segunda-feira - 29/08/2022 - 16:50h
Política

Allyson ‘estadualiza’ campanha em apoio a Lawrence e Jadson

Principal cabo eleitoral das candidaturas à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa do seu grupo, o prefeito mossoroense Allyson Bezerra (Solidariedade) não está circunscrito aos limites de Mossoró na campanha em prol deles. Nos fins de semana, leva os candidatos Lawrence Amorim (federal) e Jadson (estadual) a diversas outras cidades, da Grande Natal à região Oeste.

Em Macaíba e Upanema, Allyson e seus candidatos mobilizaram apoiadores (Fotomontagem de redes sociais)

Em Macaíba e Upanema, Allyson e seus candidatos mobilizaram apoiadores (Fotomontagem de redes sociais)

Nos últimos dias foram feitas várias mobilizações e reuniões em Natal, Macaíba, Parnamirim, Upanema e Apodi, por exemplo.

Ele “estadualiza” a campanha e puxa Lawrence e Jadson com aposta na força irradiadora de sua alta popularidade. Investe no conhecido “efeito tambor”, ou seja, o eco do que acontece em Mossoró e sua influência por vastíssima área territorial e social.

E a sua imagem é colada a dos candidatos no material de divulgação, além do slogan “Pra fazer mais,” fixado sobre o mapa do RN.

Lawrence e Jadson são “os candidatos de Allyson”, prega a propaganda de ambos. Quem tem dúvida? A campanha urge e ruge, pois as eleições estão bem ali, a pouco menos de 30 dias.

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segunda-feira - 29/08/2022 - 16:02h
95 FM (Mossoró)

Às 18h20 dessa segunda-feira, encontro marcado no Jornal das 6

Bate-papo sobre politica na 95FM (Foto: arquivo/Ricardo Lopes)

Bate-papo sobre politica na 95FM (Foto: arquivo/Ricardo Lopes)

Nessa segunda-feira (29), às 18h20, a gente tem encontro marcado com os jornalistas Tárcio Araújo e Emanuela de Sousa (Manu), âncoras do Jornal das Seis, da 95 FM de Mossoró.

Na pauta, análise de pesquisas eleitorais, debate presidencial, campanha eletiva deste ano e outras questões correlatas.

Acompanhe ao vivo no portal da emissora – //tcm95fm.com.br/ – e pelo Instagram @95fmmossoro.

Também no App TCM Play, na TV Cabo Mossoró (TCM Telecom) HD pelos canais 02 (Pacote Família) ou no Canal 26.6 (Pacote Compacto).

O ouvinte participa com acesso pelo WhatsApp do programa pelo número (84) 3315-0733.

Fico no aguardo.

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segunda-feira - 29/08/2022 - 15:20h
Chapa única

Professores vão eleger dirigentes da Adufersa nessa terça-feira

A Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural do Semiárido (ADUFERSA) realiza nessa terça-feira (30), processo eleitoral para definir a nova Diretoria e Conselho de Representantes do sindicato, durante o biênio 2022-2024.

Thiago Arruda encabeça chapa de consenso à presidência da Edufersa (Foto: divulgação)

Thiago Arruda encabeça chapa de consenso à presidência da Edufersa (Foto: divulgação)

O pleito será realizado durante todo o dia, com pontos de votação presencial em Mossoró, na sede da entidade,  e nos campi da Ufersa em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, das 08h às 12h e das 14h às 18h.

A chapa “Democracia e Autonomia” é a única inscrita para a disputa em 2022. Ela é composta por: Thiago Arruda Queiroz Lima (Presidente); José Domingues Fontenele Neto (Vice-presidente); Claudio de Souza Rocha (Primeiro Secretário); Valdenize Lopes do Nascimento (Segundo Secretário); Álvaro Fabiano Pereira (Primeiro Tesoureiro); Jusciane Costa e Silva (Segunda Tesoureira); Inês Xavier Martins (Diretora do Setor de Aposentados); Jairo Rocha Ximenes Ponte (Diretor Adjunto do Setor de Aposentados); Francisco Souto de Sousa Júnior (Diretor de Cultura, Esportes e Lazer); Subênia Karine de Medeiros (Diretora Adjunto de Cultura, Esportes e Lazer).

Além da diretoria, também será eleito o Conselho de Representantes, que é formado por 16 docentes dos departamentos e campi.

Neste pleito os candidatos ao Conselho de representantes são: Talita Montezuma (titular) e Mário Sérgio Falcão Maia (suplente) – Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas; Indalecio Dutra (titular) e Marineide Jussara Diniz (suplente) – Centro de Engenharias; Rafael Castelo Guedes Martins (titular) e Antonio Ronaldo Gomes Garcia (suplente) – Centro de Ciências Exatas e Naturais; Cristina Baldauf (titular) e Fernanda Matias (suplente) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde;  Leilson Costa Granjeiro (titular) e Clarisse Pereira Benedito (suplente) – Centro de Ciências Agrárias;  Carmelindo Rodrigues da Silva (titular) e Rafael da Costa Ferreira (suplente) – Campus Angicos;  Jorge Luis De Oliveira Pinto Filho (titular) e Glauber Barreto Luna (suplente) – Campus Pau dos Ferros; Hudson Pacheco Pinheiro (titular) e Adiana Nascimento Silva (suplente) – Campus Caraúbas.

Em 2020, data da última eleição sindical, a votação foi realizada de maneira virtual em decorrência da pandemia de Covid-19, que, àquele momento, atingia o ápice no número de contaminações e vítimas no Brasil.

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segunda-feira - 29/08/2022 - 09:46h
Eleições 2022

Conheça cada um dos candidatos ao Senado em todos os estados

Plenário do Senado do Brasil, onde 27 vagas estão em disputa este ano, com maior concorrência da história (Foto: Edilson Rodrigues/Senado)

Senado, onde 27 vagas estão em disputa este ano, com maior concorrência da história (Foto: Edilson Rodrigues/Senado)

A eleição para o Senado em outubro tem 237 candidatos registrados para 27 cadeiras em disputa, o que dá uma média de 8,7 postulantes por vaga. É a mais concorrida em pelo menos 30 anos, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em alguns estados, a disputa é ainda mais acirrada do que a média. O Rio de Janeiro, por exemplo, tem 13 pretendentes ao Senado, seguido de Distrito Federal, Pará e Tocantins — com 12 candidatos cada. Os estados com menor concorrência são Alagoas e Maranhão, com 5 candidatos. Bahia, Ceará e Mato Grosso do Sul têm 6 pretendentes cada.

Clique AQUI e conheça cada um dos candidatos em cada estado federado, incluindo o RN, com dados da Agência Senado. Basta clicar sobre o mapa do estado preferido.

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  • Repet
segunda-feira - 29/08/2022 - 08:42h
Disputa presidencial

Num debate sem maiores destaques, ponto para Simone Tebet

Gostei no geral do debate organizado pelo pool de mídia – Band, UOL, TV Cultural e Folha de São Paulo, e levado ao ar à noite desse domingo (28). O formato permitiu que os candidatos à Presidência da República apresentassem seus raciocínios, argumentos, ideias. Porém, pouco de ideias, que se diga.

Debatedores participaram de programa organizado por um pool da mídia (Foto: divulgação)

Debatedores participaram de programa organizado por um pool da mídia (Foto: divulgação)

O nós contra eles, o Fla-Flu político, segue e continuará até o fim. Lamento. Entre os protagonistas, quem imaginou que fosse galvanizar a atenção dos indecisos, por exemplo, talvez tenha saído frustrado. 

Senadora Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D’Ávila (Novo), senadora Simone Tebet (MDB), Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) estiveram de frente às câmeras e lado a lado. Em vários momentos a temperatura  subiu, com entreveros verbais entre alguns debatedores, mas nada que precisasse de intervenção severa da moderação do programa.

Começando o segundo bloco do debate, nos bastidores quase saia pancadaria, luta física mesmo. O ex-ministro Ricardo Salles e o deputado federal André Janones (Avante/MG), aliado de Lula, trocaram insultos e quase esfregaram os narizes em provocações de lado a lado. Tumulto foi aquietado, mas não resolvido. Deu bem a ideia do que na prática é a campanha de 2022, polarizada por sentimentos hostis.

A agradável surpresa foi a senadora Simone Tebet. Sem ser alvo preferencial, como franca-atiradora, soube aproveitar bem o espaço do debate. Se vai carrear intenções de voto em próximas pesquisas, é outra questão. Porém, esteve acima dos principais debatedores pelo equilíbrio, sem perder a firmeza em certos momentos. Se crescer e bem pode empurrar a disputa presidencial ao segundo turno.

O candidato Lula foi muito bombardeado, esquivou-se de tema como corrupção e subaproveitou o debate. Nas considerações finais resgatou o ‘golpe’ contra “a Dilma” (ex-presidente Dilma Roussef-PT), assunto que o próprio marketing petista esconde há meses, até pelas companhias que junta no palanque: a patota do golpe.

O presidente Jair Bolsonaro ia se saindo bem, sem aqueles naturais arroubos, mas surtou contra a jornalista Vera Magalhães, por exemplo. Poderia ter-se capitalizado mais. Acabou dividindo com Lula e trocando com o adversário, o grosso do tiroteio verbal, o que já era esperado.

O candidato Ciro Gomes foi de novo articulado, com boa retórica, conteúdo, atirou em Bolsonaro e Lula, mas levou invertida desse, quando falou em defesa das mulheres para tentar emparedar o presidente. Seu passado o condena, mesmo que seja passado. O episódio Patrícia Pillar não sai nunca do seu prontuário. Em 2002, numa entrevista, falou que o papel de sua então mulher era dormir com ele.

