terça-feira - 02/12/2025 - 14:52h
Telefonema

Lula e Trump conversam sobre tarifas, economia e narcotráfico

Arte da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Arte da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

O presidente Lula (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por telefone nesta terça-feira (2). A informação é oficial, através de nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Segundo informação do governo brasileiro, o presidente Lula ligou para Trump e os dois trataram da agenda comercial, pauta econômica e de combate ao crime organizado.

Conforme nota da Presidência da República, a conversa durou 40 minutos.

Veja íntegra da Nota abaixo:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou nesta terça-feira, 2 de dezembro, às 12h de Brasília, para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Numa chamada que durou 40 minutos, ambos tiveram uma conversa muito produtiva e trataram de temas da agenda comercial, econômica e de combate ao crime organizado.

Lula indicou ter sido muito positiva a decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa adicional de 40% imposta a alguns produtos brasileiros, como carne, café e frutas. Destacou que ainda há outros produtos tarifados que precisam ser discutidos entre os dois países e que o Brasil deseja avançar rápido nessas negociações.

O presidente Lula igualmente ressaltou a urgência em reforçar a cooperação com os EUA para combater o crime organizado internacional. Destacou as recentes operações realizadas no Brasil pelo governo federal com vistas a asfixiar financeiramente o crime organizado e identificou ramificações que operam a partir do exterior. O presidente Trump ressaltou total disposição em trabalhar junto com o Brasil e que dará todo o apoio a iniciativas conjuntas entre os dois países para enfrentar essas organizações criminosas.

Os dois presidentes concordaram em voltar a conversar em breve sobre o andamento dessas iniciativas.

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terça-feira - 02/12/2025 - 11:50h
Pesquisa TV Ponta Negra/Data Census

Styvenson lidera corrida ao Senado; segundo voto é acirrado

Arte da TV Ponta Negra/Data Census (Reprodução do BCS)

Arte da TV Ponta Negra/Data Census (Reprodução do BCS)

No tocante à disputa ao Senado no RN, quando estarão duas vagas em jogo nas eleições do próximo ano, o Instituto Data Census divulgou a intenção de votos no RN. A pesquisa divulgada pela TV Ponta Negra à noite dessa segunda-feira (01), ouviu 2.028 pessoas entre os dias 20 e 23 de novembro, em 71 cidades do estado, com margem de erro de 2% e 95% de confiança.

O atual senador Styvenson Valentim (Podemos) aparece na liderança. A segunda vaga é disputada de forma acirrada pela governadora Fátima Bezerra (PT) e senadora Zenaide Maia (PSD).

Confira primeiro e segundo votos na Estimulada, além da soma dos dois votos:

Primeiro Voto

Styvenson Valentim – 32,0%

Fátima Bezerra – 18,5%

Zenaide Maia – 12,1%

Álvaro Dias – 9,3%

Coronel Hélio – 2,9%

Milena Galvão – 1,4%

Jean Paul – 0,7%

Babá – 0,6%

Nulo – 18,4%

Não sabe – 4,1%

Segundo Voto

Zenaide Maia – 17,5%

Styvenson Valentim – 11,2%

Álvaro Dias – 10,2%

Fátima Bezerra – 9,2%

Coronel Hélio – 5,1%

Jean Paul – 1,4%

Milena Galvão – 1,0%

Babá – 0,8%

Nulo – 35,6%

Não sabe – 8,1%

Primeiro e Segundo Votos

Somando os dois votos válidos para o Senado, o cenário consolidado mostra:

Styvenson Valentim – 32,3%

Zenaide Maia – 22,1%

Fátima Bezerra – 20,7%

Álvaro Dias – 14,5%

Coronel Hélio – 6,0%

Milena Galvão – 1,8%

Jean Paul – 1,5%

Babá – 1,1%

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terça-feira - 02/12/2025 - 10:28h
Pesquisa TV Ponta Negra/Data Census

Allyson Bezerra soma 31,51% e Rogério Marinho totaliza 12,03%

Arte da TV Ponta Negra/Data Census (Reprodução do BCS)

Arte da TV Ponta Negra/Data Census (Reprodução do BCS)

O Instituto Data Census divulgou, nesta segunda-feira (1º), nova pesquisa sobre a intenção de votos para o governo do Rio Grande do Norte nas eleições de 2026. O levantamento foi realizado entre 20 e 23 de novembro de 2025 e ouviu 2.028 pessoas em 71 cidades, que representam cerca de 80% do eleitorado do Estado. A pesquisa tem margem de erro de 2% e nível de confiança de 95% e foi apresentada na TV Ponta Negra de Natal.

O atual prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), aparece na liderança dos cenários Estimulado e Espontâneo. O segundo colocado é o senador Rogério Marinho (PL):

Estimulada

Na pesquisa Estimulada, quando os nomes são apresentados aos entrevistados, o resultado foi este:

Allyson Bezerra – 31,51%

Rogério Marinho – 12,03%

Carlos Eduardo – 10,36%

Álvaro Dias – 9,27%

Walter Alves – 3,65%

Cadu Xavier – 2,76%

Nulo – 22,73%

Não sabe – 7,69%

Espontânea

Em relação à Espontânea, quando o eleitor responde sem receber nomes de candidatos, o resultado foi este:

Allyson Bezerra – 12,7%

Fátima Bezerra – 3,5%

Rogério Marinho – 2,6%

Álvaro Dias – 1,5%

Styvenson Valentim – 1,0%

Carlos Eduardo – 0,9%

Cadu Xavier – 0,6%

Walter Alves – 0,3%

Não sabe – 70,8%

Nulo – 5,1%

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terça-feira - 02/12/2025 - 09:48h
Inconstitucionalidade

Liberação de Bets em 17 municípios é enfrentada pelo MPRN

Arte ilustrativa do Midjourney

Arte ilustrativa do Midjourney

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) ajuizou Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) no Tribunal de Justiça questionando a validade de leis em mais 17 municípios potiguares.

As cidades que tiveram suas normas contestadas são: Encanto, Angicos, São Vicente, São Bento do Trairi, Lajes Pintadas, Tibau, Marcelino Vieira, Venha Ver, Portalegre, Itaú, Apodi, Coronel Ezequiel, Rafael Fernandes, Itajá, José da Penha, Jaçanã e São Tomé.

O objetivo é combater a proliferação de loterias municipais criadas com o intuito de amparar a exploração de apostas de quota fixa – popularmente conhecidas como “bets”.

O principal argumento é a flagrante inconstitucionalidade por invasão de competência. O MPRN sustenta que a Constituição Federal estabelece, de forma privativa, a competência da União para legislar e explorar serviços de loterias e sorteios.

Esta posição está consolidada e pacificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Súmula Vinculante nº 2, que proíbe expressamente os Municípios de explorarem tais serviços.

Para o MPRN, a criação dessas loterias municipais não se justifica por um “interesse local” e desrespeita o pacto federativo, pois a complexidade regulatória e a fiscalização de jogos e apostas exigem uma atuação em âmbito nacional.

Na semana passada, o MPRN ingressou com a primeira ADIN desse tipo.

Leia também: Justiça bloqueia R$ 145 milhões em caso de Bets irregulares;

Leia também: Criação de Loteria Municipal é combatida por ação do MPRN

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terça-feira - 02/12/2025 - 08:44h
Tudo bem

Comerciante desaparecido domingo é localizado com vida

"Dedé da Bodega" solta um sorrido bonito e largo (Foto: rede social)

“Dedé da Bodega” solta um sorrido bonito e largo (Foto: rede social)

O comerciante mossoroense José Lima Filgueira, 72, o “Dedé da Bodega”, foi localizado nesta terça-feira (02), na zona rural de Mossoró. Foi socorrido por equipe do Corpo de Bombeiros em área de mata na região de Passagem de Pedras e logo recebeu socorro, além de transporte para atendimento hospitalar na HapVida.

