domingo - 07/07/2013 - 12:11h

A história que não te contaram

Por Samila Marissa

Uma carta a você que, como eu, é cidadão brasileiro.

Afinal, o que diabos era aquele monte de gente de jaleco branco gritando hoje no meio da rua? E aqueles meninos de cara pintada entoando o hino nacional? E o que você tem a ver com tudo isso?

Bom, meus amigos, o movimento de hoje tinha a intenção de esclarecer a população sobre a vinda de “médicos estrangeiros sem revalidação de diploma”. E o que é isso, afinal de contas?

Nossa presidente anunciou, em pronunciamento na TV, que a proposta para resolver os problemas da saúde brasileira é trazer de outros países milhares de médicos. Mas… isso é bom ou ruim? Ora, se eu chegar pra qualquer cristão e perguntar “você queria mais médicos para atender a população?”, uma boa maioria responderá “sim, claro”, como demonstrou pesquisa do Datafolha (ver referência 1), em que 47% dos brasileiros foram a favor.

Mas… e os 48% da população que foram contra? Será que são todos parentes de médicos e opinaram contra só pro pai/mãe/tio não ter concorrência no mercado? Ou será que eles ouviram o outro lado da história?

Permita-me, meu caro, falar sobre a história que não te contaram…

Há muitos, muitos, muitos anos, na época da Guerra Fria, numa ilha distante, chamada Cuba, a União Soviética investiu dinheiro na saúde. Formaram-se muitos médicos, e Cuba ganhou fama de ter Medicina de ponta. Todavia, o tempo foi passando… Cuba passou de suposto socialismo para ditadura, sofreu deterioração de sua infraestrutura e de seus serviços, mas persistiu a fama da boa medicina.

Fidelzinho, que não é besta nem nada, percebeu que exportar seus médicos seria um negócio e tanto. E é, de fato: rende mais de 5 bilhões de dólares ao ano para o regime cubano, segundo a BBC Brasil (ver referência 2). Isso se faz não é de hoje, e não é só para o Brasil. Há MILHARES de médicos cubanos nos países subdesenvolvidos mundo afora.

Mas afinal, como a ditadura cubana ganha este dinheiro?

Primeiro, explorando os médicos cubanos, uma vez que porcentagem maciça do salário destes volta pro governo cubano; depois, através de favores intergovernamentais, como doação de barris de petróleo e barrinhas de ouro.

Tais médicos cubanos (os “criados para exportação”) são treinados para trabalhar em situações de guerra e em locais precários. São treinados para atender em países miseráveis e recebem treinamento militar, ou seja, estão acostumados à desgraça.

E muitas vezes são obrigados a ver seus pacientes morrerem, já que, como é de se supor, campos de guerra têm situações precárias de atendimento.

E se isso tudo é verdade… por que os médicos cubanos ainda se submetem a tal situação? Primeiro, porque quem vive em uma ditadura tem poucas escolhas; depois, porque, por pior que seja o país para onde eles serão mandados, ainda será melhor do que a exploração à qual são submetidos em Cuba.

Mas já que a situação no Brasil está tão grave… será que os médicos cubanos não melhorariam “alguma coisa”? Bom, temos uma experiência semelhante no Brasil, no Estado do Tocantins. Foi uma das maiores histórias de erro médico deste país. Por quê?

Ora, minha gente… imagine você ser jogado num país estranho, do dia para a noite, para consultar pacientes em condições de trabalho precárias, sem entender o que o paciente fala, com nomes de medicamentos e doenças diferentes, com diretrizes, protocolos e realidade sanitárias COMPLETAMENTE DIFERENTES! Resultado: caos. Tanto que a justiça federal proibiu os profissionais estrangeiros de atuarem no Tocantins naquela época (ver referência 3).

Agora o senhor me diz… “Mesmo assim, ainda faltam médicos no interior deste país!”. E aí eu respondo pro senhor… “faltam, sim”. E sabe por quê?

Porque os gestores de muitas (não todas) das nossas prefeituras obrigam os médicos a trabalharem do jeito que eles querem, fazendo “falcatruas”, beneficiando familiares, atendendo 50 pacientes numa manhã, sem nem deixar o paciente sentar, só para garantir mais votos ao prefeito. E nos pagam um ou dois meses, e depois nos dão um legítimo “pé-na-bunda”… sem falar nos que passam a mão em boa parte do salário do médico.

Trazer os “meninos de Fidel” é a oportunidade perfeita pros políticos brasileiros escravizarem os médicos cubanos, e, na cabeça deles, também os brasileiros.

Eu sei que você precisa de um SUS de qualidade. Eu também preciso. Eu sei que você é um trabalhador. Eu e meus colegas também somos. Estudamos 6 anos na graduação, manhã, tarde e noite; e mais 3 a 6 anos numa residência médica (especialização) que paga 2 mil reais por uma carga horária mínima de 60 horas semanais. E ainda levamos nome de “mercenários” de algumas criaturas.

Nós merecemos, sim, bons salários. Mas não é por fortunas que lutamos. É apenas por uma carreira de estado que nos pague dignamente. E o senhor, merece, sim, ser bem atendido. Era por isso que os meninos de cara pintada gritavam hoje na rua: por uma saúde de qualidade, por uma carreira de estado para os médicos, por uma formação de qualidade e por UMA PROVA DE REVALIDAÇÃO.

Submeter os estrangeiros a uma prova é garantir que só atuará no Brasil aqueles que conseguirem falar português com desenvoltura, aqueles que dominem bem a medicina, e não simplesmente os treinados nos “criadouros de Fidel”.

No mais, saúde não se faz só de médico. É preciso investir na atenção básica, nos hospitais e nas outras profissões da saúde. E lembrem-se: médico ruim e bom tem em todo lugar: no Brasil, em Cuba, na Espanha, em Portugal (há boatos de que os espanhóis e portugueses não pretendem vir – referência 4). Não generalize. E não nos diminua só porque um médico brasileiro um dia o atendeu mal. Venha de onde vier, todo profissional tem que mostrar ser apto para exercer a profissão que escolheu.

Nós não temos a solução para todos os problemas. Mas nós temos vozes que clamam por melhorias. E sabemos que um problema não se resolve criando outro muito maior. Então, meu amigo, lembre-se: nós todos merecemos muito mais do que migalhas. Nós merecemos o banquete completo.

Um abraço.

Samila Marissa é integrante do Centro Acadêmico da Faculdade de Medicina da Uern

Se você duvidou de alguma coisa neste texto, leia as referências:

1. //noticias.terra.com.br/educacao/datafolha-pais-se-divide-sobre-vinda-de-medicos-estrangeiros,1107c79eba99f310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html
2. //www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130608_cuba_medicos_pai.shtml
3. //www.cremego.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=24791&catid=3%3Aportal
4. //www.hc.ufpr.br/?q=content%2Fnão-virão-médicos-portugueses-e-espanhóis-virão-cubanos-diz-presidente-do-cfm
5. OPINIÃO DA OMS: //www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130517_oms_brasilmedicos_fl.shtml

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Manoel diz:

    Belo artigo Dra., no entanto, ainda sou a favor da vinda de médicos estarngeiros, para atender em nosso país, pois como a senhora bem falou, médicos incapacitados tem em todo lugar”.