Senadora Soraya Thronicke (União Brasil) Felipe D’Ávila (Novo) tiveram participações distintas, mas nada a projetar um ou outro como destaque. Cumpriram seu papel, cada um em seu campo de visão de Brasil.

Esperar outros debates. Sobretudo se regras levarem os candidatos à obrigatoriedade de abordagem de temas relevantes, com propostas. Nesse primeiro round, o mais do mesmo. E como não temos nenhum candidato caricato em cena, como em campanhas passadas, fica a esperança de que vejamos conteúdos sérios. O Brasil não está para graças. Precisamos tratar sobre o futuro.

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domingo - 28/08/2022 - 23:54h

Pensando bem…

“Fiz um pouco de bem; é a minha melhor obra.”

Voltaire

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domingo - 28/08/2022 - 19:20h
Classificado

Em jogo emocionante, América vence de virada e salta à Série C

Foi sofrido, parecia impossível, mas deu certo. De virada, jogando na Arena das Dunas neste domingo (28), diante de um público de mais de 28 mil pessoas, o América venceu o Caxias de Caxias do Sul (RS) por 3 x 1, de virada, garantindo acesso da Série D para a Série C, no próximo ano, do Campeonato Brasileiro de futebol.

A partida foi emocionante do começo ao fim.

Iago duas vezes e Téssio, aos 48 minutos do segundo tempo, garantiram a virada no placar e a classificação. Mas, foi o Caxias com Matheuzinho que abriu o placar aos 13 do segundo tempo.

Assim, o alvirrubro natalense precisaria empatar e fazer pelo menos dois gols de diferença para se classificar. E assim ocorreu, com gols de Iago aos 20 e 41, além de Téssio aos 48 minutos.

O América estava na Série D desde 2017. Em três anos parou nas quartas de final (2017, 2020 e ano passado).

Agora, o América decide o título da competição contra os demais classificados: Amazonas (AM), São Bernardo (SP) e Pouso Alegre (MG). No chaveamento, o alvirrubro entra em semifinal contra o São Bernardo.

Primeiro jogo será em Natal. As datas dos confrontos serão definidas essa semana pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

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domingo - 28/08/2022 - 13:24h

Maranhão – Capítulo III

Por Inácio Augusto de Almeida

Do alto dos seus cento e quarenta e cinco centímetros, Conversinha abriu o seu riso safado. E, fazendo-se de vítima:

– Você me explora, Bórgia. Me coloca em missões impossíveis e ainda me acusa de ser, dentro deste jornal, um privilegiado. Ou será que ir a Belém, ficar dentro daqueles hotéis, enfrentar coquetéis, jantares e discursos, é tarefa para um jornalista qualquer? Só um vocacionado como eu suporta tarefa tamanha.

Foto ilustrativa (Web)

Foto ilustrativa (Web)

– Explora o que, seu cascateiro. Quando é para ir ao Tirirical esperar a chegada de um político, você pula fora. Até adoecer, adoece.

– Bórgia, aeroporto é lugar de se esperar avião para embarcar.

– Você é como os outros que eu conheço. Dissimulado, ingrato e ambicioso.

– Tudo bem, Bórgia, tudo bem. Mas não se esqueça da verba da Secretaria de Comunicação Social que eu puxei para o jornal.

– Vai viver eternamente disto? Vai?

Conversinha resolveu sair da redação. No dia em que o Bórgia entrava nas suas enxaquecas… Até achar que os outros eram os dissimulados, ingratos e ambiciosos, ele achava. O Bórgia achando os outros ambiciosos… Dá para rir…

Na sorveteria que ficava no Ferro de Engomar, bem em frente ao jornal, pediu um sorvete de bacuri. Cada colherada era uma resmungada e uma praga atirada no Bórgia. O rapazinho de cabelos à escovinha começou a rir da sua maluquice. Ficou sério e concluiu que o Bórgia o estava levando à loucura. Nem mesmo se lembrou que tinha passado uma semana sem aparecer no jornal.

– Ainda bem, que ele não estava cantando nenhum tango.

– Conversinha. Tomando sorvete? Eita ressaca braba, hein?

– A ressaca não é nada. Brabo mesmo é enfrentar o Bórgia. Ainda bem que consegui o vale. Dele estou livre mais uma semana. E você, Arrupiado, deu-se bem no jogo?

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Leia também: Maranhão – Capítulo I;

Leia também: Maranhão – Capítulo II.

Inácio Augusto de Almeida – Boêmio/Sonhador

(Continua no próximo domingo)

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Categoria(s): Conto/Romance
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domingo - 28/08/2022 - 11:48h

Bolsonaro, Lula, Ciro e Tebet

Bolsonaro, Lula, Ciro e Simone Tebet estiveram no Jornal Nacional (Fotomontagem/fotos do Poder 360/Sérgio Lima)

Bolsonaro, Lula, Ciro e Simone Tebet estiveram no Jornal Nacional (Fotomontagem/fotos do Poder 360/Sérgio Lima)

Por Ney Lopes

O Jornal Nacional, da Rede Globo, entrevistou os quatro primeiros colocados na corrida presidencial: Jair Bolsonaro, Luís Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes e Simone Tebet.

A opinião pública acompanhou as opiniões e propostas dos candidatos.

A seguir análise do posicionamento dos candidatos.

JAIR BOLSONARO

Bolsonaro aplicou o aforisma de JK, quando dizia: “costumo voltar atrás, sim. Não tenho compromisso com o erro”.

O presidente não insistiu nos erros cometidos anteriormente.

Certamente ouviu pessoas sensatas e teve comportamento de equilíbrio emocional na entrevista.

Por temperamento e sobretudo pelo estilo radical de seus chamados apoiadores fanatizados, o presidente afastou-se da mídia.

Pagou caro por isto.

Demonstrou o desejo de recuperar o terreno perdido.

Manteve-se calmo, elevou o tom quando conveniente, o que não é proibido.

Se ganhou votos ou não é outra questão.

Só o futuro dirá.

A presença de Bolsonaro na Globo foi, portanto, positiva.

Alguns analistas consideraram negativa a resposta dada por Bolsonaro ao JN, ao admitir que aceitaria o resultado das eleições, desde que elas sejam limpas.

Em absoluto.

A ressalva foi necessária.

A possibilidade de fraudes é a mesma possibilidade do surgimento de doenças orgânicas.

Não são planejadas.

Acontecem e por isso exigem os corretivos necessários.

CIRO GOMES

Diz-se sempre que Ciro seria o Bolsonaro da centro esquerda, pelo seu temperamento também duro.

Na entrevista do JN, ambos mostraram autocontrole.

A mensagem passada por Ciro foi de extrema competência técnica e política, em relação aos problemas nacionais.

As pessoas podem discordar, mas não podem negar essa evidencia.

Ciro enfrentou a questão que é pacífica no mundo democrático, mas no Brasil abala a estrutura da avenida Paulista, que é a taxação das grandes fortunas.

Explica dizendo que só 58 mil brasileiros têm um patrimônio superior a R$ 21 milhões, o que quer dizer, que cada super rico no Brasil vai ajudar a financiar, com 50 centavos, apenas, de cada R$ 100 de sua fortuna, a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha de pobreza, ou seja, aqueles domicílios que as pessoas ganham R$ 417 ou menos por cabeça por mês.

Anunciou   programa de renda mínima no Brasil, a partir de uma reforma da previdência.

Ciro optou por uma estratégia de permanecer totalmente contra Lula e Bolsonaro.

Apostou nesse caminho.

Isso faz com que ele busque cerca de 10% do eleitorado, que são os eleitores que rejeitam ao mesmo tempo o Lula e o Bolsonaro.

Ele foi competente na entrevista do JN e usou bem o seu tempo.

Fez propostas, mostrou ideias e preparo intelectual para ser presidente.

Entretanto, ficando entre os dois, que polarizam a eleição, tem dificuldades para passar a sua mensagem, realmente de nível elevado e consistente.

No horário gratuito de rádio e TV não haverá tempo para Ciro.

Ele terá apenas alguns segundos de apresentação.

Seria bom para o país ver Ciro no segundo turno, com Lula ou Bolsonaro.

O povo brasileiro poderia conhece-lo melhor.

LULA

Passou a mensagem do diálogo com divergentes e que adversários não são inimigos.

Deu “recado” com o objetivo de liquidar a disputa já no primeiro turno, declarando que fará governo a quatro mãos, ao lado de um conservador tradicional – Geraldo Alckmin -, que se transformou em seu amigo de infância.

Repete o que fez com o empresário José Alencar.

Surpreendeu ao criticar à China e Cuba pela falta de democracia e a certos erros econômicos cometidos por Dilma Rousseff.

“Pisou na bola” ao mencionar que não deve “se meter” no que acontece na Venezuela, em nome da autodeterminação dos povos.

Mais uma vez deixou de criticar a ditadura venezuelana, cujo líder Nicolás Maduro, já se referiu a ele como “um pai”.

Na sequência da entrevista, o apresentador William Bonner comentou que, apesar de Lula não “dever nada à Justiça” após decisões do STF (ele ainda responde 9 processos penais), “houve corrupção na Petrobras”, cuja prova foram pagamentos a executivos da empresa, a políticos de partidos como o PT, MDB e PP.

Em seguida, perguntou como ele evitaria que isso acontecesse novamente.

O candidato disse: “você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram (os crimes) ”.

Afirmou ser defensor de denúncias à corrupção e do livre agir das instituições de controle e que indicará pessoas técnicas e ilibadas para os postos públicos.