Ele fazia passeio de bicicleta na região, quando foi assaltado. Perdeu veículo e comunicação, passando a não ter sentido de direção e forças para retornar.

Ao ser encontrado, ele estava desidratado, mas consciente. Agora, seu Dedé da Bodega tem cuidados especiais à plena recuperação.

Nota do BCS – Excelente notícia para começarmos o dia.

Saúde, seu Dedé.

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terça-feira - 02/12/2025 - 07:20h
A Grande Família

Filhos de Bolsonaro e PL querem ‘enquadrar’ Michelle

Do Canal Meio e outras fontes

Flávio e Michelle, mesmo grupo e conflitos que não param (Fotos: Fotos Lula Marques/Agência Brasil e Paul Hennessy/Anadolu via AFP)

Flávio e Michelle, mesmo grupo e conflitos que não param (Fotos: Fotos Lula Marques/Agência Brasil e Paul Hennessy/Anadolu via AFP)

O ex-presidente Jair Bolsonaro mal se acostumou com a cela onde vai cumprir parte da pena de mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e já assiste a uma guerra familiar pela disputa de seu papel de liderança na direita brasileira. A tensão no núcleo mais íntimo dos Bolsonaro explodiu nesta segunda-feira após uma declaração de Michelle Bolsonaro em um comício em Fortaleza. A ex-primeira-dama criticou publicamente a aliança firmada pelo PL do Ceará com Ciro Gomes, afirmando que o acordo foi “precipitado” e insinuou deslealdade da legenda ao marido. A intervenção inesperada irritou os filhos do ex-presidente.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu primeiro e afirmou que Michelle “atropelou” Bolsonaro ao desautorizar um movimento que, segundo ele, havia sido previamente avalizado pelo ex-presidente. Carlos Bolsonaro endossou o irmão e afirmou que é preciso “respeitar a liderança” do pai. Jair Renan também compartilhou as críticas. Mais tarde, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA, classificou a fala da madrasta como “injusta e desrespeitosa”. (g1)

Os ataques contra Michelle pelos irmãos Bolsonaro aconteceram no X, a plataforma usada por eles para criticar, defender, elogiar ou enviar recados a aliados ou inimigos. Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro fizeram posts atacando a madrasta. O caçula, Jair Renan, tratou de reproduzir as críticas. Veja aqui alguns dos posts que agitaram a família Bolsonaro nesta segunda. (Folha)

A atuação de Michelle tem incomodado não só a família. Lideranças do Centrão têm manifestado incômodo com a atuação dela na articulação de palanques estaduais para 2026. Com Bolsonaro impedido de atuar politicamente, dirigentes de partidos de direita avaliam que Michelle tenta assumir protagonismo nas negociações eleitorais. Ela comanda hoje o PL Mulher, estrutura que ampliou sua influência interna na sigla. Mesmo aliados do bolsonarismo admitem, nos bastidores, desconforto com a intervenção da ex-primeira-dama. Líderes do centro e da direita afirmam não querer que integrantes da família Bolsonaro ditem alianças locais, consideradas cruciais para a formação de palanques competitivos em 2026. (g1)

O conflito entre os filhos do ex-presidente e a madrasta é antigo, dos tempos em que a família estava no poder. Mas desta vez o estopim da crise familiar ocorreu na terça-feira passada, quando Michelle Bolsonaro fez uma piada durante reunião do PL que desagradou aos filhos do ex-presidente. Diante de dirigentes da sigla, a ex-primeira-dama contou que havia preparado milho cozido para o marido e revelou o apelido íntimo com que o chama: “meu galo”. Na sequência, fez uma brincadeira afirmando que Bolsonaro precisava mostrar que continuava “imbrochável”, referência às medalhas dos “3 is” distribuídas por ele a aliados. A fala foi interpretada por integrantes da família como exposição indevida do ex-presidente. (Globo)

Merval Pereira: “A família Bolsonaro vem se esmerando em destruir-se publicamente, com intrigas e acusações em tom elevado que transformam a privacidade em ação política, para o bem e para o mal”. (Globo)

Eliane Cantanhêde: “Michelle não tem autonomia nem mais a força do marido, preso e inelegível, para sair por aí desautorizando as articulações estaduais do PL”. (Estadão)

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
segunda-feira - 01/12/2025 - 23:56h

Pensando bem…

“Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.”

Thomas Campbell

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segunda-feira - 01/12/2025 - 20:52h
Investimento

Startup faz aposta em garantia para bateria de carros elétricos

empresários Ricardo Ceruli, Cassio Ceruli e Fabricio Barroca: aposta ousada (Foto: divulgação)

empresários Ricardo Ceruli, Cassio Ceruli e Fabricio Barroca: aposta ousada (Foto: divulgação)

E-Forth, nova startup brasileira criada pelos empresários Ricardo Ceruli, Cassio Ceruli e Fabricio Barroca, estreia no mercado de mobilidade elétrica com um serviço pioneiro no mundo: um programa de assinatura que garante cobertura para baterias de veículos elétricos após o fim da garantia de fábrica. O lançamento chega com um aporte inicial de R$ 2 milhões e ambição de transformar a experiência de compra e revenda de EVs (Electric Vehicle) no país. 

O plano, que custa a partir de R$ 97 por mês, pode ser contratado no momento da compra de um carro zero km. A adesão é totalmente digital e garante a substituição ou reparo da bateria, além de um selo “bateria assistida pela E-Forth”. O chassi do veículo e o número de série da bateria ficam vinculados ao programa, cuja cobertura entra em vigor após o término da garantia do fabricante, sem vistoria prévia. 

Inspirado em modelos de manutenção aeronáutica, o serviço ataca a principal dor dos elétricos: o risco de uma eventual substituição de bateria, componente que pode representar 30% a 40% do valor do veículo novo. “A substituição de uma bateria pode custar mais que o valor de um carro usado, o que afasta muitos consumidores da compra de elétricos. Nosso objetivo é eliminar essa barreira e fortalecer também o mercado de seminovos, que sofre forte desvalorização por conta desse risco”, afirma Ricardo Ceruli, CEO e cofundador da E-Forth. 

Com operação inicial nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Belo Horizonte, a meta é expandir para todo o território nacional até fevereiro de 2026, alcançando 5% da frota de seminovos elegíveis (cerca de 25 mil veículos) e entre 10% e 20% dos novos modelos vendidos mensalmente.  

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segunda-feira - 01/12/2025 - 19:30h
Energia elétrica

Consumidor vai pagar bandeira tarifária mais barata em dezembro

Bandeira amarela é sinal de recuo de tarifa (Arte ilustrativa)

Bandeira amarela é sinal de recuo de tarifa (Arte ilustrativa)

Dezembro chega com notícia boa para os consumidores de energia elétrica. Vamos à ela.

Entra em vigor a bandeira tarifária amarela.

Isso significa que o consumidor deixa de pagar R$ 4,46 a cada 100 KW/h consumidos e passa a pagar R$ 1,88 a cada 100 KW/h.

A informação foi confirmada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e abrange todos os estados brasileiros.

Concessionária do serviço de energia elétrica no RN, a Neoenergia Cosern reforça, porém, que os clientes devem fazer o uso consciente da energia e, com medidas simples no dia a dia, economizar ainda mais na conta.

