terça-feira - 12/10/2021 - 19:14h
Mossoró

Luiz Carlos e Helena Belmont são pré-candidatos à OAB

O pré-candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Mossoró), advogado Luiz Carlos Filho, confirmou o nome da advogada Helena Belmont como pré-candidata à vice na chapa que será registrada para as eleições 2021.

Luiz Carlos e Helena Belmont concorrem a presidente e vice da OAB local (Foto: Divulgação)

Luiz Carlos e Helena Belmont concorrem a presidente e vice da OAB local (Foto: Divulgação)

Helena Belmont exerce a advocacia há 5 anos, atua na área criminal e é especialista em Direito Penal. Atualmente ocupa a vice-presidência da Comissão de Prerrogativas da OAB.

“O nome de Helena surgiu da necessidade de continuar avançando mas, sobretudo, com inovação e juventude. Ela é uma advogada atuante, bem relacionada e que sempre esteve presente nos debates envolvendo a classe. Tem feito ainda um ótimo trabalho na vice-presidência da Comissão de Prerrogativas. Helena também demonstra a importância da representatividade feminina na OAB, com competência e credibilidade junto aos advogados e advogadas”, destaca o pré-candidato Luiz Carlos.

Helena Belmont recebeu com entusiasmo o convite e disse que o objetivo é representar a classe com responsabilidade, a partir da defesa das prerrogativas dos advogados e advogadas. “É com orgulho que recebi a proposta de compor a chapa pela confiança em meu nome e no trabalho que exerço, seja militando na advocacia ou mesmo na comissão da qual faço parte. Temos muitos desafios a enfrentar. Mas precisamos de representantes com as qualidades necessárias para que toda a nossa classe consiga alcançar melhores condições de trabalho e valorização”, enfatizou ela.

As eleições acontecerão no dia 19 do próximo mês (veja edital AQUI). Eleitos terão mandato de três anos.

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terça-feira - 12/10/2021 - 15:32h
Esclarecimento

Apamim emite nota sobre polêmica de prefeito em hospital

Em Nota de Esclarecimento datada dessa terça-feira (12), a Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e à Infância de Mossoró (APAMIM) reporta-se ao episódio de aparição em vídeo do prefeito mossoroense Allyson Bezerra (Solidariedade), nas dependências do Hospital Maternidade Almeida Castro (HMAC), gerido por ela. O fato ocorreu último dia 8. Leia abaixo:Hospital Almeida Castro

Nota de Esclarecimento

A APAMIM vem a público promover esclarecimentos quanto aos fatos relacionados a aparição em vídeo do Excelentíssimo Senhor Prefeito de Mossoró, Allysson Bezerra, junto as dependências de Hospital gerido por esta associação, fato este ocorrido no dia 08/10/2021.

Oportunamente, a APAMIM esclarece que a presença da autoridade máxima do Município de Mossoró em suas dependências se deu em decorrência de atos de fiscalização da retomada de serviços de cirurgias eletivas promovidos em Hospital gerido pela APAMIM.

A presença do Senhor Prefeito fora motivada pela inspeção da gestão local SUS as instalações e serviços do Hospital, estando acompanhado da autoridade máxima da gestão municipal de saúde, a secretária da respectiva pasta.

A APAMIM sempre pauta suas atividades em atos de gestão que zelam pela impossibilidade da exposição da identidade da paciente e manutenção da ordem do ambiente.

Na ocasião do fato destacado, percebe-se que todos os fatores supracitados pela APAMIM foram respeitados, inexistindo a exposição indevida do paciente, bem como existindo o respeito ao direito e dever de uma autoridade pública em promover o acompanhamento e fiscalização de serviços públicos prestados, sem que houvesse a violação de direitos e preceitos legais vigentes.

No mais, informa-se que o paciente em questão fora devidamente assistido pelo estabelecimento hospitalar, tendo êxito no tratamento cirúrgico e recebido alta em sua sequencia, inexistindo qualquer formalização de reclamação ou queixa de dito paciente.

Estas são as considerações a serem postas.

Atenciosamente, Direção APAMIM.

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terça-feira - 12/10/2021 - 08:50h
Cidade

Gargalos urbanos impõem providências em nome do bem-estar social

Poder público e empreendedores imobiliários precisam agir rápido (conforme interesses, recursos, inteligência e burocracia) na discussão que enseje adiante a desobstrução de alguns gargalos do aglomerado urbano crescente de Mossoró. O desenvolvimento urbanístico local está seriamente comprometido, bem como a qualidade de vida de moradores e circunstantes.

Avenida João da Escóssia, em Mossoró, uma via em processo de crescente saturação (Foto: Prefeitura de Mossoró/Divulgação)

Avenida João da Escóssia, em Mossoró, uma via em processo de crescente saturação (Foto: Prefeitura de Mossoró/Divulgação)

A profusão de investimentos condominiais nas proximidades do Partage Shopping não tem, paralelamente, um escoadouro ágil para o tráfego, além da continuidade da Avenida João da Escóssia e vias marginais precárias.

O Complexo Viário da Abolição (antiga Avenida do Contorno), que em tese seria um anel automotivo da cidade, mesmo à sua conclusão já era uma grande e surrada avenida urbana com tráfego diário de centenas de caminhões, carros e motos, com quatro viadutos, sem passarelas e iluminação.

Novo anel viário e Plano Diretor

Do outro lado da cidade, a Avenida Leste/Oeste e Avenida Presidente Dutra mostram saturação, bem como a Avenida Francisco Mota/BR-110 e o Complexo Viário Vingt Rosado. A região abriga núcleo judiciário, duas universidades (Ufersa e Uern), uma faculdade privada e grande volume de caminhões escoando sal, além de carros de passeio/motos e outros veículos que cruzam essas vias em constantes engarrafamentos – sobre leitos estreitos e irregulares. Some-se a isso, o fenômeno expansionista imobiliário do Sumaré – entre as BR-304 e 110.

Mossoró precisará de um novo e verdadeiro anel viário bem além do seu núcleo urbanizado, cortando e conectando as BR’s 110, 405 e 304. Há perspectivas de um surto de industrialização e ocupação urbana para os próximos 10 a 20 anos, que vai tornar ainda mais difícil a circulação de veículos e a prestação de serviços públicos de massa (saneamento, água, energia, escolas, creches, unidades de saúde, transportes coletivos, limpeza etc).

A revisão do Plano Diretor da cidade, em atraso há anos, graças à inoperância dos gestores, terá de contemplar uma cidade e um município para as próximas décadas. Crescer para cima e para os lados, urbanisticamente, pode significar num curto espaço de tempo um falso progresso, capaz de asfixiar o sonho do bem-estar social.

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segunda-feira - 11/10/2021 - 23:58h

Pensando bem…

“Tente uma, duas, três vezes e se possível tente a quarta, a quinta e quantas vezes for necessário. Só não desista nas primeiras tentativas, a persistência é amiga da conquista. Se você quer chegar aonde a maioria não chega, faça o que a maioria não faz.”

Bill Gates

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segunda-feira - 11/10/2021 - 22:26h
Patrimônio público

Apesar de anunciar outra reabertura, Porcellanati vai perder imóvel

Prefeitura tem planos de repassar bem municipal para pelo menos duas outras indústrias

Do Blog William Robson

Quando a Porcellanati encerrou suas atividades em Mossoró em 2014, a promessa que havia era de efetivação do tal pólo cerâmico, que atrairia outras empresas-satélite e milhares de empregos. Tudo passou de um engodo. No auge de sua produção, em 2010, mantinha pouco mais de 300 empregos.

No entanto, após cessar sua produção, no ano seguinte, em 2015, a Prefeitura entrou com processo de reversão do terreno (retorno do bem ao patrimônio público), já que não havia mais serventia para a empresa.

