quinta-feira - 03/03/2022 - 06:24h
Reflexões

Aforismos ao pé do chope

honestidade e desonestidade, certo e errado, bom e ruim, maniqueísmoPor François Silvestre

Aforismo um: Ninguém é absolutamente honesto, mas há muitos absolutamente desonestos.

Vamos avaliar o que foi dito. Os honestos relativos, do nosso convívio diário, nos quais me incluo, somos os humanos comuns. Desonestidade não é apenas roubar o dinheiro alheio. Não. Há desonestidade intelectual, quando falamos sobre o que não conhecemos.

Há desonestidade moral, quando cobramos dos outros o rigor de comportamento que não temos.

Há desonestidade política, quando apontamos defeitos nos outros e aceitamos os defeitos dos que admiramos. Essa é a desonestidade que não macula o convívio. E dá pra ir tocando a vida.

Os absolutamente desonestos são o mal irreparável. São os que sacrificam os outros sob o convencimento de que os defende. De que os salva. E os massacra. Esses são os absolutamente desonestos.

Aforismo dois: Os gritos de quem discordo ferem meus ouvidos.

E ao ouvi-los contesto, e ao contestar, também grito, achando que meus gritos são suaves. E nem percebo que firo os ouvidos dos outros com meu grito. Aí, ao derramar-me o chope descubro que a verdade de cada um é uma ilusão. Nem adianta discutir, menos ainda gritar.

Quando Cristo respondeu que desse a Cézar o que era de Cézar e a Deus o que era de Deus, convalidou o roubo romano dos tributos cobrados ao povo judeu. E o povo escolheu quem na hora do julgamento do filho da honestidade? Escolheu Barrabás. Que assaltava os comboios romanos, levando o dinheiro roubado do povo.

Jesus era absolutamente honesto. Barrabás era um desonesto relativo. E Roma a desonestidade absoluta.

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quinta-feira - 24/02/2022 - 20:38h
Opinião

ONU, uma mentira universal

ONUPor François Silvestre

Organização das Nações Unidas.

Não organiza nada, pelo contrário, desune e na desunião desorganiza. Manda lá quem tem poder de fogo, num falso Conselho de Segurança montado após a guerra para assegurar aos vitoriosos o controle da ordem mundial. E cavilosamente mantém nesse Conselho uma participação temporárias dos excluídos. A Farsa é explícita.

Das Nações. Olha a mentira, quantas nações têm força ali? Trinta? Não. Vinte? Não. Dez? Não. Parece o anjo, em Gomorra, perguntando a Lott quantos puros há entre os ímpios. Quantos?

Unidas. Aí vai pro campo da piada. Os países unidos da América do Sul. São? Os países unidos do Oriente Médio. São? Os países unidos da Europa. São? Os países unidos da Ásia. São? Ah…vão se danar!… União de merda num caldeirão de tripas, Todas expostas fora do intestino. Essa é a ONU. Uma farsa universal.

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quarta-feira - 23/02/2022 - 20:30h
Reflexão

Ex

BR_EX_CH-D_2013-11.inddPor François Silvestre

É o que sou em muitas coisas. Em tendências e opiniões.

Sou ex-carola, rezei tanto na meninice, que ficava de queixo dormente, como diria Galbê, lá da Casa do Estudante.

Ex-preso político. E certamente não votarei a sê-lo, a depender do golpe pelo qual sonha o general Heleno, com seu pijama de bolinhas.

Ex-comunista. Acreditei nessa ilusão, num momento da vida nacional em que a companhia de outros crentes do comunismo era o amparo de luta contra a Ditadura. Lutei num front de pouca importância, um front peba, pequenino, de pouca ou quase nenhuma visibilidade. Hoje, defino-me democrata socialista. Sociedade economicamente socialista e politicamente democrática.

Ex-anarquista. Por muito pouco tempo, uma bobagem lírica de quem procura uma definição.

Ex-torcedor de futebol. Não tenho mais time de estimação. Continuo gostando de ver os jogos de futebol, apreciando o espetáculo do mais democrático dos esportes.

Torci pelo CLEM, de Martins. Pelo Corinthians, de Caicó. Pelo Vasco, do Rio de Janeiro. Pelo América, de Natal. Pelo que vejo aí, nenhum deles vive mais. Ou se algum vive é um zumbi de vinte e duas pernas. Embuás rastejando em grama.

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terça-feira - 22/02/2022 - 19:28h
Escolhas

Fafá e Tata

Município tem pleito suplementar - Foto: crédito não identificado

Município tem pleito suplementar – Foto: crédito não identificado

Por François Silvestre

Essa é a chapa que espero sair pra governadora e senador. E votarei nessa chapa com muito apreço e torcida.