  2. RC 50 diz:

    MINHA FUTURA DRª ZINHA,ANTES DE FAZER UMA CARTA DESSE PORTE E CHAMAR SEUS COLEGAS CUBANOS DE “MENINOS DE FIDEL”,PROVANDO QUE EXISTE UM RANSO DE DISCRIMINAÇÃO E DE DESPREZO EM SUAS PALAVRAS,QUE COM CERTEZA NÃO FORAM FORMADOS NAS COXAS E NÃO TIVERAM VIDA DE PRATICINHAS E DE PLAYBOIS COMO A MAIORIA DE SEUS COLEGAS AQUI NO BRASIL,QUE PELA CONDIÇÃO IMPOSTA PELO IMPERIALISMO ESCRAVOCATA DOS EUA,QUE COM CERTEZA VOCÊ NÃO CHAMA DE DITADURA,NÃO GOZAM DA BOA VIDA E COM CERTEZA NÃO VÃO QUERER POR UMA CLÍNICA QUE COMO AS DE HOJE QUE COBRAM CERCA DE R$ 200,00 PAUS POR CONSULTA,AFORA EXAMES CARÍSSIMOS,PARA PODER CHAMAR DE “CRIADOUROS DE FIDEL”VOCÊ PRECISA ESTUDAR HISTÓRIA E ACIMA DE TUDO POLÍTICAS PÚBLICAS NA ÁREA DA SAÚDE,LOGO ABAIXO ESTÁ A REALIDADE DE CUBA E DA ATUAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS MÉDICOS NO BRASIL POR HABITANTE.
    Médicos cubanos, quem não os quer? Só os privatistas de jaleco perfumado não gostam!
    Em Cuba existe um médico para cada 186 habitantes. Além de excelentes centros curativos, a medicina preventiva cobre todo o território nacional. A mortalidade infantil é de 4,9 por mil nascidas vivas; menor, portanto que nos EUA que é de 5,1. A expectativa de vida ao nascer é de 78,8 anos; igual ao dos países mais desenvolvidos. (OMC)
    BRASIL
    Na média nacional, o Brasil tem 1,8 médicos por mil habitantes; porém muito mal distribuídos. Em Brasília temos 4,3 médicos por mil. Em 22 estados temos menos de um por mil. ( MS)
    Pesquisas recentes, realizadas pelo Ipea (federal) a pedido do Ministério da Saúde dão conta que, expressivos 60% da população aponta a falta de médicos como o problema mais grave do SUS. Por outro lado, a Frente Nacional de Prefeitos vem reivindicando com força, junto ao MS, a contratação de médicos estrangeiros. Notem que na Inglaterra 40% dos médicos em atividade cursaram faculdade fora do país e nos EUA 25%. (Folha 18-05-13)
    Diante do quadro exposto acima, o governo Dilma decidiu contratar médicos estrangeiros para suprir as deficiências no interior do país. Paralelamente foi anunciado que já havia contato com o governo de Cuba para a contratação de 6 mil médicos. Aí começou a gritaria, um verdadeiro pandemônio. O Conselho Federal de Medicina, com toda a generosidade da velha mídia, acenou com fogos do inferno contra as contrataçôes. O assunto ocupou largos espaços na mídia na última semana.
    MEDICINA MERCANTIL
    Mas por que tanta gritaria? A resposta nos virá com clareza se atentarmos para os diferentes modelos no cultivo da saúde do povo. A lógica dos mercados vê na doença, uma oportunidade de negócios e lucros. O mesmo acontece na prevenção, onde vemos médicos lendo diagnósticos elaborados por aparelhos sofisticados e caros. Por isto, o sistema de saúde nos EUA é o mais caro do mundo e não é o melhor. As faculdades de medicina seguem em geral a lógica dos mercados. O sistema de saúde cubano está entre os melhores do mundo. Isto tem sido recorrentemente atestado pela Organização Mundial de Saúde e a ONU já expressou inúmeros elogios à saúde pública daquele país, onde tudo é gratuito. Sendo Cuba um país pobre, onde está o segredo? Médico de família, medicina preventiva, enfim, evitar que a pessoa fique doente.
    TESTEMUNHO
    Sobre a saúde pública cubana,veja o que disse a revista médica estadunidense New England Journal of Medicine:
    “O sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso (dos EUA) não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”
    Não esqueçamos, isto quem disse foi uma revista médica dos EUA. Está aí o nome, é fácil conferir.
    Quanto menos doente e menos doença, menos lucro logo………………………….
    Gostaria de ouvir sua resposta. CUBANOS NA PERIFERIA JÁ DE GRAÇA! PRO POVO EXCLUÍDO! MEDICINA VERDADEIRA É A PREVENTIVA!

    • pdh diz:

      oh! que legal. RC 50, vc entende muito do sistema de saúde cubano? compare com o do Canada, Inglaterra, França e com o nosso SUS( pelo menos no plano teórico), veras que há semelhanças, ou não?. Agora porque nestes países o sistema de saúde funciona? eu me pergunto: será que os médicos são super sayajin? será uma vocação divina? …nossa excelentíssima que tanto entende de medicina preventiva vai trazer os cubanos para fortalecer a atenção primária, que legal! tudo vai ficar bem, médico não precisam de infraestrutura para trabalhar, médicos precisam de um esteto, uma caneta e um receituário, afinal é medicina para pobre mesmo,se vcs adoecerem tem o Sírio libanes, e o próximo ano tem eleição,hah a eleição! então, meu caro RC50, daqui há 6 anos vc estará comentando os benefícios da vinda desses excelentíssimos profissionais,quantas vidas salvas, a reeleição desta cangaceira, o hexa, e como nosso somos estúpidos… ou talvez vc ou algum parente seu( que Deus o livre) tenha precisado do SUS(refiro-me a emergência) e vc vera se faltam médicos competentes ou se talvez o que falte é infraestrutura e bons gestores.

  3. Raimundo nonato sobrinho nonato diz:

    SAmila Marissa: Meu nome é Raimundo Nonato Sobrinho; meu codinome é Cinquentinha e sou um simples humilde Técnico de Enfermagem na Empresa Prefeitura Municipal de Mossoró, e permita lhe fazer uma pergunta e me responda claramente com a clareza que escreveu este belíssimo texto para que eu tenha a nítida consciência de não ser injusto com a mestre, porque não me refutarei de fazer meu julgamento pela sua bela iniciativa de levar ao conhecimento do povo Mossoroense o que significa a importação de médicos estrangeiros para o Brasil. Não só os Cubanos.
    Por onde andavas quando 98% do eleitor mossoroense votou na corrupção e a Senhorita não interveio para que a CORRUPÇÃO não vencesse as eleições e este quadro caótico a que a mestre tenta nos passar, e que é a verdade nua e crua pudesse se materializar. Quem sabe que com a sua intervenção as coisas hoje não fossem diferente; mais não me lembro da sua intervenção, nem lembro da sua presença no combate a corrupção, nem na defesa da CIDADANIA. Desculpe-me pela franqueza.

