segunda-feira - 21/03/2022 - 09:10h
Opinião

A chave de roda…

Chave de rodaPor François Silvestre

…no parafuso da mentira.

Foi o que fez o Supremo, pelo Ministro Alexandre de Moraes, ao enquadrar a plataforma do Telegram.

Nada a ver com censura. Nada. Tudo parte da premissa democrática e constitucional de que ninguém está acima da lei. Ninguém, no caso, é exclusão de todos e qualquer um.

O bolsonarismo esperneou, pelo chefe e seus vendedores de opinião. E bradaram: “é inadmissível e contra a liberdade de expressão”. Isto é, a liberdade do agressor e a inação do agredido. Essa é a “liberdade de opinião” que eles defendem. Com direito de mentir sobre tudo e sobre todos impunemente.

Advogaram em defesa do Telegram. E o que fez o Telegram? Aceitou a defesa “gratuita” e fez coro contra a Justiça? Necas de pitibiribas. O Telegram pôs o rabinho entre as pernas e rejeitou a defesa.

Desculpou-se pelo não cumprimento da decisão judicial, alegando falha de comunicação, pediu novo prazo para cumpri-la e reconheceu o acerto da decisão do Ministro Moraes. O Telegram cagou pra Bolsonaro e para os vendedores de opinião.

O que foi decidido? Que o Telegram obriga-se a manter uma representação legal e oficial no Brasil, para responder por qualquer ato que descumpra a lei brasileira. Ficando a plataforma obrigada a resguardar a sociedade contra divulgação notoriamente mentirosa, seja contra pessoas, instituições ou contra a ciência (veja AQUI).

Em resumo, foi decidido e informado que o Brasil não é casa de Noca, onde tudo se dá, tudo se vende e tudo se troca. Só isso. 

Nada de censura.

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segunda-feira - 14/03/2022 - 19:44h
Opinião

A imbecilidade não tem lado

Por François Silvestre

imbecilidadeO imbecil político de direita, extremado e neofascista, não me surpreende nem me irrita. O que me irrita é a imbecilidade de esquerda, principalmente se for de uma esquerda instruída, bem informada e feitora de opinião.

Refiro-me ao portal TV 247. Puta que pariu. Ninguém acredita nas ameaças de Bolsonaro. Vez ou outra ele faz uma ameaça, com insinuações golpistas. Cheio de “mistérios” que não assustam ninguém. Passa o tempo e nada acontece. Tudo papo furado. E Bolsonaro fica puto porque ninguém dá bolas.

Eu disse ninguém? Pois retiro.

O Tv 247 virou o porta voz de Bolsonaro, divulgando essas ameaças de merda. E o fazem com o semblante preocupado, assustando as pessoas. E aproveitam pra provocar os militares. Tudo que Bolsonaro quer. Foi um general que disse? Não. Foi um almirante? Não. Foi um tenente brigadeiro? Não.

Quem fez a ameaça, repetida de tempos em tempos, foi Bolsonaro. Aí o Tv 247 repercute. E vende a ameaça como plausível. E os comentaristas, na mesma toada da imbecilidade, esbanjam agressões aos militares. Sem que nenhum militar de comando tenha dito nada.

Ah…imbecilidade de esquerda de gente pré-soviética, uma espécie de MBL de caducos, só que de esquerda.

Saco!

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  • Repet
quinta-feira - 10/03/2022 - 20:38h
Reflexão

O que é ideologia?

Por François Silvestre

E o que a distingue de Doutrina?

As fronteiras às vezes até se confundem, mas há diferenças fundamentais na essência. Ideologia, na acepção de rigor etimológico, é uma propositura ideal, que nega e confronta a realidade. Insurge-se contra o estabelecido, o mundo real, para negá-lo ou transformá-lo.Ideologia, pensamento, doutrina,

Numa das teses sobre Feuerbach, Marx acentua que “até hoje os pensadores têm pensado o mundo social, estudando e dando respostas, mas chegou a hora de transformá-lo”.

A ideologia, nessa nova acepção, agrega o conteúdo programático. Isto é, um programa de gerência social estruturalmente oposto a tudo que se precedeu. Essa é a fisionomia teórica.

Doutrina tem por alicerces conceitos de natureza moral, no rigor etimológico. Mesmo que, ao passar do tempo, foi agregando também adjetivações de natureza religiosa, cultural e política. O marxismo é uma ideologia. O cristianismo é uma doutrina.

Enquanto a ideologia pressupõe a negação do estabelecido real, a doutrina funda-se no interesse disciplinar. Disciplina, aqui, não de natureza hierárquica, mas de natureza do aprendizado. Doutrinar é ensinar, na acepção originária.

E o que é o Fascismo? O fascismo é uma pseudo ideologia. O positivismo de Augusto Comte, estuário da nossa formação republicana, é um pré-fascismo. “O amor como princípio, a ordem como base e o progresso como fim”.

Daí saiu a frase bocó da nossa Bandeira.

Tudo isso pra defender um regime centralizador, em torno de um líder sobre-humano e uma sociedade sob controle moral. Toda ditadura, de esquerda ou direita, é fascista. Porque o fascismo é fundamentalmente de natureza comportamental. Alguém pensa pelos outros. E os bocós o seguem.