Na mensagem final repetiu o que defende Ciro Gomes, de ajudar as famílias endividadas, um dos lemas do pedetista.

A campanha de Bolsonaro avaliou que Lula saiu-se bem no vídeo

SIMONE TEBET

Prejudicada pelo horário eleitoral gratuito, o patamar de audiência da entrevista da senadora Simone Tebet foi o mais baixo entre as sabatinas da semana.

No geral, ela expôs muito bem a linha do seu pensamento, que é o “liberalismo”, a moda Paulo Guedes, com economia aberta, como meio de distribuir renda, combater desemprego e inflação.

Percebe-se que a lógica da senadora é a do economista Milton Friedman, da Escola de Chicago, que partia do princípio de que o dever do estado, através das empresas, é maximizar o lucro.

Embora se refira ao “social”, ela jamais utilizou a expressão conjunta “liberalismo social”.

A observação sobre o pensamento liberalizante, manifestado pela emedebista, é em consequência da corrente global predominante, que defende uma mudança radical do capitalismo para o mundo pós-pandemia.

Essa a corrente de pensamento econômico tem a frente a economista Mariana Mazzucato.

Segundo ela, a pandemia deve mudar como o capitalismo funciona, dando espaço para maior participação do Estado na garantia de serviços essenciais de qualidade.

É aplaudida por pelo Papa e Bill Gates.

Também é autora do livro O Estado empreendedor: Desmascarando o mito do setor público vs. setor privado.

Na verdade, a candidatura da senadora nasceu ungida por grupo da elite econômica do país, manifestado em documento denominado “plataforma Change”, criada por Teresa Bracher, mulher do ex-presidente do Itaú Unibanco Candido Bracher e subscrito por empresários e economistas.

Ao longo da campanha, a candidata evolui para ser favorável a teses como furar teto de gastos, a fim de cobrir auxílio permanente.

Quando ela diz apoiar a taxação de lucros e dividendos, hoje tese unânime nos países de livre mercado, faz a ressalva da necessidade de revisão simultânea das faixas de cobrança do Imposto de Renda da pessoa jurídica.

Em conclusão, foi boa a entrevista de Tebet, mostrando realmente o que pensa para o julgamento popular.

O jogo está apenas iniciado e os correligionários da senadora argumentam com o futebol, ao repetirem “o jogo só acaba quando termina”; “quantos gols são feitos no último minuto? ”.

Agora, só esperar.

Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal

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domingo - 28/08/2022 - 10:28h

Os 40 anos do semiárido como exportador de melão

Por Josivan Barbosa

No próximo dia 01 de setembro o Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (COEX), que reúne as principais empresas produtoras e exportadoras de frutos tropicais do Polo de Agricultura Irrigada RN – CE, realizará a II Largada da Safra do Melão (veja AQUI). Este evento, juntamente com a Expofruit, representa uma forma de aproximação do produtor com a sociedade e com as demais empresas agregadas ao negócio rural da região.

Antigo complexo industrial da Maisa no semiárido do RN (Foto: reprodução)

Antigo complexo industrial da Maisa no semiárido do RN (Foto: reprodução)

A edição da Largada da Safra do Melão acontece às vésperas de comemorarmos 40 anos de exportação de melão para os países ricos.

A importância da MAISA 

A Mossoró Agroindustrial S/A (MAISA) foi um projeto pioneiro a em todo o país. O projeto chegou a empregar 6 mil funcionários diretos e faturar 60 milhões de dólares num ano.

Com um corpo técnico de engenheiros civis, agrônomos, mecânicos e químicos, além de economistas, administradores etc, chegou a empregar 16 engenheiros agrônomos em seu auge.

A empresa perfurou poços no Calcário Jandaíra com uma vazão média de 19 mil litros de água por hora, viabilizando o cultivo irrigado na região. Houve, também, a perfuração dos chamados poços profundos, que usavam da melhor tecnologia. Cada um deles custava em torno de 1 milhão de dólares. Esses poços, mais modernos, tinham vazão de até 200 mil litros de água por hora.

Estrutura da fábrica de industrialização da castanha de caju (Foto: reprodução)

Estrutura da fábrica de industrialização da castanha de caju (Foto: reprodução)

Em meados da década de 1990, eram bombeados 2 milhões de litros de água/hora no Projeto Maisa.

O total da área irrigada era de 1800 ha. Mas, no total a MAISA contava com cerca de 5 mil ha produtivos.

O financiamento e parcerias com o Banco do Brasil, BNDES, SUDENE e BNB tornou possível a criação desse polo agroindustrial.

As atividades agroindustriais da empresa iniciaram-se no ano de 1968. Foram seus criadores os empresários José Nilson de Sá e Geraldo Rola.

Em 1982, ocorreu a primeira exportação de melão para a Inglaterra.

A produtividade da empresa, em relação ao melão, era elevada quando comparada aos níveis atuais e no início dos anos 90 obteve com a  comercialização para o exterior, aproximadamente, US$  20 milhões/ano, representando 20%  de  toda  exportação  de  frutas  “in  natura”  do  país. Na época, esses números impressionavam, considerando as condições climáticas e da cultura na região de não se acreditar muito nos investimentos na agricultura do semiárido.

Infraestrutura da antiga MAISA

Além da grande extensão territorial da propriedade rural, com mais de 20.000 hectares com poços profundos, packinghouses e estradas vicinais internas (cerca de 300 km), a infraestrutura física do complexo MAISA era composta por fábrica de sucos, fábrica de processamento de castanhas de caju, fábrica de produção de tubos para irrigação, aeroporto privado, centro administrativo e laboratórios de pesquisa.

Nas margens da BR 304 foi construída uma vila residencial com 600 casas para as famílias dos empregados, com escola, centro comunitário, creche, posto de saúde, posto policial, áreas de lazer, pontos comerciais, rede de energia elétrica e sistemas de abastecimento de água e de saneamento.

A MAISA possuía uma serraria para produção das embalagens (paletes) para as frutas, produção de móveis e utensílios.

Além disso, tinha uma fábrica de tubos de polietileno para irrigação com capacidade produtiva de 5,5 milhões de metros de cano por ano, que eram reciclados no próprio local e uma oficina mecânica para manutenção e reparo de toda a frota da MAISA.

A cultura do caju da MAISA

O caju foi uma das primeiras estratégias escolhidas pela empresa por se adaptar bem às condições do Semiárido Nordestino depois de adulto. A área  inicial era de 12 mil ha e cerca de 650 mil plantas.

A época de colheita do caju era vista como uma festa devido a sua grande produtividade.

Com a grande estiagem no período 1979 – 2003 na região, o cajueiro, que ainda não havia atingido a fase adulta, foi praticamente dizimado pela falta d’água.

A agricultura irrigada da MAISA

Após os prejuízos decorrentes da seca com a cultura do caju, a empresa iniciou o plantio de melão, maracujá, melancia, manga, graviola, uva, acerola, sapoti, além de outras frutas com o uso das técnicas de irrigação. A área com o cultivo de melão atingiu 4000 ha por safra. O melão atendia o mercado interno e era exportado para a Europa e os EUA.

O maracujá ocupou uma área de 525 ha com produção média de 18 ton/ha/ano.

A área com manga era de 80 ha e a de acerola chegou a 180 ha.

Beneficiamento dos frutos da MAISA

O suco depois de concentrado, era armazenado em câmaras frias de onde era exportado para diversos países.

A produção de polpa era de 7200 toneladas/ano, no ano de 1995. A produção da época era majoritariamente exportada, o que representava 90%.

Era produzido a cada ano, na época, 385 toneladas de suco de maracujá, 160 toneladas de suco de caju, entre outros sucos.

A produção de castanha de caju foi planejada para atingir uma capacidade de 10 mil toneladas por ano.

Ruínas do Centro Administrativo da Maisa (Foto: reprodução)

Ruínas do Centro Administrativo da Maisa (Foto: reprodução)

A MAISA de hoje

Em 2003, para quitar suas dívidas, a propriedade da empresa foi dividida em três partes. Uma adquirida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e depois transformada em 11 assentamentos. A outra foi comprada por engenheiros agrônomos (ex-funcionários da antiga MAISA), dando lugar a Fazenda Fruta Vida, da Coopyfrutas. E a última foi adquirida por um grupo chamado Gtex, de fabricação de polpas e sucos.

Leia também (com vídeos): Maisa, história de exuberância no campo e um fim que deu frutos;

Leia também: A história de um ícone do campo.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa

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Categoria(s): Artigo
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domingo - 28/08/2022 - 09:24h

Mundo, estranho mundo

Politicamente correto - arte maiorPor Marcos Araújo

“Este mundo contemporâneo está muito chato”, tem repetido como um mantra o filósofo Luiz Felipe Pondé. Em que pese o maneirismo do termo “chato”, é também característico deste século a busca de um padrão comportamental único que vem emburrecendo a sociedade. Um redutor da evolução humana, da diversidade cultural, da promoção social e da liberdade de expressão tem sido, por exemplo, o abuso do politicamente correto.

