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domingo - 28/05/2017 - 15:31h

Governo fica sem palavras para violência e escândalos

Por Carlos Duarte

Na madrugada do último sábado (27), o Rio Grande do Norte atingiu a marca de mil mortes por condutas letais intencionais (homicídios, latrocínios, etc), neste ano. Os dados da triste estatística são do Observatório da Violência Letal Intencional (Obvio-RN).

Os números apontam para um aumento de 27,6%, em comparação com igual período do ano passado, numa média de quase 7 mortes, por dia. A curva de crescimento da violência é muito preocupante e revela que as ações de combate, implementadas pelo governo do RN, são pífias, inadequadas e incapazes de estancar o avanço da criminalidade.

Existem ausências de políticas públicas em quase todos os setores da administração do Estado – que estejam relacionados com a segurança pública, gerando um célere ciclo vicioso, nocivo a toda sociedade.

Apesar da seriedade do problema, o governo Robinson Faria (PSD) diz que não comenta os dados do Obvio-RN. Talvez, porque não tenha argumentos capazes de contrapô-los.

Da mesma forma, não comenta também os descasos nas áreas de educação e saúde, entre outras de igual importância.

O menino nascido em “berço de ouro” também não comenta o seu envolvimento nas denúncias da Lava-Jato, JBS e Damas de Espadas. Sobre o escândalo do Idema, que envolve diretamente o seu governo, sequer emite uma nota a respeito. Ignora a tudo e a todos.

“Quem cala consente!”, diz um adágio popular.

Sem comentários…

SECOS & MOLHADOS

Segurança – Em Mossoró, são 110 mortes violentas em 147 dias, deste ano. O cidadão mossoroense, que já anda aterrorizado com tamanha violência, vive a expectativa do aumento de assaltos e roubos que sempre antecedem aos grandes eventos. Quais as ações preventivas de segurança tomadas para o Mossoró Cidade Junina 2017?

Idema – O novelo da corrupção no Idema começa a ser desfiado. O desvio de dinheiro do órgão, que serviu também para financiar campanhas de políticos do RN, ainda não cessou, segundo apontam as investigações. Ávidos por arrecadação, as autuações e multas impagáveis prosperam em nome dos princípios da prevenção e da precaução. Quem paga a conta é o contribuinte e o empreendedor potiguar.

Abandono – De acordo com a Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do RN, existem em todo o estado, 313 obras iniciadas que se encontram paralisadas ou inacabadas. Isso significa que R$ 308 milhões estão entregues às intempéries do tempo. Nenhum gestor público foi responsabilizado por isso, até agora.

Cenário – O impacto da crise política, com as denuncias ao presidente Michel Temer pela JBS, são imediatas e devastadoras para a fragilizada economia brasileira. Do cenário positivo, que estava se desenhando, agora se espera, para 2017, uma retração do PIB brasileiro para 0,5%, numa estimativa mais otimista de perda de R$ 25 bilhões; ou um PIB negativo de 1,1%, para uma perda de R$ 127 bilhões, numa estimativa mais pessimista. Os dados são de especialistas ouvidos pelo Boadcast/Estadão.

Perdas – As empresas brasileiras perderam, com os primeiros impactos da crise política, R$ 161 bilhões em valores de mercado, segundo os indicadores financeiros. Por outro lado, as empresas brasileiras com dívidas em dólar tiveram os seus passivos aumentados em R$ 7,2 bilhões. As perspectivas de reversões desses números são pouco prováveis, no curto prazo. Essa corrosão da economia, fez com que as empresas adiassem os seus planos de investimentos e captações de recursos.

Risco – A crise também estimulou as agencias de classificação de riscos a colocarem o Brasil em observação para possível rebaixamento da nota soberana, alterando o ratingbrasileiro de “estável” para “negativo”. Entre os fatores citados pela Moody’s e pela Standard & Poor’s (S&P) estão as “dinâmicas políticas mais estressadas e o aumento das incertezas em relação ao momento favorável, após os últimos acontecimentos políticos”.

Prejuízo – De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (Abih-RN), o Rio Grande do Norte deverá perder cerca de mil passageiros, por semana, somente com a suspensão dos três voos semanais da TAP (Lisboa/Natal). Essa é a única ligação intercontinental aérea do RN em voos comerciais. Isso está acontecendo porque a pista principal do aeroporto de São Gonçalo está interditada para reforma e ninguém encontrou uma solução alternativa, que pudesse minimizar o impacto sobre a economia do estado. Detalhe: o aeroporto, que foi construído com o dinheiro do povo, é novíssimo, mas já apresenta vários defeitos técnicos. Isso acabará prejudicando o setor turístico do RN, que emprega mais de 120 mil pessoas.

Pingo – O uso e ocupação de solo no percurso do Pingo da Méi Dia é novamente alvo de polêmica e criticas. Os organizadores do evento argumentam que as calçadas e praças pertencem ao município e que podem, sim, lotear os seus espaços durante o evento. Mas, é importante observarem os direitos de acessibilidades dos moradores e não repetirem os erros das edições anteriores.

Pingo II – Tivemos no passado a ocupação exacerbada de espaços comprimidos – onde não são observados os critérios mínimos de segurança, como áreas de exaustão e fugas em casos de pânicos. Em tempos de aumento de violência e enfraquecimento dos equipamentos de segurança pública é prudente prevenir. Felizmente, o evento não tem histórico de violências fora dos padrões. Que assim seja outra vez.

* Veja a coluna anterior clicando AQUI.

Carlos Duarte é economista, consultor Ambiental e de Negócios, além de ex-editor e diretor do jornal Página Certa

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Amorim diz:

    Sem palavras, sem ação, sem plananento, sem coragem etc. Isto, imagina, nosso querido governante se diz estudioso sobre o assunto.
    Ps. Pode ter estudado no IUB. Lembra do Instuto Universal Brasileiro?

  2. João Claudio diz:

    Curso por correspondência? Claro que eu conheço. É do meu tempo.

  3. M. D. R. diz:

    Veja bem, segurar essa mala até 2018, os piores sacrifícios são servidores públicos sem perspetivas e mascarando crises como só existisse no ESTADOS do RN. Vejam os ESTADOS dano um banho de administração:CE, PI, PE, PB e etc.

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