Histórico

Veja abaixo o histórico mensal do sistema de bandeiras tarifárias de energia elétrica:

Janeiro: A bandeira tarifária foi verde, indicando condições favoráveis de geração de energia e sem custo extra na conta de luz.

Fevereiro: A bandeira foi verde.

Março: Bandeira Verde.

Abril: A bandeira foi verde. Além disso, houve uma redução média de 0,32% para consumidores da Neoenergia Cosern no Rio Grande do Norte, a partir de 22 de abril.

Maio: Foi amarela, resultando em um custo adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.

Junho: A tarifa de energia ficou mais cara devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha – patamar 1 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso significa que houve uma cobrança adicional de R$ 0,04463 por quilowatt-hora (kWh) consumido.

Julho: Foi mantida a bandeira vermelha – Patamar 1 em vigor para o mês de julho de 2025. Houve cobrança extra de R$ 0,04463 por kWh consumido.

Agosto: Houve acionamento da bandeira tarifaria vermelha, no maior patamar, o 2, anunciou nesta sexta-feira (25) a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Custo extra de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Setembro: A bandeira foi vermelha patamar 2, o nível mais alto do sistema, com acréscimo de R$ 0,07877 a cada kWh consumido.

Outubro: A bandeira permaneceu vermelha patamar 1, com custo adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

Novembro: A bandeira foi mantida em vermelha patamar 1, seguindo o mesmo acréscimo de outubro. 

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segunda-feira - 01/12/2025 - 18:48h
ALRN

Audiência Pública debate impactos socioambientais de Parque Linear

Deputada Divaneide Basílio presidiu os trabalhos ao lado de Fernando Mineiro (Foto: Eduardo Maia)

Deputada Divaneide Basílio presidiu os trabalhos ao lado de Fernando Mineiro (Foto: Eduardo Maia)

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte discutiu, na tarde desta segunda-feira (1º), os impactos socioambientais com a eventual viabilização de um Parque Linear em Natal, na avenida Engenheiro Roberto Freire. A iniciativa foi proposta pela deputada estadual Divaneide Basílio (PT) e contou com a participação do mandato do deputado federal Fernando Mineiro (PT), além de representantes do Município, do Estado, órgãos ambientais, movimentos sociais e moradores da região.

O objetivo central do encontro foi promover um debate amplo e transparente sobre um futuro projeto relacionado à área, especialmente no que diz respeito às áreas de reserva ambiental que podem ser desmatadas e aos possíveis impactos decorrentes da intervenção. No requerimento que originou a audiência, Divaneide destaca que áreas verdes urbanas exercem papel essencial na manutenção do equilíbrio ecológico, na conservação da biodiversidade e na mitigação das mudanças climáticas.

“Foi por isso que propusemos a realização dessa audiência pública, para entender o que está posto neste momento e discutir o que pode ser viabilizado na região”, iniciou a parlamentar.

Durante a audiência, foram reforçadas preocupações relacionadas à perda de habitat para espécies nativas, alterações no regime hídrico, aumento da erosão e redução da cobertura vegetal. Representando o Município, o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Thiago Mesquita, afirmou que sequer existe um projeto pronto sobre o fato, mas ressaltou que seguirá rigorosamente o plano de manejo vigente. De acordo com ele, a viabilização de um parque na região e atende a um desejo antigo da população.

“É um equipamento que a sociedade pediu e nós reconhecemos a carência. Além de agregar valor na qualidade de vida, bem-estar e lazer, ele gera o que há de mais importante na metodologia de educação ambiental, que é o que chamamos de percepção ambiental”, disse o secretário.

Mesquita explicou que essa percepção ocorre quando a população experimenta os serviços ecossistêmicos presentes no território. “Você estar presente em um ambiente e vendo a importância de preservá-lo, reunindo tudo isso, é o que podemos ter de mais avançado na educação ambiental”. O secretário também ressaltou que seria “impossível que qualquer projeto fosse incompatível com o plano de manejo”.

O diretor-técnico do Idema, Thales Egídio Macedo Dantas, reforçou que há interesse na criação de um parque e também historiou sobre a discussão do plano de manejo em vigor. Para ele, o novo equipamento é um desejo de todos, desde que estruturado em áreas já modificadas pela ação humana. “Queremos chegar a um consenso. Defesa do meio ambiente e desenvolvimento sustentável não são conflitos, e sim complementares”, afirmou.

Dantas destacou ainda que o Estado busca ajustar o uso da área já cedida pelo Exército. “O cenário que temos que colocar aqui é de poder viabilizar esse espaço e fazer o ajuste na área já cedida pelo Exército, assim como mantermos a fiscalização e discussão para o melhor aproveitamento da área. O consenso é o melhor para Natal e a audiência segue para isso, como chegar a esse caminho para viabilizar esse novo equipamento que vai ser instalado na área de uso público 2 no Parque das Dunas”, disse o diretor.

Ao longo da audiência, os participantes levantaram questões relacionadas à preservação ambiental e à necessidade de se ampliar a discussão sobre o projeto para o parque, assim como a necessidade de se dar publicidade aos debates que culminaram com o plano de manejo atual. Representantes de movimentos sociais, pesquisadores e moradores da região também apresentaram preocupações e sugestões, reforçando a necessidade de conciliar desenvolvimento urbano e preservação ambiental.

Divergência

O ponto principal de divergência seria qual área poderia ser utilizada para a viabilização de um parque e qual o modelo que deveria ser adotado. Porém, parte da área onde há o interesse do Município de viabilizar o parque é o mesmo que o Estado também demonstrou a intenção de viabilizar o equipamento. No entendimento do deputado Fernando Mineiro, é fundamental que a população e os próprios envolvidos no debate conheçam a fundo a real situação para que não ocorram discussões inúteis, que não somariam para o aperfeiçoamento do futuro projeto.

“Essa audiência deixou muito claro qual a discussão e qual a divergência. Isso é importante para otimizarmos as discussões. Estou muito satisfeito com o que foi discutido, esclarecido e iremos acabar com o disse-me-disse. Com nossos mandatos vamos acompanhar essa discussão junto às instituições. Quem ganha com um bom debate é a população”.

Para a deputada Divaneide Basílio, o debate é essencial para garantir que decisões sejam tomadas com base em critérios técnicos, científicos e com participação social. A deputada afirmou que novas etapas de discussão devem acontecer, garantindo transparência e responsabilidade nas decisões sobre o futuro da área.

“Desde o começo desse debate na sociedade que queríamos ter feito a audiência, mas havia dificuldade de datas. Que bom que estamos dando um passo a mais. Garantimos esse debate e de forma mais ampla, com mais informações. Certamente, foi o melhor momento. Muito importante a participação de todos e a preocupação com o Meio Ambiente. O Parque das Dunas merece um debate permanente”, finalizou a parlamentar.

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segunda-feira - 01/12/2025 - 18:22h
Festa política

Zenaide faz aniversário com apoio maciço e mais ânimo à reeleição

Zenaide teve respaldo numérico e representativo em seu aniversário (Fotomontagem do BCS)

Zenaide teve respaldo numérico e representativo em seu aniversário (Fotomontagem do BCS)

A senadora Zenaide Maia (PSD) comemorou seu aniversário nesta segunda-feira (1º), em Natal, ao lado de aliados políticos em um encontro marcado pela confraternização e pela demonstração de força e união. O evento reuniu mais de 70 prefeitos, além de deputados estaduais, deputados federais, ex-prefeitos, vereadores e demais lideranças que reafirmaram o compromisso com o trabalho conjunto em prol dos municípios potiguares.

