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terça-feira - 24/07/2012 - 12:02h
Lei dos espertos

Altíssimo salário de servidores é como “dinheiro achado”

O teto salarial do serviço público brasileiro é pago a um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) – R$ 26.723,13. Isso, na lei.

Na prática é diferente. Tem quem fature até mais de R$ 100 mil por mês.

Estado de Leis no Brasil só existe em livros. É uma utopia.

O sujeito vai para a faculdade aprender “direito” e depois descobre, no cotidiano, que boa parte do que foi ensinado não vale nadica de nada.

Ainda tem quem reclame de juiz de futebol, do sabidinho que fura fila de banco, daquele indivíduo que avança o sinal etc. Todos dentro da lei. Lei do mais forte. Do mais esperto.

A farra com o dinheiro público é quase sempre legitimimada por alguma lei, além de invocarem solenemente o princípio do “direito adquirido”.

Se fôssemos levar a sério esse primado, a língua nacional era o tupi-guarani, cacique Juruna ganharia status de nosso verdadeiro “Lula”, as Forças Armadas estariam municiadas com arco-e-flecha e todo esse território da terra brasilis louvaria Tupã como força celestial. Nem precisaríamos pagar salários gordos a ninguém, pois todos viveríamos da caça e da pesca, além de agricultura rudimentar.

Diz uma máxima popular, que “dinheiro achado não é roubado”. O que uma multidão empalma além do estabelecido por lei parece bufunfa encontrada num canto de calçada, sem dono, ou qualquer referência de origem. Pegou, levou.

O coronel Chico Heráclio, das ribeiras do rio Capibaribe, alpendre de seu casarão em Limoeiro-PE, no século passado, já proclamava: “Lei é  como cerca: quando é fraca a gente passa por cima e quando é forte a gente passa por baixo”.

Atualíssimo.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público / Opinião da Coluna do Herzog

Comentários

  1. Edilson Junior diz:

    O Governo do Estado DEVERIA seguir o exemplo do Governo Federal e instituir o teto remuneratório, aplicando o corte dos que ganham acima dele. A economia gerada poderia ser utilizada em diversos outros fins, como na calamidade da saúde ou então para cumprir o plano de carreira de vários servidores. Veja em: //www1.folha.uol.com.br/poder/1124794-governo-corta-salario-de-493-por-ganhos-acima-do-teto.shtml

  2. vicente Venancio diz:

    Carlos, boa tarde.
    Ainda tem outra opção que o coronel Chico Horácio devia ter acrescentado:: passa ao lado, dá um arrodeio e atravessar, o importante é levar vantagem. O fim justifica os meios. Os valores até aqui divulgados que recebem certos servidores públicos é um acinte aos barnabés que ganham um salário mínimo. Um exemplo: um servidor público que ganha R$ 60.000,00 mês, olhe que tem muitos por ai, para que um trabalhador de salário mínimo chegue a esse valor, precisaria trabalhar oito anos, ou seja noventa e seis meses. Para refletir.

  3. SOUZA JUNIOR diz:

    Caalma, futuro e brilhante jurista.
    Entenda, direito adquirido, chancelado pelos altos servidores públicos, de todas as esferas(como diria o filósofo,inclusive nósss do poder que interpreta) só se configura quando visto de “per me”, e com o dinheiro público, que, em última análise, é “nosso” ( como diz vc, deles). E o mais irônico, assim interpretado (aqui a interpretação é ipsi literris) por nossa brava e combatível esquerda brasileira, que, claro, e com muita, muita e muita justiça, estão encastelados no paraíso dos órgãos públicos.
    Ora, que dizer de um país, governado por um partido de trabalhadores “SIC” (aliás esses tambem foram abençoados pelo DA), que, em detrimento do sacrifício da previdência pública, diga-se, pública para arrecadar, e privadíssima para pagar benefícios aos privados( interpretação literal, e tome péia nos véios), pratica toda forma de iniquidade interpretáveis. Ou seja, conceder qualquer aumento no benefício da previdência oficial, “quebra o país”, mas o “direito adquirido pelos notáveis, fortaleçe a nação. Veja, também, a questão do inquebrantável fundo de garantia, é claro, de natureza pública para arrecadar, mas a aplicação dos recursos se reveste na mais pura e privada liberalidade de compadrios, e ongs, entidades afins etc, embora para o trabalhador pratiquem a menor taxa de juros e correção do mercado. Estes únicos e exclusivos patrimonios do verdadeiro trabalhador merece tal tratamento! Glória, a farofa, a chachaça, ao PT, ao PC do B, PPPPPPPP e tome xote, astéquando…. Meu caro, como te disse em alguma oportunidade, aprender direito é saber interpretar o direito, de forma que “o que dá pra rir, dá pra chorar, é tudo questão de hora e lugar”. Entendeu?

    • JUNIOR diz:

      DIGA-SE DE PASSAGEM, O MAIOR PROBLEMA NÃO É SOMENTE OS ALTOS SALÁRIOS, MAS DE EFICIÊNCIA, POIS MESMO COM ORÇAMENTO PRÓPRIO E TODA AUTONOMIA ALARDEADA E JUSTIFICADA, TEMOS GRANDES DÉFICIT PARA CONCLUSÃO DE PROCESSOS DEVIDO A QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS ABAIXO DA DEMANDA SEM CONTAR COM AS MUITAS CESSÕES QUE OS TRIBUNAIS PRINCIPALMENTE DO INTERIOR RECEBEM DE PREFEITURAS E OUTROS ÓRGÃOS. A QUESTÃO É POR QUE NÃO SE CONTRATA MAIS SERVIDORES VIA CONCURSO?

  4. Honório de Medeiros diz:

    Antológica, essa sua postagem. Não mudo uma vírgula. E acendo incenso pelo texto todo.

  5. maria diz:

    Que país é esse ?????????????????????

  6. Hélio Silva diz:

    Caro Jornalista. Esse texto é digno de um quadro sob moldura, que beleza. Fico a imaginar, qual empresário mossoroense poderia se dar ao luxo de retirar mensalmente R$ 100.000,00 de pro labore sem afetar os seus negócios? Alguns poderia citar A ou B, todavia tal empresário tem todos os dias que matar 20 leões e se virar nos trinta para poder equacionar todas as demandas do seu negócio. Já com a coisa pública…

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