  4. Raimundo nonato sobrinho nonato diz:

    Samila Marissa: Mais fácil ainda é a senhorita me responder porque Mais de 90% dos médicos que atuam no PSF no município de Mossoró não cumprem com 50% da jornada de trabalho, e não é uma pequena minoria como disse o Dr Ronaldo Fixina se desculpando que em toda categoria tem os maus profissionais. São a maioria. Se Mossoró é um Grande centro, tem uma boa estrutura física, tem um orçamento de 500 milhões “ano”e os médicos assinam um contrato e não honram, me diga o motivo, ou melhor diga para o povo mossoroense os reais motivos, não esconda nada para que meu julgamento como cidadão seja mais isento possível.
    CORRUPTOS E CORRUPTORES IGUALZINHO A CONIVENTES E FRAUDADORES. VOCÊ NÃO CONCORDA.

  5. Carlos diz:

    Segundo o texto acima: ” No mais, saúde não se faz só de médico “. Exatamente querida, aí eu te pergunto: então o por quê do ATO MÉDICO ? que quer concentrar o conhecimento de todos os outros profissionais da área da saúde ? Se este absurdo não for vetado, comigo não irá funcionar, pois quem estudou foi eu e quem entende da minha profissão sou eu !!!! Se diagnosticar, vai ter que tratar !!!

  6. jb diz:
  7. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Cara Samira, não duvidei de forma nenhuma, assim como não duvida que os interesses corporativistas da classe médica brasileira, historicamente sempre esteve a frente de qualquer valor e (ou) princípio, sobretudo os que vinculam diretamente os interesses da maioria desassistida da sociedade brasileira.

    Aliás, essa não é necessariamente uma característica corporativa da classe, mesmo porque salvo raríssimas exceções – se é que elas existem – as corporações dos chamados dos profissionais liberais em nosso país, sobretudo a classe médica, pratica a chamada política do salve-se quem puder, quando efetivamente não só impõe aos governos, os seus interesses de classe das diversas formas.

    É todo sabido, que o processo de privatização da saúde em nosso é iniciado e aprofundado após o GOLPE DE 31 DE MARÇO DE 1964,, sem dúvida é o maior obstáculo a que efetivamente o chamado SUS, SISTEMA UNIVERSAL DE SAÚDE seja minimamente implementado em nosso país, mormente nas cidades do interior, onde o grau de analfabetismo, desinformação e alienação política proporcionam aos ditos gestores – muitas vezes coincidentemente médicos – verdadeira farra, verdadeiro uso e abuso na administração fascista, farsesca, autoritária e corrupta desse bem indispensável, que por lei, todo cidadão brasileiro de acordo com a nossa Lex Mater, deve dispor em qualquer situação e em qualquer época de sua vida.

    Sabemos mais ainda do corporativismo diretamente vinculada aos interesses políticos de meia dúzia, que sucateou a saúde pública em benefício da iniciativa privada, e que enriqueceu muito doutor por aqui, sendo que estes, no mais das vezes querem por querem aumentos e aumentos nos vencimentos para tratar a população que os paga da forma que todo mundo sabe.

    Nesse contexto, mossoró dita terra da liberdade…de alguns e de escravidão da maioria, há décadas verdadeiramente nos da´exemplos de como não se deve administrar, verbas, valores e repasses federais na direção de uma assistência hospitalar – verdadeiro caso de CP’IS, INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E VERDADEIRO CASO DE POLÍCIA -de uma cidade epicentro a atender cerca de direta e (ou) indiretamente uma população média de 800.000 (Oitocentas) mil pessoas.

    Com o devido respeito as arguições da Senhorita Samila Marisa, ela é apenas e tão somente, mais uma a embarcar no mundo do faz de conta da assistência médico hospitalar em nosso país, onde sabidamente médicos no mais das vezes se formam sob o viés da filosofia e da ideologia do patrimonialismo a qualquer preço, relegando a sua função primordial que é salvar vidas se possível for e tentar dar uma melhor qualidade de vida a população de um modo geral, sobretudo através da chamada medicina preventiva, que praticamente não é exercida e praticada no Brasil, exatamente em função do aprofundamento da privatização da assistência hospitalar e também em função especialização desenfreada, fazendo com que muitos médicos muitas vezes não tenham a devida capacidade de fazer uma simples anaminese.

    A esse respeito, peço vênia para transcrever artigo da revista FORUM, no qual fica verdadeiramente explícitos os reais motivos e as reais razões de tanta gritaria da classe médica com relação a possível vinda de médicos cubanos ao nosso país, se não vejamos:

    Por que os médicos cubanos assustam

    Elite corporativista teme que mudança do foco no atendimento abale o nosso sistema mercantil de saúde

    Por Pedro Porfírio

    A virulenta reação do Conselho Federal de Medicina contra a vinda de 6 mil médicos cubanos para trabalhar em áreas absolutamente carentes do país é muito mais do que uma atitude corporativista: expõe o pavor que uma certa elite da classe médica tem diante dos êxitos inevitáveis do modelo adotado na ilha, que prioriza a prevenção e a educação para a saúde, reduzindo não apenas os índices de enfermidades, mas sobretudo a necessidade de atendimento e os custos com a saúde.

    Essa não é a primeira investida radical do CFM e da Associação Médica Brasileira contra a prática vitoriosa dos médicos cubanos entre nós. Em 2005, quando o governador de Tocantins não conseguia médicos para a maioria dos seus pequenos e afastados municípios, recorreu a um convênio com Cuba e viu o quadro de saúde mudar rapidamente com a presença de apenas uma centena de profissionais daquele país.

    A reação das entidades médicas de Tocantins, comprometidas com a baixa qualidade da medicina pública que favorece o atendimento privado, foi quase de desespero. Elas só descansaram quando obtiveram uma liminar de um juiz de primeira instância determinando em 2007 a imediata “expulsão” dos médicos cubanos.

    No Brasil, o apego às grandes cidades

    Dos 371.788 médicos brasileiros, 260.251 estão nas regiões Sul e Sudeste

    Neste momento, o governo da presidenta Dilma Rousseff só está cogitando de trazer os médicos cubanos, responsáveis pelos melhores índices de saúde do Continente, diante da impossibilidade de assegurar a presença de profissionais brasileiros em mais de um milhar de municípios, mesmo com a oferta de vencimentos bem superiores aos pagos nos grandes centros urbanos.

    E isso não acontece por acaso. O próprio modelo de formação de profissionais de saúde, com quase 58% de escolas privadas, é voltado para um tipo de atendimento vinculado à indústria de equipamentos de alta tecnologia, aos laboratórios e às vantagens do regime híbrido, em que é possível conciliar plantões de 24 horas no sistema público com seus consultórios e clínicas particulares, alimentados pelos planos de saúde.

    Mesmo com consultas e procedimentos pagos segundo a tabela da AMB, o volume de clientes é programado para que possam atender no mínimo dez por turnos de cinco horas. O sistema é tão direcionado que na maioria das especialidades o segurado pode ter de esperar mais de dois meses por uma consulta.

    Além disso, dependendo da especialidade e do caráter de cada médico, é possível auferir faturamentos paralelos em comissões pelo direcionamento dos exames pedidos como rotinas em cada consulta.

    Sem compromisso em retribuir os cursos públicos

    Há no Brasil uma grande “injustiça orçamentária”: a formação de médicos nas faculdades públicas, que custa muito dinheiro a todos os brasileiros, não presume nenhuma retribuição social, pelo menos enquanto não se aprova o projeto do senador Cristóvam Buarque, que obriga os médicos recém-formados que tiveram seus cursos custeados com recursos públicos a exercerem a profissão, por dois anos, em municípios com menos de 30 mil habitantes ou em comunidades carentes de regiões metropolitanas.