Fábrica está parada desde 2014 e outra vez joga com a mesma estratégia de "reabertura" (Foto: arquivo)

Fábrica está parada desde 2014 e outra vez joga com a mesma estratégia de “reabertura” (Foto: arquivo)

O processo caminhou lentamente, sob o pretexto de reabertura da empresa, discurso que sempre ganhava força em anos eleitorais. A ex-prefeita Rosalba Ciarlini terminou seu mandato sem que o processo fosse concluído, que simplesmente desapareceu. Uma ação de restauração de autos foi ingressada para saber em que situação estava o pedido de reversão.

O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade), por sua vez, já avisou que vai assinar o decreto para que o terreno onde a Porcellanati foi edificada volte para o Município ainda esta semana. “Temos outros projetos e propostas para lá. O terreno passou todo este tempo parado, sem gerar empregos, nem impostos”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Franklin Filgueira.

Outra “reabertura”

A empresa já tem conhecimento da reversão do terreno, cuja cessão terá outras finalidades. Para tentar gerar maiores embaraços, a direção da Porcellanati voltou a falar em reabertura este ano. Mas, na realidade, ela mantém nove funcionários, entre vigias e equipe de manutenção. Até a principal linha de produção da empresa foi transferida de Mossoró para pagamento de dívidas.

Assim, a área de 120 mil metros quadrados da Porcellanati servirá para, inicialmente, dois novos projetos e uma triangulação que vai gerar outros na zona oeste da cidade. Segundo a Prefeitura e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o terreno vai ampliar a capacidade de produção da Usibrás, que deixa o Abolição II. O Município fechou acordo para que a indústria de castanha possa ocupar o espaço da antiga fábrica de cerâmica para que na sua atual sede sejam levantados três empreendimentos.

A Usibrás quer dinamizar a sua produção sem demitir nenhum dos seus 250 funcionários. Por sua vez, atende a um pedido antigo dos moradores do Abolição II que se queixavam da atuação da indústria já engolida por residências em toda parte.

Usibras pode deslocar-se para imóvel da Porcellanati, gerando mais empregos (Foto: reprodução)

Usibras pode deslocar-se para imóvel da Porcellanati, gerando mais empregos (Foto: reprodução)

Assim, o terreno da Usibrás vai abrigar um grande atacarejo do grupo maranhense Mateus, que detém 29 empreendimentos do tipo, 24 supermercados, 2 hipermercados, 66 lojas de eletroeletrônicos, 16 lojas de vizinhança e 9 centros de distribuição. A marca Mateus possui as bandeiras Mix Atacarejo, Supermercado Mateus, Eletro Mateus e Camiño Supermercados e está nos Estados do Ceará, Bahia, Tocantins, Pará e Piauí. Previsão de gerar entre 200 e 250 empregos diretos.

O atacarejo vai dividir o terreno da Usibrás com uma filial da loja do grupo Carajás (Alagoas), de material de construção, podendo gerar mais 250 empregos.

A transferência da Usibrás para a área da Porcellanati não significa que a empresa irá ocupar todo o espaço. Há a proposta do grupo mossoroense Olinda para a construção de uma fábrica de premoldados, gerando mais 200 empregos. Assim, a reversão do terreno da Porcellanati vai abrir novas oportunidades, dando fim a um ciclo de inércia e manobras contraproducentes.

Dívidas e mais dívidas

“Esta alteração vai manter os empregos da Usibrás e gerar mais de 600 novos empregos”, explicou Franklin. Vale ressaltar que no lugar da Usibrás também será construído um pequeno shopping, chamado de mall, que proporcionará a abertura de cem novas vagas de trabalho.

A Porcellanati, de origem catarinense, vinha enfrentando inúmeros problemas de ordem financeira e jurídica. Suas rápidas operações na cidade e contingente de funcionários bastante inferior ao que se propagava, abriram margem para dúvidas. E sua desativação em tão pouco tempo, desvelou a farsa da “consolidação do polo cerâmico”. A Porcellanati nadava em dívidas e fechou as portas.

Segundo publicou o site Mossoró Hoje, o Plano de Recuperação Judicial da Itagres chegou a ser rejeitado na continuação da 2ª Assembleia Geral de Credores, realizada em Tubarão (SC), em 2018.  As dívidas da empresa com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que totalizam R$ 77.636.706,35 à época, foram determinantes para a rejeição do plano. Logo, a empresa não tinha como voltar a funcionar.

No dia 28 de setembro uma audiência na Câmara Municipal discutiu a situação da empresa, que fez novas promessas. No entanto, o processo de reversão do terreno se encaminha para ser concluído esta semana, abrindo a possibilidade de novos projetos econômicos na cidade.

Nota do Blog Carlos Santos – Tenho informações de bastidores que publicarei em breve, em relação a essa corriola catarinense e parceiros potiguares (ocultos). Ouvido ao chão, como bom índio Sioux, Apache, Comanche, Cherokee, Navajo ou Cheyenne.

Sobre as marcas de atacarejos, adiantamos em primeira mão no dia 1º de setembro que tratativas estavam em andamento (veja AQUI).

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segunda-feira - 11/10/2021 - 19:16h
Bandidos

Não é só futebol

Gente corajosa essa que sai de casa para estádio, com mulher e filhos, vestindo a camisa do seu time.

Vândalos, falsos torcedores, estão no meio do caminho.

Nota de clube apenas pedindo paz, se solidarizando com vítimas, estimula impunidade.

Punam os bandidos.

  • No sábado (9), alguns torcedores do América jogaram pedras em ônibus com equipe adversária e tentaram invadir hotel onde estava a delegação do Campinense, que empatou em 0 x 0 com o alvirrubro natalense pela Série D – veja AQUI. Os vídeos mostram cenas lamentáveis.

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segunda-feira - 11/10/2021 - 16:56h
Oficial

Velório de Lavoisier começa às 20h; sepultamento nessa terça-feira

O Morada da Paz informa que o velório do ex-governador do Rio Grande do Norte Lavoisier Maia Sobrinho, que faleceu aos 93 anos, nesta segunda-feira (11) em Natal, acontece na Catedral Metropolitana de Natal, a partir das 20h. Já o cortejo do corpo será às 11h da manhã da terça-feira (12), seguido pelo sepultamento, às 12h, no cemitério e crematório Morada da Paz, em Emaús.

Lavoisier faleceu nessa segunda-feira em Natal (Foto: arquivo)

Lavoisier faleceu nessa segunda-feira em Natal (Foto: arquivo)

Para homenagear o ex-governador, proporcionar um espaço de envio de mensagens e orações, o Morada da Paz disponibilizou uma página exclusiva na plataforma Morada da Memória, que pode ser acessada no endereço: //moradadamemoria.com.br/perfil/15105.

Natural de Almino Afonso, Lavoisier foi médico e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sendo o 44º governador do RN, cujo mandato estendeu-se de 15 de março de 1979 a 14 de maio de 1982.

Além disso, foi senador da República, deputado federal por dois mandatos e deputado estadual.

Leia também: Ex-governador Lavoisier Maia morre aos 93 anos em Natal.

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segunda-feira - 11/10/2021 - 15:38h
Evento

Feira de Livros e Quadrinhos de Natal terá edição especial

Dentro das comemorações dos 10 anos da Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FliQ), acontecerá, nos próximos dias 23 e 24 de outubro, a Edição Especial de Quadrinhos. O evento será realizado no Parque das Dunasdas 09 às 17h.FLiQ 2021-2

Com mais de 30 horas de atividades culturais gratuitas, o evento contará com palestras, exposição de “action figures”, bate-papos com quadrinistas, sessões de autógrafos, travessa dos artistas, mesa redonda, concurso de cospobre, stands de exposição e lojas geek, com quadrinhos, miniaturas e souvenirs.

Toda programação é gratuita, sendo que para ter acesso ao Parque é cobrada uma taxa de R$ 1 real.

