domingo - 02/01/2022 - 08:22h

Caronte e…

Por François Silvestre

a numismática mitológica.

“Quatro rios há nos espaços tenebrosos e subterrâneos dos Infernos: o Estige, o Aqueronte, o Cocito e o Flegetonte ou Piriflegetonte. Os três primeiros levam suas águas lentas, através de marnéis, pântanos e volutabros infectos, cobertos de tristes plantas aquáticas, a gargantas estreitas, onde o ruído das águas se torna espantoso. O quarto rola ondas de enxofre e fogo, arrastando no seu curso rochedos retumbantes”.Caronte, o barqueiro do inferno, mitologia grega

“Às bordas do Estige vêm dar as sombras dos que deixaram os corpos na região das luzes. Sobre a onda imóvel desliza, sem cessar, sem ruídos, uma barca com a madeira podre, suja, dirigida por horrenda criatura”.

É Caronte, o barqueiro do inferno. Eram três irmãos. Caronte, Hipnos e Tânatos. (o barqueiro, o sono e a morte).

É assim que Tassilo Spalding inicia o verbete que define e expõe à visão gráfica a figura símbolo do que seria o capitalismo numismático na mitologia.

E informa que o filho de Érebo e da Noite, desconhecido de Homero e de Hesíodo, era um deus ancião, mas imortal. Velho, repugnante, intratável e avaro.

Para realizar a travessia dos mortos à outra banda do Estige ou do Aqueronte, cobrava três óbolos, a menor das moedas, que valia uma sexta parte do dracma.

E só carregava os que tinham merecido a honra do sepultamento. Cujas almas, desligadas, tinham a posse das moedas que lhes garantiam a travessia. As despossuídas vagavam pelas margens dos rios citados, até que um dia conseguissem o pagamento da travessia.

A descrição de Caronte e suas atribuições compõem o mais perfeito retrato do capitalismo e suas navegações pela história humana, a cobrar de cada um os óbolos de sua ganância e devolver a cada um a travessia no barco podre de Caronte.

Quando vejo um rico perdulário ou muquirana, esbanjador ou mealheiro, enojar-se com a palavra socialismo, eu compreendo. O que não compreendo é ver um pobre esganar-se de admiração ao capitalismo.

O socialismo, minha gente, nada tem a ver com pilantras que se definiram comunistas. O socialismo é Marx, não é Stalin.

O socialismo é Francisco de Assis, Thomaz de Aquino, Padre Vieira, Portinari, Vulpiano Cavalcanti, Carlos Prestes, Djalma Maranhão, Gandhi. não é Chaves, Fidel, Ortega, King Jong-Un ou Brejnev.

Caronte não recebia, por proibição olímpica, seres vivos na sua barca. O capitalismo não recebe seres livres nos seus negócios. Todos são livres, no capitalismo, para servirem aos capitalistas. Fora daí, a liberdade é apenas uma figura retórica. Onde se avolumam nas margens dos rios podres as almas despossuídas de óbolos.

Caronte pagou com a perda de função, durante um ano, por ter transportado Hércules, ainda vivo, e o fizera movido pelo medo.

Aí estão os dois instrumentos do aparato capitalista: a moeda e o medo. A moeda é necessária para a facilitação das trocas, mas o medo só serve à exploração. Posta indevidamente nos ombros da ganância capitalista a bandeira das liberdades fundamentais, pelo falso comunismo, o antagonismo do mal se transformou no estandarte justificador do próprio mal.

François Silvestre é escritor

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domingo - 26/12/2021 - 11:10h

A Caverna de Platão

Caverna, Mito da Caverna, Parábola da Caverna, Alegoria da Caverna - Platão em A República, diálogo entre Sócrates e GlaucoPor François Silvestre

Há quem denomine de Mito, Alegoria ou Parábola. A nomenclatura é secundária. Até porque essa imagem terrível, constante da obra reflexiva do filósofo clássico, Sócrates, possui contornos que abrange essas e outras denominações.

A caverna abriga prisioneiros que nunca conheceram a liberdade. Nascidos e vividos no obscuro da desinformação. Ou na informação sem escolha, sem distinção, sem questionamento. A informação imposta, que aliena.

Acorrentados, os habitantes da Caverna só veem “sombras” na parede da furna, que eles julgam serem sombras de vivos. São apenas reflexos de estátuas que se colocam entre a parede e uma fogueira. Isso se passa imutavelmente. E essa é a visão do único e imposto conhecimento.

Na premissa de que um dos acorrentados consiga sair da caverna, ele se deslumbra com o mundo real. E generosamente lembra-se dos companheiros aprisionados. Mas a solidariedade não terá reconhecimento, com seu gesto e sua volta.

Será considerado louco ou mentiroso, pois não entra na cabeça da ignorância cristalizada qualquer lampejo de negação do mundo apresentado. O mundo dos acorrentados é aquele e não há possibilidade de imaginar um mundo diferente.

Como imaginar a luz do Sol, o verde das plantas, a brisa dos ventos, para quem só “vive” na caverna? Único mundo conhecido.