    Cruzando informações, podemos chegar a um custo de R$ 792.000,00 reais para o curso de um aluno de faculdades públicas de Medicina, sem incluir a residência. E se considerarmos o perfil de quem consegue passar em vestibulares que chegam a ter 185 candidatos por vaga (UNESP), vamos nos deparar com estudantes de classe média alta, isso onde não há cotas sociais.

    Um levantamento do Ministério da Educação detectou que na medicina os estudantes que vieram de escolas particulares respondem por 88% das matrículas nas universidades bancadas pelo Estado. Na odontologia, eles são 80%.

    Em faculdades públicas ou privadas, os quase 13 mil médicos formados anualmente no Brasil não estão nem preparados, nem motivados para atender às populações dos grotões. E não estão por que não se habituaram à rotina da medicina preventiva e não aprenderam como atender sem as parafernálias tecnológicas de que se tornaram dependentes.

    Concentrados no Sudeste, Sul e grandes cidades

    Números oficiais do próprio CFM indicam que 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades. Boa parte da clientela dos hospitais municipais do Rio de Janeiro, por exemplo, é formada por pacientes de municípios do interior.

    Segundo pesquisa encomendada pelo Conselho, se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes.

    A pesquisa “Demografia Médica no Brasil” revela que há uma forte tendência de o médico fixar moradia na cidade onde fez graduação ou residência. As que abrigam escolas médicas também concentram maior número de serviços de saúde, públicos ou privados, o que significa mais oportunidade de trabalho. Isso explica, em parte, a concentração de médicos em capitais com mais faculdades de medicina. A cidade de São Paulo, por exemplo, contava, em 2011, com oito escolas médicas, 876 vagas – uma vaga para cada 12.836 habitantes – e uma taxa de 4,33 médicos por mil habitantes na capital.

    Mesmo nas áreas de concentração de profissionais, no setor público, o paciente dispõe de quatro vezes menos médicos que no privado. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, o número de usuários de planos de saúde hoje no Brasil é de 46.634.678 e o de postos de trabalho em estabelecimentos privados e consultórios particulares, 354.536.Já o número de habitantes que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) é de 144.098.016 pessoas, e o de postos ocupados por médicos nos estabelecimentos públicos, 281.481.

    A falta de atendimento de saúde nos grotões é uma dos fatores de migração. Muitos camponeses preferem ir morar em condições mais precárias nas cidades, pois sabem que, bem ou mal, poderão recorrer a um atendimento em casos de emergência.

    A solução dos médicos cubanos é mais transcendental pelas características do seu atendimento, que mudam o seu foco no sentido de evitar o aparecimento da doença. Na Venezuela, os Centros de Diagnósticos Integrais espalhados nas periferias e grotões, que contam com 20 mil médicos cubanos, são responsáveis por uma melhoria radical nos seus índices de saúde.

    Cuba é reconhecida por seus êxitos na medicina e na biotecnologia

    Em sua nota ameaçadora, o CFM afirma claramente que confiar populações periféricas aos cuidados de médicos cubanos é submetê-las a profissionais não qualificados. E esbanja hipocrisia na defesa dos direitos daquelas pessoas.

    Não é isso que consta dos números da Organização Mundial de Saúde. Cuba, país submetido a um asfixiante bloqueio econômico, mostra que nesse quesito é um exemplo para o mundo e tem resultados melhores do que os do Brasil.

    Quando esteve em Cuba, em 2003, a deputada Lilian Sá
    foi conhecer com outros parlamentares o médico de família,
    uma equipe residente no próprio conjunto habitacional

    Graças à sua medicina preventiva, a ilha do Caribe tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América e do Terceiro Mundo – 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Da mesma forma, a expectativa de vida dos cubanos – 78,8 anos (contra 60 anos em 1959) – é comparável a das nações mais desenvolvidas.

    Com um médico para cada 148 habitantes (78.622 no total) distribuídos por todos os seus rincões que registram 100% de cobertura, Cuba é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a nação melhor dotada do mundo neste setor.

    Segundo a New England Journal of Medicine, “o sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”.

    O Brasil forma 13 mil médicos por ano em 200 faculdades: 116 privadas, 48 federais, 29 estaduais e 7 municipais. De 2000 a 2013, foram criadas 94 escolas médicas: 26 públicas e 68 particulares.

    Formando médicos de 69 países

    Estudantes estrangeiros na Escola Latino-Americana de Medicina

    Em 2012, Cuba, com cerca de 13 milhões de habitantes, formou em suas 25 faculdades, inclusive uma voltada para estrangeiros, mais de 11 mil novos médicos: 5.315 cubanos e 5.694 de 69 países da América Latina, África, Ásia e inclusive dos Estados Unidos.

    Atualmente, 24 mil estudantes de 116 países da América Latina, África, Ásia, Oceania e Estados Unidos (500 por turma) cursam uma faculdade de medicina gratuita em Cuba.

    Entre a primeira turma de 2005 e 2010, 8.594 jovens doutores saíram da Escola Latino-Americana de Medicina. As formaturas de 2011 e 2012 foram excepcionais com cerca de oito mil graduados. No total, cerca de 15 mil médicos se formaram na Elam em 25 especialidades distintas.

    Isso se reflete nos avanços em vários tipos de tratamento, inclusive em altos desafios, como vacinas para câncer do pulmão, hepatite B, cura do mal de Parkinson e da dengue. Hoje, a indústria biotecnológica cubana tem registradas 1.200 patentes e comercializa produtos farmacêuticos e vacinas em mais de 50 países.

    Presença de médicos cubanos no exterior

    Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Nenhuma outra nação do mundo, nem mesmo as mais desenvolvidas, teceu semelhante rede de cooperação humanitária internacional. Desde o seu lançamento, cerca de 132 mil médicos e outros profissionais da saúde trabalharam voluntariamente em 102 países.

    No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. Atualmente, 31 mil colaboradores médicos oferecem seus serviços em 69 nações do Terceiro Mundo.

    No âmbito da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), Cuba e Venezuela decidiram lançar em julho de 2004 uma ampla campanha humanitária continental com o nome de Operação Milagre, que consiste em operar gratuitamente latino-americanos pobres, vítimas de cataratas e outras doenças oftalmológicas, que não tenham possibilidade de pagar por uma operação que custa entre cinco e dez mil dólares. Esta missão humanitária se disseminou por outras regiões (África e Ásia). A Operação Milagre dispõe de 49 centros oftalmológicos em 15 países da América Central e do Caribe. Em 2011, mais de dois milhões de pessoas de 35 países recuperaram a plena visão.

    Quando se insurge contra a vinda de médicos cubanos, com argumentos pueris, o CFM adota também uma atitude política suspeita: não quer que se desmascare a propaganda contra o regime de Havana, segundo a qual o sonho de todo cubano é fugir para o exterior. Os mais de 30 mil médicos espalhados pelo mundo permanecem fiéis aos compromissos sociais de quem teve todo o ensino pago pelo Estado, desde a pré-escola e de que, mais do que enriquecer, cumpre ao médico salvar vidas e prestar serviços humanitários.

    Espero que a leitura, e especial desse artigo, possa fazer refletir, inclusive alguns médicos formandos.

