Por Odemirton Filho
2021 está chegando ao fim. Estamos vivendo tempos difíceis, como se sabe. Aqui e ali, vemos pessoas com as mãos estendidas. Não só cidadãos brasileiros, diga-se, mas de outras nacionalidades. Pessoas sem rumo, sem presente, sem futuro.
O custo de vida aumenta diariamente. O pão nosso de cada dia está cada vez mais caro. Faltam empregos, e milhões de pessoas estão trabalhando na informalidade. Além do mais, boa parte da população está passando fome. É triste e, principalmente, revoltante, assistir ao noticiário com relatos de pessoas remexendo o lixo e em busca de ossos para se alimentar.
Sim, devemos cobrar ações dos nossos representantes, mas precisamos fazer a nossa parte, sair da zona de conforto. Não podemos ficar indiferentes ao problema.
Aliás, dia desses, o colunista Mario Sabino, da revista Crusoé, escreveu:
“Mas, à exceção de poucos, estamos insensíveis a ela (a fome), assim como nos tornamos — se é que não sempre fomos — insensíveis à corrupção, à criminalidade, à ignorância, à incompetência. E, na nossa insensibilidade, nos deixamos conduzir por gente que, perversamente, aproveita-se da fome de tantos como nós, para fechá-los em currais eleitorais, em troca de comida, e assim perenizar o círculo vicioso”.
Pois bem. Não devemos nos tornar insensíveis, nem fechar os olhos para a corrupção e para os desmandos administrativos praticados por um ou outro gestor público. Seja quem for.
Enfim. Apesar de uma batalha constante e de uma pandemia que parece interminável, devemos agradecer por mais um ano. Agradecer pela vida. Pela saúde. Pelo pão.
Lembrei-me do poeta Ferreira Gullar: “e nesta batalha estamos todos, inapelavelmente. Todos os dias, tomo meu banho e meu café, visto-me, dou adeus aos meninos e saio para guerrear. À noite, se volto, volto ileso ou ferido, mas as feridas ninguém vê”.
Um 2022 repleto de coisas boas. Com as benções de Deus.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça