Meu Carnaval tem sido de descanso e trabalho em marcha lenta.
Estava precisando para recarregar baterias. Tenho um ano em movimento, que promete ser de grandes desafios.
Eu preciso deles, os desafios. São meu combustível.
Mas tirei um dia para mirar o sertão; sentir seu cheiro, ziguezaguear por suas estradas e veredas e falar com sua gente.
Comer arroz-de-leite, lavar o rosto com água geladinha da cisterna, procurar (sem sucesso) o camaleão mimetizado na folhagem e seguir em frente, sem a pressa de chegar.
Ouvir. Observar. Falar pouco (ô! Tentei).
São coisas que me fazem bem. Sou capiau da cidade, realimentado pela vida campesina.
Até neblinou ao longo de pouco mais de 400 quilômetros percorridos.
Eu pedia chuvas caudalosas, antes de viajar. Há-as permanentemente em meus sonhos. Vislumbro-as da casinha – imaginária – fertilizando o chão que dá cria à vida semeada.
O sertão verdinho, animais pastando, o sertanejo sorrindo, é como retempero para continuar a rotina que me empolga nesta página e outras tarefas.
Voltei olhando pela janela do carro e no retrovisor o que ia deixando para trás e ao largo: aquele sol engolido por nuvens densas, teimando em ficar.
Eu não me demorei. Mas trouxe todas as imagens e impressões em meus sentidos. Não ficaram para trás; carrego-as em mim.
Reencontrei-me para continuar minha marcha. Já no beicinho da noite avistei minha cidade.
Hora de começar tudo de novo. Em paz!