    Um baraço
    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

  8. Francy Granjeiro diz:

    A história que nao te contaram é essa Carlos Santos
    B O M B A – Atenção,atenção, é Gravíssimo
    por Rodrigo Vianna

    Conversei com duas fontes importantes, que trouxeram esclarecimentos sobre o episódio da sonegação de impostos da Globo, denunciada pelo blog “O Cafezinho” de Miguel do Rosário.

    Uma das fontes é um ex-funcionário público (que conhece bem instituições como a Receita Federal e o Ministério Público no estado do Rio). Esse homem é o mesmo que Miguel do Rosário tem chamado de “garganta profunda”. Por isso, também o chamaremos assim nesse texto.

    A segunda fonte (será chamada aqui de “fonte 2″) é uma pessoa que esteve no governo federal (funcionário de carreira), nunca exerceu cargos eletivos, mas sabe muito sobre os bastidores do poder – e suas intercessões com o mundo das finanças e da mídia.

    Seguem abaixo as informações que recebi dos dois.

    texto é longo, mas peço atenção porque trata de assunto gravíssimo.

    1 – O blog “O Cafezinho” publicou apenas 12 páginas de uma imensa investigação contra a Globo. Onde está o processo original? Onde estão as centenas de páginas até agora não reveladas? Um mistério.

    O “garganta profunda” garante que funcionários da Receita Federal no Rio estariam “em pânico” (são palavras dele) porque o processo contra a Globo simplesmente sumiu! Sim. O processo não foi digitalizado, só existe em papel. O deputado Protógenes Queiroz (que pretende abrir uma CPI para investigar a Globo) também considera “estranho” que não haja “back-up” da investigação.

    “Mas como um processo some desse jeito?” pergunto incrédulo. E o “garganta profunda” responde com um sorriso: “há advogados especializados nisso, e às vezes o sumiço físico de um processo é a única forma de evitar danos maiores quando se enfrenta uma investigação como essa contra a Globo”. Insisto: “mas quem teria pago pro processo desaparecer?”. E o “garganta profunda” responde com um sorriso apenas.

    2 – Importante compreender que, na verdade, há uma investigação contra a Globo que se desdobra em dois processos.

    Tudo começa com o ”Processo Administrativo Fiscal” de número 18471.000858/2006-97 , conduzido pelo auditor fiscal Alberto Sodré Zile; era a investigação propriamente tributária, no decorrer da qual descobriu-se a (suposta) conta da Globo em paraíso fiscal e a sonegação milionária.

    Ao terminar a investigação, no segundo semestre de 2006, Zile constatou “Crime contra a Ordem Tributária” e por isso pediu a abertura de uma“Representação Fiscal para Fins Penais” (ou seja: investigação criminal contra os donos da Globo) que recebeu o número 18471.001126/2006-14.

    3 – Um dos indícios de que há algo errado com os dois processos contra a Globo surge quando realizamos a consulta ao site ”COMPROT” (qualquer cidadão pode entrar no site“COMPROT” do Ministério da Fazenda e fazer a consulta – digitando os números que reproduzi no item acima).

    Ao fazê-lo, aparecem na tela as seguintes informações:

    “MOVIMENTADO EM: 29/12/2006″
    “SITUAÇÃO: EM TRÂNSITO”.

    4 – Um processo (ou dois!!!) pode ficar ”em trânsito” durante seis anos e meio? Isso não existe. Onde foi parar o processo? Entrou em licença médica? Repousa em algum escaninho? Viajou para as Ilhas Virgens Britânicas? Ou desapareceu no buraco negro que parece unir o Jardim Botânico ao Planalto Central?

    A “fonte 2″ esclarece que a investigação deveria ter seguido dois caminhos:

    – a Globo poderia continuar discutindo o imposto devido nas instâncias administrativas da Receita (para isso, teria que pagar o valor original e discutir a multa);
    – o Ministério Público Federal no Rio deveria ter iniciado uma investigação dos aspectos criminais (esse era o caminho depois da “Representação Fiscal para Fins Penais” apresentada pelo auditor Zile).

    5 – Se a Globo tivesse feito recursos administrativos na Receita, isso deveria constar no site “COMPROT”. Mas a última movimentação é de 29/12/2006 – como qualquer cidadão pode confirmar realizando a consulta. O que se passou?

    Onde está o processo?

    O “garganta profunda” garante: “o processo teria sido sido retirado do escritório da Receita do Rio, desviado de forma subterrânea”. Essa informação, evidentemente, ainda precisa ser confirmada.

    6 – Se o processo original sumiu, como se explica que Miguel do Rosário tenha obtido as 12 páginas já publicadas em “O Cafezinho”? Aí está outra parte do segredo e que vamos esclarecer agora: um homem – não identificado – teria conseguido preservar o processo original (e feito pelo menos mais uma cópia, na íntegra, para se proteger). As 12 páginas seriam, portanto, “só um aperitivo do que pode vir por aí”, garante o “garganta profunda”.

    7 – O que mais há no processo? Detalhes sobre contas em paraísos fiscais, e os nomes dos donos da Globo associados a essas contas, além de muitos outros detalhes – diz o “garganta profunda”, único a manter contato permanente com o homem que hoje possuiria o processo na íntegra. Seriam provas avassaladoras, “com nome, endereço e tudo o mais”. Em suma: uma bomba atômica contra a Globo.

    8 – Abrimos aqui um parêntesis. A “fonte 2″ garante-me que em 2003 a família Marinho procurou o governo Lula para pedir ajuda. A Globo estava a ponto de quebrar (graças às barbeiragens com a GloboCabo, que contraiu dívidas em dólar e viu essa dívida se multiplicar por quatro depois da desvalorização do Real em 98/99, no governo FHC).

    Algumas pessoas no entorno de Lula chegaram a sugerir que o governo emitisse “debêntures” para salvar a Globo. Na prática, isso poderia dar ao governo o controle da Globo.

    “Seria uma forma suave de, na prática, estatizar a Globo”, garante-me a “fonte 2″. Por que não foi feito? “Eram todos marinheiros de primeira viagem no governo, faltou confiança e convicção para adotar essa medida, que teria sido a mais adequada para o país“, diz a “fonte 2″ – que acompanhou toda a negociação de perto.

    Ele conta que a família Marinho ficou contrariada com essa idéia, que chegou a ser levada à mesa por integrantes do governo Lula, mas a Globo estava tão desesperada que cogitou até aceitar essa saída pra não quebrar. Lula, no entanto, optou pela saída convencional: a Globo conseguiu empréstimos (inclusive no BNDES), e alongou a dívida.

    A família Marinho manteve seu império intacto.

    9 – Ainda pressionada por essa dívida principal, a família Marinho recebeu notícia da investigação fiscal, promovida pelo auditor Zile. A Globo pediu socorro ao governo. Isso deve ter ocorrido entre 2003 e 2004, diz a “fonte 2″. A ordem de Lula teria sido: “não vamos intervir, os auditores têm autonomia funcional e devem fazer o trabalho deles”.

    10 – A partir de então (e apesar da “ajuda” do governo para equacionar a dívida principal originada pelas barbeiragens na Globocabo), a família Marinho teria declarado guerra. Isso explicaria a cobertura global na CPI do Mensalão, sob a batuta de Ali Kamel, em 2005.