Alguns casos posso citar dos absurdos interpretativos do que seja tido como (in)correto socialmente: a) o escritor Monteiro Lobato foi classificado  como racista por uma conselheira do Conselho Nacional de Educação, com recomendação de supressão das escolas públicas da obra Caçadas de Pedrinho, após avaliar serem preconceituosas as falas dos personagens com Tia Anastácia; b) a peruca de cabelos black power  teve seu uso proibido no carnaval em algumas cidades brasileiras, por lei municipal, enquadrada como um adereço racista, do mesmo modo que se vê racismo na brincadeira de se pintar de “nega maluca” (black face), por ridicular (?) a mulher negra; c) um imberbe rapazola que utilizava uma suástica no braço em um shopping paulista foi expulso, enxotado e agredido como nazista, ainda que não estivesse ofendendo a ninguém; d)  numa festa de Halloween nos EUA, dois jovens foram presos porque usavam fantasias agressivas – um trajava-se de Hitler, e o outro de índio Cherokee – no dizer dos denunciantes, uma vez que enquanto um homenageava um monstro ditador, o outro estava ridicularizando os indígenas ao caracterizar aquela fantasia como se fosse de “monstro”; e) ainda nos EUA, um jovem foi condenado a 15 anos de prisão porque tomou e queimou uma bandeira de um estudante. Neste último caso, se fosse a bandeira do país, a queima seria uma liberdade de expressão, mas a bandeira que ele queimou era a do arco-íris, símbolo do movimento LGBTQIA+, tendo o juiz do caso encontrado um componente homofóbico na atitude.

Há um quê de exagero no ativismo da moda em se enxergar algumas ações ou expressões como homofobia, machismo estrutural, gordofobia, ou outras formas de preconceito étnico, social, político ou religioso. O incontestável é que somos pouco tolerantes à diversidade do pensamento, como se a construção social e educacional de um povo não dependesse do produto da cultura de cada indivíduo.

Pelos padrões modernos, os pais não podem mais reclamar com os filhos, nem mesmo dar qualquer orientação sexual. Outro dia, assisti um vídeo onde uma psicóloga da moda dizia que os pais não deviam agasalharem as crianças durante a noite, para que elas aprendam com o frio a se cobrir sozinhas. Na educação, os professores são recomendados a usarem linguagem insípida e a não cobrarem muito dos alunos, inclusive as próprias escolas estão velando pela não reprovação.

No Brasil, há um controle discursivo e uma polarização ideológica sobre o que pode ser considerado certo e errado. E o que é pior: aquilo que é simplesmente um ato politicamente incorreto vem sendo enxergado como crime. Apenas para ficar com dois fatos recentes: um humorista está respondendo a diversas queixas-crime de pais com filhos com macrocefalia, por ter feito uma piada imprópria com crianças com essa patologia.

Lógico que a piada é infeliz e imbecil, mas daí a ser considerada um crime é um exagero. Outro absurdo foi a ação desconexa de um Ministro do Supremo Tribunal Federal em determinar a apreensão de diversos celulares de um magote de empresários bobocas, que em linguagem boquirrota manifestavam apreço a um candidato, pondo como contraponto à eleição do outro a execução de um golpe. Caracterizar essa canastrice como crime é desmerecer a liberdade de expressão como uma das maiores conquistas democráticas do novo Estado Constitucional de Direito consagrado pela Constituição Federal de 1988.

Toda interpretação subjetiva pode ser instrumento de tirania. O politicamente correto – com suas vertentes de políticas identitárias, de gênero, de cor, religiosa e social – é uma ferramenta perfeita para julgamentos arbitrários, porque se permite o enquadramento de qualquer pessoa baseado unicamente no sentimento subjetivo de quem se sente ofendido, facilitando a parcialidade daquele que tem a autoridade para condenar.

Sempre critiquei Sérgio Moro, que desvirtuou a sua função de julgador imparcial para carapuçar a condição de justiceiro totalitário.  Por igual, tem se portado Alexandre de Moraes. Incompreensivelmente, tem quem defenda os dois…

Mundo estranho tem ficado o nosso, confesso. O politicamente correto como ortodoxia é o subproduto de uma intelectualidade rasa e contraproducente, sendo também uma outra forma de Ditadura. Viva a diversidade de pensamento e de opinião e abaixo a abjeta censura!

Marcos Araújo é advogado e professor da Uern

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Categoria(s): Crônica
domingo - 28/08/2022 - 08:34h

Rafael Motta emerge como a ‘surpresa de setembro’

Por João Paulo Jales dos Santos

A governadora Fátima Bezerra (PT) mexeu com destreza no tabuleiro político. Ao tirar Carlos Eduardo (PDT) do radar da contenda governamental, a governadora asfixiou a oposição, que penou para encontrar um nome com o mínimo de competitividade para enfrentar o projeto de reeleição da petista. Ao fim, o ungido, Fábio Dantas (SDD), foi o único que topou encarar a governadora, e só topou o desafio porque nada tem a perder.surpresa,

No melhor estilo como não tem ninguém vai você mesmo, o bolsonarismo topou bancar, mesmo que limitadamente, seu nome. Tendo Dantas e Styvenson Valentim (PODE), como seus principais adversários, a empreitada de reeleição da governadora ficou menos nebulosa.

Dantas carrega consigo a infâmia do governo Robinson Faria (PL), numa candidatura que teve uma pré-campanha com pouca musculatura de viabilidade eleitoral. Valentim, que emergia com grau de competição para afiançar um 2º turno, mostrou uma leitura equivocada do atual cenário político. Se em 2018 seu estilo arrasa quarteirão alheio a tradicionalidade política o alçou ao estrelato, neste 2022 seus arroubos estão desconectados do contexto.

A polêmica com Allyson Bezerra (SDD), prefeito do 2º maior colégio eleitoral, e as catilinárias contra outros prefeitos, queimaram por si só a largada do senador. Se em meados de julho os indícios apontavam uma reeleição dificultosa, as pesquisas da última segunda-feira (22/08), TCM/TS2 e IPEC, apontam chances de reeleição de Fátima, já em 1º turno.

É o tom que embala o início da campanha.

O que Fátima Bezerra e seu secretário-chefe de Gabinete Civil, Raimundo Alves, não mediram foi que a maestria da articulação dos bastidores da pré-campanha, não significava domínio do xadrez político. Ao escolher o pedetista Carlos para ser seu companheiro de chapa, Bezerra deu-lhe um passe político que ele não tinha, iniciando uma campanha em que seu senador ungido nos condicionadores de ar das salas de reuniões, se torna um fardo em sua caminhada.

Carlos Eduardo passou 4 anos fechado em si mesmo, sem dialogar com prefeitos e sem organizar seu PDT. Mesmo quando era tido pela mídia bolsonarista, em meados do ano passado, o principal nome da oposição à Fátima, não chegou a avançar sua articulação com o conservadorismo potiguar. A petista tirou seu senador do bolso, achando que sua liderança no PT já seria autossuficiente para a militância digerir o novo aliado. Errou no cálculo.

Como pedir para a base petista apoiar Carlos Eduardo, se ele nem ao menos pede voto para Lula? A resposta pensada nos bastidores, quando encarada com a realidade, passou longe do que fora imaginado.

A governadora não compreendeu que não tinha musculatura o suficiente para alavancar o nome de Eduardo. A pergunta que vem a seguir já traz na formulação sua própria resposta: como é que pode, Rafael Motta (PSB), que consigo só tem seu correligionário, o deputado Souza Neto (PSB), como principal aliado, amealhar mais apoios que Carlos Eduardo, que tem a estrutura do Governo à sua disposição?

Ao pensar que trazendo Eduardo para sua chapa estava dando um xeque-mate, Fátima Bezerra apenas deu o xeque, deixando o rei descoberto, com uma casa livre para movimentação, Rafael Motta emergiu a partir da falha da petista.

No lado bolsonarista mais falhas que facilitaram a ascensão do deputado pessebista. Rogério Marinho (PL) não mediu esforços para conquista de centena de prefeituras que tem a seu favor. Se apresentando como uma espécie de governador com sede em Brasília, o aliado de primeira hora do presidente calculou que para garantir a vitória de seu pesado nome, bastava derramar dinheiro nos executivos, a manjada estratégia que há quase 2 décadas vem se mostrando insuficiente para garantir vitória a quem quer que seja.

A equipe de Marinho, pensou piamente, que o vultuoso dinheiro do orçamento secreto seria suficiente para encobrir as inúmeras fraquezas do candidato. Rogério tem uma característica intragável, atrai rapidamente antipatia popular, não consegue, pasmem, minimamente sorrir. A isso soma-se a relatoria da impopular reforma trabalhista, sua atuação imprescindível para a aprovação, da também impopular, reforma da previdência, a incapacidade de ler que os equipamentos e as obras que propala como sendo suas não vêm tendo conexão com a relação de bem-estar que o eleitor estabelece em seu município, e que o apoio de Bolsonaro, num estado preponderantemente lulista, é uma âncora para a derrota.

Marinho vinha escondendo o presidente, mas agora já o associa a seu nome. Se na Grande Natal, enclave menos arredio ao nome do presidente, a associação com Bolsonaro já é um fardo, o que dirá no RN profundo, que corresponde à metade do eleitorado e é mais lulista do que o estado como um todo. A faixa eleitoral de Rogério está intrinsicamente ligada à de Bolsonaro, com este apresentando índices na casa dos 25% dos votos. Segundo constatou os institutos TCM/TS2 e IPEC, o ex-ministro tem um teto limitado, e baixo, de crescimento.

Na margem pedetista, os dois principais prefeitos que fecharam com Carlos Eduardo, Gustavo Soares (PL), de Assú, e Eraldo Paiva (PT), de São Gonçalo do Amarante, não levaram toda a estrutura de suas respectivas prefeituras para arrimar o candidato. Em Assú, a vice-prefeita Fabielle Bezerra (PL) e uma banda da bancada de vereadores governistas fecharam apoio a Rafael Motta, em São Gonçalo, Eraldo esconde Eduardo e sua bancada na câmara de vereadores está fechada com Rafael.