O momento simbolizou mais um ano de parceria administrativa entre a senadora e gestores municipais, reforçando a construção de projetos e a destinação de recursos para diferentes regiões do Estado. Foi ainda um sinal consistente de que sua campanha, em 2026, será bastante sólida.

Em sua fala, Zenaide destacou a alegria de celebrar a data ao lado daqueles que caminham com ela na defesa do Rio Grande do Norte “Estou muito feliz por estar aqui com vocês. Agradeço a cada um e cada uma que veio comemorar comigo. Este não é um encontro de partido A ou B, é a união de pessoas que lutam pelo nosso povo. Esse trabalho é coletivo, e juntos seguimos firmes pelo desenvolvimento do Rio Grande do Norte.”, disse.

Apoio a novo mandato

Representando os prefeitos presentes, o gestor Allyson Bezerra (UB) ressaltou o respeito e a gratidão que os administradores municipais têm pela atuação da senadora. “Todos nós prefeitos temos um carinho muito grande pela senadora Zenaide, uma atenção e uma gratidão pelo trabalho que ela desenvolve ao longo de todo o ano. Ela representa nossos municípios, luta, abre portas em Brasília, envia recursos e dedica atenção a cada um”, disse.

“Hoje é um momento de parabenizá-la por mais um aniversário e também de confraternização de fim de ano. Estamos empenhados para que a senadora continue seu mandato, trabalhando por cada potiguar, porque sabemos que todo cidadão reconhece o quanto ela contribui para o sucesso de cada gestão municipal”, defendeu.

Senadora agradeceu o endosso ao seu trabalho, nos festejos de hoje (Foto: Divulgação)

Senadora agradeceu o endosso ao seu trabalho, nos festejos de hoje (Foto: Divulgação)

O encontro contou com a presença dos deputados estaduais Eudiane Macedo (PV), Terezinha Maia (PL), Ubaldo Fernandes (`SDB), Kleber Rodrigues (PSDB) e Hermano Morais (PV), além dos deputados federais Robinson Faria (PP), João Maia (PP) e Benes Leocádio (UB), além de Jaime Calado (PSD), seu marido e prefeito de São Gonçalo do Amarante, que reforçaram o apoio político à senadora.

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segunda-feira - 01/12/2025 - 17:02h
Sexta-feira

Liga de Mossoró iniciará obras do Centro de Diagnósticos do Alto Oeste

Imagem de Pau dos Ferros em sua área central (Foto: PMPF)

Imagem de Pau dos Ferros, novo endereço da Liga (Foto: PMPF)

A Liga de Mossoró – Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) realiza na próxima sexta-feira (05), às 11h, na Câmara Municipal de Pau dos Ferros, solenidade que marca o início das obras do Centro de Diagnósticos – Unidade Alto Oeste. O equipamento que se torna realidade através de emendas parlamentares do mandato do deputado federal Sargento Gonçalves.

O Centro de Diagnóstico, quando em funcionamento, levará mais comodidade e saúde à população de Pau dos Ferros e todo o Alto Oeste, auxiliando no diagnóstico precoce e no tratamento do câncer, dando suporte também à atenção primária da região.

Prefeitos, secretários de Saúde e vereadores da região são esperados. Após a solenidade acontece visita ao canteiro de obras.

Há quase um mês, a Liga inaugurou unidade similar para o Vale do Açu, em Assú (veja AQUI).

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
segunda-feira - 01/12/2025 - 15:50h
Festa de Santa Luzia 2025

Oratório e Trezenário começam nesta segunda-feira

Abertura dos festejos ocorreu nesse domingo (Foto: Igor Melo)

Abertura dos festejos ocorreu nesse domingo (Foto: Igor Melo)

A programação da Festa de Santa Luzia 2025 foi aberta neste domingo (30) – vídeo AQUI. Um grande público esteve presente no adro da Catedral para prestigiar o início dos festejos da Padroeira, com o show do Padre João Carlos.

Nesta segunda-feira começam o Trezenário (13 dias) e o Oratório de Santa Luzia. De hoje até o dia 12 tem missa na Catedral, todos os dias, de 6h. Já de 7h às 10h tem Confissões, enquanto que de 7h às 11h tem Adoração ao Santíssimo. Às 11h30 tem missa na Catedral. Às 16h tem Trezena. Às 18h começa o Palco Luz, no adro da Catedral, seguido de Trezena campal, às 19h30, e Oratório de Santa Luzia, às 21h. Os pregadores variam diariamente.

A programação completa, com a lista de pregadores e demais eventos, pode ser conferida no Zap da Luz: (84) 99226-1331.

Oratório

O Oratório de Santa Luzia, um evento consagrado como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Norte desde 2021, celebra seus 25 anos com uma edição repleta de novidades, prometendo encantar o público.

As apresentações ocorrerão de 1º a 11 de dezembro no adro da Catedral de Santa Luzia, integrando a programação cultural da Festa de Santa Luzia (30 de novembro a 13 de dezembro). Este ano, o espetáculo apresenta um texto inédito, assinado por João Marcelino, e novos arranjos na trilha sonora, a cargo do maestro Danilo Guanais. O elenco conta com a adição de dez novos artistas e a inclusão da personagem Rosa Fernandes.

Sob a direção de Júnior Félix, a produção tem dramaturgia de João Marcelino, trilha original de Danilo Guanais e coreografia de Hikro Mendonça e Adriano Duarte. A atriz Joyce Marinho interpretará Santa Luzia, com a produção geral comandada por Jocelito Barbosa de Goes.

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segunda-feira - 01/12/2025 - 10:22h
Lojistas

CDL Mossoró empossa dirigentes com importantes homenagens

Stella Maris e Damásio Medeiros foram empossados no fim de semana (Foto: CDL Mossoró)

Stella Maris e Damásio Medeiros foram empossados no fim de semana (Foto: CDL Mossoró)

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Mossoró realizou na noite da sexta-feira (28), no Requinte Buffet, a solenidade de posse de sua nova diretoria para o quadriênio 2026-2029.

O evento marcou a transição da gestão de Stênio Max Fernandes de Freitas, que passou a condução da entidade ao empresário Damásio Medeiros e à empresária Stella Maris Marques. A cerimônia reuniu empresários, autoridades e representantes de diversos segmentos da comunidade mossoroense.]

Contou também com a presença do presidente da Federação das Câmara de Dirigentes Lojistas do RN (FCDL RN), José Maria Silva; deputada estadual Isolda Dantas (PT), secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Alan Silveira; vice-prefeito Marcos Medeiros (PSD) e vereador Thiago Marques (SDD).

Em seu discurso de posse, Damásio Medeiros, novo presidente, fez questão de externar sua gratidão ao ex-presidente Stênio Max “que tão bem trouxe a CDL até o patamar atual” e expressou sua alegria em ter como vice-presidente Stella Maris, a quem classificou como uma pessoa honrada que “irá lutar muito para ver a CDL cada vez maior.”

Damásio Medeiros, que se dedica à CDL há muitos anos, prometeu empenho total para o novo ciclo:

“Hoje é uma noite de gratidão. Há muitos anos me dedico à CDL, a ver a classe lojista reconhecida. E o que posso prometer pelos próximos quatro anos? Empenho! Trabalho! Luta! Eu não fujo dos desafios que a vida me impõe. Ao lado de Stella, e de todos, quero construir mais este legado, e prometo fazer o meu melhor todos os dias,” declarou o novo presidente.

Lembranças e homenagens

Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a homenagem póstuma prestada ao ex-presidente da CDL Mossoró, Elviro Rebouças, falecido este ano.