    Essa é a tese da “fonte 2″, embasada nesses fatos só agora revelados.

    11 – O processo por sonegação (conduzido pelo auditor Alberto Sodré Zile) foi concluído às vésperas da eleição de 2006, quando a Globo de novo apontou as baterias contra Lula. Acompanhei tudo isso de perto, eu estava na Globo na época. Claramente, a temperatura contra o governo subiu no último mês antes do primeiro turno (ocorrido em outubro de 2006). O auditor Zile concluiu a investigação em setembro de 2006.

    A família Marinho queria que a investigação sobre sonegação fosse interrompida de qualquer forma. Não tanto pelos valores, mas porque a revelação de contas em paraísos fiscais seria devastadora.

    12 – Entre o primeiro e o segundo turnos da eleição de 2006, houve algum acordo entre a Globo e o governo Lula? A cobertura global da eleição mudou completamente no segundo turno, tornando-se mais “suave”. Em novembro de 2006, um colega que também era repórter da Globo e que mantinha bons contatos com Marcio Thomaz Bastos (então Ministro da Justiça de Lula) disse-me: “Rodrigo, agora eles sentaram pra conversar, o governo e os Marinho“.

    Não se sabe ao certo o que foi colocado na mesa para a tal conversa. O que se sabe é que, coincidentemente, desde dezembro de 2006 a investigação por sonegação segue “em trânsito.”

    13 – A divulgação das doze páginas pelo Cafezinho” pegou a Globo de surpresa.

    Reparem como a nota oficial da emissora é confusa e contraditória. A Globo fala que não há imposto a pagar, mas reconhece que discute algumas cobranças, sim. E não faz qualquer menção à conta nas Ilhas Virgens. É um ziguezague. Procedimento típico de quem não sabe o que o “outro lado” possui de munição.

    A Globo torce para que o resto do processo não apareça. Sobram várias perguntas…

    14 – O homem que está com o processo na mão estaria disposto a revelar todo o conteúdo? Por que não o fez até agora?

    15 – O MPF (Ministério Público Federal) vai esclarecer por que não seguiu a investigar a Globo, conforme sugeriu o auditor Alberto Sodré Zile em sua “Representação Fiscal para Fins Penais”? Cabe aos blogueiros e ao Centro Barão de Itararé fazer essa pergunta diretamente ao MPF.

    Aliás, nessa quarta-feira, dia 10, às 11h, o Barão e outras entidades irão para a porta do MPF no Rio (rua Nilo Peçanha, 31 – centro), levando a singela pergunta: “MPF, por que você não investiga a fraude da Rede Globo?”. Gurgel pode dar a resposta…

    16 – A Receita Federal alega que não pode dar mais detalhes sobre a investigação, já que esta estaria protegida por sigilo fiscal. Ok. Mas a Receita pode – e deve – esclarecer o que foi feito dos processos. E por que eles constam como “em trânsito” na página “COMPROT” do Ministério da Fazenda.

    17 – Por último, seria bom esclarecer se houve, de fato, algum acordo entre Lula e Globo em 2006.

    E por que ele teria sido rompido depois – com a evidente tomada de posição da emissora carioca em favor de Serra na eleição de 2010?

    – See more at: //maureliomello.blogspot.com.br/2013/07/atencao-e-gravissimo.html#sthash.BvY7vdav.dpuf

    do Blog DoLaDoDeLá
    Postado por F.Silva às domingo, julho 07, 2013

  9. RC 50 diz:

    POR QUE OS MÉDICOS CUBANOS SERVEM PARA PORTUGAL E NÃO SERVEM PARA O BRASIL? SÓ BLÁ BLÁ BLÁ!
    //www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/07/1307829-alvo-do-brasil-portugal-buscou-medicos-em-cuba.shtml

  10. Johnnatas Mikael Lopes diz:

    Belo texto da Srª futura médica! Todavia, para um bom romance! Seu texto está recheado de falácias (“falsas verdades”) como é comum na literatura científica de baixo nível. As referências que ela coloca são de pouca fundamentação teórica e de certa mediocridade científica.
    Concordo que a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil não resolverá o problema da nossa saúde “coletiva”, mas talvez trará algum afago as lugares mais longínquos do pais que carece de médicos, enfermeiros, nutricionistas e até de fisioterapeutas como eu.
    Acho prudente, vocês médicos, não ficarem passivos as determinação do Estado, mas concordo também que está luta é uma prerrogativa por reserva de mercado.
    Devemos olhar para algo pouco evidenciado na mídia e nas justificativas da classe médica para a não vinda dos colegas cubanos… o trabalho nas UBSF são extremamente necessário por cobrir em torno de 70-80% das moléstias humanas e que não necessita de TECNOLOGIA DURA e sim do bom e leve conhecimento clínico e humanístico.
    Olhe bem para as estórias que leem e te contam…

  11. Lívian diz:

    Parabéns, Samila. Excelente texto!
    Ainda que muitas pessoas continuem com a visão GENERALIZADA de que os médicos são mercenários, sabemos que existem (muitos!) bons médicos no País.
    Ainda que muitas pessoas resolvam culpar os médicos da péssima situação da saúde do País, desviando a atenção de quem realmente são os vilões da história (os maus gestores!), vale a pena mostrar o outro lado da história. Aquela história que a mídia não mostra e que o governo não conta.
    O tempo mostrará quem são os verdadeiros responsáveis pelo caos na saúde pública!

  12. Francy Granjeiro diz:

    RC por preconceito…..se fossem os branquinhos europeus ou americanalhados a coisa era diferente.
    Na primeira campanha qdo Serra foi candidato ele quis ate chegou a ir a Cuba….mais se ele tivesse ganhado, heim/?? o estrago tinha sido feio.Essa cambada de tucanalhas estavam deitando e rolando as custas do cubanos e de nós né.

  13. Manoel Douglas Rufino. diz:

    Claro que sou a favor a vinda dos médicos do exterior, desde que faça R e v a l i d a ç ã o, isto exige em todo país, por que o Brasil ia ser diferente. Perguntar não faz mal, como seria o pagamento dos médicos cubanos!

  14. Francinaldo Rafael diz:

    O corporativismo continua. Que venham cubandos, europeus, americanos…Contanto que atendam os pobres que esperam horas pela boa vontade dos que não cumprem a jornada diária.

  15. Samir Albuquerque diz:

    Bem, diante do tema de extrema relevância para a sociedade brasileira, entrarei nessa discussão (entro até quando não tem relevância, então).

    Pois bem, antes de tudo, me identifico, até para deixar cientes àqueles que se acham o proprio poço da sapiencia, Meu nome é Samir Albuquerque, sou ex aluno do curso de Filosofia e atualmente, bacharelando de Direito na honrada Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Contudo, não abordarei a questão por uma ótica exclusivamente axiológica ou jurídica, tão pouco, procurarei focar sobre o objeto como a senhorinha Samira fez, restringindo-se à sua perspectiva, esquecendo-se que uma questão pode ser – e necessariamente, deve ser – vista de ângulos e pontos diferentes. É o que Slavoj Zizek chama de Visão em Paralaxe.

    Tão pouco pretendo ataca-lá como em alguns comentários percebo, mas, atacarei e de forma veemente, se assim convier, os argumentos expostos, uma vez que entendo que a mesma esta no seu papeu de defender sua classe e seus interesses.