O pai que é liberal com o filho e opressor com a filha é um fascista. Mesmo que defenda, na praça, ideias louváveis. Entendeu? O policial que agride um transeunte por ser negro é um fascista. Mesmo que também seja negro e nem saiba o que é fascismo. O rico que tem nojo de pobre é um fascista. O fascismo não é ideologia. É moléstia da psicopatia.

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quarta-feira - 09/03/2022 - 08:04h
Opinião

O fascismo não resiste…

MBLPor François Silvestre

... ao confronto da História.

Escrevi há algum tempo esse texto: Já vai tarde. Vi e ouvi com bastante satisfação o desabafo de um “jovem político” líder, ou um dos líderes, de um movimento denominado MBL, Movimento Brasil Livre, demonstrando “cansaço” com a “luta” do movimento.

Dizendo, inclusive, que o melhor seria encerrar as atividades da referida agremiação. Esse movimento criado por jovens, na idade, nasceu enrugado, velho, reacionário e retrógrado. Pode acrescentar adjetivos de esclerose. Isso mesmo, esclerosado política e ideologicamente.

Coisa dos tempos de Plínio Salgado.

Bolsonaristas de carteirinha, foram escanteados pelo poder bolsonarista e quedam-se agora arrependidos. Apostaram na candidatura de Sérgio Moro. Não decolou, estão amotinados no porão das decepções. E de quem é a culpa? Eles respondem: “Do povo, que não reconhece nosso valor nem a nossa luta para o país que queremos construir”.

Já vai tarde. Nem deveria ter nascido.

Isso foi, se não me engano, em Dezembro de 2021.

Pois pois, como diria um bêbado numa tasca muito rasca de Lisboa, a máscara dessa turba burguesa de classe média alta, cuja altura é só de grana e o resto de baixeza moral, veio ao lume. À luz dos fatos.

E a História, única ciência de origem cultural, pois feita pelo homem, traz à claridade quem é digno ou indigno no trajeto da humanidade. Isto é, de revelar-se humano. E será humano de três formas: Humano comum, que vive e cria os seus, com as virtudes e defeitos da condição humana . Humano excepcional, que produz descobertas, luta pelos outros, santo talvez; herói, quem sabe; herói e santo do quem sabe e do talvez. Humano dispensável, que “não aumenta a humanidade quando nasce nem a diminui quando morre”, na lição de Machado de Assis. 

Esses são os jovens enrugados, envelhecidos de ruindade, empobrecidos de solidariedade.

Escassos de empatia.

Esse é o MBL, Movimento Brasil Livre, picaretas da política. Falsários da moral. Adjetivos de humanidade.

 Já vai tarde.

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  • Repet
domingo - 06/03/2022 - 09:52h

O moralismo…

Por François Silvestre

e a hipocrisia que o sustenta.

Pouquíssimos substantivos conseguem ser preservados na essência do seu significado após o acréscimo do sufixo “ismo”. Pouquíssimos.bordado-falso-moralismo-edicao-limitada-bordado

O moralismo é uma deformação do substantivo feminino “moral”. Não confundir com o adjetivo. Nem sempre a alteração é depreciativa ou desgastante. Neste caso específico é uma deformação. O portador da condição, o moralista, é um deformado moral.

O moralista se exibe como dotado de pureza absoluta. Não transige com os defeitos naturais da condição humana. Mesmo que, por estudos psicanalíticos, já esteja comprovado que o moralista carrega no escondido do seu íntimo os mesmos ou piores “defeitos” que ele aponta nos alvos da sua ira.

Uma nuvem o segue e o tortura. O moralista é furioso e sofredor.

Serve o exemplo do deputado Artur do Val, do Movimento Brasil Livre (MBL), que não é fato isolado. É a representação individual de uma condição coletiva. Esse rapaz era honesto absoluto, dotado de pureza absoluta, intransigente nos costumes e na “moral” política. Até que sua nuvenzinha, cinzenta e escondida, despencou de ladeira abaixo.

O perigo não está no sufixo, mas na hipocrisia de fanáticos e intolerantes. Aliás, fanatismo e moralismo são casados e moram juntos.

François Silvestre é escritor

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sexta-feira - 04/03/2022 - 16:32h
Crônica

A dura escritura

Por François Silvestre

(para Guida Zerôncio, Eva Barros e Sueleide Suassuna)

Não se trata da prática notarial nem dos traslados cartoriais. Muito menos da prática burocrática, seja das justificativas ou dos requerimentos. Não. Isso aí não é escritura, na dureza do escrever, ou na arte de tentar substituir o ruído sonoro dos fonemas.escrever, escrita, leitura, texto, cultura, literatura, livro

Trato aqui da escritura doída a que se referiu Clarice Lispector. “Antes de mais nada, pinto pintura. E antes de mais nada te escrevo dura escritura”.

Em Clarice a dureza da escrita não era dificuldade na criação. Era a impossibilidade de espantar a dor íntima que fluía intensa no texto tenso.

De sua terra, na distante Ucrânia, dizia ela nunca ter posto os pés, nem para sair, posto que o fizera ainda no colo. E se fez recifense de pátria adotiva. Ao passar por Natal registrou: “Essa cidadezinha sem caráter”. De Brasília: “Uma prisão a céu aberto”.