É um mito na medida em que sobrevive, mesmo sem existir, em todos os tempos. É uma alegoria na medida em que mantém a imagem, mesmo na ausência de um mito heroico individual. E é uma parábola, pois oferta, sem imposição, uma moral.

Saramago, o grande escritor português, fez um desabafo reflexivo sobre o tempo de hoje: “Nunca em toda a história da humanidade, houve um tempo tão próximo da Caverna de Platão”.

É de se entender que o Ensaio sobre a Cegueira carrega muito dessa observação. A reflexão muito mais de alerta do que de pessimismo.

O curioso é que a alegoria da Caverna de Platão insere-se numa obra denominada “A República”, numa parte dos diálogos socráticos na casa de Polemarco, filho de Céfalo. Coincidência ou premonição?

A alienação midiática, que nos oferece imagens de bonecos aparentemente vivos. A globalização que apequena, acorrentando todos no interior de uma caverna global. As mentiras oficiais a chamarem de loucos os que ousam informar que há luz fora da caverna. Que há ventos, águas, bichos e plantas.

A generosidade virou sinônimo de desconfiança. A violência banalizou-se, iludindo com sombras na parede da caverna. A esperança esmorece ante a fogueira das imagens falsas. Ninguém, fugido do ambiente mórbido, ousará voltar para informar sobre a luminosidade externa ou o ar da liberdade.

E se na alegoria da exceção ainda houver lugar para a solidariedade, o solidário retornante quedar-se-á ante o escárnio dos que preferem a mentira cômoda da caverna.

E como em todos os mitos, nesse também há uma mentira clássica. A Caverna de Platão não é de Platão. É a reprodução escrita de um diálogo de Sócrates com Glauco, na casa de Polemarco.

François Silvestre é escritor

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sexta-feira - 24/12/2021 - 07:20h
Justiça e Política

O que é inocente no Direito Criminal?

Por François Silvestre

Fui advogado criminalista por mais de vinte anos. E na condição de estudante de Direito participei como estagiário no escritório do nosso criminalista mais famoso, da época, Ítalo Pinheiro, e com ele fiz Júris e estudei na prática a atividade de defesa contra o Estado opressor. Meu professor e amigo, cuja saudade não tem limite. Culpado ou inocenteNinguém é culpado até sentença criminal condenatória transitada em julgado. Esse é o principio consagrado pela Escola Clássica do Direito Penal, no estuário das sociedades democráticas do constitucionalismo ocidental.

Aí fico vendo e ouvindo barbaridades sobre culpa e inocência. Ciro Gomes mereceu meu voto nas últimas eleições. Não merece mais nestas eleições. Explico: Quando lhe perguntaram sobre a inocência de Lula, ele respondeu assim: “Lula não foi inocentado, foi beneficiado pela aberração suspeita de Sérgio Moro”.

Peraí, Ciro Gomes. Você se diz professor de Direito Constitucional e declara uma burrada jurídica dessa? Quer dizer, Ciroque alguém é culpado até ser absolvido? Ou é o inverso? Todos são inocentes até condenação transitada em julgado. Os processos contra Lula foram anulados. Morreram. Ele é inocente por isso? Não. Ele é inocente por que não foi condenado em última instância, com trânsito em julgado.

Lula é inocente. Eu queria votar em você, Ciro, no primeiro turno. Como o fiz na eleição passada. Não vou. Vou votar em Lula no primeiro turno, pra ver se ele ganha logo, desmoraliza Bolsonaro, e evita o desgaste de uma nova eleição de segundo turno. Após a posse de Lula, eu estarei na oposição. Não sou petista e sei que os petistas não gostam de mim. Mas eu gosto muito do Brasil, dou banana pros petistas e voto em Lula.

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segunda-feira - 20/12/2021 - 10:32h
Disputa

A democracia venceu mais uma

Gabriel Boric, candidato da aliança de esquerda, venceu disputa chilena (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Gabriel Boric, candidato da aliança de esquerda, venceu disputa chilena (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Por François Silvestre

E veja a força simbólica dessa vitória! O lugar onde deu. No Chile (veja resultado de pleito presidencial AQUI). Allende deve ter, de onde estiver, gritado: “Viva Chile, Mierda”!………………….……………

A extrema direita havia vencido no primeiro turno. A fascistada daqui estava eufórica. O candidato do fascismo de lá era amigo e admirador declarado do presidentasto daqui. Trocavam admirações mútuas e extensivas a ditaduras e torturadores.

Todo ditadura é uma merda. Esteja onde estiver na Rosa dos Ventos.

O candidato extremado da direita de lá era devoto declarado do torturador Pinochet. Ocorre que no Chile o voto é facultativo, e a abstenção foi enorme no primeiro turno. Ao ver o perigo os chilenos decidiram votar e viraram o jogo.

Deve haver ranger de dentes na tchurma daqui. O “pingos nos ís” já contavam a vitória como certa. A primeira dama fazia orações e Bolsonaro já havia escolhido o paletó para ir ver a posse do amigo in pectore.

Mas, a superstição reza que onde essa gente torce, a porca torce o rabo. Torceu, perdeu. É o azar aboletado no poder do Brasil.

Viva o Chile, Merda!