    Primeiramente, em que pese às fontes utilizadas para fundamentar o artigo, a mais confiavel, ” //www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130608_cuba_medicos_pai.shtml ” não traz nenhum dado contra a qualidade, pelo contrario, os demais, padecem de certa credibilidade e quanto a suposta “pesquisa”, sem comentarios.

    Interessante como a qualidade dos médicos cubanos não era questionada por aqui, até pouco antes de se levantar a possibilidade de sua “importação”, pelo contrario, sempre foram muito elogiados por aqui, só passando a “dester” (SIC) qualidade quando as associações de médicos se viram na iminência de perder “a boquinha” que vem aproveitando a anos e anos neste pais.

    Mas, o que atesta a qualidade de um medico? Será mesmo que é o teste de revalidação? Será que um medico americano ou inglês, que pode exercer a vida acadêmica livremente pelo globo, pela ausência de um embargo que a muito perdura sem motivos? será que estes por revalidar – se é que precisam, se é que o fazem -, são bons medicos?

    Qual o indice de mortes por erro medico no Brasil? Qual o indice de danos irreparaveis causados por erro medico no nosso pais? Ou será que a situação da saúde no pais, tanto nosso como deles, os cubanos, não deve ser levada em conta?

    Nesses aspectos, senhorinha Samira, consideremos: os medicos brasileiros, são bons medicos?

    Em que pese todas essas questões e tantas outras que necessariamente se apresentam a serem respondidas, não apenas do ponto de vista da qualidade dos medicos e dos cursos de medicina no Brasil e em Cuba, temos ainda, as questões economicas, sociais, politicas, juridicas e varias outras vertentes que se entrelaçam sobre essa questão.

    Entre elas, vale ressaltar a realidade fatica das cidades interioranas em que a população não tem o seu direito à saude respeitado, muitas vezes, pela falta de um unico medico, e, não sei se você sabe Samira, mas, muita gente neste pais morre por falta deste proficional.

    Muitas dessas cidades tem seu hospital maternidade, com equipamentos e medicamentos em quantidade razoavel para atender a população, e, em casos de emergencia, até garantir uma chance de vida às vitimas de algum mal maior. Mas, diante do fato de não ter medico todos os dias, alias, quando tem o proficional, o tem por dois, três dias, com salarios de trinta, quarenta, cinquenta mil por mês para ir, como dito, uma, duas, três vezes na semana, no maximo, e ainda, muitas vezes, atender de forma desrespeitosa à população mais carente daquelas pequenas urbes.

    Como é notório, neste pais, quase nenhum medico quer ir atender no interior, sempre preferindo os grandes centros, visando os lucros em detrimento do bem geral. Sem contar na questão do quase estinto “Clinico Geral”, pois, como não dá (tanto) dinheiro, ninguem quer mais ser “apenas” um. Você por exemplo Samira, pretendo ser uma Clinica Geral em uma cidade por exemplo, como Severiano Melo? Creio que não.

    A vinda de medicos de fora ao pais, neste momento e diante da atual conjuntura e necessidade, se dá – e tem de se dar – para a efetivação dos fundamentos, objetivos e principios constitucionais, como expressos nos Artigos: 1º, caput e incisos II, III e IV (fundamentos); 3º, caput e incisos I, III e IV (Objetivos); 4º, caput e incisos II, IX e paragrafo primeiro na sua inteligencia (Regencia em suas relações internacionais) e os Artigos 196 à 200 (Seção II – Saúde), todos de nossa Carta Magna de 1988, que declaram a Saúde como um direito de TODOS e não apenas dos que podem pagar ou que estejam em grandes centros onde os medicos apenas fazem um “à mais” no serviço publico.

    Alias, a vontade da nossa Constituição é justamente o bem do povo, todo o povo brasileiro, habitante do mais grande centro urbano, até o menor e mais remoto vilarejo, diferente da vontade dos proficionais liberais e suas associações, no caso, dos medicos, que visam o lucro sim, porque a questão chave aqui, não é a preocupação com o povo e com a qualidade do serviço a ele prestado, mas, com o bolso.

    E mais uma questão, menos importante que a anterior, mas, de fato, o motivo causador dessa necessidade, qual seja, a recusa da propria classe medica de ir para o interior, atender nos locais mais ermos ou ainda, suas recusas em trabalhar para o Estado, muitas vezes, mesmo recebendo salarios gordos, em geral, por causa de queerem mais e mais dinheiro. É direito seu buscar melhores salarios? Sim, claro, sem duvidas. Mas, pode a população sofrer como sofre por causa deste direito? Não, sem dividas.

    O Estado não pode deixar de garantir o que lhe é dever. Sé os medicos nacionais não podem dar conta de cobrir todo o pais, como de fato, é humanamente impossivel dar três plaantões em quatro cidades diferentes no mesmo dia, apesar de alguns parecem “poder”, que seja a vontade constitucional e o interesse do povo brasileiro efetivado.

    Nenhum direito é absoluto, e o direito de um, nunca pode prevalecer sobre o bem da maioria.

    • pdh diz:

      Meu deus, quanto fundamento, como se os médicos cubanos fossem resolver a situação. Nós só queremos um plano de carreira e condições para trabalhar.Em todos os países tem prova de revalidação, pq aqui não? salário de 30, 40 mil só na tv, cara! os médicos não têm vínculos empregatícios, quem vai para o interior na maioria das vezes toma calote. Que venham os médicos de Cuba ,Espanha de onde for, mas que façam investimentos na saúde, ofereça condições de trabalho. pq que com esse salário de 10mil o governo não oferece as vagas com concurso público, eles querem ou não fixar os médicos no interior? não, rapaz, o governo só quer dá uma resposta a sociedade pq o próximo ano tem eleição. como sempre fez, o governo mais uma vez vem com soluções paliativas( medidas assistencialistas,na verdade) e como sempre a população apoia.no final do próximo ano serão os “ninjas” cubanos que não vão presta… _ “o doutor nem olhar na cara da gente, nem entendo o que ele diz”. Ai cria-se uma nova política para fixar os médicos no interior. quem sabe dessa vez nossa PHD em saúde pública consiga obrigar os médicos a trabalharem de graça.

  16. naide maria rosado de souza diz:

    Samila Marissa.

    Brilhante o seu texto. Vc desnudou a verdade sobre a contratação de médicos estrangeiros. Corajosa, moça! Veio e deu o seu recado.
    Como pode alguém achar que basta esta contratação! Como pode alguém não entender que não temos estrutura na área de saúde. É preciso equipar os hospitais, dar as condições de trabalho aos médicos! Em grande parte de nossos hospitais não podemos contar nem com um Raio X… exames de sangue , pelo menos, o básico.
    Na verdade, como vc disse de forma contundente, os médicos chamados além de nossas fronteiras, devem estar mesmo preparados para ver desgraça. Podem ser bons profissionais, mas sem estrutura, só se forem XAMÃS.
    Parabéns!!!!

  17. naide maria rosado de souza diz:

    Samila Marissa.
    A presidente Dilma admitiu que a Saúde Pública em nosso país é “falha”. Como achei este termo muito suave para retratar a nossa condição, fui ao Michaelis e encontrei : “Aquilo que falta em alguma coisa.”
    Como pode ? FALTA TUDO NA SAÚDE ! A Saúde Pública no Brasil, não é falha…é catastrófica!
    Continua a Presidente, em sua fala, dizendo sobre a necessidade de construção de Unidades de Saúde e “melhorar” a estrutura atual. Precisei retornar ao dicionário pq no meu entendimento, melhor é comparativo de superioridade de bom. Melhorar = aperfeiçoar…
    Então, prossegue a Presidente, com outras palavras, enquanto as obras são executadas e necessita-se de médicos agora, para dar assistência aos desamparados, os médicos estrangeiros seriam contratados , diante da situação emergencial.
    Sem estrutura, sem equipamentos, reafirmo: virão XAMÃS

  18. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Senhora Naide Rosado, não virão XAMÃS, com certeza virão médicos comprometidos minimamente com o juramento de Hipócrates e não com o “JURAMENTO” do lucro a qualquer preço.

    As falácias repetidas falácias de que a saúde pública no Brasil é uma catástrofe, se revela muito mais na má vontade de pessoas com uma visão elitista, excludente, estreita e anti-humanista da vida em sociedade , sobretudo do profissionais da área médica, do que propriamente da estrutura de saúde em sí, mesmo porque os principiais personagens a administrar de forma direta e indireta este caos ao qual a senhora se refere necessaríssimo são médicos, e , coincidentemente grande parte dos mencionados médicos, possuem ou são vinculados às clínicas e hospitais particulares, sendo que até o mundo mineral sabe do uso e abuso da própria estrutura da saúde pública em benefícios dessas clínicas e hospitais, aí está uma das razões do sucateamento/privatização direta e indireta da saúde pública em nosso país, sobretudo a partir do golpe militar de 1964.

    Senhora Naide Rosado, como o devido respeito, o seu próprio sobrenome bem explica o seu posicionamento, mesmo porque a família rosado é necessariamente uma das principais beneficiárias desse caos e dessas catástrofe ao qual a sra..SE REFERE , vez que há décadas se mantém no poder exatamente em função desse caos traduzido em assistencialismo e ambulancioterapía na área de saúde.

    Nesse contexto em que se debate a questão da saúde pública em nosso país, e, também a possibilidade da vinda de médicos cubanos ao Brasil, o que fica patente é, primeiro o profundo preconceito contra os médicos que porventura venham a mitigar o caos da nossa saúde pública, simplesmente pelo fato dos mesmos terem origem cubana, segundo fica mais ainda patente e explícita a falta de patriotismo , a omissão e o descaso dos brasileiros como o seu próprio país e com seu próprio povo.

    A essas pessoas e profissionais de visão tão estreita , excludente e desumana, simplesmente lhes digo que democracia necessariamente implica direitos e deveres, e que o Estado também somos nós, o governo também somos nós e o caos e a catástrofe ou não da nossa saúde publica necessariamente depende muito mais de nós que do governo de que tanto falamos.

    Um abraço à todos e, por último parabéns ao colega Samir Albuquerque pelo brilhante texto.

    FRANSUELDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

  19. fabiop diz:

    Parabéns Samila. O que o povo não entende é o que os médicos não são contra a entrada de médicos nestrangeiros no país, isso sempre foi permitido deste que eles revalidem seus diplomas. Em todos países é assim. A medicina cubana é tão boa então porque 93% dos cubanos não conseguem passar na prova. Digo por experiência própria que a prova não é o lá essas coisas. Um médico seja lá de onde que não passa nessa prova e não demonstra dominar a língua portuguesa não pode ser considerado a solução para a saúde de nosso país. Além disso é o aniticonsti ttuional , pois sem a revalidação o Crm não irá dar autorização para que eles trabalhe, e logo vai contra a lei que define qque só pode trabalhar como médico quem está inscrito no crm , até a OAB já lançou uma nota sobre isso .

  20. naide maria rosado de souza diz:

    Sr. Fransuêldo.
    Tenho o maior orgulho em ser uma Rosado. Procuro seguir os exemplos de meu pai, homem íntegro que tanto amou e trabalhou por Mossoró, tanto quanto ocupava a Prefeitura, como fora dela.
    É preciso que fique bem claro o que foi dito. Os nossos hospitais estão sem estrutura, ou seja, recursos para que se possa exercer a medicina. É como uma panela vazia, sem ter alimento para cozinhar. Podem estar vinte cozinheiras à beira do fogão que nenhuma comida será preparada.
    O meu próprio nome em nada implica. Vejo a situação dos hospitais aqui do Rio de Janeiro. É, catastrófica, como a de todo o Brasil. Cabe ao Governo Federal destinar mais recursos para estas áreas.
    Já soube de médicos que compravam seus próprios fios de sutura pq não havia no Hospital. Já vi gestantes, duas em cada leito, pq ambas estavam em trabalho adiantado de parto e não havia leitos. Já vi mais de 50 pessoas, sentadas numas cadeiras esperando para serem atendidas. Todas pálidas e sentindo dor. Já empurrei uma doente numa cadeira de rodas com toda a minha força, para que fosse atendida logo pq não mais lhe sentia o pulso. Já vi pacientes pelo chão, em macas, por falta de leito.
    Agora, vem o sr e me diz que sou beneficiária deste caos? A Educação e a Saúde são responsabilidade do Governo Federal que não repassa verbas suficientes aos municípios. Veja que na reunião com os Prefeitos, a Presidente Dilma foi logo acenando com uma verba suplementar para ser distribuída às prefeituras.
    Então, continuando, Sr. Fransuêldo, Presidente Dilma acolhe os médicos. Eles vão para hospitais em piores condições dos que acabei de citar. Chegam lá…cadê estetoscópio, um aparelho de pressão, por favor, preciso de um termômetro, tem antitérmico aqui? Preciso de analgésico… Este paciente precisa de um exame de sangue agora! Cadê o laboratório? Preciso suturar este ferimento…cadê o fio de sutura?
    É isto, Sr, Fransuêldo. O médico vai chegar e não vai ter com o que trabalhar. Vai ficar observando o paciente morrer pq não há sangue estocado? Daí imaginei um Xamã. Há um poder em suas mãos…conhece ervas que podem minimizar a dor, baixar a febre…Com o poder das mãos , operam, diagnosticam, salvam!
    Noutras palavras, a carroça foi colocada à frente dos bois. Primeiro a estrutura, depois o médico. Médico de qualquer nacionalidade não realiza milagres.
    Não sou médica. Mas sei observar. Tenho ido às ruas contribuir com minha voz, com o meu suor, meu empenho por um Brasil digno. Que atenda o pobre e lhe faculte remédios, num atendimento correto.
    Cordialmente,
    Naide Rosado.

  21. Tiago Holanda diz:

    Eita povo cheio de paixão, cega, claro. Cadê o uso da razão? Qual é o maleficio causado por um estrangeiro de boa fé, sem desvios de conduta Moral e Ética, que fala fluentemente o Português e revalida o seu diploma sob as rígidas normas vigentes em nosso País, poder exercer a sua profissão em território brasileiro? Acredito que existirá um impedimento grave, insanável, o qual seria o fato deste suposto profissional estrangeiro não preencher quaisquer um desses requisitos ora citados. Seria possível acontecer diferente disso em nosso Brasil varonil? Seria possível que o Governo Federal permitisse, de alguma forma, o exercício profissional de estrangeiros imperitos junto á vida humana em nosso País?

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