Num veraneio de Muriú, Guida Zerôncio preparava a pós-graduação com base na obra de Clarice. Lacan e a ucraniana roubaram a cena naqueles dias. Até Omar Guerreiro, desligado da literatura, mas muito inteligente, fazia citações de “A Hora da Estrela” e “Perto do Coração Selvagem”.

“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome”. Se há um arquétipo que ateste a conceituação de Lacan sobre a fotografia do inconsciente que o texto produz, esse modelo é Clarice. E na poesia, Zila Mamede.

Em Graciliano Ramos a dureza tinha duas dimensões restritivas. A restrição humana do Sertão e a necessidade de enxugar a linguagem. Na sua obra mais popular, ele depenou até o título. Retirou a grandeza substantiva de “O Mundo Coberto de Penas” para a escassez adjetiva de “Vidas Secas”.

Guimarães Rosa plagiou de garimpo o som vocálico das andanças, na voz dos modelos eleitos por seus ouvidos de nhambu. “Pela fraqueza do meu medo e pela força do meu ódio, acho que fui o primeiro que cri”.

Ao seguir essas veredas, o moçambicano Mia Couto confirmou Lacan: “O tiro certeiro sempre carrega algo de quem dispara”.

O autor fotografa o texto, mas é o texto quem o revela. Quando a escrita for apenas palavras postas, sem o condão da “dura escritura”, o texto será um daguerreótipo com a lente tapada. A revelação revelar-se-á uma mancha escura. Uma coisa é escrever. Outra é redigir.

“Na várzea grande do Capibaribe, durante o mês de Agosto, reúnem-se em Congresso todos os ventos do mundo”. Joaquim Cardozo, mestre do cálculo matemático e da poesia aritmética. Dizia ter vindo para uma estação de águas nos olhos da paixão.

Mário Quintana, que a Academia de Letras rejeitou, foi bem maior do que a imortalidade das pompas infantis, cujas rimas das crianças foram as primeiras inspirações do poeta. “Procurando os seus guardados no fundo de uns baús inexistentes”.

É isso. Uma coisa é escrever, outra é redigir.

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  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
quinta-feira - 03/03/2022 - 06:24h
Reflexões

Aforismos ao pé do chope

honestidade e desonestidade, certo e errado, bom e ruim, maniqueísmoPor François Silvestre

Aforismo um: Ninguém é absolutamente honesto, mas há muitos absolutamente desonestos.

Vamos avaliar o que foi dito. Os honestos relativos, do nosso convívio diário, nos quais me incluo, somos os humanos comuns. Desonestidade não é apenas roubar o dinheiro alheio. Não. Há desonestidade intelectual, quando falamos sobre o que não conhecemos.

Há desonestidade moral, quando cobramos dos outros o rigor de comportamento que não temos.

Há desonestidade política, quando apontamos defeitos nos outros e aceitamos os defeitos dos que admiramos. Essa é a desonestidade que não macula o convívio. E dá pra ir tocando a vida.

Os absolutamente desonestos são o mal irreparável. São os que sacrificam os outros sob o convencimento de que os defende. De que os salva. E os massacra. Esses são os absolutamente desonestos.

Aforismo dois: Os gritos de quem discordo ferem meus ouvidos.

E ao ouvi-los contesto, e ao contestar, também grito, achando que meus gritos são suaves. E nem percebo que firo os ouvidos dos outros com meu grito. Aí, ao derramar-me o chope descubro que a verdade de cada um é uma ilusão. Nem adianta discutir, menos ainda gritar.

Quando Cristo respondeu que desse a Cézar o que era de Cézar e a Deus o que era de Deus, convalidou o roubo romano dos tributos cobrados ao povo judeu. E o povo escolheu quem na hora do julgamento do filho da honestidade? Escolheu Barrabás. Que assaltava os comboios romanos, levando o dinheiro roubado do povo.

Jesus era absolutamente honesto. Barrabás era um desonesto relativo. E Roma a desonestidade absoluta.

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quinta-feira - 24/02/2022 - 20:38h
Opinião

ONU, uma mentira universal

ONUPor François Silvestre

Organização das Nações Unidas.

Não organiza nada, pelo contrário, desune e na desunião desorganiza. Manda lá quem tem poder de fogo, num falso Conselho de Segurança montado após a guerra para assegurar aos vitoriosos o controle da ordem mundial. E cavilosamente mantém nesse Conselho uma participação temporárias dos excluídos. A Farsa é explícita.

Das Nações. Olha a mentira, quantas nações têm força ali? Trinta? Não. Vinte? Não. Dez? Não. Parece o anjo, em Gomorra, perguntando a Lott quantos puros há entre os ímpios. Quantos?

Unidas. Aí vai pro campo da piada. Os países unidos da América do Sul. São? Os países unidos do Oriente Médio. São? Os países unidos da Europa. São? Os países unidos da Ásia. São? Ah…vão se danar!… União de merda num caldeirão de tripas, Todas expostas fora do intestino. Essa é a ONU. Uma farsa universal.

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  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
quarta-feira - 23/02/2022 - 20:30h
Reflexão

Ex

BR_EX_CH-D_2013-11.inddPor François Silvestre

É o que sou em muitas coisas. Em tendências e opiniões.