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quarta-feira - 01/12/2021 - 21:14h
Opinião

A toga e o hipócrita

toga institucional, juiz, magistrado, judicante, justiçaPor François Silvestre

O ex-juiz Sérgio Moro revela-se muito preocupado com com uma recente besteira dita por Lula, quando interrogado sobre a quarta “eleição” de Daniel Ortega, na Nicarágua. Foi uma observação infeliz? Foi. Porém, qual a gravidade disso? Nenhuma.

Agora vejamos o que o Ministro da “Justiça” Sérgio Moro fez ao ouvir falas safadas e cretinas contra a Democracia e a ordem pública. Lembram da famosa reunião ministerial que motivou a saída de Moro? Pois bem, Moro saiu por discordar da interferência na Policia Federal, com a demissão de um pupilo de Moro, dos tempos em que era Juiz e promotor ao mesmo tempo.

Saiu e denunciou. Mas ficou nisso. Não reclamou de nada que ouviu naquela reunião, amplamente divulgada. Ouviu Paulo Guedes dizer: “A porra do Banco do Brasil está pronto pra ser privatizado”. Ouviu silenciosamente. Ficou nisso? Não. Disse o Ministro do meio ambiente, aquele que saiu sob suspeita de contrabando de madeira, “Vamos aproveitar esse momento confuso para passar a boiada”.

Quer dizer o quê? Que seria desmontada a legislação de apoio ao meio ambiente, para favorecer e facilitar a vida de madeireiros, grileiros e garimpeiros clandestinos.

Sérgio Moro ouviu caladinho sem fazer qualquer reparo. Nem ali nem depois. Ficou nisso? Não. Disse o pilantra ministro da “educação”, aquele que abocanhou de punição uma diretoria do Banco Mundial: “Vamos botar esses filhos da puta do Supremo Tribunal todos na cadeia”. E virou-se apontando para o STF. O ministro da “justiça” Sérgio Moro ouviu tudo isso e calado ficou.

E teve mais. Ouviu uma esculhambação contra a China, nosso maior comprador, sem dizer nada. Essa parte não foi divulgada, para evitar problemas no comércio internacional. Nada disse ali nem criticou depois. Insatisfeito ficou só com a demissão do seu protegido.

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terça-feira - 30/11/2021 - 13:16h
Opinião

Casamento e mais filhos

Por François Silvestre

Bolsonaro declarou que o casamento com o PL do mensaleiro Valdemar da Costa Neto, aquele que foi condenado por corrupção, de quem Bolsonaro dizia querer distância, “vai gerar muitos filhos”.

Bem, pois pois, como se diz a concordar numa ladeira de rua estreita de Lisboa, já podemos imaginar a estatura moral dessa nova família.

A seguir os rumos da genética, comparando com os filhos de casamentos anteriores, é bom avisar aos navegantes que deixem em casa suas bolsas quando tiverem de passar por perto ou convergir em qualquer lugar onde esteja qualquer desses novos filhos.

Pela feição da irmandade existente, a nova filiação será um risco à carteira de qualquer transeunte.

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quarta-feira - 17/11/2021 - 08:50h
Opinião

A direita se lambuza…

Os Câo - mangue, carnaval 2018Por François Silvestre

…e seus adoradores ejaculam no gozo alheio.

Bolsonaro, o rei da mentira, levou filhos e bajuladores “in pectore” para um passeio milionário, à custa do contribuinte, em Dubai. Tudo muito rico, muito brega, muito ostensivo e ofensivo à fome reinante no país.

Tão nem aí. Pobre pra eles tem mesmo é que roer ossos. Diária hoteleira de quarenta e cinco mil reais. Tudo pago por quem? pelo erário.

Os bajuladores pobres, aqueles que se esgoelam em redes fechadas ou rádios televisivos, ficam de longe só curtindo a jeguice milionária, como o texto da canção popular. “Todo mundo vai ao circo/ menos eu./ Não posso pagar ingresso,/ fico de longe, só ouvindo a gargalhada”. São os remunerados que se vendem por migalhas. Investimento? Só de mentira. “A Amazônia não pega fogo, nem se você quiser, por que é úmida”.

Ainda houve tempo para trocar insultos com Valdemar da Costa Neto, o novo bandido predileto do bolsonarismo, “Vá T no C, no partido mando eu”. Disse Valdemar.

“Vá a PQP”, respondeu Bolsonaro. Tudo muito republicanamente bolsonariano.

Enquanto isso, em Veneza, Diogo Mainardi prepara o comitê de outra fatia do escracho da falsa moralidade. Baixe o pano.

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quinta-feira - 11/11/2021 - 18:04h
Política

Cacimba, cabaça e…

Cadê a água? (Foto ilustrativa)

Cadê a água? (Foto ilustrativa)

Por François Silvestre

…terceira via.

Pelo que diz o pesquisador de águas do subsolo, com seu triângulo, segurando as duas pontas de um gancho de catingueira, que treme sem controle ao informar água naquele lugar, a bacia da propriedade assim está distribuída: Um riacho com trinta a quarenta por cento de água, da capacidade da bacia, chamado riacho Lula.