Participarão da edição especial de Quadrinhos os expositores: Parceria Geek, Cuscuz HQ, Txio Games & HQ, Tapioca Geek, Reino Nerd, Oxente Geek, Sebo Rio Branco e M.E Geek.

Quadrinhos

“No último mês de agosto, mesmo diante dos limites impostos pela pandemia, realizamos a 10 Edição da FliQ, que surpreendeu positivamente a todos pela qualidade das atrações e pelo grande público presente. Como focamos mais na literatura potiguar, decidimos promover essa edição voltada especificamente para os quadrinhos. Toda essa programação cultural faz parte dos 10 anos da FLiQ”, afirma Osni Damásio, um dos responsáveis pelo evento.

O evento respeitará todas as medidas e protocolos de prevenção e distanciamento, incorporando medidas de saúde e segurança, com uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool em gel e limite de pessoas inscritas nas palestras e nos espaços do evento.

A FliQ é patrocinada pela Prefeitura de Natal, através da Lei Djalma Maranhão, Unimed Natal e Arena das Dunas, Governo do Estado, através da Lei Câmara Cascudo, e Café Santa Clara. Tem o apoio da Funcarte, Fundação José Augusto e Idema-Parque das Dunas.

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  • Repet
segunda-feira - 11/10/2021 - 12:22h
Infecção generalizada

Ex-governador Lavoisier Maia morre aos 93 anos em Natal

Do G1RN

O ex-governador do Rio Grande do Norte Lavoisier Maia Sobrinho morreu nesta segunda-feira (11) aos 93 anos, em sua casa em Natal, segundo informou sua assessoria. A causa do óbito foi uma sepse – infecção generalizada, que estava sendo tratada.

A família chegou a divulgar um boletim médico sobre a doença no início do mês.

Lavoisier Maia completou 93 anos no último sábado, mas faleceu hoje (Foto: reprodução)

Lavoisier Maia completou 93 anos no último sábado, mas faleceu hoje (Foto: reprodução)

Médico e Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Lavoisier foi o 44º governador do Rio Grande do Norte, exercendo o mandato no período de 15 de março de 1979 a 14 de maio de 1982. Também foi senador da República, deputado federal por dois mandatos e deputado estadual.

“É um momento difícil, não só para a família, mas para todo o Rio Grande do Norte que reconhece até hoje o serviço prestado de Lavoisier ao longo de toda a sua vida pública. Perdemos um grande homem público e um ser humano de virtudes admiráveis”, declarou a viúva Teresinha Maia, casada com o político há 15 anos.

Além da esposa, Lavoisier deixa quatro filhos: Ana Cristina, Márcia, Lauro e Cintia Maia, 13 netos e 3 bisnetos. Lavoisier completou 93 anos no último sábado, 9 de outubro.

Perfil

"Lavô", governador, substituiu o primo Tarcísio Maia (Foto: arquivo/JB)

“Lavô”, governador, substituiu o primo Tarcísio Maia (Foto: arquivo/JB)

Natural de Almino Afonso, Lavoisier era filho de Lauro Maia e Idalina Maia.

Formou-se em medicina pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Planejamento de Saúde na Universidade de São Paulo e especialização em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

No Rio Grande do Norte, seguiu na carreira médica e foi professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, chefiando o Departamento de Tocoginecologia.

Foi diretor da maternidade Januário Cicco e presidiu ainda a Fundação Dinarte Mariz de Estudos e Pesquisas. Durante o governo do seu primo Tarcísio Maia, Lavoisier foi secretário estadual de Saúde, cargo que exerceu de modo simultâneo com a presidência da Comissão de Fiscalização Estadual de Entorpecentes do Ministério da Saúde.

Nesse mesmo período esteve como titular da secretaria de Justiça.

Mandatos

Indicado governador do Rio Grande do Norte pelo partido Arena, em 1978, pelo presidente Ernesto Geisel, nomeou seu primo José Agripino Maia prefeito de Natal. Extinto o partido governista, ingressou no PDS, sendo presidente da executiva regional e também membro do diretório nacional da legenda.

Na campanha de 1982, Carlos Alberto de Sousa, Lavoisier, Tarcísio e Agripino Maia (Foto: arquivo)

Na campanha de 1982, Carlos Alberto de Sousa, Lavoisier, Tarcísio e Agripino Maia (Foto: arquivo)

Nas eleições de 1982, ele apoiou o engenheiro e filho de Tarcísio Maia, José Agripino Maia, como seu sucessor. Após deixar o governo foi nomeado assessor do Ministério da Saúde no estado do Rio Grande do Norte e apoiou Paulo Maluf na sucessão presidencial indireta de 1985.

Em 1986, Lavoisier foi eleito senador pelo PDT. Em 1998, foi eleito deputado federal pelo PFL e primeiro suplente nas eleições de 2002, sendo efetivado ao final da legislatura, após a eleição de Iberê Ferreira para vice-governador do Rio Grande do Norte.

Em 2006, foi eleito deputado estadual pelo PSB, encerrando sua vida pública.

Nota do Canal BCS – Blog Carlos Santos – “Lavô” era uma pessoa adorável, de fácil trânsito em todas as correntes sociais e políticas. Figuraça, que se diga. Foi um governador operoso, também. Que descanse em paz.

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segunda-feira - 11/10/2021 - 11:30h
30 de Outubro

Mossoró vai sediar o 1º Fórum Conservador Potiguar

1º Fórum Conservador Potiguar - Edição Mossoró - 30 de Outubro -O I Fórum Conservador Potiguar – Edição Mossoró vai acontecer no dia 30 desse mês, em solo mossoroense.

Está marcado para começar às 14 horas, no Hotel Thermas.

Vão ser palestrantes nomes que se apresentam como porta-vozes do conservadorismo regional e nacional, como deputada Carla Zambelli (PSL-SP), deputado federal General Giral (PSL-RN), conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN), Fernando Pinto; presidente da Assembleia de Deus de Mossoró, pastor Francisco Miranda; ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido); deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP); policial militar e ativista político Sargento Gonçalves; procurador federal e professor de direito da Universidade do Estado do (UERN), Márcio Ribeiro; ex-candidato do Natal Coronel Hélio Oliveira (PRTB), e outros nomes.

As inscrições podem ser feitas de forma virtual (clique AQUI).

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segunda-feira - 11/10/2021 - 08:48h
Finc

Festival Internacional de Cinema de Baia Formosa está confirmado

Considerado um dos mais importantes eventos do gênero do Nordeste, o Festival Internacional de Cinema de Baia Formosa (FINC) volta a ser realizado de forma presencial em 2021. Está programado para ocorrer nos dias 3 e 4 de dezembro de 2021, no mirante da cidade de Baia Formosa/RN.12º FINC - Baía Formosa no RN - festival de cinema

Com o tema “Na onda do ouro”, os realizadores vão poder mostrar ao mundo suas ideias no tradicional Festival de Curtas de 1 minuto, onde o vencedor ganhará uma viagem de dez dias para a Cracóvia (Polônia) e terá seu filme exibido no Festival Off Plus Camera 2022.

Esse ano, a 12ª edição do FINC retorna a sua forma original, obedecendo todos os protocolos sanitários para evitar a proliferação da COVID-19. Em 2020, o festival ocorreu na modalidade virtual, sem mostra competitiva.

Com programação gratuita, o público vai poder conferir a exibição de curtas metragens produzidos no RN e também de outros países. Para participar da mostra competitiva, os interessados devem se inscrever no site do evento (fincbf.com), entre os dias 15 de outubro a 15 de novembro de 2021.

Cinema e esporte

Para esse ano, o Finc retoma as inscrições de curtas-metragens em três categorias (Curtas de 1 minuto, Mostra Potiguar e Pérolas do RN).