A escolha do senador Jean-Paul Prates (PT) como 1º suplente, para garantir a adesão da militância petista, foi outro erro que o Gabinete Civil da governadoria não calculou. Jean não é figura orgânica no petismo, o que impossibilita seu nome como atração de votos na base partidária, e seu rebaixamento, na ótica da militância, de nome natural à reeleição, para ser preterido por um candidato de Ciro Gomes, atraiu uma fúria incontrolável. Parafraseando Carlos Eduardo, 1º suplente é 1º suplente. Com Jean numa posição constrangedora, a base do PT vem dando sua resposta. O silêncio sobre a disputado ao Senado é a marca latente no agrupamento petista.

A própria noção de Carlos Eduardo como a tração que puxaria Fátima em Natal, foi outro erro que passou longe da matemática do acordo que selou a aliança. O eleitorado natalense nos últimos 6 anos se endireitou, Carlos cresceu conforme essa direitização homologava seu nome, a partir do momento que acontece uma ruptura, Carlos estando com Fátima, e Rogério Marinho como expoente do bolsonarismo, há uma diluição eleitoral do ex-prefeito de Natal que perde o capital político acumulado nesses anos.

Vindo de onde ninguém esperava, subvertendo a lógica pensada, pela esquerda, por Fátima Bezerra, e à direita, por Rogério Marinho, Rafael Motta é a preocupação que assombra os establishments de ambos. Subestimaram 3 pilares que fizeram com que Motta tivesse uma interpretação acurada de que seu nome possuía alta capacidade político-eleitoral. Subestimaram seus atributos político-pessoal, carismático.

O deputado tem uma linguagem que exerce um ímã com as massas, tem um alto apelo popular, onde o eleitor se identifica e o vê como um candidato gente como a gente.

Subestimaram a inteligência da equipe do pessebista, Rafael sabia que havia um alto potencial em sua candidatura, com 2 nomes que contrastam fortemente com a imagem jovem e comunicativa do deputado, seu estafe identificou que seu nome tinha poder de mobilizar e obter protagonismo na corrida. Subestimaram o ímpeto de coragem de Motta. Nem na governadoria nem nas hostes bolsonarista se pensou que o deputado toparia o que enxergavam como uma ‘aventura’.

Acreditaram que as falas do deputado de se lançar como candidato ao Senado não passavam de pura pressão para que seu PSB tivesse garantia de contar com a estrutura do Palácio Lagoa Nova para assegurar, mais facilmente, sua reeleição à Câmara Federal.

Rafael Motta, paulatinamente, vai movimentando uma disputa que se se desse diretamente entre Carlos e Rogério se daria num âmbito natimorto, as massas teriam que se ver restringidas a escolha do menos pior. Assusta nos adversários a narrativa que vem construindo. As equipes de Carlos e Rogério sabem que se Motta conseguir o que parece muito provável, o domínio da narrativa na sucessão, não tem como frear seu crescimento.

Na política americana existe um termo denominado ‘surpresa de outubro’, como as eleições no país ocorrem na 1ª terça-feira de novembro, a surpresa de outubro é aquele fato inesperado que mexe com o jogo, faltando um mês para o pleito, e vira em prol do candidato que não despontava como favorito.

Rogério e Carlos sabem que o potencial para Rafael virar o jogo é grande. Com a campanha iniciando seu horário eleitoral, entrando na fase em que o jogo começa a esquentar, ainda que em temperatura amena, Rafael Motta vai cravando aquilo que sua assessoria previa. Um analista de política americana olhando para a sucessão senatorial, parafraseando mediante o calendário eleitoral brasileiro, cravaria em alto e bom som: Rafael Motta é a surpresa de setembro.

João Paulo Jales dos Santos é graduado em Ciências Sociais pela Uern

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Categoria(s): Artigo / Opinião
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domingo - 28/08/2022 - 07:24h

Um dia na fazenda

Foto ilustrativa (Web)

Foto ilustrativa (Web)

Por Odemirton Filho 

Um menino nascido e criado na cidade não é acostumado ao dia a dia do campo. No máximo vai a uma fazenda ou sítio de um parente ou amigo. Com aquele menino criado no centro da cidade não poderia ser diferente. Raras vezes foi à zona rural.

O seu mundo era o patamar da Igreja perto da sua casa e as ruas adjacentes, onde brincava com os amigos de infância.

Certa vez, o menino foi a uma fazenda lá pelas bandas do “Junco”. Conheceu, também, uma fazenda do pai de um amigo, na terra dos poetas.

Nunca tinha visto uma mesa tão farta. Café coado e leite quentinhos; tapiocas; queijo de coalho; cuscuz; carne de sol. Comida à vontade. Na cozinha, potes de barro e pilão, entre outros utensílios domésticos.

Foi ao curral. Tentou andar a cavalo; tomou um banho nas águas barrentas do açude. Abriu porteiras. Viu a plantação; o gado pastando. Ficou andando pra lá e pra cá. Sentiu-se quase um Menino de Engenho, do livro de José Lins do Rêgo.

À noite, depois dos adultos tomarem uns goles de cachaça, ficaram deitados nas redes, no alpendre da antiga casa. Uma ruma de meninos ouvindo as conversas dos mais velhos. “Estórias” sobre almas penadas que, aqui ou acolá, assombravam a fazenda.

Dormiram cedo e sentiram o friozinho gostoso da madrugada. Somente a lua e uma fogueira (para espantar os mosquitos) alumiavam a escuridão da noite. Acordaram com o sol raiando; o galo a cantar; a sinfonia dos pássaros.

Para ele, tudo era novidade. Porém, o que mais gostou foi ir de madrugadinha ao curral pra ver a ordenha das vacas e tomar o leite num caneco.

“O leite cru, ao pé da vaca, era quente e gostoso. Tinha gosto de vaca por dentro. Gosto e calor. E espumava no copo”, disse, numa de suas belas crônicas, o velho Antônio Maria.

Foi a única vez que o menino tomou o leite ao pé da vaca.

E ainda sente o sabor.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica
domingo - 28/08/2022 - 04:40h

A cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo 11

Brinquedo mortífero

Por Marcos Ferreira 

Depois que foi brutalmente agredido naquela noite por três homens encapuzados, Jaime Peçanha decidiu não esperar por outra sova. Sua psique sofreu grande desequilíbrio desde o grave incidente. É comum ele passar longo tempo elaborando mentalmente um revide contra os seus incógnitos agressores e supostos mandantes daquela ação covarde. Em sua paranoia, culpa o prefeito Wallace Batista.

A verdade é que Jaime nunca bateu muito bem da bola. É instável e enfermiço como quase todos que padecem de transtorno bipolar. O ataque aconteceu na obscura ruazinha que margeia a Biblioteca Municipal de Mondrongo, após ele deixar o lançamento do livro de crônicas do amigo advogado Luciano Aires, antes das nove horas. Por conta disso, então, Peçanha perdeu o amor a uma significativa quantia de dinheiro e decidiu se armar. Recorrendo ao valor que lhe foi pago pela rescisão trabalhista na Tribuna Mondronguense, sacou três mil e quinhentos reais e os aplicou na aquisição de um revólver calibre 38 com capacidade para oito disparos.

Foto própria do arquivo do Canal BCS (caráter ilustrativo)

Foto própria do arquivo do Canal BCS (caráter ilustrativo)

O brinquedinho, um Taurus seminovo com numeração raspada, foi adquirido por intermédio de João Claudione, amigo de infância de Jaime que se tornou traficante de armas e drogas. No mercado legal o revólver pode custar em torno dos sete mil reais. Em aço inox fosco, com mira ajustável, coronha anatômica e cano de seis polegadas e meia, concilia desempenho de ponta e alto poder de fogo.

— Ele é uma belezinha — gabou o traficante.

— Hum. Também gostei — admitiu Jaime.

— Vale o investimento — disse o marginal.

— Faça um precinho camarada na munição.

— Com certeza, meu peixe… Deixe comigo.

— Quanto tem? Não precisa ser das especiais.

— O quanto quiser — respondeu o meliante.

— Não sei ao certo. Talvez umas cinquenta.

— Cinquenta vão lhe custar só duzentos reais.

— Ok, Claudione. O seu preço está razoável.

— Isso é considerando a nossa velha amizade.

— Obrigado. Você sempre foi muito bacana.

— Não vá dizer que pegou um otário, hein?

— Claro que não, amigo. Nunca eu faria isso.

— Não, não. É que eu sou metido a humorista.

— Sim. Essa sua veia é bem antiga, meu caro.

— Meu sonho era ir ao programa do Rô Sabóia.

— Bem, isso agora está bastante complicado.

— É verdade. E nem programa ele tinha mais.

— Seja como for, o Rô Sabóia foi um gigante.

— Com certeza! E eu serei um eterno fã dele.

— Apesar dessa vida, você tem alma de artista.

— O meu desejo era mesmo ser um humorista.

— Hum. Quem sabe ainda haja tempo, rapaz.

— Depois que a gente entra nesse mundo, não tem mais saída. Talvez eu até possua talento para fazer as minhas piadinhas que alguns amigos acham engraçadas, outros nem tanto, porém enveredei pela bandidagem e não tem mais volta. De possível artista passei a bandido de quinta categoria. Um fracasso!

— Não deve ser tão severo consigo mesmo.

— Já fiz tanta coisa que você nem imagina.

— Não precisa me contar nada, Claudione. Seja lá o que tenha feito, continuamos amigos. Nunca vou esquecer que você me salvava dos moleques da escola. Alguns queriam bater em mim e você botava todos para correr. Acho que você foi o meu primeiro super-herói. Os safados morriam de medo de você.

— E você me salvava nas avalições de português. Sempre fui um jegue em se tratando de língua portuguesa. Já você era craque.