Nas últimas eleições, votei nos dois. Como assim? Você pergunta. Vou explicar.

No primeiro turno das eleições passadas eu votei em Carlos Eduardo Alves, o Tata, contra Fátima Bezerra. Voto de reconhecimento pela boa administração de Natal, que ele fez. E mais ainda por amizade. Primeiro pelo pai dele, Agnelo Alves, figura do meu afeto e admiração, cujas divergências nunca afetaram nossa amizade.

Aí veio o segundo turno. E Carlos Eduardo declarou apoio a Bolsonaro. Peraí, amizade tem fronteira. E a fronteira da amizade em política é o apoio ao fascismo. Tata, naquele momento, cometeu esse erro. Ele que, em lutas passadas, ficou contra a família para apoiar o progresso político. Aí declarei meu voto em Fátima Bezerra, no segundo turno. E o fiz corretamente.

Resumo: Votei muito bem, votando em Fátima. Votarei de novo. Votei bem em Carlos Eduardo, no primeiro turno daquelas eleições. Será fácil e agradável votar de novo nos dois. Fafá, governadora; Tata, senador.

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segunda-feira - 21/02/2022 - 10:26h
Ditaduras

A natureza procura os seus

Por François Silvestre

Esse é um brocardo do Sertão profundo; sertão de pau a pique, de catingueiras e mofumbos. Os afins afinam-se naturalmente. encaixe, quebra-cabeça, encontro, aliança, contrários, preto e branco, união

Os “jornalistas” de miçanga criticam as ditaduras. Verdade? Não. Depende de que lado da Rosa dos Ventos esteja o ditador. De minha parte, eu condeno todas.

Fidel Castro perdeu o bonde da História ao não institucionalizar democraticamente a necessária e histórica Revolução Cubana. Transformando-a numa ditadura dinástica, tão brutal quanto costumam ser todas as ditaduras. A Venezuela também.

Os “jornalistas” de que falo também dizem isso. E criticam Lula por manter afinidade com esses regimes. Crítica honesta? Não. Eles gostam das ditaduras de Direita.

Agora mesmo defendem Bolsonaro que faz um périplo ridículo de apoio aos ditadores do peito. Ao ditador da Rússia, antigo agente da KGB, a polícia secreta da ditadura soviética. Ao ditador da Hungria, caçador das “bruxas” e dos “desvios” de costumes. Ao ditador da Arábia Saudita, assassino de jornalistas, que mantém a própria mãe em cárcere privado, por ela defender a liberdade das mulheres. Misógino que guarda afinidade com o colega Bolsonaro.

Esses “jornalistas” de que falo abandonaram o jornalismo, que já praticaram, e hoje são apenas vendedores de opinião. Afinados pela natureza, que os aproximam e os unem. Tudo devidamente muito bem pago. 

A natureza procura e acha os seus.

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terça-feira - 15/02/2022 - 14:22h
Opinião

Biden e…

Biden derrotou Donald Trump na disputa presidencial (Foto: outubro/2021/Adam Schultz)

Biden derrotou Donald Trump na disputa presidencial (Foto: outubro/2021/Adam Schultz)

Por François Silvestre

a democracia dos democratas.

A única coisa boa de Joe Biden foi derrotar Donald Trump. Só. No resto é um democrata da democracia deles, americanos. O restante do mundo serve apenas para lustrar a adjetivação do termo, muito bonito e mais ainda prostituído.

Não se iludam. Essa conversa de que os democratas são progressistas é uma balela. O progressismo interno. Pros de fora, retrocesso.

Donald Trump foi um estrupício, não se nega. Porém, se você olhar com cuidado histórico, vai descobrir que os presidentes americanos mais transformadores de melhorias humanas, tanto no campo pessoal quanto social, foram do Partido Republicano. Abraham Lincoln é o mais exuberante exemplo dessa assertiva.

Nos tempos recentes inventaram esse progressismo dos Democratas, por conta do conservadorismo Republicano. John Kennedy é o modelo inverso. Vendido como progressista, era intervencionista e estimulador de ditaduras pelo mundo. Teve participação ativa no golpe militar de 1964. E ajudou a implantar e consolidar a ditadura.

Os Democratas são aliados de indústria bélica multinacional. Não é por outra razão que todo dia, há mais de mês, Biden diz: “A Rússia vai invadir a Ucrânia a qualquer momento”. Todo dia. Parece até Bolsonaro, que toda semana promete um “milagre” golpista para evitar as eleições.

A última de Biden foi: “A Rússia vai invadir a Ucrânia até o fim dos jogos de inverno da China”. E a indústria bélica lambendo os dedos. Dedos no gatilho

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sábado - 12/02/2022 - 12:32h
Opinião

Candidatos analfabetos

Por François Silvestre

Bolsonaro deu ao Padre Cícero nascimento pernambucano. E arrematou: “Só não sei de qual cidade, qual é mesmo? Digam aí paus-de-arara”. Esse é o Bolsonaro. Analfabeto, ignorante, grosseiro, mentiroso, misógino, misantropo, energúmeno, sacripanta…e mais adjetivos correlatos.

Veio o outro, que foi juiz, mesmo suspeito, mas foi, que deveria ser mais instruído e disse: “Vim ao Nordeste e estive no Agreste do Ceará”. Alguém, da comitiva falou no seu ouvido: “Presidente, o Ceará num tem Agreste”.

Kkkkkkkkkk. Sabe o pior? O pai de Sérgio Moro era professor de Geografia. Você sabia disso? Eu sabia. Porque tenho a mania de aprender as coisas, e quem aprende acaba ensinando.

O Agreste é uma sub-região nordestina, transitória da Zona da Mata para o Sertão, que vem da Bahia até o Rio Grande do Norte, passando por Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Não chega ao Ceará. Analfabetos!

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quarta-feira - 09/02/2022 - 16:08h
Opinião

Os tanques helênicos

Tanques desfilam aspergindo fumaceira e dando a dimensão do seu próprio sucateamento (Foto: reprodução 10/08-2021))

Tanques desfilam aspergindo fumaceira e dando a dimensão do seu próprio sucateamento (Foto: reprodução 10/08-2021))

Por François Silvestre

Da antiga civilização grega e agregados conquistados? Não. São os tanques comandados pelo general Heleno, aquele guerreiro com muitas medalhas debruadas no pijama de bolinhas.

E o que têm esses tanques a ver com isso? Serão oferecidos por Bolsonaro ao presidente russo, não confundir com ruço, mesmo que lá pras bandas da Ucrânia a coisa esteja mais ruça do que russa.

Pois bem, berenrem bembem, Bolsonaro vai oferecer nossos tanques ao seu colega Putin, o rei da Rússia. São aqueles tanques que espalharam muita fumaça pelas ruas de Brasília, naquele desfile de exibição que deixou salivando a mulecada do fumacê.

Quando os nossos tanques chegarem à fronteira ucraniana, no show da fumaça, a população assustada perguntará: “De onde vieram esses tanques, meu Deus do céu”? E a resposta será: “Vieram da Europa”. Aí, um oficial indagará: “Aqui do continente, de qual país”? E virá a resposta esclarecedora: “Não. São tanques do Heleno, vieram da Europa, a lua de Júpiter”. Ao que a Ucrânia render-se-á, mansa e incondicionalmente.

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sexta-feira - 04/02/2022 - 20:36h
Brasil

O cisca farofa…

Padre Cícero (Foto: reprodução)

Padre Cícero (Foto: reprodução)

Por François Silvestre

tem uma assessoria de analfabetos.

Que Bolsonaro é desprovido de qualquer preparo escolar todo mundo sabe. Que é um analfabeto amplo e completo em qualquer assunto, todo mundo também sabe. O que eu não sabia era que sua assessoria de “orientação” também foi escolhida a dedo, dentre o que há de mais precário em matéria de escolaridade no serviço público que serve ao Planalto. É um espanto.

A começar, no primeiro escalão. O ministraço Paulo Guedes não é mais ouvido para nada. Passeia nos corredores despercebido. O general de pijama mijado Heleno de Tróia disse que “gosto da paz, mas me preparei para a guerra”. Kkkkkkkkkkkkkkk. Só se for guerra de contracheques. Dessa ele entende. O Braga Neto botou a viola no saco, e a única coisa que faz é coçá-lo.

Mas vamos às últimas. Bolsonaro, o energúmeno, deu a Padre Cícero o nascimento em Pernambuco (veja AQUI). E perguntou aos assessores em qual cidade pernambucana havia nascido o Padim Ciço dos romeiros. Silêncio. Aí Bolsonaro reclamou: “Tá chei de pau-de-arara aqui e ninguém sabe”? Não. Todos iguais a ele, ninguém sabe de nada. Um jornalista presente informou sobre o nascimento do Santo nordestino.

Enquanto isso, os fascistas vão esperneando desesperados. Com a síndrome do pânico de Outubro.

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quinta-feira - 03/02/2022 - 18:26h
Lula

Senso de oportunidade…

Por François Silvestre

..não é oportunismo.

Lula é pré-candidato à presidência da República mais uma vez (Foto: PT)

Lula é pré-candidato à presidência da República mais uma vez (Foto: PT)

E esse senso habita em Lula. Oportunismo é o aproveitamento de um fato que não produz qualquer benefício para outrem, só para o oportunista. Ponto.

