Os partidos brasileiros existem desde a primeira metade do Século XIX. De lá para cá, mais de 170 anos depois, a impressão que temos é de que na verdade só existe um aglomerado de siglas, sopinha de letras. De verdade mesmo, temos o “Partido do Patriciado”.
O patriciado, na Roma republicana, era o grupo ou classe dos que, por berço ou por concessão, detinham o prestígio dos títulos nobiliárquicos que significavam poder político. Só eles ascendiam aos cargos públicos.
Através dos séculos e neste lado do Atlântico, a prática política do pindorama brasileiro tem dificuldade de funcionar diferente.
Já dizia o acadêmico e historiador José Honório Rodrigues, que no Brasil nunca existiu partido político; o pluripartidarismo seria uma miragem. Todos querem ser do patriciado. Pertencer à oposição é uma anomalia, quase um acinte, conforme a cultura política nacional.
Por isso que não temos partidos centenários, como nos Estados Unidos da América (EUA). Lá, o Democrata nasceu em 1790. São mais de 220 anos. O Republicano foi formalizado em 1837. São quase 175 anos de vida.
O instável ambiente político-institucional brasileiro ajuda a explicar, em parte, essa vocação para a voz única e punição ao contraditório. Estamos na sétima Constituição Federal – EUA só possui uma em toda sua história -, fomos uma Monarquia que desabou numa pseudo-República e já tivemos pelo menos dois regimes ditatoriais explícitos – Estado Novo de Getúlio Vargas e Ditadura Militar de 1064.
Realmente, não é fácil ser oposição nesse Brasil varonil!
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