O novo presidente Damásio Medeiros dedicou um momento de reflexão e exibiu um vídeo em memória do amigo. Ele relembrou um encontro com Elviro, onde o ex-presidente fez dois pedidos: estar na nova diretoria (o que não foi possível) e que seu neto fizesse parte dos quadros da CDL.

“De onde você estiver, amigo, saiba que não conseguimos cumprir o primeiro, mas o seu neto Pedro está aqui comigo, fazendo parte desta CDL, e eu jamais esquecerei de tudo que você me ensinou,” emocionou-se Damásio, finalizando o momento com uma salva de palmas para Elviro Rebouças.

Também foi lembrada a história da entidade desde a fundação, com Lucas Pires sendo o primeiro presidente. Vídeo com recursos de Inteligência Artificial exaltou os precursores da CDL Mossoró.

A empresária Stella Maris, empossada como Vice-Presidente, trouxe uma perspectiva histórica e de representatividade para seu discurso, que começou com uma homenagem à conterrânea Celina Guimarães Viana, que deixou uma “convocação que permanece viva” para as mulheres potiguares.

Com a posse da Diretoria Executiva, do Conselho Consultivo e do Conselho Fiscal, a CDL Mossoró inicia um novo ciclo de gestão.

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
domingo - 30/11/2025 - 23:52h

Pensando bem…

“Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio.”

Pitágoras

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Categoria(s): Blog
domingo - 30/11/2025 - 12:12h

Digo

Por Bruno Ernesto

Máquina datilografia Smith-corona (Foto: Bruno Ernesto, 11/2025)

Máquina datilografia Smith-corona (Foto: Bruno Ernesto, 11/2025)

Quem tem mais de quarenta anos de idade – me arrisco a dizer -, pelo menos uma vez na vida passou as ponta dos dedos num teclado de uma máquina de datilografar. Se não passou, dificilmente não pôs os olhos numa delas.

Claro, antes dos computadores eletrônicos e, agora, os esmartefones – sim, desse jeito -, as máquinas de datilografia reinaram por mais de um século.

Qualquer local onde a burocracia reinava plenamente, ela estava lá posta. Às vezes às dezenas. Um batalhão de sincopado de dedos rijos, praticamente em riste, que avançava e recuava tecla por tecla, pinçando letra por letra, num frenesi e no limiar do erro.

Uma vez chancelada a letra no papel, não se podia retroceder. Não se podia perder a concentração, nem o raciocínio.

Quem tinha o pensamento ordenado e os dedos firmes tinha vantagem e, evidentemente, até os mais habilidosos datilógrafos também estavam fadados ao erro.

Quando acontecia, lançava-se mão da simples colocação “digo”, e se retificava o erro.

E assim, incontáveis textos nasceram de cabeças extraordinárias, mãos e dedos firmes e disposição para enfrentar essa batalha com o erro que espreitava o datilógrafo do início ao final.

Há vantagens e desvantagens no uso dessas máquinas, pois não precisam de energia elétrica nem sinal de telecomunicação para funcionar.

Aliás, acredito que essa antiga tecnologia foi fundamental para o firme raciocínio dos escritores daquele tempo, pois forçava-os a manter o foco, ainda que estivessem apenas transcrevendo um texto manuscrito.

Sempre fui um entusiasta de máquinas de datilografar, mas, confesso, são impraticáveis para o que nos propomos a fazer diariamente.

Nem que lançasse mão de centenas de digo, ainda assim, essas máquinas me são reservadas para outro tipo de produção textual. Se bem que há erros que são necessários, pois o processo de criação textual é assim mesmo.

Ao contrário do que se pena, simplesmente não nos vem à cabeça e, por vezes, é muito trabalhoso e angustiante organizar as ideias e manter a coesão e coerência.

Na verdade, é mais um modo de me desafiar mentalmente. Qualquer dia vou contar quantos digo precisarei utilizar numa crônica.

Todavia, uma coisa tenho certeza: o que tá dito, tá dito. Com erro ou sem erro.

Aliás, se você lê o mesmo que todo mundo lê, fatalmente você vai escrever e pensar como todo mundo pensa.

É uma questão de destino, digo, escolha.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
domingo - 30/11/2025 - 11:36h

Amanhã é dezembro

Por Odemirton Filho

Arte ilustrativa com uso de recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com uso de recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Mais um mês de dezembro pra conta. De muitos.

Em minha memória, inúmeras lembranças. Eu ficava ansioso pelo início das férias, na praia de Tibau. No entanto, como quase sempre ficava em recuperação na escola, era preciso esperar alguns dias. Enquanto isso, começavam-se pequenos reparos na casa de veraneio, faziam-se reboco e pintura por causa da maresia, consertavam-se alguns móveis; eu ficava mais animado do que “pinto em beira de cerca” com esses preparativos.

Para mim, o mês de dezembro sempre foi envolto em boa aura. Havia algo de mágico. Lá de casa, no centro da cidade, ouvia o badalar dos sinos da Catedral de Santa Luzia, anunciando os festejos da padroeira; era hora de ir comprar uma roupa e sapatos novos, acompanhado por minha mamãe.

Sobre a Festa de Santa Luzia, vale transcrever um fragmento de um texto escrito pelo historiador Geraldo Maia:

“Essa tradição de celebrar a Virgem de Siracusa só deixou de acontecer três vezes ao longo dos anos. Em 1860 e 1865, a igreja passou por uma grande reforma, e o padre da época achou melhor não realizar a festa. E a última vez que a festa não aconteceu foi 1935, quando Padre Mota achou melhor não fazer a festa por causa dos conflitos gerados pelo movimento conhecido como Intentona Comunista”.

No meu tempo de menino/rapaz, à noite, vez ou outra, ia assistir as novenas celebradas por Monsenhor Américo. Depois, gostava de andar pra lá e pra cá na rua da Catedral, onde havia uma ruma de gente, lotada de barracas. Logo após as novenas, o burburinho profano varava noite adentro. Cadê A Mais Bela Voz?

Eu, então, parava na barraca de minha tia, Socorro de “Puca”, pra degustar uma generosa fatia de bolo de leite. Com o passar dos anos, já na qualidade de pai, levava os meus filhos pra passear; comprava aquelas bolas grandes que, no primeiro chute, furavam. Eles jogavam argolas para ganhar uma prenda ou brincavam de pescaria, e sorriam, alegres, pois para as crianças o singelo é sinônimo de felicidade.

No dia 13, o ponto culminante. Uma enorme procissão, com milhares de fiéis, num misto de fé e devoção. Ali, tradição e fé se entrelaçam, com pessoas das mais variadas classes sociais; alguns caminham com pedras na cabeça, outros, vestem-se com as cores da roupa da Santa, e há aqueles que acompanham a procissão com os pés descalços. Sem falar nos milhares de pessoas que ficam nas esquinas, à espera da passagem do andor. Tudo isso, é claro, acompanhado por orações, cânticos e muita, muita emoção.

Sim, amanhã é dezembro, aproveito para garimpar lembranças. Recordo-me da ceia de Natal, na casa dos meus avós, na rua Seis de Janeiro. Um bocado de primos e primas, amigo secreto, mesa farta. Era tão bom. À tarde, ia à casa dos meus primos, jogar bola, na rua ainda de areia. Outras vezes, ia brincar e saborear seriguelas na casa de tia Adna e tio Chico Espínola.