Veja o “oportunismo” de Lula. Ele declarou que, na Presidência da República, vai desdolarizar os preços dos combustíveis. Retirar dos preços da gasolina, diesel e álcool a vinculação com o preço, em Dólar, do petróleo no mercado internacional. Perfeito.

E explica o óbvio. Os acionistas da Petrobrás, brasileiros ou americanos, não podem ter prioridade de lucros abusivos com dividendos, enquanto os verdadeiros donos da Petrobrás, o povo do Brasil, paga com inflação e sofrimento o lucro dessa gente. Um novayorquino, lá de longe, que nem conhece o Brasil, não é mais importante do que uma dona de casa, brasileira, que vai comprar um quilo de feijão pelo preço de carne por conta do preço da gasolina.

A Petrobrás foi saqueada e esses acionistas continuaram ricos e satisfeitos, na época do petrolão. Antônio Palocci devolveu cem milhões, quanto não terá roubado? Tá solto. Delatou, limpou. Os empresários ladrões envolvidos estão todos soltos.

A Lava Jato deixou de lado a ladroagem pra cuidar de política. Você acha que se Lula estivesse envolvido naquilo teria escapado? Nunca. Foram pegá-lo num tríplex e num sítio. Nenhum dos grandes crimes do esquema teve a digital de Lula. Nenhum.

Agora ele está aí. E ao que parece com respaldo popular. E para desespero dos inimigos, com o senso de oportunidade afiadíssimo.

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terça-feira - 01/02/2022 - 08:46h
Viva Portugal!

O socialismo venceu mais uma

Português exibe, orgulhoso, a bandeira do seu país (Foto ilustrativa)

Português exibe, orgulhoso, a bandeira do seu país (Foto ilustrativa)

Por François Silvestre

Portugal decidiu pela Democracia, escorraçando os radicais da estupidez dos extremos.

O Partido Socialista, do saudoso Mário Soares, obteve maioria absoluta no Parlamento, que forma a Assembleia Nacional (veja AQUI). O sistema legislativo português é unicameral, sem esse cacoete imperial de senados. Senado é um luxo de países ricos ou de países imbecilizados. O que somos nós? Ricos é que não somos.

Os socialistas abiscoitaram 117 cadeiras, oito a mais do que o necessário para maioria absoluta. A direita democrática ficou em segundo, com 71 cadeiras.

Os extremados de esquerda e os bolsonaristas de lá não chegaram a vinte cadeiras no Parlamento. Ficaram de longe escutando a gargalhada, como quem não teve grana pra comprar ingresso ao circo do poder.

Viva Portugal!

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domingo - 02/01/2022 - 08:22h

Caronte e…

Por François Silvestre

a numismática mitológica.

“Quatro rios há nos espaços tenebrosos e subterrâneos dos Infernos: o Estige, o Aqueronte, o Cocito e o Flegetonte ou Piriflegetonte. Os três primeiros levam suas águas lentas, através de marnéis, pântanos e volutabros infectos, cobertos de tristes plantas aquáticas, a gargantas estreitas, onde o ruído das águas se torna espantoso. O quarto rola ondas de enxofre e fogo, arrastando no seu curso rochedos retumbantes”.Caronte, o barqueiro do inferno, mitologia grega

“Às bordas do Estige vêm dar as sombras dos que deixaram os corpos na região das luzes. Sobre a onda imóvel desliza, sem cessar, sem ruídos, uma barca com a madeira podre, suja, dirigida por horrenda criatura”.

É Caronte, o barqueiro do inferno. Eram três irmãos. Caronte, Hipnos e Tânatos. (o barqueiro, o sono e a morte).

É assim que Tassilo Spalding inicia o verbete que define e expõe à visão gráfica a figura símbolo do que seria o capitalismo numismático na mitologia.

E informa que o filho de Érebo e da Noite, desconhecido de Homero e de Hesíodo, era um deus ancião, mas imortal. Velho, repugnante, intratável e avaro.

Para realizar a travessia dos mortos à outra banda do Estige ou do Aqueronte, cobrava três óbolos, a menor das moedas, que valia uma sexta parte do dracma.

E só carregava os que tinham merecido a honra do sepultamento. Cujas almas, desligadas, tinham a posse das moedas que lhes garantiam a travessia. As despossuídas vagavam pelas margens dos rios citados, até que um dia conseguissem o pagamento da travessia.

A descrição de Caronte e suas atribuições compõem o mais perfeito retrato do capitalismo e suas navegações pela história humana, a cobrar de cada um os óbolos de sua ganância e devolver a cada um a travessia no barco podre de Caronte.

Quando vejo um rico perdulário ou muquirana, esbanjador ou mealheiro, enojar-se com a palavra socialismo, eu compreendo. O que não compreendo é ver um pobre esganar-se de admiração ao capitalismo.