Um córrego com vinte a vinte e cinco por cento da capacidade hídrica do terreno, chamado córrego Bolsonaro. E depois, pois pois, uma cacimba debaixo de uma oiticica de água escassa, em tempos de seca, cavada diariamente por buscadores de água, cuja fundura aumenta, mas não aumenta a capacidade hídrica. É a cacimba da “terceira via”.

Cabaças em excesso indo buscar água em cacimba de água escassa. Agora, apareceu mais um catador d’água. Tem água suficiente pra todos? Não. Há sinais de que alguém tope quebrar a própria cabaça pra ajudar no suprimento de cabaça alheia? Até agora, não.

Enquanto isso a propriedade continua em seca de água, em escassez de saúde, em ausência de alimentos, em pendência de crédito, sem sinal de segurança, sem luz no fim do bueiro, sem vergonha na cara. Mas esbanja ignorância, esparrama intolerância e diariamente homenageia a estupidez. Viva a república do “Caga raiva”, como nomeou Orlando Martins.

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sexta-feira - 05/11/2021 - 06:38h
Brasil

Dois tartufos…

Tartufo, peça teatral (Foto ilustrativa)

Tartufo, peça teatral (Foto ilustrativa)

Por François Silvestre

…e um país masoquista.

Dois políticos frustrados, sem alcance popular, num tempo da vida, resolveram o caminho transverso da dissimulação. Que levasse muito tempo, ou talvez sem chance do retorno, seguiriam onde estavam fazendo política noutras funções.

Até que, caindo do céu, baixou no colo dos dois a grande chance. Um processo de corrupção, grandioso, baixou no terreiro dos dois. É a chance superadora da frustração.

Resumo pra não encher o saco. Todos conhecem o fato. Um juiz e um promotor. Que se falavam de manhã, de tarde, de noite, de madrugada. O juiz pode fazer isso? Pode. Mesmo falando sobre um processo em curso? Sim. Desde que também fale com a outra parte, que é a defesa. Se não, não é juiz. Pois foi o que aconteceu.

Nunca falou com a defesa. Hora nenhuma do dia. Nem no fórum. Mas falava com a acusação, orientava a acusação, sugeria ações da acusação e, pior, parabenizava a acusação. Estragando o resultado das condenações pela nulidade flagrante da sua suspeição.

O juiz largou a magistratura pra ser ministro do candidato que ele ajudou a eleger. Era a superação da antiga frustração. Caiu do cavalo, ou melhor, o cavalo o derrubou.

O promotor esperneou, foi “contra” e continuou justiceiro. Até que derreteu a máscara. E agora? Também larga a toga ministerial, no embalo da publicidade adquirida, e vai ser candidato.

Molière, me desculpe. Mas esses dois Tartufos dão de cambão na tartufice da sua peça genial. Baixe o pano!

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domingo - 31/10/2021 - 10:06h

Palhaços

Por François Silvestre

Tenho pelos palhaços uma admiração que a infância resguarda no fundo de baús inexistentes. Os palhaços do circo.

Os da televisão, fantasiados de jornalistas, não têm graça nem merecem atenção. Muito menos merecem riso ou aplauso. Contra eles, uso o controle remoto.

A maquiagem desses palhaços, uns jovens e outros enrugados, produzem uma triste repugnância.

O controle remoto tem o condão de mandá-los pros quintos do fiofó do cão.

François Silvestre é escritor

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terça-feira - 19/10/2021 - 22:08h
Uma pergunta

No que vai dar a CPI?

Interrogação, dúvida,Por François Silvestre

Essa não é uma preocupação minha. Por um motivo muito simples, simplíssimo e transparente.

A CPI já deu e muito, em muita coisa. Mesmo que os indiciamentos sejam engavetados pelo Ministério Público, que cada vez mais se torna particular, refém dos compromissos do Procurador Geral com seu chefe, mesmo que as punições sejam descartadas, mesmo que nada de grave atinja os culpados, mesmo assim, a CPI fez muito pelo País.

Primeiro, ela tirou a roupa do “rei” no meio da rua. Ou melhor, despiu não só o chefete, mas boa parte da sua troupe. Expôs à visitação pública o maior espetáculo de charlatanice científica, promovida por um gabinete de néscios venais, que promoveu uma verdadeira chacina de mais de meio milhão de vidas brasileiras, deixando famílias de precoces órfãos, viúvas, viúvos, irmãos, vizinhos, amigos, celebridades e invisíveis.

Tirou a máscara dos que negavam as máscaras. Pôs a nu generais de contracheque, coronéis de miçanga, médicos de fancaria. Desmoralizou empresários de grandes corporações de “saúde”. Mostrou ao país a face de castas encasteladas no poder à custa da miséria do povo.

A pressão da CPI e suas descobertas ao longo dos depoimentos foi fundamental para a vacinação. Para fazer frente ao criminoso plano do governo negador das vacinas e propagador de meisinhas inúteis, cuja explicação é o ganho de muito dinheiro com a compra de milacrias, grana do povo para enganar e matar o dono do dinheiro.

O gabinete paralelo foi despido em praça pública. Esse gabinete que afirmava a imunização de rebanho, e que as mortes não chegariam a oito mil óbitos. Bandidos. Até oito mil mortes seriam trágicas.