O festival também conta com programação desportiva. Além da exibição de filmes e curtas metragens será realizado a 3ª Edição da Corrida Eco Estrela Finc. O evento que faz parte programação oficial vai contar com a presença de corredores amadores e profissionais na corrida de rua mais bonita do litoral potiguar.

A Corrida Eco Estrela será realizada no dia 4 de dezembro, no turno da tarde. As inscrições e informações do percurso serão divulgadas em breve.

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domingo - 10/10/2021 - 23:58h

Pensando bem…

“A diferença entre ganhar e perder é muitas vezes…não desistir.”

Walt Disney

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domingo - 10/10/2021 - 20:04h
Série D

ABC consegue empate fora de casa e decide acesso no Frasqueirão

Do GE

Caxias e ABC empataram sem gols neste domingo, em confronto de ida pelas quartas de final da Série D do Campeonato Brasileiro. O jogo no Estádio Centenário, em Caxias do Sul, foi bastante estudado, com poucas chances criadas. O Alvinegro mostrou força na defesa e, na frente, não conseguiu encaixar o último passe.

Valderrama desfalca o ABC no jogo da volta (Foto: Luiz Erbes-S.E.R. Caxias)

Valderrama desfalca o ABC no jogo da volta (Foto: Luiz Erbes-S.E.R. Caxias)

Os donos da casa foram mais presentes no ataque, principalmente no primeiro tempo, mas não foram competentes.

O jogo da volta será no próximo domingo, às 17h30, no Estádio Frasqueirão, em Natal. O vencedor no tempo regulamentar garante a classificação para as semifinais e o acesso à Série C. Se houver um novo empate, a vaga será decidida nos pênaltis.

Dois jogadores do ABC acabaram recebendo o terceiro cartão amarelo e ficarão fora da partida em Natal. Suéliton e Valderrama são duas importantes baixas para o técnico Moacir Júnior, que terá a semana para definir os substitutos.

Veja mais detalhes clicando AQUI.

Leia também: América e Campinense empatam; acesso será decidido na PB.

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domingo - 10/10/2021 - 19:24h
Decidido

O nome de Allyson Bezerra à Câmara Federal é Lawrence Amorim

Governismo mossoroense também em breve apresentará o escolhido à Assembleia Legislativa

Presidente da Câmara Municipal de Mossoró, o vereador Lawrence Amorim (Solidariedade) foi anunciado oficialmente nesse domingo (10) como pré-candidato do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) à Câmara Federal. “Meu nome, nosso nome, é o de Lawrence. Será um candidato de grupo e de povo, para ser eleito com o mesmo sentimento de mudança que me fez chegar ao Palácio da Resistência de forma histórica”, disse o governante.

Allyson passou a Lawrence uma marca pessoal e a responsabilidade de ser o nome do grupo à Câmara Federal (Foto: cedida)

Allyson passou a Lawrence uma marca pessoal e a responsabilidade de ser o nome do grupo à Câmara Federal (Foto: cedida)

Ao lado de alguns auxiliares de governo e da primeira-dama Cínthia Raquel Pinheiro, Allyson reuniu a bancada governista de 17 vereadores e respectivos familiares em almoço à tarde de hoje.

– O prefeito será o verdadeiro deputado federal de Mossoró em Brasília. Seremos sua voz, seu porta-voz, representante de Mossoró e de seu povo – sacralizou Lawrence Amorim.

Chapéu de couro e o estadual

Para simbolizar o efetivo apoio a Lawrence, o prefeito teve um gesto tão claro quanto suas palavras, ladeando o escolhido: pegou chapéu de couro que foi marca de sua campanha a deputado estadual em 2018 e, à prefeitura em 2020, passando-o ao vereador.

Falando em nome da bancada, o vereador e líder governista Genilson Alves (Pros) disse que todos estariam “unidos em torno dessa escolha”. Reforçou ainda, que da mesma forma ocorreria em relação a quem fosse ungido como pré-candidato a deputado estadual.

“Em breve apresentaremos também nosso estadual”, deixou claro Allyson Bezerra. “Será candidato de um grupo político popular que venceu a oligarquia e terá o compromisso de representar todos os mossoroenses na Assembleia Legislativa”, resumiu.

Também participaram da reunião o chefe de Gabinete do município (Kadson Eduardo), secretário do Desenvolvimento Social (Thiago Marques), secretário da Comunicação (Bruno Martins) e assessor especial de Gabinete (Fellipe Rodrigues).

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domingo - 10/10/2021 - 12:12h

A força econômica da Expofruit e suas principais dificuldades

Por Josivan Barbosa

O Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (COEX), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/RN), e a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) intensificam os preparativos para realizar no próximo mês mais uma edição da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (EXPOFRUIT) 2021 (veja AQUI).

A ideia da feira de frutas (denominada de Fenafruit) no Polo de Agricultura Irrigada RN – CE nasceu com o professor Luiz Soares da Silva em 1993, quando estava à frente da Associação dos Produtores de Frutas do Nordeste (PROFRUTAS) que, na ocasião, representava praticamente a Mossoró Agro Industrial Sociedade Anônima (MAISA), Fazenda São João, Agro Now e Frunorte.Expofruit - Novembro de 2021

A primeira feira de frutas foi realizada nas dependências da antiga ESAM, com os estandes sendo colocados ao lado do antigo Rosadão (hoje Administrativo II). Contou com meia dúzia de expositores, mas foi o pontapé para que o evento fosse crescendo e se tornasse um importante vetor do desenvolvimento da agricultura irrigada do Semiárido.

A feira passou por alguns locais em Mossoró, inclusive sendo realizada uma edição na capital do Estado. Ela aconteceu na sede do SESI, onde acontecia a FICRO (Feira Industrial e Comercial da Região Oeste) e no Hotel Thermas, onde passou a ser denominada de Expofruit. A partir de 2003 tivemos a felicidade de propor ao então diretor da ESAM, professor Marcelo José Pedrosa uma ampla parceria com o COEX e SEBRAE para retornar a feira para dentro da ESAM.

Para isso, foi necessário criar o Centro de Exposição e Eventos Dix-Huit Rosado no campus Leste, por trás do estádio de futebol. O referido centro foi sendo ampliado nos primeiros anos e numa parceria com o Governo do Estado do RN e a Prefeitura Municipal de Mossoró, conseguimos instalar um local digno para a realização da feira de frutas e de outros eventos de negócios ou acadêmicos, o Expocenter.

A ideia do Expocenter teve amplo apoio da Associação Comercial e Industrial de Mossoró e foi construído com recursos oriundos do Governo do Estado e da Prefeitura de Mossoró. Coube a ESAM (hoje UFERSA) a cessão do terreno para a construção do Expocenter, com 50% dos recursos do Governo do RN e 25% dos recursos provenientes da PMM. A parte do terreno foi acordada como representando 25% na parceria estabelecida entre as quatros instituições. Com a construção do Expocenter estava consagrado o retorno da Expofruit para o campus da ESAM/UFERSA.

A partir da sua inauguração em 2006, o Expocenter passou a ser um equipamento que foi utilizado para outros eventos dessa natureza em Mossoró, como a FICRO e a Feira do Empreendedor organizada pelo Sebrae, entre outros eventos de cunho acadêmicos e técnico-científicos. Um equipamento que passou a servir ao município e a toda a região.

Expocenter na Estação das Artes

Diante da falta de interesse da direção da Ufersa no período de 2012 – 2020, a direção do Coex sentiu-se na obrigação de realizar a Expofruit fora do Expocenter (local construído para essa finalidade) e passou a montar os estandes de maneira improvisada na Estação das Artes. Foi a única saída para o Coex diante da falta de atenção por parte da universidade.

A realização da Expofruit é uma luta hercúlea da direção do Coex. Sempre no período pré-evento há uma verdadeira peregrinação dos diretores do COEX e do Sebrae junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Governo Estadual e Prefeitura Municipal de Mossoró para a liberação de recursos para a realização da feira. Além disso, nada garante que o contrato assinado com esses órgãos seja uma segurança de que os recursos serão liberados para o pagamento dos fornecedores em tempo hábil.

