A auditoria realizada na folha de pessoal da Prefeitura de Mossoró, relativa ao ano de 2013, que este Blog com exclusividade vem dissecando nos últimos dias (veja AQUI e AQUI), também procurou saber se o salário base, do pessoal contratado temporariamente, tomando como base os meses de outubro, novembro e dezembro deste mesmo ano, era equivalente aos percebidos pelos servidores estatutários concursados e estabilizados que ocupavam a mesma função.
Os auditores da Universidade do Estado do RN (UERN), contratados pela gestão do então prefeito interino Francisco José Júnior (PSD), identificaram enormes distorções.
“Constatou-se que havia diferenças salariais marcantes entre os servidores efetivos (concursados e estabilizados) e contratados. Em sua maioria os servidores contratados tinham uma remuneração superior aos servidores efetivos, ambos exercendo cargos de uma mesma natureza, com o mesmo grau de complexidade e responsabilidade”, asseveram os auditores em seu relatório final.
“Em números traduzem-se estas diferenças da seguinte forma: servidores efetivos recebiam valores até 85,6% menor que os valores recebidos pelos contratados temporariamente, que chegavam a ter salários de até 212% a mais do permitido legalmente. Como exemplo, tem-se o caso do secretário municipal, que a remuneração do mesmo deveria ser de R$ 11.775,00”, relatam.
Entretanto surgiram “casos de secretários que estavam cadastrados como sendo Estatutários Estabilizados e que recebiam uma remuneração base de R$ 1.698,81 (-85,6%), enquanto alguns Estatutários Concursados recebiam valores que oscilavam entre R$ 2.500,00 e R$ 11.775,00; os comissionados contratados recebiam entre R$ 4.000,00 e R$ 11.775,00”, aponta a auditoria.
Chefes de setor deveriam receber, no máximo, R$ 1.150,00, mas os Estatutários Estabilizados recebiam até R$ 2.325,00, ou seja, 102,2% a mais do que o valor a receber.
No caso de chefes de departamento, cujo salário base deveria ser de R$ 1.950,00 havia alguns servidores estatutários concursados que recebiam de salário base valores superiores a R$ 13 mil, ou seja, 602% superior. Outro ponto a se destacar destes últimos é o fato de terem em seus cadastros carga horária mensal superior a 180 horas.
Também foram observados que muitos dos pagamentos efetuados aos servidores em cargos comissionados não constavam no cadastro geral do município, ao passo que muitos estavam cadastrados, mas não foram identificados na folha de pagamento, demonstrando incompatibilidade cadastral.
O que diz a lei
De acordo com a lei 29/2008, art. 48, §3, que institui o regime jurídico da prefeitura municipal de Mossoró, é assegurada a isonomia dos vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. Entretanto os valores levantados apontaram uma discrepância entre os valores salariais dos diversos servidores, independentemente de serem estatutários concursados ou estabilizados, comissionados ou temporários. Valores estes que variavam para cima e para baixo, que, em termos percentuais chegavam a ser da ordem de 602%. Entretanto a mesma lei, que corresponde ao Estatuto do Servidor Municipal, estabelece que os servidores efetivos ocupantes de cargos em comissão podem optar pela remuneração do cargo efetivo ou da comissão, o que pode explicar as diferenças acima descritas, pois os servidores podem escolher a maior remuneração. Entretanto não havia instrumentos explícitos dos pagamentos destes servidores, nem no cadastro geral, nem na folha de pagamento e, nem mesmo, nas pastas funcionais.Cabe observar que as informações acima descritas referentes a incompatibilidade entre cadastro e folha de pagamento, pode ser explicada pela diferença de datas entre os mesmos documentos apresentados para os membros da auditoria.
A quantidade de pessoal com incompatibilidade cadastral chegou a 124 (cento e vinte e quatro), ou seja, 72 (setenta e dois) servidores não constavam no cadastro geral, mas constavam na folha de pagamento, enquanto 52 (cinquenta e dois) servidores constavam na folha de pagamento, mas não constavam no cadastro geral.
Também, foram encontrados casos de servidores que estavam cadastrados com determinado cargo na folha de pagamento e no cadastro geral constavam com outro cargo. Um servidor foi identificado com cargo no cadastro geral como sendo “auxiliar de serviços gerais” (ASG), mas na folha de pagamento aparecia como “diretor executivo”.
Por fim, verificou-se que havia servidores que recebiam dois salários base, ou seja, possuía dois salários-base com o mesmo ente da federação e com a mesma instituição, apesar de terem apenas uma única matrícula. Um exemplo é de determinada servidora, (Chefe de Departamento), com dois salários base, um de R$ 1.095,04 e outro de R$ 12.587,67.
Recomendação
Em seu trabalho, os auditores recomendam que sejam revistas as pastas funcionais, os cadastros e a folha de pagamento dos funcionários, para que ocorra compatibilidade das informações e explicitem a origem dos pagamentos.
Nos demais casos, recomenda-se que se apurem a origem dos pagamentos em duplicidade.
Os vícios intencionais ou por desorganização na folha de pessoal da Prefeitura, se arrastam há anos ou mesmo décadas. De um gestor para outro, o caos aumenta e compromete os serviços públicos, além de ser injusto sobretudo com quem realmente trabalha, concursados e servidores de carreira.
Os privilégios politiqueiros falam mais alto. Não é por acaso que o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDISERPUM) tem puxado corriqueiros movimentos de greve e aberto diálogo com os inquilinos do poder.
A auditoria prova que as distorções estão enraizadas. Se não forem combatidas com transparência, vão continuar. O sindicato precisa estar consciente de seu papel. Não pode se deixar aparelhar por interesses partidários.