O socialismo, minha gente, nada tem a ver com pilantras que se definiram comunistas. O socialismo é Marx, não é Stalin.

O socialismo é Francisco de Assis, Thomaz de Aquino, Padre Vieira, Portinari, Vulpiano Cavalcanti, Carlos Prestes, Djalma Maranhão, Gandhi. não é Chaves, Fidel, Ortega, King Jong-Un ou Brejnev.

Caronte não recebia, por proibição olímpica, seres vivos na sua barca. O capitalismo não recebe seres livres nos seus negócios. Todos são livres, no capitalismo, para servirem aos capitalistas. Fora daí, a liberdade é apenas uma figura retórica. Onde se avolumam nas margens dos rios podres as almas despossuídas de óbolos.

Caronte pagou com a perda de função, durante um ano, por ter transportado Hércules, ainda vivo, e o fizera movido pelo medo.

Aí estão os dois instrumentos do aparato capitalista: a moeda e o medo. A moeda é necessária para a facilitação das trocas, mas o medo só serve à exploração. Posta indevidamente nos ombros da ganância capitalista a bandeira das liberdades fundamentais, pelo falso comunismo, o antagonismo do mal se transformou no estandarte justificador do próprio mal.

François Silvestre é escritor

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domingo - 26/12/2021 - 11:10h

A Caverna de Platão

Caverna, Mito da Caverna, Parábola da Caverna, Alegoria da Caverna - Platão em A República, diálogo entre Sócrates e GlaucoPor François Silvestre

Há quem denomine de Mito, Alegoria ou Parábola. A nomenclatura é secundária. Até porque essa imagem terrível, constante da obra reflexiva do filósofo clássico, Sócrates, possui contornos que abrange essas e outras denominações.

A caverna abriga prisioneiros que nunca conheceram a liberdade. Nascidos e vividos no obscuro da desinformação. Ou na informação sem escolha, sem distinção, sem questionamento. A informação imposta, que aliena.

Acorrentados, os habitantes da Caverna só veem “sombras” na parede da furna, que eles julgam serem sombras de vivos. São apenas reflexos de estátuas que se colocam entre a parede e uma fogueira. Isso se passa imutavelmente. E essa é a visão do único e imposto conhecimento.

Na premissa de que um dos acorrentados consiga sair da caverna, ele se deslumbra com o mundo real. E generosamente lembra-se dos companheiros aprisionados. Mas a solidariedade não terá reconhecimento, com seu gesto e sua volta.

Será considerado louco ou mentiroso, pois não entra na cabeça da ignorância cristalizada qualquer lampejo de negação do mundo apresentado. O mundo dos acorrentados é aquele e não há possibilidade de imaginar um mundo diferente.

Como imaginar a luz do Sol, o verde das plantas, a brisa dos ventos, para quem só “vive” na caverna? Único mundo conhecido.

É um mito na medida em que sobrevive, mesmo sem existir, em todos os tempos. É uma alegoria na medida em que mantém a imagem, mesmo na ausência de um mito heroico individual. E é uma parábola, pois oferta, sem imposição, uma moral.

Saramago, o grande escritor português, fez um desabafo reflexivo sobre o tempo de hoje: “Nunca em toda a história da humanidade, houve um tempo tão próximo da Caverna de Platão”.

É de se entender que o Ensaio sobre a Cegueira carrega muito dessa observação. A reflexão muito mais de alerta do que de pessimismo.

O curioso é que a alegoria da Caverna de Platão insere-se numa obra denominada “A República”, numa parte dos diálogos socráticos na casa de Polemarco, filho de Céfalo. Coincidência ou premonição?

A alienação midiática, que nos oferece imagens de bonecos aparentemente vivos. A globalização que apequena, acorrentando todos no interior de uma caverna global. As mentiras oficiais a chamarem de loucos os que ousam informar que há luz fora da caverna. Que há ventos, águas, bichos e plantas.

A generosidade virou sinônimo de desconfiança. A violência banalizou-se, iludindo com sombras na parede da caverna. A esperança esmorece ante a fogueira das imagens falsas. Ninguém, fugido do ambiente mórbido, ousará voltar para informar sobre a luminosidade externa ou o ar da liberdade.

E se na alegoria da exceção ainda houver lugar para a solidariedade, o solidário retornante quedar-se-á ante o escárnio dos que preferem a mentira cômoda da caverna.

E como em todos os mitos, nesse também há uma mentira clássica. A Caverna de Platão não é de Platão. É a reprodução escrita de um diálogo de Sócrates com Glauco, na casa de Polemarco.

François Silvestre é escritor

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sexta-feira - 24/12/2021 - 07:20h
Justiça e Política

O que é inocente no Direito Criminal?

Por François Silvestre

Fui advogado criminalista por mais de vinte anos. E na condição de estudante de Direito participei como estagiário no escritório do nosso criminalista mais famoso, da época, Ítalo Pinheiro, e com ele fiz Júris e estudei na prática a atividade de defesa contra o Estado opressor. Meu professor e amigo, cuja saudade não tem limite. Culpado ou inocenteNinguém é culpado até sentença criminal condenatória transitada em julgado. Esse é o principio consagrado pela Escola Clássica do Direito Penal, no estuário das sociedades democráticas do constitucionalismo ocidental.

Aí fico vendo e ouvindo barbaridades sobre culpa e inocência. Ciro Gomes mereceu meu voto nas últimas eleições. Não merece mais nestas eleições. Explico: Quando lhe perguntaram sobre a inocência de Lula, ele respondeu assim: “Lula não foi inocentado, foi beneficiado pela aberração suspeita de Sérgio Moro”.

Peraí, Ciro Gomes. Você se diz professor de Direito Constitucional e declara uma burrada jurídica dessa? Quer dizer, Ciroque alguém é culpado até ser absolvido? Ou é o inverso? Todos são inocentes até condenação transitada em julgado. Os processos contra Lula foram anulados. Morreram. Ele é inocente por isso? Não. Ele é inocente por que não foi condenado em última instância, com trânsito em julgado.

Lula é inocente. Eu queria votar em você, Ciro, no primeiro turno. Como o fiz na eleição passada. Não vou. Vou votar em Lula no primeiro turno, pra ver se ele ganha logo, desmoraliza Bolsonaro, e evita o desgaste de uma nova eleição de segundo turno. Após a posse de Lula, eu estarei na oposição. Não sou petista e sei que os petistas não gostam de mim. Mas eu gosto muito do Brasil, dou banana pros petistas e voto em Lula.

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segunda-feira - 20/12/2021 - 10:32h
Disputa

A democracia venceu mais uma

Gabriel Boric, candidato da aliança de esquerda, venceu disputa chilena (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Gabriel Boric, candidato da aliança de esquerda, venceu disputa chilena (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Por François Silvestre

E veja a força simbólica dessa vitória! O lugar onde deu. No Chile (veja resultado de pleito presidencial AQUI). Allende deve ter, de onde estiver, gritado: “Viva Chile, Mierda”!………………….……………

A extrema direita havia vencido no primeiro turno. A fascistada daqui estava eufórica. O candidato do fascismo de lá era amigo e admirador declarado do presidentasto daqui. Trocavam admirações mútuas e extensivas a ditaduras e torturadores.

Todo ditadura é uma merda. Esteja onde estiver na Rosa dos Ventos.

O candidato extremado da direita de lá era devoto declarado do torturador Pinochet. Ocorre que no Chile o voto é facultativo, e a abstenção foi enorme no primeiro turno. Ao ver o perigo os chilenos decidiram votar e viraram o jogo.

Deve haver ranger de dentes na tchurma daqui. O “pingos nos ís” já contavam a vitória como certa. A primeira dama fazia orações e Bolsonaro já havia escolhido o paletó para ir ver a posse do amigo in pectore.

Mas, a superstição reza que onde essa gente torce, a porca torce o rabo. Torceu, perdeu. É o azar aboletado no poder do Brasil.

Viva o Chile, Merda!

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quarta-feira - 01/12/2021 - 21:14h
Opinião

A toga e o hipócrita

toga institucional, juiz, magistrado, judicante, justiçaPor François Silvestre

O ex-juiz Sérgio Moro revela-se muito preocupado com com uma recente besteira dita por Lula, quando interrogado sobre a quarta “eleição” de Daniel Ortega, na Nicarágua. Foi uma observação infeliz? Foi. Porém, qual a gravidade disso? Nenhuma.

Agora vejamos o que o Ministro da “Justiça” Sérgio Moro fez ao ouvir falas safadas e cretinas contra a Democracia e a ordem pública. Lembram da famosa reunião ministerial que motivou a saída de Moro? Pois bem, Moro saiu por discordar da interferência na Policia Federal, com a demissão de um pupilo de Moro, dos tempos em que era Juiz e promotor ao mesmo tempo.

Saiu e denunciou. Mas ficou nisso. Não reclamou de nada que ouviu naquela reunião, amplamente divulgada. Ouviu Paulo Guedes dizer: “A porra do Banco do Brasil está pronto pra ser privatizado”. Ouviu silenciosamente. Ficou nisso? Não. Disse o Ministro do meio ambiente, aquele que saiu sob suspeita de contrabando de madeira, “Vamos aproveitar esse momento confuso para passar a boiada”.

Quer dizer o quê? Que seria desmontada a legislação de apoio ao meio ambiente, para favorecer e facilitar a vida de madeireiros, grileiros e garimpeiros clandestinos.

Sérgio Moro ouviu caladinho sem fazer qualquer reparo. Nem ali nem depois. Ficou nisso? Não. Disse o pilantra ministro da “educação”, aquele que abocanhou de punição uma diretoria do Banco Mundial: “Vamos botar esses filhos da puta do Supremo Tribunal todos na cadeia”. E virou-se apontando para o STF. O ministro da “justiça” Sérgio Moro ouviu tudo isso e calado ficou.

E teve mais. Ouviu uma esculhambação contra a China, nosso maior comprador, sem dizer nada. Essa parte não foi divulgada, para evitar problemas no comércio internacional. Nada disse ali nem criticou depois. Insatisfeito ficou só com a demissão do seu protegido.

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terça-feira - 30/11/2021 - 13:16h
Opinião

Casamento e mais filhos

Por François Silvestre

Bolsonaro declarou que o casamento com o PL do mensaleiro Valdemar da Costa Neto, aquele que foi condenado por corrupção, de quem Bolsonaro dizia querer distância, “vai gerar muitos filhos”.

Bem, pois pois, como se diz a concordar numa ladeira de rua estreita de Lisboa, já podemos imaginar a estatura moral dessa nova família.

A seguir os rumos da genética, comparando com os filhos de casamentos anteriores, é bom avisar aos navegantes que deixem em casa suas bolsas quando tiverem de passar por perto ou convergir em qualquer lugar onde esteja qualquer desses novos filhos.

Pela feição da irmandade existente, a nova filiação será um risco à carteira de qualquer transeunte.

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quarta-feira - 17/11/2021 - 08:50h
Opinião

A direita se lambuza…

Os Câo - mangue, carnaval 2018Por François Silvestre

…e seus adoradores ejaculam no gozo alheio.

Bolsonaro, o rei da mentira, levou filhos e bajuladores “in pectore” para um passeio milionário, à custa do contribuinte, em Dubai. Tudo muito rico, muito brega, muito ostensivo e ofensivo à fome reinante no país.

Tão nem aí. Pobre pra eles tem mesmo é que roer ossos. Diária hoteleira de quarenta e cinco mil reais. Tudo pago por quem? pelo erário.

Os bajuladores pobres, aqueles que se esgoelam em redes fechadas ou rádios televisivos, ficam de longe só curtindo a jeguice milionária, como o texto da canção popular. “Todo mundo vai ao circo/ menos eu./ Não posso pagar ingresso,/ fico de longe, só ouvindo a gargalhada”. São os remunerados que se vendem por migalhas. Investimento? Só de mentira. “A Amazônia não pega fogo, nem se você quiser, por que é úmida”.

Ainda houve tempo para trocar insultos com Valdemar da Costa Neto, o novo bandido predileto do bolsonarismo, “Vá T no C, no partido mando eu”. Disse Valdemar.

“Vá a PQP”, respondeu Bolsonaro. Tudo muito republicanamente bolsonariano.

Enquanto isso, em Veneza, Diogo Mainardi prepara o comitê de outra fatia do escracho da falsa moralidade. Baixe o pano.

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quinta-feira - 11/11/2021 - 18:04h
Política

Cacimba, cabaça e…

Cadê a água? (Foto ilustrativa)

Cadê a água? (Foto ilustrativa)

Por François Silvestre

…terceira via.

Pelo que diz o pesquisador de águas do subsolo, com seu triângulo, segurando as duas pontas de um gancho de catingueira, que treme sem controle ao informar água naquele lugar, a bacia da propriedade assim está distribuída: Um riacho com trinta a quarenta por cento de água, da capacidade da bacia, chamado riacho Lula.

Um córrego com vinte a vinte e cinco por cento da capacidade hídrica do terreno, chamado córrego Bolsonaro. E depois, pois pois, uma cacimba debaixo de uma oiticica de água escassa, em tempos de seca, cavada diariamente por buscadores de água, cuja fundura aumenta, mas não aumenta a capacidade hídrica. É a cacimba da “terceira via”.

Cabaças em excesso indo buscar água em cacimba de água escassa. Agora, apareceu mais um catador d’água. Tem água suficiente pra todos? Não. Há sinais de que alguém tope quebrar a própria cabaça pra ajudar no suprimento de cabaça alheia? Até agora, não.

Enquanto isso a propriedade continua em seca de água, em escassez de saúde, em ausência de alimentos, em pendência de crédito, sem sinal de segurança, sem luz no fim do bueiro, sem vergonha na cara. Mas esbanja ignorância, esparrama intolerância e diariamente homenageia a estupidez. Viva a república do “Caga raiva”, como nomeou Orlando Martins.