A realização de uma feira dessa natureza precisa de muita sintonia dos órgãos públicos e privados da nossa região, pois além de desenvolver a nossa agricultura irrigada, a Expofruit garante lotação hoteleira de Mossoró durante toda a semana do evento.

A Expofruit, em função da limitação de recursos, deixou de ser anual e passou a ser realizada a cada dois anos, mas em função da pandemia não foi realizada no ano passado.

Expofruit no Expocenter

A realização da Expofruit dentro do Expocenter facilita muito para os organizadores do evento. O Expocenter tem amplo estacionamento, local adequado e planejado para a exposição de equipamentos e máquinas agrícolas e tem condições de instalação de áreas demonstrativas de culturas, o que seria um grande atrativo para a feira ser visitada pelas crianças e jovens do ensino fundamental e médio de toda região durante o dia.

Outro aspecto muito importante é a concentração num único espaço da exposição da feira propriamente dita (frutos, insumos, equipamentos e máquinas, acessórios, complementos, serviços, etc) e da parte técnico-científica (seminários, mesas-redondas, workshop, entre outros).

A realização da feira dentro da Ufersa tem como grande beneficiado o estudante da área de Ciências Agrárias e afins que não precisam se deslocar para o centro da cidade. Lá mesmo no campus da universidade os discentes teriam a oportunidade de fazer contato com os diferentes atores do setor que mais tarde irão gerar os postos de trabalho que os discentes irão ocupar.

Dentre os discentes da Ufersa, os residentes na Vila Acadêmica Dix-Huit Rosado são os que mais aproveitariam o espaço da feira, pois não precisavam se deslocar muito para visitação. A distância do Expocenter para a Vila Acadêmica não chega a 1000 m. Esperamos que a Expofruit 2024 passe a ser realizada novamente dentro da instituição e que tenha convergência para que se consolide como um evento ímpar no Semiárido. É o nosso desejo.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa

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Categoria(s): Artigo
domingo - 10/10/2021 - 10:42h

Relações perigosas

Por Marcelo Alves

Há livros que nos remetem a outros livros. E essa relação se dá, pelo menos para mim, com “O caso dos dez negrinhos” (“Ten Little Niggers”, 1939), da minha grande amiga Agatha Christie (1890-1976), e “A pane” (“Die Panne”, 1956), de Friedrich Dürrenmatt (1921-1990), sobre quem escrevi recentemente.

Ten Little Niggers” – que também é publicado sob os títulos “Ten Little Indians”, “The Nursery Rhyme Murders” e “And Then There Were None”, em razão da polêmica sobre o caráter racista do seu título original – é um dos livros mais conhecidos da minha amiga. Os seus admiradores conhecem bem o enredo: localização sinistra e personagens estereotipados. Dez pessoas são convidadas para uma mansão na ilhota chamada Nigger/Indian Island (inspirada em Burgh Island, localizada na costa de Devon).

Agatha Christie, especialista no suspense (Foto: web)

Agatha Christie, especialista no suspense (Foto: web)

Os convidados chegam, entusiasmados, em uma tarde de verão. Mas a coisa muda em meio a uma tempestade que os deixa isolados na pequena ilha. E todos têm algo a esconder. “Crimes” que a “Justiça dos homens” não foi capaz de punir. Um a um, eles são indiciados, condenados e mortos.

Para os amantes do direito, tudo encanta em “Ten Little Niggers”, a começar pela atmosfera de investigação/audiência/julgamento, com todo um vocabulário próprio dos tribunais. Entre as personagens, há até um juiz aposentado (famoso pelo pendor de “seus” réus à forca), que “preside” várias passagens/audiências. A obra nos faz pensar até que ponto é salutar a justiça absoluta, que pode significar apenas um sádico prazer em assistir à dor alheia, e em quem estaria apto para provê-la.

Já “A pane”, de 1956, conta a estória de um caixeiro-viajante que, após uma avaria no seu carro, é convidado para jantar e pernoitar na casa de um juiz aposentado. Alfredo Traps (“armadilhas”, em inglês) é o nome desse outrora tão comum representante de vendas. O desenrolar do pernoite ganha ares sinistros. O anfitrião convida o caixeiro a participar de um jogo, em que o juiz e seus três amigos – um ex-promotor, um advogado de defesa e um “carrasco” – se divertem durante o jantar. O jogo é um julgamento simulado no qual Traps será o réu. Sugere-se que o caixeiro teria causado a morte do seu próprio chefe. Ele também teria tido um caso com a esposa deste.

O promotor então acusa o “réu” de homicídio premeditado. Após os argumentos finais, o juiz sentencia Traps à morte. Os “operadores do direito” agradecem ao caixeiro a sua esportividade e pedem que ele acompanhe o carrasco até um quarto reservado. Mais tarde, quando se vai entregar o veredicto escrito ao “condenado”, descobre-se que este se enforcou. A coisa torna-se ainda mais sinistra e tensa.

A trama foi inicialmente formulada como uma peça de rádio (e, aqui, o final é diferente). Ganhou prêmios e foi logo transformada em romance. Foi novamente readaptada, pelo próprio autor, desta vez para os palcos, com mais um final diferente. E, claro, foi bater na TV e no cinema, sendo “The Deadly Game”, filme de 1982, direção George Schaefer (1920-1997), a versão mais conhecida. Recomendo!

O romance de Christie é anterior ao de Dürrenmatt (respectivamente, de 1939 e 1956). Será que este teria se inspirado naquela? Curiosamente, descobri na Internet que Dürrenmatt paga tributo a outro grande escritor, Guy de Maupassant (1850-1893), provavelmente tendo por base um conto/novela deste intitulado “Le Voleur” (1882). E outros já relacionam “A pane” com o romance “The Four Just Men” (1905), de Edgar Wallace (1875-1932).

Noves fora a curiosidade, tudo isso pouco importa. Antoine Lavoisier (1743-1794) já dizia: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Outro grande francês, François-René de Chateaubriand (1768-1848), disse: “O escritor original não é aquele que não imita os outros, mas aquele que não pode ser imitado por ninguém”. E o enorme T. S. Eliot (1888-1965) arrematou algo como: “Os grandes escritores não plagiam, eles se inspiram”.

Bom, nestas páginas, eu ponho para relacionar quem eu quiser. Até a minha Agatha Christie. Sejam essas relações, que envolvem assassinatos e inspiração, perigosas ou não.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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Categoria(s): Cultura
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domingo - 10/10/2021 - 09:48h

Mossoró

Foto coletada na Web de autoria de João Clemente

Foto coletada na Web de autoria de João Clemente

Por Inácio Augusto de Almeida 

Existe coisa mais linda do que o nascer do sol?

Primeiro surgem raios avermelhados que aos poucos vão vencendo a escuridão da madrugada que se vai para dar lugar ao brilho da manhã que chega tornando o céu azul e nos presenteando com nuvens que lembram belos flocos de algodão.

Luminosas manhãs mossoroenses, manhãs tão cheias de luz a nos dar um céu tão azul que os pássaros festejam com um canto afinado que nos faz lembrar uma orquestra só existente na nossa imaginação.

É a perfeição da natureza se fazendo presente.

Mossoró tem dias de luz tão bonitos que nos dá a impressão do sol viver em eterna festa.

E as manhãs mossoroenses são um convite à vida.

Impossível descrever a festa de luz, calor e sons que chegam juntos com cada novo dia.

Mas não pensem a beleza de cores findar-se com a manhã que dá lugar a uma tarde que se vai lentamente e, até mesmo, com um muito de preguiça.

Há muita beleza nas tardes de Mossoró. E quando bate a brisa vespertina a lembrar que é hora das cadeiras na calçada…

Calma, gente, o mais belo ainda está por vir.

