tom e declarou que “a Constituição jamais será rasgada” e que é hora de dar “um basta nas escaladas” conflituosas. Por outro lado, também enviou um sinal de apaziguamento e se disse aberto a conversas a fim de tentar acalmar os ânimos.

Vice descarta impeachment

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) minimizou hoje o risco de um impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dizendo que “não há clima” nas ruas e que o governo tem base no Congresso para barrar processos contra o mandatário.

“Eu não vejo que haja clima para o impeachment do presidente, tanto na população como um todo como dentro do próprio Congresso. Acho que nosso governo tem hoje uma maioria confortável, de mais de 200 deputados, lá dentro. Não é a maioria para aprovar grandes projetos, mas é uma maioria capaz de impedir que algum processo prospere contra a pessoa do presidente da República”, afirmou o vice antes do embarque para mais uma viagem a Amazônia (veja AQUI).

Nota do Blog – O presidente Bolsonaro consegue o feito de seguir como o principal opositor do próprio governo. Agudiza uma crise que desaba sobre o país e asfixia mais ainda a gestão que conduz. Fala para uma multidão de seguidores e os mantêm juntos de si, sem alargar esse capital. Sustenta-se no poder apostando no confronto, num país conflagrado, sem encontrar tempo para realmente governar.

Quem bloqueia rodovias e tenta invadir ministério e STF não é gente do Movimento dos Sem-terra (MST), bom que se diga.  São fanáticos que lhe obedecem cegamente e contribuem para piorar a situação.

Os outros poderes estão na defensiva e acabam como ‘sócios’ desse caos. O próprio STF nem de longe representa uma corte superior, confiável e republicana, onde o espírito das leis impere.

No Congresso, uma boa parcela dos parlamentares vai tirar proveito desse quadro conturbado, de olho nas urnas de 2022. O Brasil não é prioridade. Ainda não chegamos no ápice da crise. Vai piorar muito. Aguarde.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. João Claudio diz:

    A resposta ‘dura duríssima’ do stf gerou gargalhadas de norte a sul.

    Já o Lira e o Aras não passam de dois chupões de culhões.

    Meu, o dublê de presidente e moleque de berço vai concluir o seu mandato, incentivando os próximos a fazerem o mesmo ou pior.

    Tradução:

    O brasil é um país que ainda não deu certo.

  2. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    Muito embora, boa parte inconscientes do ponto de vista politico, do ridículo papel de Neo-Nazifascistas que estão a praticar em nome da Cavalgadura Mor.

    Ao fim e ao cabo, antes do que muitos possam imaginar, essa algazarra praticada com dinheiro público, terá um fim absolutamente melancólico, pra não dizer trágico com boa parte da FAMILICIA ENCARCERADA.

    Tenhamos paciência pessoal, não se apoquetem, pois o vírus da violência, da GANÂNCIA e da estupidez sem limites, cedo ou tarde se volta contra seus disseminadores…!!!

    Um baraço
    FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO
    OAB/RN. 7318

  3. Jessé de Andrade Alexandria diz:

    O golpe pariu uns jegues (Horácio das Rocas, aprendiz de filósofo).

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