Viva a CPI. Pra mim, ela cumpriu o seu papel. Quem quiser desconhecer os crimes apontados e engavetar os inquéritos, que se exponha a mostrar publicamente a sua face de nojento servilismo e cretinice. Os fatos foram cristalinamente apresentados. E os delitos escancarados. 

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quinta-feira - 14/10/2021 - 08:20h
Opinião

Arrogância sob holofotes

Por François Silvestre

O Ministério Público é instituição permanente, senhor da Ação Penal, defensor do Estado de Direito e, juntamente com a Advocacia, indispensável à administração da Justiça.

Muito bonito. Tudo muito belo na teoria. Porém, entretanto mas porém, não há lição nem discurso que sejam mais eficazes do que o exemplo.palco-do-podio-redondo-em-raios-holofotes_107791-326

Antes de 1988, o Ministério Público era o primo pobre da família forense. E carregava esse complexo de inferioridade. Infelizmente, esse complexo produziu deformação funcional após a Nova Carta tê-lo alçado à condição de quase poder. Do não conhecer o mel a lambuzar-se ao sentir seu gosto adocicado.

Foi a deformação. Não perdeu o estofo institucional outorgado pela Constituição, mas criou constrangimento institucional. Vocacionados aos holofotes, alguns dos seus membros macularam os princípios básicos da Escola Clássica do Direito Penal, consagrados na mesma Carta. Onde está expressa a dignidade da pessoa humana, o Devido Processo Legal e a Presunção de Inocência.

O que é Devido Processo Legal? Ou melhor, o que significa a palavra “devido” aí posto? É adjetivo? Assim como se diria “regular” ou “necessário”? Não.

Devido aí é particípio do verbo Dever. O Estado deve ao indivíduo um processo legal para investigá-lo, processá-lo, condená-lo ou absolvê-lo. Nem para absolver, o Estado pode fazê-lo sem o Devido Processo Legal.

Foi nesse estuário que o Ministério Público, por muitos, infelizmente muitos, dos seus membros atravessaram a fronteira dessa dívida. Com delações premiadas suspeitas, de negociações escusas a ameaças veladas. Só isso? Não. A desenfreada busca de holofotes.

O conluio com a picaretagem fantasiada de jornalismo, as manchetes de jornais e chamadas televisivas muito antes de qualquer contraditório. Era uma práxis pelo Brasil afora. Triste prática, cuja cobrança da conta agora bate à porta.

Peregrinam pelos gabinetes de deputados pedindo amparo para salvar prerrogativas. Tomara que as mantenham. Mas que aprendam a lição e façam autocrítica. Nada mais triste para a arrogância do que a obrigação ao apelo, ao pedido com humildade, mesmo sofrida e forçada. Quando a vida não ensina, a História cobra a conta.

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quarta-feira - 06/10/2021 - 19:40h
Opinião

Brasil acima de tudo…

Por François Silvestre

e Deus acima de todos.

O Slogan mais cretino de toda a cretinice republicana, até hoje. Vamos por parte. O Brasil dos Bolsonaros é uma colônia cultural americana. De bajulação nos ovos de tal vassalagens que a espuma da mamada derrama-se nas virilhas do Tio Sam. Safadeza de pompa, que faz da nossa pequenez internacional uma humilhação semelhante ao acanhamento de um cachorro de pobre mudando-se da casa de taipa para a sombra de uma oiticica. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos - slogan de Jair Bolsonaro

Esse o primeiro fato. Brasil acima, pra quem? Pra nós, os daqui, talvez. Para o Ministro da Economia, inteligente e esperto, não. Foi guardar seus “trocados” num paraíso fiscal. Investir aqui? Nunca. Essa bosta, pra ele, tá abaixo de tudo. Cada dólar que sobe, sobe seu guardado lá. Nos últimos meses ganhou quatorze milhões de reais. Sem fazer nada, sem mexer uma palha, só influindo no câmbio. Investir aqui? Só se ele fosse burro. O presidente do Banco Central fez o mesmo. É ilegal? Não.

Na República da Escrotice todo escroto age legalmente. Tá na lei. Mesmo o que a lei proíbe, há sempre uma brecha que ampara a bandidagem.

E Deus acima de todos? Pronto. O Criador foi promovido. Ninguém até hoje havia dado essa promoção. Bolsonaro o promoveu, no Brasil. E Cabecinha o promoveu, em Martins. Até que em fim Deus foi promovido a marechal.

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sexta-feira - 24/09/2021 - 19:12h
Reflexão

Há o risco de a CPI da Covid…

Por François Silvestre

…dar com os burros n’água?

Há. Não por falta de crimes nem por falta de provas desses crimes. Esses existem e são abundantes. O risco é outro.burros nágua, mumento, equino, burro na água,O risco reside no equívoco original de formação da Comissão. Foi escolhido o pior relator, dentre todos os membros. Numa Comissão que tem Alexandre Vieira, Simone Tebet, Randolfe Rodrigues, por que danado o Presidente escolheu Renan Calheiros?

