Tenho pedacinho de terra prometida em Santana, pertinho do rio, caminho de Upanema. Fica a cerca de 14km de Mossoró.
Em se plantando, tudo dá.
A casinha não existe. Mas já é sonho. Pros dias que virão bem adiante, é meu lugar pra um tempo outonal.
Endereço da mulher amada.
Radinho sobre a geladeira, pode. Deve. Vai competir logo cedo com o galo em seu bom-dia madrugador. TV? Quase sempre desligada, mas a postos para o Fluminense jogar.
Em minha casinha, a vida não tem pressa. O sol pode demorar a sair. A chuva será bem vinda e a noite é sempre uma criança.
Cachoros? "Plutão" e "Àtila" perdi-os há vários anos. Reluto em conviver com outros, em face da morte ainda não superada. Eram guardiões e amigos. Que seja um pastor alemão: "Argos", o cão fiel de Ulisses na "Odisseia" de Homero.
– Acorda, homem! Vamos botar a prosa em dia – provoca a primeira visita de hoje, já "invadindo" a sala, como os raios do sol matinal, que cruzaram a janela um pouquinho antes.
Com licença. Agora vou assuntar as novidades.
CARO JORNALISTA ,B DOMINGO CHEIO DE PAZ E DE ALEGRIAS,
AO ABRIR A PAGINA DO “HERZOG” SINTO QUE A VISITA DOS DOIS ESCRITORES,FOI DEVERAS BENÉFICA.
SINTO~ME BEM,COM TANTO BOM GOSTO,A BOA LEITURA TAMBEM E UM ATO DE AMOR,E HOJE O SEU BLOG E UM CONVITE À MÚLTIPLOS ORGASMOS LITERARIOS.
Mas homi, essa foto da postagem retrata com perfeição a casinha humilde que todo sertanejo de boa prosa gostaria de possuir, com uns guinés e galinhas à ciscarem ao derredor da casa, assediada por dois pés – um de pau pereiro e outro de aroeira. No inverno o cheiro do estrume ‘muiado’ confundindo-se com o mormaço característico da primeira chuva do ano. Quando a noite domina o sertão, o ranger dos armadores denuncia a marvada da insônia trazendo ondas de saudade entrançando nos punhos da rede – dos entes queridos que já lá se vão sombreados pelas cinzas do tempo. Taí, você atiçou “sodade” do pé da serra do meu Pody dos Encantos! A nostalgia deixou-me aboleimado feito minino buchudo.
Carlos, boa noite.
Um “cabra véi” que nasceu no sertão que nem eu, que foi cambiteiro, cassaco, pastorador de burro de cargas em feiras(assistente de comboeiro), imagino ser aquela casinha igual a que nasci com a penas uns detalhes, a minha, coberta de palha de palmeiras e de chão batido. Para mim, recordação significativa.
Carlos Santos,
Além do grande jornalista que és, és também cronista dos melhores. Esse texto, que certamente retrata muito da sua vontade e do seu mundo, adentra a alma de qualquer sertanejo que gosta do seu chão.
Correndo pelos arredores da minha pequena Messias Targino, estive (e vez por outra ainda vou) em várias casinhas quase iguais a essa que ilustra a postagem. São residências de tios, tias, primos e outros parentes. Tanto na frente da casa como nos fundos, existem inúmeros galos, galinhas, guinés, patos, e por aí segue. A acolhida humana do sertanejo sempre foi o melhor de todo esse cenário.
Parabéns pelo texto.
Também por causa dele e de outros semelhantes é que continuamos aqui, do outro lado da tela, acessando quase que diariamente o Blog do Carlos Santos.
Forte abraço.
Espero que esse sentimento sertanejo não seja sufocado definitivamnete pela modernidade em que ora vivemos. Nossos filhos provavelmente não terão oportunidade de viver o romantismo de uma casinha simples como essa descrita na sua bela crônica. O que é uma pena, pois apreciar a lua e contar as estrelas à beira de um riacho em companhia de quem se ama, é um prazer que a tecnologia tirou das novas gerações.