Sou ex-carola, rezei tanto na meninice, que ficava de queixo dormente, como diria Galbê, lá da Casa do Estudante.

Ex-preso político. E certamente não votarei a sê-lo, a depender do golpe pelo qual sonha o general Heleno, com seu pijama de bolinhas.

Ex-comunista. Acreditei nessa ilusão, num momento da vida nacional em que a companhia de outros crentes do comunismo era o amparo de luta contra a Ditadura. Lutei num front de pouca importância, um front peba, pequenino, de pouca ou quase nenhuma visibilidade. Hoje, defino-me democrata socialista. Sociedade economicamente socialista e politicamente democrática.

Ex-anarquista. Por muito pouco tempo, uma bobagem lírica de quem procura uma definição.

Ex-torcedor de futebol. Não tenho mais time de estimação. Continuo gostando de ver os jogos de futebol, apreciando o espetáculo do mais democrático dos esportes.

Torci pelo CLEM, de Martins. Pelo Corinthians, de Caicó. Pelo Vasco, do Rio de Janeiro. Pelo América, de Natal. Pelo que vejo aí, nenhum deles vive mais. Ou se algum vive é um zumbi de vinte e duas pernas. Embuás rastejando em grama.

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terça-feira - 22/02/2022 - 19:28h
Escolhas

Fafá e Tata

Município tem pleito suplementar - Foto: crédito não identificado

Município tem pleito suplementar – Foto: crédito não identificado

Por François Silvestre

Essa é a chapa que espero sair pra governadora e senador. E votarei nessa chapa com muito apreço e torcida.

Nas últimas eleições, votei nos dois. Como assim? Você pergunta. Vou explicar.

No primeiro turno das eleições passadas eu votei em Carlos Eduardo Alves, o Tata, contra Fátima Bezerra. Voto de reconhecimento pela boa administração de Natal, que ele fez. E mais ainda por amizade. Primeiro pelo pai dele, Agnelo Alves, figura do meu afeto e admiração, cujas divergências nunca afetaram nossa amizade.

Aí veio o segundo turno. E Carlos Eduardo declarou apoio a Bolsonaro. Peraí, amizade tem fronteira. E a fronteira da amizade em política é o apoio ao fascismo. Tata, naquele momento, cometeu esse erro. Ele que, em lutas passadas, ficou contra a família para apoiar o progresso político. Aí declarei meu voto em Fátima Bezerra, no segundo turno. E o fiz corretamente.

Resumo: Votei muito bem, votando em Fátima. Votarei de novo. Votei bem em Carlos Eduardo, no primeiro turno daquelas eleições. Será fácil e agradável votar de novo nos dois. Fafá, governadora; Tata, senador.

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  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
segunda-feira - 21/02/2022 - 10:26h
Ditaduras

A natureza procura os seus

Por François Silvestre

Esse é um brocardo do Sertão profundo; sertão de pau a pique, de catingueiras e mofumbos. Os afins afinam-se naturalmente. encaixe, quebra-cabeça, encontro, aliança, contrários, preto e branco, união

Os “jornalistas” de miçanga criticam as ditaduras. Verdade? Não. Depende de que lado da Rosa dos Ventos esteja o ditador. De minha parte, eu condeno todas.

Fidel Castro perdeu o bonde da História ao não institucionalizar democraticamente a necessária e histórica Revolução Cubana. Transformando-a numa ditadura dinástica, tão brutal quanto costumam ser todas as ditaduras. A Venezuela também.

Os “jornalistas” de que falo também dizem isso. E criticam Lula por manter afinidade com esses regimes. Crítica honesta? Não. Eles gostam das ditaduras de Direita.

Agora mesmo defendem Bolsonaro que faz um périplo ridículo de apoio aos ditadores do peito. Ao ditador da Rússia, antigo agente da KGB, a polícia secreta da ditadura soviética. Ao ditador da Hungria, caçador das “bruxas” e dos “desvios” de costumes. Ao ditador da Arábia Saudita, assassino de jornalistas, que mantém a própria mãe em cárcere privado, por ela defender a liberdade das mulheres. Misógino que guarda afinidade com o colega Bolsonaro.

Esses “jornalistas” de que falo abandonaram o jornalismo, que já praticaram, e hoje são apenas vendedores de opinião. Afinados pela natureza, que os aproximam e os unem. Tudo devidamente muito bem pago. 

A natureza procura e acha os seus.

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terça-feira - 15/02/2022 - 14:22h
Opinião

Biden e…

Biden derrotou Donald Trump na disputa presidencial (Foto: outubro/2021/Adam Schultz)

Biden derrotou Donald Trump na disputa presidencial (Foto: outubro/2021/Adam Schultz)

Por François Silvestre

a democracia dos democratas.

A única coisa boa de Joe Biden foi derrotar Donald Trump. Só. No resto é um democrata da democracia deles, americanos. O restante do mundo serve apenas para lustrar a adjetivação do termo, muito bonito e mais ainda prostituído.

Não se iludam. Essa conversa de que os democratas são progressistas é uma balela. O progressismo interno. Pros de fora, retrocesso.

Donald Trump foi um estrupício, não se nega. Porém, se você olhar com cuidado histórico, vai descobrir que os presidentes americanos mais transformadores de melhorias humanas, tanto no campo pessoal quanto social, foram do Partido Republicano. Abraham Lincoln é o mais exuberante exemplo dessa assertiva.

Nos tempos recentes inventaram esse progressismo dos Democratas, por conta do conservadorismo Republicano. John Kennedy é o modelo inverso. Vendido como progressista, era intervencionista e estimulador de ditaduras pelo mundo. Teve participação ativa no golpe militar de 1964. E ajudou a implantar e consolidar a ditadura.

Os Democratas são aliados de indústria bélica multinacional. Não é por outra razão que todo dia, há mais de mês, Biden diz: “A Rússia vai invadir a Ucrânia a qualquer momento”. Todo dia. Parece até Bolsonaro, que toda semana promete um “milagre” golpista para evitar as eleições.

A última de Biden foi: “A Rússia vai invadir a Ucrânia até o fim dos jogos de inverno da China”. E a indústria bélica lambendo os dedos. Dedos no gatilho

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sábado - 12/02/2022 - 12:32h
Opinião

Candidatos analfabetos

Por François Silvestre

Bolsonaro deu ao Padre Cícero nascimento pernambucano. E arrematou: “Só não sei de qual cidade, qual é mesmo? Digam aí paus-de-arara”. Esse é o Bolsonaro. Analfabeto, ignorante, grosseiro, mentiroso, misógino, misantropo, energúmeno, sacripanta…e mais adjetivos correlatos.

Veio o outro, que foi juiz, mesmo suspeito, mas foi, que deveria ser mais instruído e disse: “Vim ao Nordeste e estive no Agreste do Ceará”. Alguém, da comitiva falou no seu ouvido: “Presidente, o Ceará num tem Agreste”.

Kkkkkkkkkk. Sabe o pior? O pai de Sérgio Moro era professor de Geografia. Você sabia disso? Eu sabia. Porque tenho a mania de aprender as coisas, e quem aprende acaba ensinando.

O Agreste é uma sub-região nordestina, transitória da Zona da Mata para o Sertão, que vem da Bahia até o Rio Grande do Norte, passando por Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Não chega ao Ceará. Analfabetos!

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quarta-feira - 09/02/2022 - 16:08h
Opinião

Os tanques helênicos

Tanques desfilam aspergindo fumaceira e dando a dimensão do seu próprio sucateamento (Foto: reprodução 10/08-2021))

Tanques desfilam aspergindo fumaceira e dando a dimensão do seu próprio sucateamento (Foto: reprodução 10/08-2021))

Por François Silvestre

Da antiga civilização grega e agregados conquistados? Não. São os tanques comandados pelo general Heleno, aquele guerreiro com muitas medalhas debruadas no pijama de bolinhas.

E o que têm esses tanques a ver com isso? Serão oferecidos por Bolsonaro ao presidente russo, não confundir com ruço, mesmo que lá pras bandas da Ucrânia a coisa esteja mais ruça do que russa.

Pois bem, berenrem bembem, Bolsonaro vai oferecer nossos tanques ao seu colega Putin, o rei da Rússia. São aqueles tanques que espalharam muita fumaça pelas ruas de Brasília, naquele desfile de exibição que deixou salivando a mulecada do fumacê.

Quando os nossos tanques chegarem à fronteira ucraniana, no show da fumaça, a população assustada perguntará: “De onde vieram esses tanques, meu Deus do céu”? E a resposta será: “Vieram da Europa”. Aí, um oficial indagará: “Aqui do continente, de qual país”? E virá a resposta esclarecedora: “Não. São tanques do Heleno, vieram da Europa, a lua de Júpiter”. Ao que a Ucrânia render-se-á, mansa e incondicionalmente.

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sexta-feira - 04/02/2022 - 20:36h
Brasil

O cisca farofa…

Padre Cícero (Foto: reprodução)

Padre Cícero (Foto: reprodução)

Por François Silvestre

tem uma assessoria de analfabetos.

Que Bolsonaro é desprovido de qualquer preparo escolar todo mundo sabe. Que é um analfabeto amplo e completo em qualquer assunto, todo mundo também sabe. O que eu não sabia era que sua assessoria de “orientação” também foi escolhida a dedo, dentre o que há de mais precário em matéria de escolaridade no serviço público que serve ao Planalto. É um espanto.

A começar, no primeiro escalão. O ministraço Paulo Guedes não é mais ouvido para nada. Passeia nos corredores despercebido. O general de pijama mijado Heleno de Tróia disse que “gosto da paz, mas me preparei para a guerra”. Kkkkkkkkkkkkkkk. Só se for guerra de contracheques. Dessa ele entende. O Braga Neto botou a viola no saco, e a única coisa que faz é coçá-lo.

Mas vamos às últimas. Bolsonaro, o energúmeno, deu a Padre Cícero o nascimento em Pernambuco (veja AQUI). E perguntou aos assessores em qual cidade pernambucana havia nascido o Padim Ciço dos romeiros. Silêncio. Aí Bolsonaro reclamou: “Tá chei de pau-de-arara aqui e ninguém sabe”? Não. Todos iguais a ele, ninguém sabe de nada. Um jornalista presente informou sobre o nascimento do Santo nordestino.