O senador alagoano é péssimo inquiridor, levanta pro interrogado cortar, repetitivo e chato, faz mais discurso do que perguntas. Não é papel do relator escancarar e antecipar opiniões que estarão no relatório. É de uma inabilidade e analfabetismo que põe em risco o resultado final e a credibilidade do relatório. Um bufão, que usa o posto para fazer autopromoção. E nem percebe que se despromove.

Além da incompetência para a função, não é dono de uma biografia que se diga, “que linda biografia”!? É? Num é. Esse é meu medo. Um charlatão estragar uma CPI importantíssima, que trata de assunto seríssimo e tem escancarado uma realidade assustadoramente criminosa e genocida.

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quarta-feira - 22/09/2021 - 09:40h
Política

Covid fake?

Por François Silvestre

É possível.

Bolsonaro e sua trupe promoveram em Nova York um festival grotesco, burlesco de fazer inveja à bufonaria francesa do Monsieur Pujol. Aquele que lotava os teatros para exercer o talento de executar instrumentos pelo controle da flatulência. Do ânus saiam os sons que ele queria.

Foi um festival de mentiras e presepadas. Destaque para o ministraço da “saúde” (veja AQUI). Estirar o dedo foi o de menos. Esse seu dedo está estirado há muito tempo para o povo do Brasil. O mesmo dedo de Pazuello.

O mais grave? A suspeita de que ele não contraiu Covid. Isso mesmo. Tudo uma armação para uma quarentena conveniente, que o livrará da CPI, no momento em que naquele palco do Senado os pujóis do governo estão sem vento suficiente para o exercício da bufonaria.

No circo de Bolsonaro a rede é dispensável, posto que o trapézio é de mentira e os trapezistas apenas bufões.

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segunda-feira - 20/09/2021 - 11:18h
Piada de brasileiro

A vacina de Bolsonaro

Por François Silvestre

Até a demagogia, em Bolsonaro, é uma farsa. Bolsonaro e seus acólitos, que também são discípulos obedientes, os fardados e os à paisana, comeram pizza no meio da rua, ou melhor, numa calçada da própria pizzaria. Garoto da gargalhada que viralizou na net

Por quê? Porque nos restaurantes de Nova York você só pode entrar se provar, com atestado próprio, que se vacinou contra a Covid. Ocorre que Bolsonaro tinha o atestado de vacina. Mas, quando o exibiu, o gerente observou que o atestado não era da vacina contra a Covid.

Era contra aftosa. Aí, não serviu, e eles foram comer na rua. A cena, inclusive com o Ministro da saúde, é de uma patetice que justifica aquele diálogo de um brasileiro, amigo meu, com um português, no centro de Lisboa. Perguntou o brasileiro: “Por que vocês portugueses não fazem piadas com os brasileiros”? O portuga respondeu: “E precisa”?

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sexta-feira - 17/09/2021 - 09:00h
Crônica

Dotô Queiroga…

Por François Silvestre

...sabe tirar um bicho de pé?

Tenho cá minhas dúvidas. Médico feito nas coxas, caráter duvidoso e agora, comprova-se, cão de fila do genocida.

Ministro da Saúde do Governo Jair Bolsonaro, médico Marcelo Queiroga (Foto: Agência Brasil)

Ministro da Saúde do Governo Jair Bolsonaro, médico Marcelo Queiroga (Foto: Agência Brasil)

Faz uma leitura distorcida (veja AQUI) de uma orientação da OMS, Organização Mundial da Saúde, e tem a cara de pau de declarar que “segui uma orientação do presidente Bolsonaro, preocupado com o futuro do Brasil”. Puta que pariu!.

Um médico medíocre seguindo orientação do “cientista” Bolsonaro. O estrupício capitão nunca leu nada sobre nada, imagine orientar sobre saúde pública ou vacinação.

O OMS orientou o seguinte: Onde a vacinação para idosos ou portadores de imunodeficiência estiver atrasada, deve-se dar prioridades a estes, e adiar a vacinação de adolescentes. Isso. O que interpretaram o capitão cientista e seu tirador de bicho de pé? Que não se deveria vacinar adolescentes. Bandidos, o capitão e seu dotô.

Engraçado, ou desgraçado, é que para distorcer uma orientação da OMS, eles se valem da credibilidade da OMS. Quando a mesma OMS disse que era criminosa a informação de eficiência da cloroquina para combate ao Covid, eles ignoraram e desrespeitaram essa orientação.

Qual dos dois é mais cretino? O cientista capitão ou o médico de fragata? Pusilânimes! E o país despencando, feito bananas maduras de bananeira abandonada.