É quando o sol ensaia o seu desmaio e, entre nuvens vermelhas, anuncia a chegada da noite.

Raios cor de ouro rasgam o céu enquanto mansamente a primeira estrela vai, timidamente, surgindo.

Depois uma colcha de retalhos se forma.

São estrelas lindas brilhando com intensidade tão forte que nos leva a ver um quadro jamais criado por nenhum pintor.

Mossoró é uma cidade bela em tempo integral.

Só nos resta agradecer a Deus por tanta beleza e por ter nos dado o dom de tudo isto desfrutar.

Não existe no mundo coisa mais linda que Mossoró.

Inácio Augusto de Almeida é jornalista e escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 10/10/2021 - 08:52h

“União Brasil” e a terceira via

Por Ney Lopes

Afinal, aprovada a fusão do DEM e PSL (veja AQUI). Faltam apenas algumas formalidades junto à Justiça Eleitoral.

A indagação que surge é qual a dimensão das mudanças no cenário eleitoral, que resultarão dessa fusão.

O que se percebe é que a nova sigla “União Brasil” nasce rachada, pois segundo o secretário geral ACM Netto, cerca de 40% dos parlamentares deverão debandar.União Brasil - 44 - convenção conjunta de PSL e DEM para fusão partidária em Brasília

Para quem conhece a política nacional é notório que na “União Brasil” tem muito cacique, para poucos índios. Muitos mandando e poucos obedecendo; muitos falantes e poucos ouvintes.

Na última semana, o presidente do novo partido, deputado Luciano Bivar, deu entrevista ao GLOBO, que precisa ser lida com atenção, por ser muito significativa. Ele deixou claro certos pontos, que têm projeção no cenário político futuro do país.

Vejamos o que disse:

“Os filiados à sigla terão que se adaptar ao programa partidário ou tomar seus “caminhos”.

“Não diria que queremos ser a terceira via. Queremos representar um candidato que com certeza vai para o segundo turno.

Sobre magoas de Bolsonaro disse “por que ter mágoa de alguém que nunca me causou nenhum dano material? ”

“Isso não significa que a gente tenha mágoa um do outro. Eu não tenho mágoa”

“Nunca é tarde para pedir perdão, de reparar meus caminhos. Então a vida é assim”

As declarações do deputado Luciano Bivar sinalizam, que até Bolsonaro poderá ser apoiado pelo União Brasil, o que já transparece na acomodação permitida de bolsonaristas e não bolsonaristas, convivendo na mesma sigla.

A essa altura do momento político brasileiro, uma terceira opção à presidência da República exigiria a convicção de um partido determinado e convencido desse objetivo. Somente assim o eleitor daria credibilidade ao nome lançado.

O “União Brasil” deixa claro que não deseja ser essa terceira via. O propósito anunciado pelo seu presidente é chegar ao segundo turno, com qualquer nome que possa se compor.

Anunciado praticamente um “vale tudo”, em busca de composição política.

Nota-se que o partido terá como objetivo eleger bancada federal expressiva, a partir do seu milionário Fundo Eleitoral e buscar uma forma de salvar-se na disputa presidencial, que lhe permita chegar ao segundo turno.

Isso está claro, pelo que afirmou o presidente Luciano Bivar.

Dessa forma, permanece o vazio em busca de uma terceira via, que possa reduzir a tensão entre Bolsonaro e Lula.

“União Brasil” será mais um partido disponível para composições, como os demais do chamado “centrão ”atual.

Conclui-se, que a única esperança da terceira via seja o PSD de Gilberto Kassab, que tem se fixado nessa meta, com o nome de Rodrigo Pacheco.

Caso realmente o presidente do Senado inscreva-se no PSD e se lance candidato, ele poderá até ter o apoio da União Brasil.

Trocando em miúdos: União Brasil não se propõe ser a terceira via, mas poderá no futuro apoiar a terceira via.

Se isso ocorrer, será bom para a terceira via afirmar-se eleitoralmente.

Aguardemos.

Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal

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Categoria(s): Artigo / Política
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domingo - 10/10/2021 - 07:52h

Garrafas de areias coloridas

Por Odemirton Filho

Outro dia li uma crônica do escritor Ferreira Gullar. O texto falava sobre as garrafas de areias coloridas da nossa praia de Tibau.

Há muito tempo, conforme Gullar, em São Luís do Maranhão, tinha visto uma dessas garrafas de areias coloridas e ficara admirado. Achara de extrema habilidade o trabalho do artista.

Garrafinhas com areias coloridas que encantam muita gente (Foto ilustrativa de Ana Paula Hirama)

Garrafinhas com areias coloridas que encantam muita gente (Foto ilustrativa de Ana Paula Hirama)

Segundo lhe contaram, um grupo de mulheres lideradas por Maria Francisca, moradora da cidade de Tibau, fazia essas garrafas. “Belíssimas! Um encanto”, dissera o poeta.

De acordo com o narrado por Maria Francisca, quando ela era menina houve uma grande ressaca na praia de Tibau, pondo à mostra a variedade de areias coloridas ali existentes. Ela e a irmã começaram a brincar e levar para casa. Uma delas resolveu guardar as areias coloridas dentro de uma garrafa e, daí em diante, começaram a fazer desenho simples. Com o passar do tempo foram aperfeiçoando os desenhos. A história é verdadeira? Não sei, estimado leitor.

Mas, de toda forma, fiquei impressionado com a narrativa de Gullar. Eu, particularmente, desconhecia. Com certeza, muitos não sabem sobre esse pedaço da história de Tibau.

Cá de minha parte, pensei o quanto damos tão pouco valor as coisas de nossa terra. Nunca imaginei que um poeta da estatura de Gullar tivesse escrito sobre a arte da nossa linda e gostosa praia de Tibau. Aliás, nesses tempos difíceis, um banho de água salgada faz bem.

Em vários momentos, já relatei neste espaço as lembranças da minha Tibau da infância e juventude. A crônica de Gullar me fez voltar ao morro do labirinto e suas areias coloridas, no qual brincava com os meus primos naquelas tardes de veraneio, depois tomava banho no “pinga”. Sempre vem uma doce saudade daquele tempo.

Infelizmente, não encontro à venda as garrafas de areias coloridas como antigamente. Hoje, de vez em quando, deparo-me com algumas. Talvez, os mais jovens já não exerçam a arte como faziam os seus pais e avós.

Aos leitores, deixo as palavras do grande poeta Ferreira Gullar como uma homenagem à nossa arte: “as garrafas valem pela sua beleza inesperada, pela força poética que arrebata objeto tão cotidiano para os campos dos sonhos. Eis uma das coisas mais puras e mais fascinantes da arte popular brasileira: As garrafas do Tibau”.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica
domingo - 10/10/2021 - 06:38h

Meu amor de salvação

Por Marcos Ferreira

Após não sei quantas publicações, eis que agora me dou conta de que não escrevi sobre a mais importante personagem que, vez por outra, menciono neste meu exercício de cronista. Pois é, não escrevi. Embora a tenha inserido nalguns textos prolixos acerca de assuntos vários, não a expus, todavia, como protagonista, com uma página apenas dela: minha adorável noiva Natália Maia.

Então, prezado leitor e gentil leitora, peço licença para discorrer, neste domingo de pássaros cantantes e céu azul, sobre alguém que, ao longo dos últimos seis anos (nosso namoro teve início aos 7 de setembro de 2015), só me tem dado alegria e orgulho de tê-la em minha vida. Exatamente! Se em outros momentos a enalteci em merecidos versos, que tornei públicos sem qualquer receio, hoje repito a indiscrição em prosa, nesta crônica de natureza tão pessoal quanto amorável.