— Mas você me socorria em matemática.

— Me lembro. Foram bons tempos aqueles.

— Pois é… Foram inesquecíveis para mim.

— Faço minhas as suas palavras, meu chapa.

Jaime chegou em casa totalmente deslumbrado com a compra que fizera. Sozinho a tarde inteira, atirou-se sobre a cama e ficou lambendo a “cria” durante horas. Só bastante depois guardou o revólver e foi tomar um banho.

A esposa, Laura Gondim, e o amigo jornalista Reginaldo Marinho viram a compra do revólver como uma medida arriscada para o próprio Jaime, tendo em vista que ele, pelo que se supõe, é meramente um homem de letras, e não de armas. Reginaldo, temendo o pior, recordou que as estatísticas apontam que a maior parte das pessoas que tentam reagir a algum tipo de abordagem, mesmo que se trate de violência psicológica ou física, não raro acabam mortas por seus agressores, pois estes, ao contrário de suas vítimas, sempre contam com o elemento surpresa em suas atuações criminosas. Por sua vez, Peçanha se escora no fato de haver servido no Exército e trabalhado durante um curto período em uma empresa seguradora de numerários.

À noite, na mesa da cozinha, contando com a presença de Reginaldo, que tomava sopa com o casal, Jaime encostou o prato e foi ao quarto. Daí a pouco retornou com uma caixa de sapatos e a colocou à sua direita, na ponta da mesa. Deu mais duas colheradas na sopa, limpou os lábios finos com um guardanapo de papel e abriu a caixa. Dela, enrolado numa flanela verde, retirou o pau de fogo.

— Não precisava ter trazido essa coisa para cá, justamente no momento em que estamos jantando! É assim que agradece ao Nosso Senhor pela refeição?! — protestou Laura. — Se queria apenas mostrar a Reginaldo, que esperasse acabarmos a comida. Só de olhar para isso fico com os meus nervos abalados. Sabe muito bem que não quero tal objeto em minha casa. Mas aí você me aparece logo com um troço desses. Para mim, eu já lhe disse, isso simboliza violência, cheira à desgraça, à morte. Como se não bastasse, ainda tem a questão da origem do revólver, cuja numeração, como me contou, está raspada. Além desse detalhe, para complicar de vez a sua situação, você se encontra completamente ilegal, porque não possui um porte de arma.

— Vejam só como ele é bonito — disse Jaime.

— Mas está carregado? — inquiriu Reginaldo.

— Claro que não. Deixei a munição lá dentro.

— Ah, pelo menos isso — resmungou Laura.

— Sinta só o peso. Isto sem os oito cartuchos.

Jaime passou o trinta e oito para Reginaldo Marinho. O repórter de política o recebeu em meio a um leve suspiro, exibindo um excesso de cuidado, como se tivesse em mãos uma delicada peça de cristal. Desocupou uma das mãos e aprumou os óculos. Então, com certo brilho nos olhos, conferiu a empunhadura, fez mira no relógio oblongo pendurado na parede à sua frente, pressionou de maneira suave o gatilho, mas sem puxá-lo. A seguir, como se tivesse intimidade com aquilo, destravou o dispositivo e abriu o tambor. Examinou mais detidamente as oito culatras e comentou algo acerca do cano de seis polegadas e meia e sobre a possível dificuldade de andar por aí com uma arma tão grande e pesada na cintura. Jaime sorriu e disse que essa questão não seria um problema; o importante era não ser pego pela polícia com ela no cós.

— Lembre-se de que agora você não tem mais um crachá da imprensa pendurado no bolso da camisa. Isso já me salvou em algumas blitze, numa época em que a minha habilitação estava atrasada. O policial de trânsito viu o meu crachá da Tribuna e aí mandou logo que eu prosseguisse — observou Reginaldo.

— Como hoje estou a pé, não corro esse risco.

— E quanto à munição? — indagou Reginaldo.

— Hum. Comprei apenas cinquenta unidades.

— À mesma pessoa que vendeu o revólver?

— Exato. Por um preço bem mais em conta.

— Até agora não me disse quem é esse sujeito — interveio Laura. — Bom indivíduo não deve ser. Do contrário não lhe venderia uma arma com numeração raspada. Isso não pode ter boa procedência de maneira alguma.

— Comprei a um sargento da Polícia Militar. Somos amigos desde a infância, embora não tenhamos muito contato — mentiu Jaime.

— Sargento ou não, a arma continua ilegal — sustentou Laura. — Esse sargento, não precisa nem que eu lhe diga, está infringindo a lei.

— Mas nem tudo tem que ser ao pé da letra.

— Certas coisas, sim — ponderou Reginaldo.

— Ah, vocês dois estão sendo muito caxias. Agora o que preciso é encontrar um bom lugar para dar uns tiros. De preferência, Reginaldo, em alguma propriedade ou estrada carroçável a certa distância de Mondrongo; na zona rural. Creio que a minha pontaria está um pouco enferrujada. O que é compreensível, pois não dou um atiro há nem sei quanto tempo. Eu gostaria que você viesse comigo.

— Pode ser — respondeu Reginaldo de pronto.

— É bom que tomem bastante cuidado — alertou-os Laura. — Saibam que os disparos podem atrair a polícia. Aí a enrascada será das piores. Certamente os dois irão em cana. Se isso acontecer, não será por falta de aviso.

— Já pensei nisso. Vou escolher bem o lugar. Não posso dar bobeira. Do jeito que ando azarado, é capaz de eu cair de costas e quebrar o pau.

— Que piadinha sem graça, Jaime — disse Laura.

Naquela noite, excitado com a aquisição do revólver, que veio com coldre original, Jaime não tomou parte na cama com Laura e Reginaldo. Ficou nas cadeiras da área fronteira da casa, fumando e acariciando o seu canhão portátil. Nesse ensejo, ao contrário do momento do jantar, ele havia colocado os oito cartuchos no tambor. Depois do sexo, Reginaldo e Laura foram se juntar a Jaime para fumar. Os três falavam baixinho, quase silabicamente. Laura observou com reprovação o fato de o marido ainda estar ali com a arma, como se esta agora fosse um totem, seu principal objeto do desejo. Por sua vez, Reginaldo murmurou que achava que ia chover, o que findou ocorrendo. Mas foi apenas uma rápida garoa que sequer interferiu na temperatura.

Mais tarde, quando estirou-se na cama a fim somente de dormir, pois naquela noite ele não faria amor com Laura, que havia transado com o primo Reginaldo algum tempo antes, o escritor Jaime Peçanha estava sem sono. Fechava os olhos por alguns minutos e depois tornava a abri-los, alternando um lado e outro do rosto no travesseiro. A esposa, ao contrário, dormiu logo. Pois precisaria acordar cedo para assumir o seu posto de enfermeira da UTI do Hospital Regional Tancredo Neves.

Mais uma vez, como em outras ocasiões, a mente doentia de Jaime entrava num furioso turbilhão de pensamentos destrutivos. Ali na meia-luz do quarto, enquanto Laura ressonava, ele se imaginava com o seu poderoso revólver em punho alvejando todos aqueles que considerava seus inimigos e desafetos. Sobretudo pessoas pelas quais alimentava uma bílis sombria, corrosiva, como o prefeito Wallace Batista, o diretor administrativo da Tribuna Mondronguense, Alberto Cardoso, e o atual presidente da Câmara Municipal, o palavroso vereador Leonardo Jardim. Esses três, sobretudo, seriam executados com requintes de crueldade, pois receberiam os primeiros disparos em locais que não implicassem em morte imediata, como nas pernas e nos braços.

Pensava também num meio de identificar e fazer sofrer da mesma maneira os três elementos que o agrediram na noite em que ele deixou a Biblioteca Municipal de Mondrongo. Todos estavam encapuzados no instante do espancamento, repito, e vestidos com roupas pretas, camisas de mangas longas e luvas. Jaime não conseguiu ver sequer se algum deles possuía algo revelador como uma tatuagem.

Para eliminar os seus inimigos, concluiu que poderia se vestir como os homens que o atacaram na saída da Biblioteca. O alvo mais arriscado decerto seria o prefeitinho Wallace Batista, que não vai a lugar nenhum sem ao menos dois seguranças armados, possivelmente policiais militares à paisana, típicos meganhas de cabelos rebaixados, corpulentos, mal-encarados e usando óculos de sombra.

Até aí, recordemos, o paranoico escriba está se esquecendo de outro arquirrival: o tísico jornalista Mauro Mosca, do Diário do Oeste, conhecido no ramo de imprensa pela infame alcunha de Rato Branco, antonomásia esta que lhe foi colocada pelo próprio Jaime durante uma acirrada discussão que eles tiveram há muitos anos na redação do Diário. Isto, contudo, já foi dito em algum ponto deste folhetim. A verdade, ressalte-se, é que Rato Branco não é menos psicótico e vingativo que seu arqui-inimigo. Também foi dito que Mauro Mosca pode ter culpa no cartório e, quem sabe, ser o mandante da surra que seu desafeto sofreu naquela noite de sexta-feira.

Hoje, no entanto, Jaime supostamente possui uma forma com que se defender de um ataque dessa natureza. Quase não mais desgruda do seu brinquedo mortífero. Por simples experimentação ou por descontrole psíquico, tem andado com o revólver na cintura até dentro de casa. Parece não menos que insano.