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Categoria(s): Crônica / Opinião
domingo - 05/09/2021 - 12:48h

Ode ao dia

Por François Silvestre

As décadas são das crianças/ os anos, dos adultos./

Os meses são dos devedores./ Isso mesmo, somos todos devedores./dia, sol, luminosidade

Não há credores na vida./ Até os ricos, que nada devem aos seus, devem à vida./ E ela cobra./ E a promissória é a quitação da morte./

As semanas são invenções,/ com os atropelos das Segundas/ e as ilusões dos Sábados./ Nada mais que isso./

Sobram os dias./ E quem viveu tão ilusoriamente pouco/ chegando aos Setenta/ só se aboleta na tenda dos dias./ Não mais pra viajar/ ou adiar sonhos,/ apenas e a valer a pena, esperar o nascer de cada sol./

O dia não é só do sol./ É dele e da lua na noite./ Os dois completam o dia./ Ele nasce cedo, frio, e apressadamente esquenta./ Sem sequer esquentar a esperança da demora./ A lua, matreira, tem fases./ Some, novilúnia, após minguar,/ depois cresce, suave,/ e se enche de luminosidade falsa,/ como sói ser falsa toda luminosidade./ Plenilúnio da ilusão./

Sobra a tarde./ O último e único momento honesto do Dia./ O sol descambando no poente,/ o chumbo das nuvens no nascente,/ e a semelhança do ocaso/ com a dívida da vida. Viva o dia!/ O único tempo do calendário/ que dispensa medição do tempo.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Poesia
  • Art&C - PMM - Climatização - Agosto de 2025
domingo - 29/08/2021 - 04:12h

As alternativas do bufão

bobodacortePor François Silvestre

Com olhar de possesso, aquele jeito ocular de louco, o presidente de nada, Jair Bolsonaro, num discurso em Goiânia, disse que tinha três alternativas: “Estar preso, ser morto ou vitória”.

Bufa, bufa, bufa. Preso, agora, não será. Mas tem muita chance de o ser num futuro não muito distante. Crimes contra a humanidade ele vem praticando continuamente, e contra a Democracia também. Família de milicianos, ricos à custa do erário, pois não há riqueza lícita com salários públicos, com filho mais velho comprando mansão de quatorze milhões, declarando a metade na escritura, com filho mais novo alugando mansão de quinze mil reais de aluguel, tendo a mãe do pimpolho uma renda legal de sete mil.

Riqueza com salário público é corrupção. Salário público, por melhor que seja, no máximo produz boa vida. Riqueza, nunca. E eles são todos ricos, sem nunca terem produzido nada, nem auferirem renda com atividade privada.

Morto? Não! precisa continuar vivo. Com olhar de louco e arrotando ameaças todo dia que Deus dá. De manhã, diz que à tarde vai arrebentar. De tarde, diz que será à noite. De noite, promete derrubar tudo na manhã seguinte. O que acontece? Nada. Bufa, bufa, bufa. Late, late, late e mostra mordida de cão banguelo.

Precisa continuar vivo para pagar pelos delitos. O país entregue ao desgoverno, sem qualquer medida eficiente na saúde, na educação, na segurança e a economia em disparada para o abismo. E não se cuida de nada na administração. Só de golpe e ameaças.

Vitória? Vai levar uma traulitada eleitoral muito maior do que levaram seus aliados nas eleições municipais passadas. Ele sabe disso. E tem pavor das urnas. Estivesse confiante em vitória, seria outro o comportamento. Estaria bem humorado, deixando ao sossego seus idiotas fanáticos. Não.

Está convocando os malucos da sua gangue ao desassossego da desgraça. E a cada um que vai caindo, ele vai abandonando. Tá nem aí pros seus idiotas decaídos. Ele é só ele e seus pimpolhos no ninho do próprio serpentário.

Vitória? Nem a régia…Vai engolir a régua da derrota. Escorraçado!

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica
quinta-feira - 26/08/2021 - 15:34h
"Democrático"

O erro de Sérgio Reis…

Por François Silvestre

…que eu também cometi.

“Eu sou democrático”. Disse Sérgio Reis, ou rês, maltratando a “última flor do Lácio”. mas, não posso esquecer que também cometi esse erro. Quando e onde? Meados de 1964, tempos de internato no Ginásio, depois Colégio Diocesano Seridoense, em Caicó.

O cantor Sérgio Reis vive sérios problemas após fazer propagação de ideias antidemocráticas (Reprodução BCS)

O cantor Sérgio Reis vive sérios problemas após fazer propagação de ideias antidemocráticas (Reprodução BCS)

Foi o seguinte. Havia um jornalzinho na cidade, A Folha, se não me trai a memória, que me pediu um artigo sobre o “novo” regime implantado no Brasil, já no governo Castelo Branco. O pedido foi feito por Paulo Celestino, um dos dirigentes d’A Folha. E o artigo foi publicado.

Um texto ingênuo, inculto, de adolescente. Porém, falando mal do golpe militar e defendendo a Democracia. Lá pras tantas eu escrevi, “digo isso porque sou um democrático”.

Padre Tércio entrou na sala de aula, de olho aboticado para mim, trazendo o jornal e o abriu na mesa. Apontou pra mim, depois colocou o dedo sobre o texto e disparou: “Aqui tem uma coisa grave, muito grave”. Alguns colegas riram e disseram “é coisa de comunista”… Padre Tércio, ainda irado, repreendeu: “Que comunista, seus ignorantes”! E continuou: “As ideias no texto não são ruins, até são boas, mas há um crime contra a língua portuguesa”. Aí os adversários, que os tinha, vibraram.