Foto ilustrativa de Bruno Marques (Canção Nova)

Foto ilustrativa de Bruno Marques (Canção Nova)

Sei do risco que corro, em se tratando do interesse dos leitores, ao abordar um assunto tão íntimo. Tem nada, não. Creio que possuo algum saldo com vocês. Se não, botem aí na conta, que qualquer dia eu pago esse débito literário. Hoje não me furtarei em falar sobre Natália, ela que, antes do meu editor, é quem primeiro lê todas as produções que publico. Exceto esta. Porque é surpresa.

Imagino que agorinha ela acabou de acessar o Canal BCS (Blog Carlos Santos), já tomada banho e decerto bebericando a sua xícara de café matinal, para saber enfim o que danado escrevi para este domingo, posto que desta feita (estranhando desde ontem as minhas esquivas) ela não viu meu texto em primeira mão. Sim, inventei algumas desculpas, escondi-lhe a verdade com esse propósito bem-intencionado, e mantive estas páginas longe dos olhos de Natália até bem pouco.

— Cadê a crônica, hein? — ela perguntava.

Neste minuto, porém, não há mais segredo. O pano caiu; estou a descoberto perante ela. Muito em seu louvor eu gostaria de dizer, contudo sei que nada do que escreva será o bastante para dimensionar as qualidades de Natália Maia, uma pessoa cujo caráter e senso humanitário poucas vezes se encontram em meio ao rebanho da vida em sociedade, como diria o querido amigo Antônio Alvino.

O que mais posso referir sobre Natália? Há tanto o que ser dito de bom a respeito dela, eu que sou o seu maior admirador, mas agora reparo que as palavras começam a me faltar. Acontece. Entre outras coisas, às vezes ela tem o poder, a sutil capacidade de me deixar sem argumentos. Por outro lado, e com firmeza, é a grande incentivadora das minhas letras, da minha escrita. É quem me diz (na saúde e na doença, na tristeza e na alegria) que tenho futuro enquanto escritor.

Não sou um sujeito religioso, nunca fui, entretanto ouso dizer que Natália é um anjo bom que Deus colocou em meu caminho. Hei de ir embora primeiro, sinto que não vim a este mundo caótico para me demorar, mas desejo viver ao lado dela todo o tempo que ainda me resta. Portanto, agradeço ao Altíssimo por todos os dias, horas e minutos que tenho usufruído da companhia de Natália.

Foi ela, com o facho de luz do seu lindo coração, com a aura de um espírito superior, quem me resgatou das trevas em que estive durante tanto tempo, desacreditado de todos e até de mim próprio. Natália, prezado leitor e gentil leitora, devolveu-me a alegria de viver, convenceu-me de que a vida vale a pena, e me trouxe de volta o prazer da escrita, da leitura, meu gosto pela música e pelo cinema. Exatamente, senhoras e senhores, não foi apenas o arsenal de psicotrópicos.

Cheguei ao fundo do poço, a ponto de passar noites amarrado a uma cama de hospício desta cidade, dopado, o corpo cheio de dores, num deplorável estado de semiconsciência e torpor. E quando eu estava lá, caído nas sombras, na sarjeta mental, foi dela a mão que me resgatou. Cuidou dos meus ferimentos e todo dia me ensina a conviver com as cicatrizes que ficaram na minha alma.

É difícil falar sobre esta Natália sem exibir um pouco do meu histórico, por mais que o objetivo destas palavras seja prestar uma simples homenagem à musa do meu coração. Penso que outras mulheres (não culpo ninguém por isso) teriam me voltado as costas, desistido de mim nos primeiros sinais da minha doença. Ela, contudo, não o fez, não me largou naquele manicômio. Apostou no meu restabelecimento, não fraquejou, a todo instante apoiada na sua infinda, inabalável fé.

— Você vai ficar bom! — sempre afirmava.

Por que expor aqui coisas tão íntimas? Alguém deve questionar. Não me constranjo, não há problema algum em sermos justos e verdadeiros. Não perco mais tempo com certos pudores e hesitações. Hoje tenho mais passado que futuro e quero dizer às pessoas — inclusive a Natália — o que penso sobre elas, ainda que publicamente. Deixar isso para amanhã pode ser para nunca mais.

Os pássaros cantam, redemoinham na mangueira da residência aos fundos, numa incessante babel que me serve de trilha sonora para este depoimento em homenagem a Natália. O vento também produz barulho nos ramos e folhas da grande árvore, impulsionando o voejar do passaredo ao redor. Então eu gostaria que este relato fosse leve como o vento, agradável e alegre como o canto desses seres alados que orbitam a velha mangueira da senhora Francisca, minha vizinha.

Não só da mangueira advêm as aves que ouço nas imediações. Aqui próximo, por trás das casas do outro lado da rua, passa um córrego (talvez seco nesta época do ano) de onde vez por outra, além do estrídulo das nhambus, escuto o que me parece o pio de uma sericoia e também das rasga-mortalhas. Sobretudo durante as eventuais horas mortas em que me encontro nesta escrivaninha.

Antes, durante um longo período, eu não mais me dava conta de nada disso, da vida que pulsava no meu entorno, das coisas simples e belas da natureza. Tive que reaprender a enxergar e a ouvir muito do que havia esquecido. Natália, que posso chamar de meu amor de salvação, sem pieguice ou exagero, tal qual no romance do Camilo Castelo Branco, é responsável por tudo de bom que me tem acontecido ao longo destes seis anos que abarcam o nosso namoro e noivado.

É possível que o prezado leitor e a gentil leitora considerem esta declaração algo açucarado, quiçá démodé. Podem achar o que quiserem. Estão no seu direito. Acontece, porém, que de amargo hoje em dia eu só estou aceitando café. No mais, ao menos em literatura, um pouco de açúcar, só uma vez perdida, não faz mal a ninguém. Até porque o amor também é doce e nunca sairá de moda.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 10/10/2021 - 04:30h

Apontamentos para a genealogia nordestina

Por Marcos Pinto

A  Genealogia  tem  se  constituído  em  um  dos  pilares  mais  relevantes  a  sustentar  o  arcabouço  dos umbrais  da  história.  Quer  seja  nos  preceitos  bíblicos,  ao  elencar  a  descendência  das  doze  tribos  de  Judá, quer  seja  nas  expressivas  obras  que  descrevem  ás  heroicas  e  primitivas  famílias, desbravadoras  dos  mais  recônditos  rincões  do  Brasil. Predominam  as  forças  naturais  e   hereditárias  referenciando  normas  e   ditames   com  elos  ancestrais  seculares.

É  certo que,  nestes  últimos  anos, tem surgido  elementos  inescrupulosos  posando  de  genealogistas, pseudos  pesquisadores  que  só  almejam  angariar   exorbitantes  remunerações  para  efetuar  pesquisas, na  maioria  das  vezes  forjando  nomes  e  cronologias, ao  ponto  de  citar  inventários  setecentistas (Séc. XVIII) e   Oitocentistas (Séc. XIX) existentes  em  antigos  Cartórios   da  região  nordestina,  geralmente  dos  estados  do  Ceará, Paraíba  e  Rio  Grande  do  Norte.  Não raro,  estes Personas   cometem  quando  da  aplicação  das  nominatas  no  esboço  genealógico, observando-se  grosseiros  erros  cronológicos, configurando, assim,  um  cometimento  de  estupro  da  verdade  histórico-cultural da  nossa  terra.genealogia - árvore genealógica

Não  há história  sem  DNA  genealógico.  Não  há   genealogia  sem  a  moldura  exata  da  história,  descrita  sem  as  matizes  do  memorialismo  oficial  deturpador.  Representam  as  linhas  mestras, confluentes, que  entreteceram  as  nossas  individualidades  ancestrais.   Revelam  heranças  mentais, evidenciando  atavismos  acumulados  das  taras, dos  legados  mórbidos, num  deslumbramento  a  romper  a  bruteza  pré-histórica  das  nossas  assombrosas  e  misteriosas   ascendências.  Nada  mais  que  componentes  insustentáveis  da  alma  bravia e  desordenada. Se  nos  apresenta  como  duas  figuras  dignas  de  serem  agudamente  observadas.