Não adiantava. O sono não vinha. Deixou a cama, com cuidado para não acordar Laura. Foi às estantes de ferro, ora sem maior serventia, onde estavam uns poucos livros que não vendeu ao ganancioso sebista Antoniel Silva, dono do Sebo Verdugo, e notório lambe-botas da elite intelectual e financeira de Mondrongo, principalmente do prefeito Wallace Batista e do presidente da Câmara, o vereador Leonardo Jardim. Entre os exemplares ali dispostos, passando a mão para remover alguma poeira, escolheu dois títulos que ganhou há poucos dias de autores do estado. Foram as seguintes obras: Algodão Doce, volume de contos de Marcos Antonio Campos, e O Segredo da Ordem do Santo Sacrifício, romance vampiresco com um enredo “não recomendado a pessoas de pouca fé”, segundo o próprio escritor e filósofo Ayala Gurgel.

Insone, Jaime Peçanha varou a noite quase toda na área fronteira da casa, lendo alternadamente cada livro e fumando um cigarro atrás do outro. Na cintura da velha bermuda jeans, claro, portava o desconfortável revólver. Pode-se dizer que, ao menos por um instante, mostrando-se deveras interessado nas obras que lia, talvez tenha se livrado do fascínio que a referida arma exercia sobre ele.

Dali a uma semana, quando foi testar a pontaria numa propriedade rural disponibilizada pelo próprio traficante João Claudione, local este onde o criminoso oculta armas e drogas, Jaime levou folhas impressas com os rostos do prefeito Wallace Batista, do vereador Leonardo Amorim e do diretor administrativo da Tribuna Mondronguense, Alberto Cardoso. Colou-as em uma parede que sobrou de um velho galpão em ruínas. Serviram de alvo para cerca de quinze disparos. O delinquente João Claudione achou aquilo demasiado perturbador e emitiu este comentário:

— Esqueça essa gente. Pois não vale a pena.

— Ah, mas não se preocupe. Os rostos aí são casuais. Nada contra esses elementos. Estou apenas cuidando da pontaria e da minha defesa pessoal. Você sabe o que os encapuzados me fizeram. Olhe aqui o corte no meu supercílio. Ainda está bem visível. O pior é a cicatriz que eles deixaram no meu espírito.

Reginaldo, que acompanhava o treinamento com as mãos nos bolsos, não disparar nenhum tiro contra os alvos fixados por Peçanha. Haviam se dirigido ao local no carro de Reginaldo e este reprovou a ideia dos rostos desde o primeiro momento em que soube daquela escolha macabra. Outra coisa é que ele desconhecia a ficha do marginal João Claudione, apresentado como um agricultor e amigo do tal sargento de quem Jaime teria adquirido o revólver juntamente com a munição.

De fato, apesar do pouco treinamento, Jaime Peçanha não é o pior dos atiradores. Na verdade, diga-se, está longe disso. Perfurou os papéis com as caras dos seus desafetos em pelo menos dois locais certeiros a uma distância de aproximadamente vinte metros. Desse dia em diante, aonde quer que vá, quase não larga mais o revólver. Por vezes dorme com a arma debaixo do travesseiro, nas noites em que Laura está de plantão no hospital. Nem lhe passa pela cabeça que seu real e pior inimigo pode ser Mauro Mosca, aquele a quem ele sentenciou com o apelido de Rato Branco.

Quem sabe, quando menos esperarmos, o desmilinguido roedor ponha o rabo e o focinho de fora, saia da sua toca. Na “cidade que nunca leu um livro”, conforme declarou o avô do cangaceiro Lampião, tudo pode acontecer.

ACOMPANHE

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Prólogo;

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Capítulo 2;

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo  3;

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo 4;

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo 5

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo 6;

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo 7;

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Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Conto/Romance
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sábado - 27/08/2022 - 23:52h

Pensando bem…

“A vida é 10% aquilo que acontece com você e 90% como você reage.”

Charles R. Swindoll

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sábado - 27/08/2022 - 19:50h
Líder

ABC, com um jogador a menos, vence o Paysandu

Apesar de jogar fora de casa, o ABC chega aos seis pontos e isola-se na liderança do Grupo C, da Série C. O alvinegro passou neste sábado (27) pelo Paysandu que segue sem conquistar pontos. Fez 1 x 0 com Lucas Douglas aos 14 do segundo tempo.

O time local pressionou todo o jogo, mas não furou o bloqueio do ABC. Mesmo com um jogador a mais, desde o início do segundo tempo, com a expulsão de Walfrido, o Payusandu levou a pior. E nesse espaço de tempo, chegou a ainda a ter um pênalti a favor, mas o VAR identificou simulação de falta, de seu atacante.

Paysandu-PA e ABC-RN voltam a campo no próximo fim de semana pelos quadrangular de acesso da Série C do Campeonato Brasileiro. Longe de seus domínios, o alvi-azulino de Belém enfrenta o Figueirense-SC, no Orlando Scarpelli, às 17h do sábado (3).

No domingo (4) e também fora de casa, o ABC enfrentará o Vitória-BA, no Estádio Barradão, também às 17h.

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Categoria(s): Esporte
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sábado - 27/08/2022 - 16:34h
Google

Jair Bolsonaro é o candidato mais buscado na semana

D’O Antagonista

Jair Bolsonaro (PL) foi o candidato à Presidência com o maior número de buscas no Google nesta semana. De acordo com ferramenta lançada pela plataforma para as eleições de 2022, o presidente representou 48% das buscas de presidenciáveis.

Jair Bolsonaro foi entrevistado no Jornal Nacional essa semana (Foto: O Globo)

Jair Bolsonaro foi entrevistado no Jornal Nacional essa semana (Foto: O Globo)

Ele é seguido por Lula (PT), que apareceu com 43%.

Ciro Gomes (PDT) teve 7% das buscas, enquanto Simone Tebet (MDB) apareceu com 2%.

Os dados refletem a semana de sabatinas no Jornal Nacional. A entrevista de Lula a William Bonner e Renata Vasconcellos teve menos telespectadores do que a concedida pelo presidente Jair Bolsonaro.

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão começou nesta sexta-feira.

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Categoria(s): Eleições 2022 / Política
sábado - 27/08/2022 - 12:28h
Caminhos do RN

Clorisa pensa em Área de Livre Comércio para o RN

A candidata ao governo Clorisa Linhares (PMB) defendeu que a estrutura administrativa do Estado tenha uma Secretaria específica para Planejamento. Ela destacou também que, se for eleita, vai atuar para garantir uma área de livre comércio nas proximidades do Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante.

Candidata Clorisa falou na Fiern sobre potenciais econômicos (Foto: Moraes Neto/Fiern)

Candidata Clorisa falou na Fiern sobre potenciais econômicos (Foto: Moraes Neto/Fiern)

Clorisa Linhares apresentou as propostas durante o Fórum Caminhos do RN, nesta sexta-feira (26), na Casa da Indústria. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN), com a participação de candidatos ao governo estadual. Na ocasião, ela recebeu a Agenda Caminhos do RN, entregue pelo presidente da Federação das Indústrias, Amaro Sales.   

“Uma Área de Livre Comércio perto do aeroporto seria muito importante para que pudéssemos assegurar uma condição diferenciada tanto para entrada, quanto para saída de produtos, o que iria contribuir no nosso desenvolvimento”, argumentou a candidata.    

A candidata também fez enfatizou a confiança incentivo ao setor privado e no empreendedorismo como o melhor caminho para o desenvolvimento. “Confio nas empresas”, disse. 

Rodovias 

Mas ela disse que é necessário superar alguns entraves ao desenvolvimento. Um dos quais, segundo Clorisa, é a situação das rodovias estaduais. “A acessibilidade é fundamental,” reforçou. “Um dos maiores problemas das regiões e nos municípios é o acesso — para chegar e escoar a produção”, apontou.   

“Faltam também incentivos fiscais e há o problema da segurança jurídica”, acrescentou, a candidata do PMB. Além disso, “empresas morreram pela demora do licenciamento”, criticou.    

Ela citou exemplos das implicações do que considera como obstáculos ao crescimento: a produção de frutas na região do Vale do Açu não tem uma indústria de beneficiamento por ausência de estímulo; e, no Polo Costa Branca, a barrilha extraída é exportada sem beneficiamento local.    

Agenda 

A Agenda Caminhos do RN lista dez tópicos essenciais para a retomada do processo de industrialização do estado, para melhorar a atração de investimentos externos e, indiretamente, contribuir para a saúde fiscal com o aumento de arrecadação e geração de empregos. 

Entre as propostas presentes no documento está a criação da Política Industrial, por meio de Lei Estadual que proporcione segurança jurídica e uma rota de desenvolvimento para a indústria potiguar, tendo em vista que o desenvolvimento industrial do RN passa por um esforço conjunto e coordenado dos atores públicos e privados e está associado à melhoria contínua das vantagens competitivas do estado; à atração de novos investimentos; e ao desenvolvimento da formação e capacitação empresarial, gerencial e profissional de uma cultura empreendedora em todos seus segmentos.

Saiba mais clicando AQUI.

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Leia tambémFábio Dantas advoga projetos para garantia de liberdade econômica;

Leia também: Styvenson defende transparência e acessibilidade na gestão do RN.

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sábado - 27/08/2022 - 11:38h
Caminhos do RN

Styvenson defende transparência e acessibilidade na gestão do RN

Candidato ao Governo do Estado, o senador Styvenson Valentim (Podemos), afirmou que a burocratização no serviço público é um dos principais problemas enfrentados pelo setor produtivo no Rio Grande do Norte. “Nossa legislação está velha, atrasada e é difícil de lidar. Há uma grande dificuldade em se conseguir um simples documento”, disse.