O futuro Monsenhor, mestre e amigo de toda a vida, explicou. “Democrático é adjetivo impessoal, cabível a instituições e não a pessoas. Partido democrático, associação democrática, posição democrática, etc. Gente, não. Gente é democrata. E pronunciou bem alto as últimas sílabas,”crata”. “Eu sou democrata”.

Quando eu dirigia a Fundação José Augusto, ele me procurou para uma ajuda na construção de uma piscina olímpica no CDS. Que atenderia à prática de natação para os colégios públicos. Atendi seu pedido, que já havia sido feito por Aluísio Lacerda.

Comentamos sobre esse episódio, e rimos bastante. Ao sair, ele despediu-se assim: “Muito obrigado, senhor democrático”.

Essa ajuda rendeu um processo criminal movido contra mim pelo Ministério Público. Um dos muitos em que fui absolvido. Baixe o pano.

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segunda-feira - 23/08/2021 - 21:08h
Opinião

O Sete de Setembro…

Por François Silvestre

é o Comício da Central de Bolsonaro?

Foi no dia Treze de Março de 1964 que Jango, iludido por um apoio militar que não tinha, deu aos inimigos o pretexto perfeito para o golpe que vinha sendo urdido há muito tempo. Uma multidão, na Central do Brasil, defronte do campo de Santana, aos gritos e com cartazes de fotos de Getúlio, aplaudiam as reformas de base anunciadas. Uma representação teatral que a ingenuidade de Jango não conseguiu alcançar o abismo que a realidade lhe oferecia.Alistamento-Militar-745x450

Muda o ato. Sem noção ou incapaz de entender a realidade, Bolsonaro aposta nesse mesmo apoio militar para golpear a Democracia e entronar-se no poder. D. Bolsonaro I e único, sob a guarda dos quartéis.

Ele tem apoio militar? Tem. Dos quartéis? Vejamos. O salário do general Braga Neto, mês passado, foi de Cem mil Reais. (100. 000, 00). Do general Heleno, Cento e Doze mil Reais. (112. 000, 00). Do general Ramos, Cento e Dezenove mil Reais. (119. 000, 00).

Uma filha e dois sobrinhos do general Pazuello receberam o auxílio emergencial durante todo o ano passado. Esse apoio e mais de vários outros militares, ativos e inativos, nos cargos comissionados do Executivo, ele tem. É o comando militar do contracheque. E os quartéis, como estão? É aí onde reside o comício da Central do Brasil.

Ele cai? Não. Ele derrete. Os militares de agora não vão tirá-lo do poder, como os de 64 fizeram com Jango. E só fizeram porque contaram com o apoio das lideranças civis, vivandeiras dos quartéis, Carlos Lacerda e Magalhães Pinto, dentre outros, e o amparo do império americano, na luta “fria” contra o império soviético. Porém, não vão golpear a democracia para entronizar Bolsonaro. Nunca. Fogo de palha. Sem chance.

Vai ser uma palhaçada de uma independência nunca consolidada, avacalhando uma data que deveriam respeitar. E as Forças Armadas, que Bolsonaro nunca respeitou, serão mais uma vez vítimas de chacotas internacionais.

O General Mourão, que merece meu respeito e admiração, sabe disso. Esses generais do contracheque merecem meu escárnio. Bostiocós. Aqui, Ó.

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quinta-feira - 19/08/2021 - 23:12h
Reflexão

A miséria filosófica…

Terra, satélite, vista aérea, planeta, espaçoPor François Silvestre

…No universo da mediocridade

O planeta é pequenino, girando num universo que o dimensiona feito grão de mostarda perdido na imensidão.

Menores que o raquítico planeta só os países que nele se aboletam, se limitam, se definem e se impõem para prover a vida em sociedade de animais “inteligentes”, auto definidos humanos, superiores aos colegas animais que não roubam, não enganam, não disfarçam e só matam para a própria sobrevivência. Legítima defesa natural.

Dito isso, vamos ao controle atual da geopolítica na Terra. Nunca, na história da humanidade, o planeta foi habitado por tanta mediocridade. Nunca.

Vejamos. Divide-se o mundo hoje entre dois impérios. O império americano e o império chinês. O americano, com seus tentáculos espalhados nas suas áreas de influências vitais.

O chinês, aproveitando os fracassos americanos, continuados, nessas mesmas áreas. Investindo no mercado de trocas, desde mercadorias agrícolas, para compra e mercadorias eletrônicas para venda. Sofisticação originária de inteligência humana e mão-de-obra servil.

E o resto? O resto é burrice e incompetência. A Europa oscila num pêndulo entre a tradição e a decadência. A África, coitada, continua a filha bastarda da História. A América do Sul, que sempre foi pouco importante na geopolítica do mundo, agora virou insignificante. Insignificante.

Desprovida até de um mínimo de dignidade humana na compleição de um estadista. Quais são os “estadistas” expostos ao conhecimento público universal da América Latina?

Respondo. Maduro, da Venezuela e Bolsonaro, do Brasil. Nossos estadistas. Um maduro que passou do ponto, estragado. E outro que passou de verde para podre sem amadurecer, Bolsonaro. Essa é a miséria filosófica do nosso tempo.

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