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sexta-feira - 05/11/2021 - 06:38h
Brasil

Dois tartufos…

Tartufo, peça teatral (Foto ilustrativa)

Tartufo, peça teatral (Foto ilustrativa)

Por François Silvestre

…e um país masoquista.

Dois políticos frustrados, sem alcance popular, num tempo da vida, resolveram o caminho transverso da dissimulação. Que levasse muito tempo, ou talvez sem chance do retorno, seguiriam onde estavam fazendo política noutras funções.

Até que, caindo do céu, baixou no colo dos dois a grande chance. Um processo de corrupção, grandioso, baixou no terreiro dos dois. É a chance superadora da frustração.

Resumo pra não encher o saco. Todos conhecem o fato. Um juiz e um promotor. Que se falavam de manhã, de tarde, de noite, de madrugada. O juiz pode fazer isso? Pode. Mesmo falando sobre um processo em curso? Sim. Desde que também fale com a outra parte, que é a defesa. Se não, não é juiz. Pois foi o que aconteceu.

Nunca falou com a defesa. Hora nenhuma do dia. Nem no fórum. Mas falava com a acusação, orientava a acusação, sugeria ações da acusação e, pior, parabenizava a acusação. Estragando o resultado das condenações pela nulidade flagrante da sua suspeição.

O juiz largou a magistratura pra ser ministro do candidato que ele ajudou a eleger. Era a superação da antiga frustração. Caiu do cavalo, ou melhor, o cavalo o derrubou.

O promotor esperneou, foi “contra” e continuou justiceiro. Até que derreteu a máscara. E agora? Também larga a toga ministerial, no embalo da publicidade adquirida, e vai ser candidato.

Molière, me desculpe. Mas esses dois Tartufos dão de cambão na tartufice da sua peça genial. Baixe o pano!

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domingo - 31/10/2021 - 10:06h

Palhaços

Por François Silvestre

Tenho pelos palhaços uma admiração que a infância resguarda no fundo de baús inexistentes. Os palhaços do circo.

Os da televisão, fantasiados de jornalistas, não têm graça nem merecem atenção. Muito menos merecem riso ou aplauso. Contra eles, uso o controle remoto.

A maquiagem desses palhaços, uns jovens e outros enrugados, produzem uma triste repugnância.

O controle remoto tem o condão de mandá-los pros quintos do fiofó do cão.

François Silvestre é escritor

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terça-feira - 19/10/2021 - 22:08h
Uma pergunta

No que vai dar a CPI?

Interrogação, dúvida,Por François Silvestre

Essa não é uma preocupação minha. Por um motivo muito simples, simplíssimo e transparente.

A CPI já deu e muito, em muita coisa. Mesmo que os indiciamentos sejam engavetados pelo Ministério Público, que cada vez mais se torna particular, refém dos compromissos do Procurador Geral com seu chefe, mesmo que as punições sejam descartadas, mesmo que nada de grave atinja os culpados, mesmo assim, a CPI fez muito pelo País.

Primeiro, ela tirou a roupa do “rei” no meio da rua. Ou melhor, despiu não só o chefete, mas boa parte da sua troupe. Expôs à visitação pública o maior espetáculo de charlatanice científica, promovida por um gabinete de néscios venais, que promoveu uma verdadeira chacina de mais de meio milhão de vidas brasileiras, deixando famílias de precoces órfãos, viúvas, viúvos, irmãos, vizinhos, amigos, celebridades e invisíveis.

Tirou a máscara dos que negavam as máscaras. Pôs a nu generais de contracheque, coronéis de miçanga, médicos de fancaria. Desmoralizou empresários de grandes corporações de “saúde”. Mostrou ao país a face de castas encasteladas no poder à custa da miséria do povo.

A pressão da CPI e suas descobertas ao longo dos depoimentos foi fundamental para a vacinação. Para fazer frente ao criminoso plano do governo negador das vacinas e propagador de meisinhas inúteis, cuja explicação é o ganho de muito dinheiro com a compra de milacrias, grana do povo para enganar e matar o dono do dinheiro.

O gabinete paralelo foi despido em praça pública. Esse gabinete que afirmava a imunização de rebanho, e que as mortes não chegariam a oito mil óbitos. Bandidos. Até oito mil mortes seriam trágicas.

Viva a CPI. Pra mim, ela cumpriu o seu papel. Quem quiser desconhecer os crimes apontados e engavetar os inquéritos, que se exponha a mostrar publicamente a sua face de nojento servilismo e cretinice. Os fatos foram cristalinamente apresentados. E os delitos escancarados. 

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