Muito bom, agora já imaginou se fizerem o cruzamento dessas informações com os padrinhos políticos de cada um, em especial, alguns vereadores que, de forma alguma, venderam seus apoios durante mandados passados e/ou atual.
Que surpresas não teríamos?
NOTA DO BLOG – Se houver cruzamento com folha de Estado, Prefeitura do Natal e Assembleia Legislativa, aí teremos um saneamento incrível, muito importante para a sociedade e à valorização do serviço público. Quem propõe?
De fato. Se houvesse algo assim, a democracia e a divisão dos poderes seria mais efetiva, sobretudo, em Estados pobres como o nosso, que são sugados por verdadeiras máfias que usam a exceção – enfatizo, EXCEÇÃO – legal que é a permissibilidade para contratação de pessoas sem concurso publico e a terceirização dos serviços para beneficiarem a si e a seus chegados em troca de apoio.
Aqui (Mossoró), dá pra entender porque alguns quase saíram às vias de fato quando se falou em CEI da Folha.
Lendo esta matéria tiro duas conclusões: 1- Com um desperdício deste no custeio, não pode sobrar dinheiro para o investimento, tão necessário à nossa cidade. 2- Agora entendo o por que das paixões tão doentias que ocorrem nas campanhas, por parte de alguns seguidores dos candidatos.
Nas pequenas cidades do interior o prefeito nomeia amigos com salários absurdos e na hora do pagamento fica com metade do salário. E a coisa não fica só nisto. Na hora da devolução do Imposto de Renda o amigo tem que entregar metade do que recebeu. Ou faz isto ou o contrato não será renovado.
Não estou afirmando que isto acontece em cidades maiores, mas que acontece nas pequenas cidades, acontece.
Para justificar o recebimento do dinheiro, o prefeito diz aos amigos que o dinheiro será usado na campanha política, etc.
Nas pequenas cidades do interior tudo funciona na base do RACHID.
Zé Buchudinho fica coçando o queixo e me olhando de banda.
Zé Ruela solta a sua gostosa gargalhada.
Eu cada dia entendo menos estes dois malucos.
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QUANDO SERÃO JULGADOS OS RECURSOS SAL GROSSO?
O MATERIAL ESCOLAR NÃO FOI ENTREGUE EM MOSSORÓ.
QUANDO UM TAC SERÁ FEITO PARA ACABAR COM A LEI DA MORDOMIA DOS VEREADORES?
A BOMBA DE HIROSHIMA VAI PARECER TRAQUE MOLHADO PERTO DA QUE VAI EXPLODIR AINDA ESTE ANO.
Inácio com certeza isso também ocorre em grandes cidades, no governo do estado, na assembléia legislativa e até no judiciário. O Ministério Público há pouco tempo descobriu uma maracutaia dessas feita pelo deputado estadual Gilson Moura.
Caro Gilvandro.
Verdade?
E eu jurava que nas cidades maiores, por serem os cidadãos mais esclarecidos, ninguém se prestava a este papel. Quanta inocência a minha.
Vamos imaginar uma cidade com mais ou menos 300 mil habitantes, onde alguns escolhidos recebem salários que ultrapassam os 50 mil reais, salários totalmente fora da realidade do mercado de trabalho, quanto o prefeito não arrecada?
E imaginando, somarei ao valor arrecadado o que o prefeito recebe por pagamento de débitos atrasados, falam que cobra até 30% do valor, e a isto eu junto o que corre por fora nas licitações fraudulentas e mais, sei lá mais o quê…
Fácil entender o desespero para se tornar prefeito de uma cidade.
Zé Buchudinho, com uma máquina calculadora em mãos, aponta que no visor aparece um E, indicando que o número de dígitos foi ultrapassado.
Zé Ruela olha para a minha cara e abre o seu largo sorriso. Eu começo a rir.
Rio de vereadores que por receberem 7 mil reais por mês acham que são sabidos. Coloquei sete mil reais nem eu sei porque…
Zé Ruela agora cai na gargalhada.
Até quando esta esculhambação vai continuar?
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QUANDO SERÃO JULGADOS OS RECURSOS SAL GROSSO?
O COMETA HALLEY VAI APARECER EM 2061
Imaginem o que aconteceria se tivessem tirado o poder de investigação do Ministério Público.
Ministério Público não está nem ae para essas questões, a menos que queiram tirar algum prefeito do poder, caso contrário alegam que essa questão não é da competência deles. Triste realidade.
O que diz a lei? No Brasil a lei funciona ? Isso vai acabar ? Quando vai acabar cargos comissionados e nepotismo? enquanto isso kd o nosso tão esperado plano de cargo e carreira pra area da saúde? ?????????????????????.
PCCR – Lei 020/2007.
Carlos Santos, está sendo muito oportuna esta dissecação da folha de pagamento da prefeitura.
Bem aos poucos o povo vai tomando conhecimento como funciona a máquina municipal, e o Prefeito vai ter forças para frear este TREM DA ALEGRIA. Tem informaçoes que vereadores Rosalbistas indicaram até quatro gerencias de UBS.
Porque.
A Rosa vai voltar. Ai o bicho pega.
Quem viver verá.
Prefeito: Acredite se quiser, mais eu estou torcendo por uma nova Mossorró, sem TRENS DA ALEGRIA, SEM CONCHAVOS POLÍTICOS, AUSTERA, E ORGULHOSA.
Onde o nosso povo possa dizer a corrupçao foi banida da terra de Santa Luzia.
A mossoró que eu sonhei e projetei.
É possível.