Senador defendeu a redução de secretarias no Governo para “tornar a gestão mais prática e eficaz” (Foto: Moraes Neto/Fiern)

Senador defendeu a redução de secretarias no Governo para “tornar a gestão mais prática e eficaz” (Foto: Moraes Neto/Fiern)

Durante o Fórum Caminhos do RN, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN), nesta sexta-feira (26), na Casa da Indústria, com a participação de candidatos ao governo estadual com representação no Congresso Nacional, ele citou a importância de se ter transparência e acessibilidade dentro da administração pública. “É fazer compliance no serviço público. Tenta obter alguma informação de forma ágil no portal da transparência”, disse.  

Na ocasião, ele recebeu a Agenda Caminhos do RN, entregue pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales. Valentim se mostrou defensor da racionalização do Estado e da otimização dos gastos públicos e mostrou um gráfico em que 72% dos recursos é destinado ao pagamento de pessoal e encargos.

Reforma

“Racionalizar é dar prioridade para secretarias e pastas que precisam ser atuantes”, comentou.  

Ele defendeu a redução de secretarias no Governo para “tornar a gestão mais prática e eficaz”, além de citar uma legislação atualizada e fácil. “Tem que se criar metas e profissionalizar a administração pública”, disse.  

Ainda em sua fala, o candidato revelou o interesse em criar uma secretaria dentro da estrutura governamental voltada especificamente para rediscutir os contratos. E mostrou interesse em contato mais próximo com as pequenas empresas que, segundo ele, geram mais serviços e empregos. 

Destacou a necessidade de uma “grande reforma legislativa e tributária”. Ele argumentou que tem que ter retorno para o Estado com a revisão dos tributos arrecadados. “Não sou contra o empresário. Ele é quem gera emprego”, justificou.  

Quanto à infraestrutura das rodovias estaduais, Styvenson afirmou que investir em malha viária é imprescindível alertando para os perigos da má conservação das estradas não só para o transporte de produtos.

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sábado - 27/08/2022 - 10:46h
Caminhos do RN

Fábio Dantas advoga projetos para garantia de liberdade econômica

O ex-deputado estadual e ex-vice-governador Fábio Dantas (Solidariedade) foi o segundo candidato ao Governo do Estado nas Eleições de 2022 a apresentar, no Fórum Caminhos do RN, suas propostas para o desenvolvimento do estado, nesta sexta-feira (26). A segunda edição do Caminhos do RN é realizada pela Federação das Indústrias do Estado (FIERN), na Casa da Indústria. Em sua fala inicial, o candidato destacou a necessidade de uma lei que garanta a liberdade econômica no Rio Grande do Norte.

Fábio defende concessões pública e apoio ao setor produtivo (Foto: Moraes Neto/Fiern)

Fábio defende concessões pública e apoio ao setor produtivo (Foto: Moraes Neto/Fiern)

A proposta de Dantas vai ao encontro da Política Industrial proposta na Agenda Caminhos do RN para o Desenvolvimento Industrial 2023-2026, elaborada pelo programa MAIS RN, unidade de planejamento estratégico contínuo da Fiern. A agenda foi entregue ao postulante pelo presidente da Federação, Amaro Sales de Araújo.  

“Ainda no início do governo, precisamos vender para o Brasil e para o mundo um estado que é pujante e o melhor lugar para se investir no Brasil”, destaca Dantas. “Não podemos olhar para outros estados ter avanços enquanto ficamos para trás”, disse.  

Para isso, o candidato afirmou que é preciso agilizar um projeto de lei estadual para apreciação do legislativo. “Temos que mandar, ainda no primeiro mês de governo, um projeto de liberdade econômica que chegue à Assembleia Legislativa ainda no primeiro dia de governo, que trate de todas as legislações protecionistas do estado que não colaboram com nossa economia”, frisou Dantas.  

Governabilidade

Ele esclareceu que a proposta envolve três pontos que possibilitem a governabilidade. “Esse projeto vem para que possamos fazer um modelo de liberdade econômica que contemple concessões de serviços públicos, a redução irreversível da taxa de tributos para o contribuinte e o investimento em infraestrutura”, explica o candidato. “Ninguém governa e faz logística industrial, comercial, empresarial ou turística sem estradas”, exemplificou.  

Ainda sobre a proposta de liberdade econômica, o candidato afirma que a iniciativa deve ser pensada para o longo prazo. “Temos que propor um projeto que transite décadas e que não dure apenas um governo”, aponta Dantas.  

O ex-deputado ressaltou que o projeto visa alavancar a geração de emprego e renda no estado. 

Ele falou ainda sobre a importância da chegada das águas do Rio São Francisco em sua resposta sobre a Transposição, Irrigação e Transformação Econômica.  

“A transposição traz uma motriz de águas praticamente infinita e um potencial para a melhora da qualidade de vida da população, com o fim da seca, além do potencial para alavancar o desenvolvimento econômico de diversas regiões do interior do estado”, disse.

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sábado - 27/08/2022 - 09:50h
Caminhos do RN

Estado pode investir até R$ 1 bilhão nos próximos 4 anos, diz Fátima

A governadora Fátima Bezerra (PT), candidata à reeleição, afirmou que se for reeleita vai enviar um projeto de lei para votação na Assembleia Legislativa que defina o marco legal das Parcerias Públicos Privadas (PPPs) no Rio Grande do Norte. Ela disse também que pretende criar uma estrutura específica de governo que possa atuar para atrair investidores que assumam futuras concessões em infraestrutura.

Fátima reforça política para equilíbrio fiscal e retomada de investimentos (Foto: Moraes Neto/Fiern)

Fátima reforça política para equilíbrio fiscal e retomada de investimentos (Foto: Moraes Neto/Fiern)

Fátima Bezerra também garantiu que haverá abertura de capital na Companhia de Águas e Abastecimento (CAERN), mas com a preservação de controle do Estado.

As propostas foram apresentadas durante o Fórum Caminhos do RN, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN), nesta sexta-feira (26), na Casa da Indústria, com a participação de candidatos ao governo estadual com representação no Congresso Nacional. Na ocasião, ela recebeu a Agenda Caminhos do RN, entregue pelo presidente da Federação das Indústrias, Amaro Sales.

A defesa desses projetos para buscar empreendedores e melhorar a infraestrutura estadual em parceria com grupos privados foi durante a resposta a perguntas feitas, durante o Fórum, com base nos temas da Agenda, elaborada pelo Núcleo de Planejamento da Federação, o Mais RN. A indagação foi a respeito de como o RN pode se equiparar aos demais da região Nordeste que tem buscado atrair PPPs e concessões e têm obtido êxitos nessa área.

Resgate

Fátima Bezerra disse também que o Rio Grande do Norte resgatou a capacidade de investimento. Com isso, afirmou, o Estado tem possibilidade de, ao longo dos próximos quatro anos, investir R$ 1 bilhão. Uma das prioridades, destacou, é aplicar na recuperação de estradas.

A governadora citou que outra prioridade de aplicação dos recursos será para melhorias na educação, com reformas de escolas, conexão digital e construção de novas unidades, entre as quais as de ensino profissionalizantes.

A governadora ressaltou que será mantido o compromisso com o “equilíbrio fiscal”. Segundo ela, houve uma determinação para recuperar as contas estaduais, e atualmente há superávit primário e orçamentário. Atualmente, reforçou, os servidores têm previsão para o recebimento dos salários, o que, disse, tem implicações positivas para a economia do Estado.

“Destaco o diálogo do nosso governo com a iniciativa privada fez toda a diferença e assim prosseguiremos”, comentou. Ela citou programas voltados ao setor produtivo, como o Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (PROEDI),  que, lembrou, foi elaborado em interlocução com a Fiern.

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sábado - 27/08/2022 - 07:48h
Fiern

Caminhos do RN entrega proposta da indústria a candidatos a governo

A importância do setor industrial para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte foi o principal ponto do Fórum Caminhos do RN, realizado pela Federação das Indústrias do RN (FIERN), com candidatos ao Governo do Estado nas Eleições de 2022, nessa sexta-feira (26). O tema também é destaque na Agenda Caminhos do RN 2023-2026, elaborada pelo MAIS RN — unidade de planejamento estratégico contínuo da entidade — com tópicos essenciais para a indústria e economia do estado, que foi entregue aos postulantes.

Fiern, comandada por Amaro Sales, recebeu os principais candidatos ao Governo do RN (Foto: Fiern)

Fiern, comandada por Amaro Sales, recebeu os principais candidatos ao Governo do RN (Foto: Moraes Neto/Fiern)

Na abertura do evento, o presidente da FIERN, Amaro Sales de Araújo, defendeu a indústria como elo estratégico e indispensável para a geração de empregos e distribuição de renda.

“Ninguém fará um Rio Grande do Norte forte sem considerar a força da nossa indústria”, afirmou.

Foi entregue documento aos candidatos convidados com partidos por representação no Congresso — a governadora Fátima Bezerra (PT), o ex-deputado Fábio Dantas (Solidariedade), o senador Styvenson Valentim (Podemos), Clorisa Linhares (PMB) e Danniel Morais (PSOL). Os postulantes ao Executivo estadual têm em mãos as propostas do setor para o desenvolvimento da indústria potiguar.

O documento traz propostas elencadas em dez tópicos-chave — Política Industrial do RN; RN: Estado das Energias; Cluster Naval e Economia do Mar; Plano Estratégico para os Parques Industriais; Licenciamento e regulação ambiental; Concessões públicas e gestão de ativos; Infraestrutura tecnológica e expansão dos polos tecnológicos; Transposição, irrigação e transformação econômica; Educação pública para o futuro; e Segurança pública.

Ainda hoje o Canal BCS (Blog Carlos Santos) vai dissecar como foi participação de cada um dos candidatos nesse evento.

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Categoria(s): Economia / Política
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