Pois bem. Há quem não goste do mês de Dezembro por ser carregado de lembranças e saudades, com ares de melancolia. Eu, porém, sempre gostei. E ainda gosto.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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domingo - 30/11/2025 - 10:18h

Textualidades digitais (I)

Por Marcelo Alves

Arte ilustrativa com uso de recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com uso de recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Uma das maiores invenções da humanidade, a escrita é, em quase todas as civilizações, a grande memória da cultura, do passado e para o futuro, cultura essa que, sem ela, não conheceríamos nem conheceremos.

Até a consolidação da imprensa em 1455 (e, mesmo depois, até o desenvolvimento das textualidades digitais), a escrita era, como lembra Fabio Mestriner em “4 pequenas histórias que juntas mudaram o mundo” (M.Books, 2014), “tarefa árdua e dispendiosa que não podia ser empreendida em coisas de menor importância e que não fizessem jus ou não merecessem realmente ser registradas”. O falado poderia ser corrigido imediatamente, mas algo inscrito/gravado não era possível/fácil desdizer ou retificar. A mera seleção para registro acabava cristalizando nossa visão do passado, percepção do presente e expectativa do futuro; o conteúdo desse escrito, sua mensagem, ainda mais.

Num certo sentido, como anota George Steiner em “Lições dos mestres” (Record, 2005), a escrita petrifica o discurso, “torna estático o jogo livre do pensamento. (…) A palavra escrita não escuta o que diz seu leitor. Não toma conhecimento de suas perguntas e objeções”. De fato, as verdades livrescas às vezes transformam a sabedoria, o pensamento, em frio mármore: “tendo sido ditada [e não dialogada], a instrução não é tão ‘didática’ quanto ‘ditatorial’ (juntamente com ‘édito’ e ‘edito’, essas palavras formam uma constelação assustadora)”.

Por outro lado, a sabedoria/ensino oral, como aduz o mesmo George Steiner, “propicia uma grande variedade de erros criativos, com as possibilidades de serem corrigidos e contraditados”. Alguém que fala pode corrigir-se a cada momento. Ele é capaz de instantaneamente retificar a sua mensagem. Talvez por isso, o grande Platão, genial estilista da escrita, tenha manifestado sua desconfiança em relação à palavra escrita, advogando ser somente a palavra dita face a face capaz de conjurar a verdade e assegurar um ensino honesto.

Mas como, então, conciliar essas duas realidades – memória e flexibilidade – aparentemente incompatíveis?

Talvez o bom caminho esteja nas textualidades digitais, hoje superpotencializadas com a revolucionária Internet e que não sabemos onde vai parar com a imprevisível Inteligência Artificial.

É verdade que a textualidade digital, com sua quase infinita capacidade de armazenamento e recuperação da informação, com seus onipresentes arquivos de dados, milita contra a nossa capacidade individual de memorização. Todavia, como anota o citado George Steiner, “de maneira fascinante, a mídia interativa, corretiva e passível de interrupção dos processadores de texto, das textualidades eletrônicas na internet pode vir a ser um retorno à oralidade, ao que Vico chamaria de ricorso. Os textos que aparecem na tela são, em certo sentido, provisórios e em aberto. Essas condições podem restaurar os fatores do ensino autêntico como o praticado por Sócrates e dramatizado por Platão”. Isso é mais do que muito!

Refiro-me aqui às “textualidades digitais” como as formas de “escrita” e comunicação – já mais que presentes na nossa vida, que diuturnamente ressurgem repaginadas e que cada vez mais fazem do nosso cotidiano um ambiente/mundo virtual – proporcionadas pelos já “antigões” processadores de texto (o Word, por exemplo), os muitos sistemas/aplicativos de mensagens (e-mail, WhatsApp, Telegram, entre outros) e as mais diversas redes sociais (como o Facebook, o Twitter/X ou o Instagram), além de blogs, vlogs, plataformas de vídeo/streaming, comunicação via emojis, GIFs ou memes, histórias fanfics e por aí vai.

Caracterizadas pela multimodalidade, hibridez, intertextualidade, objetividade, instantaneidade e interatividade, as “textualidades digitais”, essas novas formas de expressão e interação, são indispensáveis para a comunicação contemporânea. E, da mesma forma que a “escrita tradicional” foi uma das mais revolucionárias criações do homem, pelo impacto que teve nas transformações sociais, boa parte delas ocorridas tendo por causa direta ou indireta aquilo que chamamos de “livros”, as “textualidades digitais” são fundamentais para a nossa participação na sociedade atual. Sua compreensão é fundamental para a inclusão digital/social e para podermos interagir plenamente em um mundo cada vez mais online.

E sobre essa nova “textualidade”, sobretudo suas características, conversaremos um pouco mais na semana que vem.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
domingo - 30/11/2025 - 09:30h

Por que a prisão de Bolsonaro e militares marca a história?

Por Adailson Pinho de Araújo

Por Paulo César Rebouças Torquato Filho

Arte ilustrativa com uso de recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com uso de recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Tentativas ilegais e abertas pelos militares ou outras elites dentro do aparato estatal para depor o Poder Executivo em exercício”. Essa é a definição clássica dos cientistas políticos Jonathan Powell e Clayton Thyne para golpe de Estado. É um conceito minimalista, criado justamente para diferenciar o golpe de outros eventos políticos extremos, como guerras civis, revoltas populares ou assassinatos políticos.

Nos últimos anos, o interesse por esse tema ganhou densidade, sobretudo diante do declínio de diversos índices democráticos em escala global. A polarização política intensificada na última década contribuiu para a politização das instituições e para o aumento da violência política, fatores que podem desencadear golpes de Estado ou tentativas.

Do mesmo modo, a ascensão de lideranças populistas e carismáticas ao longo da última década insere-se no debate global sobre o declínio democrático e a erosão da institucionalidade em diversos países, como El Salvador, Venezuela, Hungria e Guiné-Bissau. No caso brasileiro, o histórico de golpes de Estado confere especial relevância a essa discussão, que ganhou novo fôlego diante da prisão inédita de um ex-presidente da República e de militares de alta patente pela tentativa de golpe de Estado articulada no contexto das eleições de 2022.

Quantos golpes ocorreram nos últimos anos no mundo? 

Ao tentar sistematizar esses eventos, pesquisadores do Centro Cline da Universidade de Illinois criaram o Coup d’État Project, dedicado a registrar globalmente golpes de Estado, sejam eles bem-sucedidos ou fracassados. O banco de dados do projeto cobre eventos golpistas de 1945 a 2024.

O Centro Cline adota uma definição mais abrangente para o fenômeno em comparação a Powell e Thyne: golpe de Estado é um “esforço organizado para efetuar a remoção repentina e irregular (ou seja, ilegal ou extralegal) da autoridade executiva vigente de um governo nacional, ou para destituir as autoridades dos escalões mais altos de um ou mais ramos do governo”.

Para um evento ser classificado como golpe de Estado, alguns critérios precisam ser cumpridos, segundo o Centro Cline:

Deve haver pessoas identificáveis iniciando o golpe.

O alvo precisa ter controle significativo sobre a política nacional.

Deve existir uma ameaça concreta à permanência desses líderes no poder.

O uso de meios ilegais ou irregulares para tentar remover, neutralizar ou depor o alvo.

A ação deve ser organizada.

Assim, os eventos golpistas são classificados em três categorias principais: conspirações (planejamentos frustrados antes da execução), tentativas (ações que falham em depor a autoridade) e golpes consumados (quando a autoridade é efetivamente removida).

No caso brasileiro, os eventos mais recentes foram classificados pelo Centro Cline como conspirações (duas, em dezembro de 2022) e como tentativa de golpe (8 de janeiro de 2023, quando apoiadores bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília). Outros episódios do passado, como os de 1945, 1954, 1955, 1961, 1964 e 1969, são considerados golpes consumados, enquanto 1959 e 1963 entraram na lista de tentativas de golpe.