Enquanto isso, os fascistas vão esperneando desesperados. Com a síndrome do pânico de Outubro.

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Categoria(s): Opinião / Política
quinta-feira - 03/02/2022 - 18:26h
Lula

Senso de oportunidade…

Por François Silvestre

..não é oportunismo.

Lula é pré-candidato à presidência da República mais uma vez (Foto: PT)

Lula é pré-candidato à presidência da República mais uma vez (Foto: PT)

E esse senso habita em Lula. Oportunismo é o aproveitamento de um fato que não produz qualquer benefício para outrem, só para o oportunista. Ponto.

Veja o “oportunismo” de Lula. Ele declarou que, na Presidência da República, vai desdolarizar os preços dos combustíveis. Retirar dos preços da gasolina, diesel e álcool a vinculação com o preço, em Dólar, do petróleo no mercado internacional. Perfeito.

E explica o óbvio. Os acionistas da Petrobrás, brasileiros ou americanos, não podem ter prioridade de lucros abusivos com dividendos, enquanto os verdadeiros donos da Petrobrás, o povo do Brasil, paga com inflação e sofrimento o lucro dessa gente. Um novayorquino, lá de longe, que nem conhece o Brasil, não é mais importante do que uma dona de casa, brasileira, que vai comprar um quilo de feijão pelo preço de carne por conta do preço da gasolina.

A Petrobrás foi saqueada e esses acionistas continuaram ricos e satisfeitos, na época do petrolão. Antônio Palocci devolveu cem milhões, quanto não terá roubado? Tá solto. Delatou, limpou. Os empresários ladrões envolvidos estão todos soltos.

A Lava Jato deixou de lado a ladroagem pra cuidar de política. Você acha que se Lula estivesse envolvido naquilo teria escapado? Nunca. Foram pegá-lo num tríplex e num sítio. Nenhum dos grandes crimes do esquema teve a digital de Lula. Nenhum.

Agora ele está aí. E ao que parece com respaldo popular. E para desespero dos inimigos, com o senso de oportunidade afiadíssimo.

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  • Repet
terça-feira - 01/02/2022 - 08:46h
Viva Portugal!

O socialismo venceu mais uma

Português exibe, orgulhoso, a bandeira do seu país (Foto ilustrativa)

Português exibe, orgulhoso, a bandeira do seu país (Foto ilustrativa)

Por François Silvestre

Portugal decidiu pela Democracia, escorraçando os radicais da estupidez dos extremos.

O Partido Socialista, do saudoso Mário Soares, obteve maioria absoluta no Parlamento, que forma a Assembleia Nacional (veja AQUI). O sistema legislativo português é unicameral, sem esse cacoete imperial de senados. Senado é um luxo de países ricos ou de países imbecilizados. O que somos nós? Ricos é que não somos.

Os socialistas abiscoitaram 117 cadeiras, oito a mais do que o necessário para maioria absoluta. A direita democrática ficou em segundo, com 71 cadeiras.

Os extremados de esquerda e os bolsonaristas de lá não chegaram a vinte cadeiras no Parlamento. Ficaram de longe escutando a gargalhada, como quem não teve grana pra comprar ingresso ao circo do poder.

Viva Portugal!

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Categoria(s): Opinião
domingo - 02/01/2022 - 08:22h

Caronte e…

Por François Silvestre

a numismática mitológica.

“Quatro rios há nos espaços tenebrosos e subterrâneos dos Infernos: o Estige, o Aqueronte, o Cocito e o Flegetonte ou Piriflegetonte. Os três primeiros levam suas águas lentas, através de marnéis, pântanos e volutabros infectos, cobertos de tristes plantas aquáticas, a gargantas estreitas, onde o ruído das águas se torna espantoso. O quarto rola ondas de enxofre e fogo, arrastando no seu curso rochedos retumbantes”.Caronte, o barqueiro do inferno, mitologia grega

“Às bordas do Estige vêm dar as sombras dos que deixaram os corpos na região das luzes. Sobre a onda imóvel desliza, sem cessar, sem ruídos, uma barca com a madeira podre, suja, dirigida por horrenda criatura”.

É Caronte, o barqueiro do inferno. Eram três irmãos. Caronte, Hipnos e Tânatos. (o barqueiro, o sono e a morte).

É assim que Tassilo Spalding inicia o verbete que define e expõe à visão gráfica a figura símbolo do que seria o capitalismo numismático na mitologia.

E informa que o filho de Érebo e da Noite, desconhecido de Homero e de Hesíodo, era um deus ancião, mas imortal. Velho, repugnante, intratável e avaro.

Para realizar a travessia dos mortos à outra banda do Estige ou do Aqueronte, cobrava três óbolos, a menor das moedas, que valia uma sexta parte do dracma.

E só carregava os que tinham merecido a honra do sepultamento. Cujas almas, desligadas, tinham a posse das moedas que lhes garantiam a travessia. As despossuídas vagavam pelas margens dos rios citados, até que um dia conseguissem o pagamento da travessia.

A descrição de Caronte e suas atribuições compõem o mais perfeito retrato do capitalismo e suas navegações pela história humana, a cobrar de cada um os óbolos de sua ganância e devolver a cada um a travessia no barco podre de Caronte.

Quando vejo um rico perdulário ou muquirana, esbanjador ou mealheiro, enojar-se com a palavra socialismo, eu compreendo. O que não compreendo é ver um pobre esganar-se de admiração ao capitalismo.

O socialismo, minha gente, nada tem a ver com pilantras que se definiram comunistas. O socialismo é Marx, não é Stalin.

O socialismo é Francisco de Assis, Thomaz de Aquino, Padre Vieira, Portinari, Vulpiano Cavalcanti, Carlos Prestes, Djalma Maranhão, Gandhi. não é Chaves, Fidel, Ortega, King Jong-Un ou Brejnev.

Caronte não recebia, por proibição olímpica, seres vivos na sua barca. O capitalismo não recebe seres livres nos seus negócios. Todos são livres, no capitalismo, para servirem aos capitalistas. Fora daí, a liberdade é apenas uma figura retórica. Onde se avolumam nas margens dos rios podres as almas despossuídas de óbolos.

Caronte pagou com a perda de função, durante um ano, por ter transportado Hércules, ainda vivo, e o fizera movido pelo medo.

Aí estão os dois instrumentos do aparato capitalista: a moeda e o medo. A moeda é necessária para a facilitação das trocas, mas o medo só serve à exploração. Posta indevidamente nos ombros da ganância capitalista a bandeira das liberdades fundamentais, pelo falso comunismo, o antagonismo do mal se transformou no estandarte justificador do próprio mal.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 26/12/2021 - 11:10h

A Caverna de Platão

Caverna, Mito da Caverna, Parábola da Caverna, Alegoria da Caverna - Platão em A República, diálogo entre Sócrates e GlaucoPor François Silvestre

Há quem denomine de Mito, Alegoria ou Parábola. A nomenclatura é secundária. Até porque essa imagem terrível, constante da obra reflexiva do filósofo clássico, Sócrates, possui contornos que abrange essas e outras denominações.

A caverna abriga prisioneiros que nunca conheceram a liberdade. Nascidos e vividos no obscuro da desinformação. Ou na informação sem escolha, sem distinção, sem questionamento. A informação imposta, que aliena.

Acorrentados, os habitantes da Caverna só veem “sombras” na parede da furna, que eles julgam serem sombras de vivos. São apenas reflexos de estátuas que se colocam entre a parede e uma fogueira. Isso se passa imutavelmente. E essa é a visão do único e imposto conhecimento.

Na premissa de que um dos acorrentados consiga sair da caverna, ele se deslumbra com o mundo real. E generosamente lembra-se dos companheiros aprisionados. Mas a solidariedade não terá reconhecimento, com seu gesto e sua volta.

Será considerado louco ou mentiroso, pois não entra na cabeça da ignorância cristalizada qualquer lampejo de negação do mundo apresentado. O mundo dos acorrentados é aquele e não há possibilidade de imaginar um mundo diferente.

Como imaginar a luz do Sol, o verde das plantas, a brisa dos ventos, para quem só “vive” na caverna? Único mundo conhecido.

É um mito na medida em que sobrevive, mesmo sem existir, em todos os tempos. É uma alegoria na medida em que mantém a imagem, mesmo na ausência de um mito heroico individual. E é uma parábola, pois oferta, sem imposição, uma moral.

Saramago, o grande escritor português, fez um desabafo reflexivo sobre o tempo de hoje: “Nunca em toda a história da humanidade, houve um tempo tão próximo da Caverna de Platão”.

É de se entender que o Ensaio sobre a Cegueira carrega muito dessa observação. A reflexão muito mais de alerta do que de pessimismo.

O curioso é que a alegoria da Caverna de Platão insere-se numa obra denominada “A República”, numa parte dos diálogos socráticos na casa de Polemarco, filho de Céfalo. Coincidência ou premonição?

A alienação midiática, que nos oferece imagens de bonecos aparentemente vivos. A globalização que apequena, acorrentando todos no interior de uma caverna global. As mentiras oficiais a chamarem de loucos os que ousam informar que há luz fora da caverna. Que há ventos, águas, bichos e plantas.

A generosidade virou sinônimo de desconfiança. A violência banalizou-se, iludindo com sombras na parede da caverna. A esperança esmorece ante a fogueira das imagens falsas. Ninguém, fugido do ambiente mórbido, ousará voltar para informar sobre a luminosidade externa ou o ar da liberdade.

E se na alegoria da exceção ainda houver lugar para a solidariedade, o solidário retornante quedar-se-á ante o escárnio dos que preferem a mentira cômoda da caverna.

E como em todos os mitos, nesse também há uma mentira clássica. A Caverna de Platão não é de Platão. É a reprodução escrita de um diálogo de Sócrates com Glauco, na casa de Polemarco.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica
sexta-feira - 24/12/2021 - 07:20h
Justiça e Política

O que é inocente no Direito Criminal?

Por François Silvestre

Fui advogado criminalista por mais de vinte anos. E na condição de estudante de Direito participei como estagiário no escritório do nosso criminalista mais famoso, da época, Ítalo Pinheiro, e com ele fiz Júris e estudei na prática a atividade de defesa contra o Estado opressor. Meu professor e amigo, cuja saudade não tem limite. Culpado ou inocenteNinguém é culpado até sentença criminal condenatória transitada em julgado. Esse é o principio consagrado pela Escola Clássica do Direito Penal, no estuário das sociedades democráticas do constitucionalismo ocidental.

Aí fico vendo e ouvindo barbaridades sobre culpa e inocência. Ciro Gomes mereceu meu voto nas últimas eleições. Não merece mais nestas eleições. Explico: Quando lhe perguntaram sobre a inocência de Lula, ele respondeu assim: “Lula não foi inocentado, foi beneficiado pela aberração suspeita de Sérgio Moro”.

Peraí, Ciro Gomes. Você se diz professor de Direito Constitucional e declara uma burrada jurídica dessa? Quer dizer, Ciroque alguém é culpado até ser absolvido? Ou é o inverso? Todos são inocentes até condenação transitada em julgado. Os processos contra Lula foram anulados. Morreram. Ele é inocente por isso? Não. Ele é inocente por que não foi condenado em última instância, com trânsito em julgado.

Lula é inocente. Eu queria votar em você, Ciro, no primeiro turno. Como o fiz na eleição passada. Não vou. Vou votar em Lula no primeiro turno, pra ver se ele ganha logo, desmoraliza Bolsonaro, e evita o desgaste de uma nova eleição de segundo turno. Após a posse de Lula, eu estarei na oposição. Não sou petista e sei que os petistas não gostam de mim. Mas eu gosto muito do Brasil, dou banana pros petistas e voto em Lula.

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  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
segunda-feira - 20/12/2021 - 10:32h
Disputa

A democracia venceu mais uma

Gabriel Boric, candidato da aliança de esquerda, venceu disputa chilena (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Gabriel Boric, candidato da aliança de esquerda, venceu disputa chilena (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Por François Silvestre

E veja a força simbólica dessa vitória! O lugar onde deu. No Chile (veja resultado de pleito presidencial AQUI). Allende deve ter, de onde estiver, gritado: “Viva Chile, Mierda”!………………….……………

A extrema direita havia vencido no primeiro turno. A fascistada daqui estava eufórica. O candidato do fascismo de lá era amigo e admirador declarado do presidentasto daqui. Trocavam admirações mútuas e extensivas a ditaduras e torturadores.

Todo ditadura é uma merda. Esteja onde estiver na Rosa dos Ventos.

O candidato extremado da direita de lá era devoto declarado do torturador Pinochet. Ocorre que no Chile o voto é facultativo, e a abstenção foi enorme no primeiro turno. Ao ver o perigo os chilenos decidiram votar e viraram o jogo.

Deve haver ranger de dentes na tchurma daqui. O “pingos nos ís” já contavam a vitória como certa. A primeira dama fazia orações e Bolsonaro já havia escolhido o paletó para ir ver a posse do amigo in pectore.

Mas, a superstição reza que onde essa gente torce, a porca torce o rabo. Torceu, perdeu. É o azar aboletado no poder do Brasil.

Viva o Chile, Merda!

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quarta-feira - 01/12/2021 - 21:14h
Opinião

A toga e o hipócrita

toga institucional, juiz, magistrado, judicante, justiçaPor François Silvestre

O ex-juiz Sérgio Moro revela-se muito preocupado com com uma recente besteira dita por Lula, quando interrogado sobre a quarta “eleição” de Daniel Ortega, na Nicarágua. Foi uma observação infeliz? Foi. Porém, qual a gravidade disso? Nenhuma.

Agora vejamos o que o Ministro da “Justiça” Sérgio Moro fez ao ouvir falas safadas e cretinas contra a Democracia e a ordem pública. Lembram da famosa reunião ministerial que motivou a saída de Moro? Pois bem, Moro saiu por discordar da interferência na Policia Federal, com a demissão de um pupilo de Moro, dos tempos em que era Juiz e promotor ao mesmo tempo.

Saiu e denunciou. Mas ficou nisso. Não reclamou de nada que ouviu naquela reunião, amplamente divulgada. Ouviu Paulo Guedes dizer: “A porra do Banco do Brasil está pronto pra ser privatizado”. Ouviu silenciosamente. Ficou nisso? Não. Disse o Ministro do meio ambiente, aquele que saiu sob suspeita de contrabando de madeira, “Vamos aproveitar esse momento confuso para passar a boiada”.

Quer dizer o quê? Que seria desmontada a legislação de apoio ao meio ambiente, para favorecer e facilitar a vida de madeireiros, grileiros e garimpeiros clandestinos.

Sérgio Moro ouviu caladinho sem fazer qualquer reparo. Nem ali nem depois. Ficou nisso? Não. Disse o pilantra ministro da “educação”, aquele que abocanhou de punição uma diretoria do Banco Mundial: “Vamos botar esses filhos da puta do Supremo Tribunal todos na cadeia”. E virou-se apontando para o STF. O ministro da “justiça” Sérgio Moro ouviu tudo isso e calado ficou.

E teve mais. Ouviu uma esculhambação contra a China, nosso maior comprador, sem dizer nada. Essa parte não foi divulgada, para evitar problemas no comércio internacional. Nada disse ali nem criticou depois. Insatisfeito ficou só com a demissão do seu protegido.

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