Os  referenciais  genealógicos   amplamente  contidos  em  famigeradas  obras  da  Genealogia  dos  colonizadores enfatiza  um  manancial  de  conclusões  convincentes,  amalgamando   nominatas   de  bravos  homens  e  mulheres. É  memória   demonstrada  de maneira  irrefutável.   Formam  uma  corrente  etnográfica  sedutora  e  inexpugnável.

E  foi  assim,   com  altanaria  indômita, baseada  no  enriquecimento  oriundo  da  exploração  das  nossas  riquezas  naturais, que  o  elemento  europeu, geralmente  o  português, enfrentou  toda  sorte  de  perigos  e   anseios  na  longa  e  penosa  travessia  do  Atlântico, transcorrendo  o  cansativo  tempo  de  três  meses  para  aportar  na  famosa  “Terra   Brasilis.

É  certa,  a  afirmativa  deveras  incontestável,  de  que  as  Capitanias  do  Rio  Grande  do  Norte,  Ceará  e  Paraíba   começaram  a  ser  povoadas e  a  nascer  para  a   civilização  já  sob  o  inteiro  domínio  da  Capitania  de  Pernambuco. Cresceram  sob   a  concentração  de  povoadores  do  Rio  São  Francisco  e  com  vínculos  bem  profundos  com  os  sertões  pernambucanos.

Naqueles  tempos (Sécs. XVII  e  XVIII)  quase  tão  próximas  de  Olinda, via  Itabaiana-PB, dado  o  grande  intercâmbio  comercial  decorrente  da  compra  de  rebanhos  de  gado  em  Pernambuco. Posteriormente, no Séc. XIX,  este  movimento  comercial   passou  a  ser  efetuado   em  Oeiras-PI.   Este  desiderato  levou  o pernambucano  Capitão  Francisco  Pinto  da  Cruz  a  requerer  Data  de  Sesmaria  no  Ceará,  explorando  pessoalmente  a  região  de  Milagres.  Neste  mesmo  contexto,  vieram  da  região  dos  açores (Portugal)  para  o  Rio  Grande  do  Norte  as  famosas  e  tradicionais  famílias  RAPOSO  DA   CÂMARA   e   MEDEIROS (Vide  Livro “Um  Ramo  Judaico dos  Medeiros  no  Seridó” –  Luiz  Fernando  Pereira  de  Melo)  para  fixarem-se  nas   Ribeiras  do  Apodi  e  do  Seridó.

Depois  de  Natal  foi  a  região  do  Assu  que,  ainda  no final  do  séc. XVI, passou  a  ser   polo  irradiador  da  colonização  da  região  Oeste  potiguar.  A  fixação  do  famoso  “Terço dos  Paulistas” no  Assu   constituiu  meio  atrativo  para  assentamento  de  Praças  e  Soldados, onde  alguns casaram  e  deixaram  vasta  descendência.  De   Portugal  para  o  Assu-RN  vieram:  O  Coronel  Carlos  de  Azevedo  do  Vale;  o  Licenciado  Manoel  Lopes  de  Macedo, nascido  a  24.09.1670, filho  de  outro  de  igual nome  e  de  Adelaide  Cabral  de  Macedo (Origem da  família  Cabral no  RN), tendo  embarcado  para  o  Brasil na  cidade  do  Porto  a  12.10.1706  com seus  oito  filhos.  Era  casado  com  D. bárbara  Freire  de  Amorim, filha  de  Antonio  Freire  de  Amorim  e  Bárbara  Freire  de  Amorim.

Outro português  a radicar-se  no  Assu  foi  o  Capitão  João  de  Souza  Pimentel, que  casou  com Josefa  Lins  de  Mendonça, bisneta  de  Gaspar  Wanderley. Vindos  de  Pernambuco, chegaram  à  terra  assuense  em meados  do  Séc. XVIII.  Tereza   era  filha  de  Tereza   Wanderley, pernambucana, e  de   Silvestre  de  Mendonça, residentes  nas  Alagoas.

Já  a  tradicional família  Cavalcanti,  do  Assu,  veio  da  Paraíba  através  de  José  Joaquim  Bezerra  Cavalcanti e  Domingos  Alves  Ferreira  Cavalcanti, que  casou  com D. Maria  Joana  do  Espírito  Santo, irmã  de  José  Joaquim, e  foram  residir  no  lugar  “Brejo  do  Apodi”, onde deixaram  numerosa  descendência, espraiada  no  Icó-CE (Vide  Nobiliarquia  Pernambucana, Vol. IV, pág.474 – Coleção  Mossoroense – Série  C – Volume  823 –  Ano  1993.

Residindo  em  terras  à  margem do  rio  São  Francisco, Manuel  Filgueira  de  Carvalho   veio  para  o  Assu   com  muito  gado, procurando  viver  em paz  com  os  indígenas que  eram  sempre  entrave  no  povoamento  das  terras  assuenses.

Para  o  sertão  do  Apodi  vieram  os  portugueses Alexandre  Pinto Machado, natural  de  São  Miguel  de  Caldas  de  Vizela, do Bispado  de  Lamego, filho  de João  Machado  e  Maria  Pinto,  que  casou  na  Matriz  de  Apodi  a  22.11.1768   com  Francisca  Barbosa  de  Amorim, natural  do  Icó-CE, filha  do  Capitão-Mor  o  português  João  Barbosa  Corrêia, natural  de  Ponte  do  Lima,  e  de  Rosa  Maria  de  Jesus, natural  da  Freguesia  da  Várzea, em  Pernambuco.(Origem da  família  PINTO,  do  Oeste  potiguar).

O  português  Antonio  da  Mota  Ribeiro  nasceu  a  13.06.1710  na  Freguesia  de  São  Clemente, Arcebispado  de  Braga e  falecido  em  Apodi  a  19.08.1796.Era  casado  com Josepha  Ferreira  de  Araújo,  filha  do  porruguês Carlos  Vidal  Borromeu  e  da  índia  Isabel  Araújo (Vide  livro “Velhos  Inventários  do  Oeste  Potiguar – Marcos  Antonio  Filgueira –  Coleção  Mossoroense  –  Série  C – Vol. 740, ano  1992.

Temos , ainda, o  entrelaçamento  da  família do português  MOTA   com  os  portugueses:  Antonio  da  Rosa Machado,  natural  da  Freguesia  de  Santa  Bárbara,  casou  com  Cosma  Ferreira  da  Mota (Nasceu  a  19.12.1757); José  Luiz  Vieira  de  Veras, natural  da  Vila  de  Setúbal, filho de  Luiz José  Vieira  e  Josefa  Maria  de  Jesus (de  Setúbal);  Já  o  Capitão  José  Ferreira  da  Mota (Nasceu  em  1768) casou  em  06.05.1791  com  Florência  Maria  de  Jesus, filha  do  português  José  de  Paiva  Chaves  e  Ignácia  Maria  do  Rosário.

Florência  nasceu na fazenda  Patu de  Fora  a  01.02.1770  e  faleceu  na  fazenda  Santa  Cruz (Apodi)  em  1823.  José  de  Paiva  Chaves  era  natural  de  Vizeu, e sua  espoa  Ignácia  era  natural  do  Piancó,e  moradora  no  Patu  de  Fora. Florência  era  neta  materna de  Antonio  Pimentel  de  Araújo, natural  do  Assu, e  de  Isabel  Soares da  Silva, natural da  Freguesia  de  Nossa  Senhora  do  Desterro  de  Itambé-PE.

Inté!

Marcos Pinto é advogado e escritor

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Categoria(s): Crônica
sábado - 09/10/2021 - 23:56h

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“O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação.”

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