De fato, a história republicana brasileira convive com rupturas da ordem constitucional desde sua origem, em 1889. A primeira tentativa de golpe identificada pela literatura jurídico-historiográfica é atribuída ao Marechal Deodoro da Fonseca. Em 3 de novembro de 1891, o presidente editou um decreto executivo que dissolveu o Congresso Nacional, reagindo à intensa oposição política que ameaçava a sustentação de seu governo. A medida perdurou por 20 dias e somente foi encerrada com a sua renúncia, em 23 de novembro daquele ano.

A análise desses episódios ao longo da história evidencia distintos graus de resistência, ou de fragilidade, das instituições republicanas. O golpismo no Brasil, recorrentemente, esteve associado a pactos políticos majoritários que, por meio da anistia, reconfiguraram relações de poder e neutralizaram a responsabilização dos envolvidos. Essa lógica, observada em diferentes momentos da República, produziu ciclos de impunidade que contribuíram para preservar, no interior da institucionalidade brasileira, um permanente germe golpista.

Como o fenômeno se transformou no tempo?

Gráfico 1 (Reprodução)

Reprodução  (Gráfico 2)

Para compreender como esses eventos se distribuíram historicamente, é útil observar o padrão anual global de conspirações, tentativas e golpes consumados. O gráfico abaixo apresenta essa distribuição entre 1945 e 2024, a partir dos dados do Cline Center.

Há um aumento expressivo de eventos entre as décadas de 1960 e 1980, auge das intervenções estatais irregulares, em um contexto de Guerra Fria, descolonização e instabilidade institucional em vários continentes. Depois desse período, há uma redução gradual e posterior estabilização em níveis mais baixos a partir dos anos 2000. Nos últimos anos aparece alguma oscilação, mas não em intensidade comparável ao auge observado no passado. A partir de 2020, percebe-se um leve aumento de todos os tipos de eventos, o que também repercute no Brasil.

O papel dos militares

Após observar a evolução histórica dos eventos golpistas ao longo do tempo, é possível examinar um aspecto específico que ajuda a compreender quem participa dessas ações. O gráfico seguinte compara a presença ou ausência de participação militar em conspirações, golpes consumados e tentativas no mesmo período do gráfico anterior.

Reprodução (Gráfico 2)

Reprodução (Gráfico 2)

Os dados evidenciam que as conspirações envolvem militares em cerca de metade dos casos (48,5%), mas a presença deles aumenta nas tentativas (63,6%) e golpes consumados (cerca de 60%). Isso indica que, quanto mais próxima da execução prática, maior a probabilidade de envolvimento das Forças Armadas.

No Brasil, o padrão identificado nos dados globais reaparece de maneira consistente. Todas as rupturas classificadas como golpes de Estado no período analisado pelo Centro Cline envolveram militares, assim como as tentativas registradas antes de 2023. Isso evidencia que a atuação das Forças Armadas não foi episódica, mas parte de uma prática que se repetiu em momentos decisivos da vida institucional do país ao longo da história.

O que mudou com os eventos recentes no Brasil? 

A novidade dos últimos anos está justamente na reação institucional: a prisão de um ex-presidente e de militares de alta patente por envolvimento em tentativa de golpe marca um divisor de águas. Historicamente, o Brasil conviveu com a impunidade das autoridades envolvidas em rupturas institucionais, muitas vezes amparadas por leis de anistia.

Agora, ao reconhecer e punir essas ações como crimes contra o regime democrático – com condenações e prisões após processos legais regulares –, o Estado brasileiro sinaliza uma mudança na resposta: a ruptura da ordem constitucional não é mais tratada como algo inevitável ou perdoável, mas como violação grave ao próprio regime democrático.

Assim, a responsabilização de agentes políticos e militares indica a crescente resiliência das instituições brasileiras. Soma-se a isso a revogação da antiga Lei de Segurança Nacional e a consequente incorporação, ao Código Penal, dos crimes contra o Estado Democrático de Direito, movimento que posiciona o Brasil entre os países com os mecanismos mais sofisticados de proteção à ordem democrática. Nesse contexto, o país passa a ocupar um novo lugar na história, marcado pelo fortalecimento institucional e pela afirmação de valores democráticos.

Adailson Pinho de Araújo é professor de Direito da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)

Paulo César Rebouças Torquato Filho é mestrando em Direito pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)

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domingo - 30/11/2025 - 08:50h

A crescente litigância e judicialização no Brasil

Por Marcello Benevolo

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

O sistema de justiça brasileiro vive um momento de inflexão marcado pelo paradoxo da litigiosidade.

De um lado, dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam um recorde histórico: 39,4 milhões de novos processos ajuizados em 2024, configurando uma verdadeira epidemia de judicialização. De outro, a Justiça alcançou um patamar inédito de produtividade, com 44,8 milhões de ações baixadas, o que resultou na maior redução já registrada do estoque de casos pendentes.

Essa performance desafia a percepção popular de ineficiência e lentidão da Justiça. A Taxa de Congestionamento atingiu o menor nível em 16 anos (64,3%). Ainda assim, esse avanço revela uma sobrecarga preocupante do sistema judicial, sustentada por um ritmo de trabalho até cinco vezes superior à média europeia.

O crescimento acelerado da judicialização decorre de uma combinação complexa de fatores sociais e estruturais. A fragilidade de serviços públicos essenciais, especialmente em saúde, previdência e consumo. gera conflitos massificados. Soma-se a isso a instabilidade legislativa, a ausência de políticas públicas eficazes de resolução administrativa e a cultura consolidada de recorrer ao Judiciário como via preferencial para solucionar disputas.

A baixa confiança do brasileiro nos órgãos administrativos e o desconhecimento sobre mecanismos de solução extrajudicial, por meio da mediação, da conciliação e da arbitragem, também impulsionam a judicialização de conflitos triviais.

Os impactos desse fenômeno são profundos. Na esfera econômica, as decisões judiciais pressionam as contas públicas municipais, estaduais e federal, impondo bloqueios e determinações compulsórias que dificultam o controle fiscal por parte do Poder Executivo. A explosão de ações na área da saúde no pós-pandemia é exemplo emblemático: recursos de alto custo, destinados a políticas estruturantes, acabam redirecionados por decisões individuais.

No campo político, observa-se o avanço da judicialização da política, em que tribunais passam a interferir (ativismo judicial) em temas que influenciam diretamente a formulação e a execução de políticas públicas, exigindo cuidado redobrado na preservação do equilíbrio entre os Poderes.

A verdade é que grande parte do esforço do Judiciário é absorvida pelo tratamento de demandas repetitivas e pelo enfrentamento da litigância abusiva (predatória), que é uso distorcido do direito de ação. O custo dessa prática é estrutural, não residual, e gera impactos econômicos significativos no sistema de justiça.

Combater a litigância abusiva não limita o constitucional acesso à Justiça. Pelo contrário, é condição essencial para preservar o sistema, liberando a máquina judiciária para se dedicar ao que realmente importa.

A solução duradoura passa pela desjudicialização e pela contenção ativa da litigância desenfreada. Isso exige políticas públicas consistentes e coordenação institucional. Também é fundamental ampliar a efetividade e o conhecimento popular sobre meios alternativos de resolução de conflitos, estimulando a solução extrajudicial.

Somente um esforço conjunto, envolvendo a iniciativa privada, os Poderes Executivo e Legislativo e o sistema de Justiça (servidores, magistrados, Ministério Público, Defensoria e advocacia) será capaz de enfrentar as causas estruturais e coibir o uso indevido do processo ao assegurar um acesso qualificado e um Judiciário sustentável, eficiente e verdadeiramente eficaz na busca pela pacificação social.

Marcello Benevolo é jornalista e advogado

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domingo - 30/11/2025 - 07:44h

O Efeito Casulo – Dia 27 – FIM

Por Marcos Ferreira

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Tenho uma notícia simplesmente fantástica para comunicar. Uma reviravolta que jamais imaginei que pudesse me acontecer. Mas acalmei o êxtase que me domina. Então relatemos as ocorrências desta quinta-feira especial sem atropelar as coisas. Vamos pelo começo. Nada de colocar, conforme o velho ditado, o carro na frente dos bois. Em breve chegarei ao ponto que impactará a todos.

Olho neste momento o reloginho no canto inferior direito do computador e constato que são precisamente dezenove horas e cinquenta e sete minutos. Pois é, estou exultante. Confio que esta noite dormirei muito bem. Aliás, nem sei se vou conseguir de fato, tamanha é a minha euforia neste momento da noite. Antes, contudo, repito que preciso fazer esses registros iniciais. Depois disso vou explicar o motivo de meu imensurável contentamento. Não há como ser de outra maneira. Ainda que se trate da desgraça de outra criatura, um estranho para mim que, na prática, me deu outra vida. Bem, vamos adiante. Tentarei descrever, de um modo sucinto, como transcorreu este dia maravilhoso. Destaco que não vou me prender a delongas. Como eu frisei, entrementes, exibirei o que julgo digno nestas primeiras linhas.

“Foi Deus!”, penso aqui sozinho com os meus botões. Hoje, como de costume, dei mais uma olhada nas minhas obras confinadas neste velho computador. Aliás, retoquei um dos meus livros, ajustei, arrumei certos detalhes que me pareceram um tanto incoerentes; cortei pontas soltas. Pois é, foi um dos meus quatro romances. Não informarei o título para não perder o efeito do ineditismo. Amanhã continuarei com essa atividade. Pretendo fazer isso com todos os títulos que enviarei para Carlos Santos, Marcos Araújo e Clauder Arcanjo, esses gentis mecenas.

É quinta-feira, 27 de novembro deste turbulento 2025, ao menos no que me diz respeito. Levantei-me cedo e, após as minhas abluções, tomei o meu rotineiro café, comi um pão com manteiga e uma fatia de queijo de coalho. Em seguida me sentei à escrivaninha para dar início à revisão e retoques do original. Esse serviço arrastado me tomou a maior parte do dia. Por volta das dezessete horas, contudo, já satisfeito com o trabalho de copidesque, que enfim dei por concluído, eis que o telefone tocou. Fiquei espantado. Era o doutor Epitácio Coelho. Atendi e ele, por demais empolgado, declarou-me que tinha algo extraordinário para compartilhar, uma novidade que me deixaria feliz por absoluto. Fiquei extremamente curioso, perguntei sobre o que se tratava, entretanto ele afirmou que precisava que a conversa fosse cara a cara:

— Pode ser ainda hoje? — inquiri.

— Sim! Terei que sair mais tarde.

Tomei um banho rápido, peguei a bicicleta e disparei para a clínica. Algo no meu âmago, lá no fundo do meu peito, dizia que a minha vida sofreria uma reviravolta. De outro modo, porém, busquei não me animar tanto para não me frustrar depois. Esta rua se encontrava repleta de vizinhos com suas cadeiras nas calçadas. Segui pela Pedro Velho até sair dos limites do bairro Santo Antônio. Na sequência peguei a Juvenal Lamartine na altura da Casa de Saúde Tancredo Rosado. Cortei todos os sinais vermelhos que surgiram no meu caminho. Passei diante do Cemitério São Sebastião e entrei à direita na Frei Miguelinho. Meu coração estava aos pulos.

— Vim falar com o doutor Epitácio — disse à atendente, que desconhecia o porquê de minha presença ali, tendo em vista que eu não havia agendado consulta alguma. Ela pediu que me sentasse e aguardasse, pois restavam duas pessoas para serem atendidas. Essa espera representou um tempo interminável. Não tinha jeito. O remédio era ter um tanto de paciência e esperar a minha vez.

O relógio parecia não sair do canto. Minha ansiedade aumentava a cada minuto. Cerca de uma hora e meia depois, quando enfim o último indivíduo saiu, a moça da recepção interfonou para o médico informando que alguém de nome João Fernando Soares Barros o aguardava. Ela me olhou de um modo simpático e, sem demora, falou que eu podia entrar, pois Epitácio já me aguardava. Minhas pernas me pareceram ligeiramente bambas. O coração continuava acelerado. Atravessei o longo corredor com rutilante piso de porcelanato até alcançar o consultório do doutor, cuja sala era a penúltima. Dei três batidinhas na porta com os nós dos dedos e entrei. Ao me ver, o oncologista depressa se levantou da cadeira giratória e veio me dar um inesperado abraço. Isso nunca acontecera. O doutor Epitácio Coelho é, além de bem-conceituado, uma figura contida e um tanto quanto fria perante os seus pacientes.

Sem rodeios, depois de haver retornado à sua cadeira e eu me acomodar no pequeno sofá diante do birô, o oncologista me deu a notícia mais importante e redentora de toda a minha vida. O exame de imagem, que atestara o meu suposto câncer de pâncreas metastático, não me pertencia. Minha análise clínica fora trocada pela de outro elemento cujo nome parecia demais com o meu.

Admito que não olhei direito para a folha translúcida com a identificação, onde se encontrava o laudo de (reparem bem na semelhança) João Fernando Silvério Barros em vez de João Fernando Soares Barros, este o meu nome inteiro. Só depois de vários dias foi que o outro Fernando se deu conta de que aquele laudo não era o dele, que pertencia a um quase homônimo. O exame que recebera acusou tão só uma hepatite aguda. Tive um ímpeto de dar um beijo na careca do doutor Epitácio Coelho quando ele acabou de me explicar a monstruosa confusão dos exames. Ou seja, eu não estava com um pé na cova, como o bendito laudo me fez crer.

— Você ainda tem muita vida pela frente, meu prezado Fernando — acrescentou o médico com um sorriso continental. — Tudo não passou de um terrível engano. A outra pessoa, porém, que possui um nome praticamente igual ao seu, é que está em situação muito difícil. Como sócio desta clínica, só posso lhe pedir mil desculpas pelo equívoco. Sua enfermidade é algo tratável e curável.

— Imagine você, doutor, que durante esses dias, desde o momento em que recebi a sentença de câncer metastático, eu já imaginei diversas formas de me suicidar. Bom, isso tudo são águas passadas. Vou me tratar, ficar curado e seguir com a minha vida. Por bem pouco não cometi um ato tresloucado.

O médico balançou a cabeça afirmativamente, inclinou-se na cadeira e deu dois tapinhas no meu ombro esquerdo. Deixei a clínica me sentindo renascido. O tempo agora corre a meu favor. Muita coisa se passou ao longo desse período. Por exemplo, o fim que dei àqueles dois canalhas que me espancaram aqui em casa. Amanhã vou aguar novamente os pequenos ramos que brotaram das sementinhas de jacarandá que plantei no fundo do terreno, justamente no local onde estão enterrados em uma cova apenas. Torço que a polícia nunca descubra o duplo homicídio que pratiquei. Sem querer me gabar, penso que sou autor de um crime perfeito.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Conto/Romance
sábado - 29/11/2025 - 23:50h

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