Por Honório de Medeiros
Os sistemas vivos são totalizantes. Todos eles buscam a própria expansão. Sua sobrevivência depende dessa lógica, que lhe é inerente. Basta pensar em um câncer e na metástase. Seu possÃvel limite é sempre outro sistema que lhe possa confrontar (1).
A elite polÃtica não é diferente. É um sistema dentro de outro sistema maior, que o envolve e engloba. Luta para se expandir, como qualquer outro. E busca sua coesão interna, para sobreviver.
No processo pelo qual passa o Brasil o último reduto da elite polÃtica que estertora em busca de coesão interna para resistir e sobreviver no âmbito de outro sistema maior, formado por parcela significativa da Sociedade, a se manter até então a salvo embora sob ataque, era o judiciário.
Era.
Com a capitulação do STF ante Renan Calheiros, Presidente do Senado Federal, dia 7 de dezembro de 2016, o judiciário passou a fazer parte da coalização contra essa parcela significativa da Sociedade.
Dentro de cada sistema há subsistemas que entram em choque uns com os outros, buscando sua própria expansão. Nada disso é novidade. A realidade é o que emerge desse imenso processo, como sabemos.
Que há de acontecer? Ou a atual elite polÃtica vence e manieta essa parcela significativa da Sociedade que vem tolhendo sua expansão, ou consegue derrotá-la, ou surge uma solução de compromisso que posterga, mas não elimina tudo quanto está tensionando o sistema.
A subjugação do STF aparentemente encaminha o processo para uma solução de compromisso, mas na realidade pode agudizar a tensão no sistema. É esperar para ver.
* Leia também: O sistema joga sujo (veja AQUI).
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN.
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