domingo - 03/11/2024 - 08:38h

Por Bruno Ernesto

Tela constante do acervo do Palácio D´Ouro, em Ouro Preto/MG (Imagem reproduzida por Bruno Ernesto)

Tela constante do acervo do Palácio D´Ouro, em Ouro Preto/MG (Imagem reproduzida por Bruno Ernesto)

Decerto você deve estar a pensar que desde o meu último texto, inicie alguma espécie de série, antologia, volume, talvez o primeiro tomo, sobre nomes de pessoas.

Lhe garanto que é pura coincidência.

Na crônica intitulada Jão (//blogcarlossantos.com.br/jao/), falei sobre a origem do meu nome e a correlação entre nome, geração e personalidade. O meu, como disse, vem de um solo.

Apesar de alguns nomes, tidos como tradicionais, ainda terem forte apelo regional e serem bastante utilizados ainda, um detalhe sempre chamou a atenção de muitas pessoas.

Alguns deles tem uma correlação – um tanto injusta -, com a idade biológica, embora atemporais.

Você, por acaso, já conheceu um Bruno de 80 anos de idade? Rebeca? Letícia? Larissa? Marina? Talvez, Melissa?

Eu, particularmente, nunca conheci.

Tomando como mote os Joões, a que me referi na minha crônica anterior, João embora tenha a injusta correlação com sendo de uma pessoa idosa, se composto, como João Paulo, já se transfigura como sendo de uma pessoa jovem.

Puxei rapidamente pela memória, e só me recordo de dois Joões Paulos idosos: o Papa João Paulo II e o filósofo e escritor francês, Jean-Paul Sartre.

É interessante destacar que há uma profusão de memes na internet correlacionando o nome à real idade de algumas pessoas, fazendo crer que é muito estranho, e engraçado, algumas crianças dessa geração serem nominadas com nomes que, aparentemente, só conhecemos como pessoas idosas, e cujos os nomes eram tradicionalmente utilizados por duas ou três gerações anteriores à nossa, como se o idoso brotasse no mundo já idoso.

Embora, de fato, alguns nomes tradicionais soem estranhos nessa geração, o novo de hoje – se tudo der certo -, vai ser idoso um dia. Claro que as cirurgias plásticas, cuidados médicos, nutrição e saúde mental – me desculpe o pleonasmo – serão um plus a mais.

Pois bem. Parece que, para mim, tem se aproximado bem mais rápido do que pensava – o que não acredito muito -, uma vez que, ao olhar os meus documentos pessoais, o meu ano de nascimento me enquadra como sendo da geração millennials.

Talvez, a estética seja o detalhe. Refletindo melhor, talvez não.

Quero acreditar – amiúde – que o costume ainda possa prevalecer, em certas situações, apenas como vocativo; como termo genérico para chamar alguém que não se conhece pelo nome, como por exemplo, chamar alguma mulher pelo vocativo genérico de Dona Maria. Será? Não sei.

O que de fato me ocorreu é que, durante a última edição do programa Justiça na Praça, ocorrida no dia 31 de outubro, promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (TJRN), em parceria com a Prefeitura Municipal de Mossoró e outras entidades, colaborei com o atendimento da população que buscou os serviços oferecidos na Estação das Artes de Mossoró e, num deles, após esclarecer e tirar algumas dúvidas de uma jovem que acompanhava a sua mãe, após ouvir atentamente as explicações e orientações, me agradeceu fervorosamente:

– Obrigada, seu Zé!

Minha filha, Melissa, como diz o velho provérbio nordestino – desculpe o trocadilho -, gaitou.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica

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