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terça-feira - 29/11/2022 - 06:38h
Dezembro/2022

Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa será dias 2 e 3

Esse ano, a 13ª edição do Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa (FINC) vai contar na sua programação com mais de 70 filmes inscritos. Considerado um dos mais importantes festivais audiovisuais do Nordeste, o evento vai ocorrer a partir das 18h, entre os dias 2 e 3 de dezembro de 2022, na Praça Carlota Elisa em Baía Formosa/RN.

Evento já consagrado terá mais de 70 filmes (Foto: divulgação)

Evento já consagrado terá mais de 70 filmes (Foto: divulgação)

Com o tema “Qual é a sua arte?”, os realizadores vão poder mostrar ao mundo, suas ideias no tradicional Festival de Curtas de 1 minuto, onde o vencedor ganhará uma viagem de 10 dias para a Cracóvia, na Polônia e terá seu filme exibido no Festival Off Camera 2023.

Além da exibição de filmes potiguares, o público vai contar com uma programação cultural diversificada nos dois dias de evento. Na sexta-feira (2), o evento vai contar show de mágicos, Mostra de Filmes infantis, Mostra de Fotos, Mostra de Filmes Poloneses e muito mais. No Sábado (3), o Festival promovido a 5ª edição da Corrrida Ecoestrela pelas ruas da cidade, além de apresentação teatral e premiação dos melhores filmes do festival. Todas as atividades serão realizadas em praça pública, com o envolvimento da comunidade e de forma gratuita.

Os filmes selecionados nas categorias Curtas de 1 minuto – Qual a sua arte? e Perólas do RN serão exibidos nos dois dias de festival. Já os filmes da Mostra Potiguar, serão intercalados entre a sexta e o sábado. Confira a lista de filmes selecionados para a 13ª edição do FINC – Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa:

MOSTRA CURTAS 1 MINUTO – Qual é a sua arte?

Roteiro – Danilo Queiroz
Comigo ninguém pode – Juliana Iyafemí
Nômade – Umara Luiz
Uma canção para Lídia – Laura Santos
A arte do artesanato! – Alexandre Fonseca
A arte da dança! – Alexandre Fonseca
A tradição da mariscagem! – Alexandre Fonseca
A tradição do salineiro! – Alexandre Fonseca
A Terra, O Homem, A Poesia – Paulo Sérgio de Sá Leitão
A arte da escrita – Marcelly Duarte de Lira
Desperte Seu Médico Interior – Katryn Ribeiro
Devorarte – Diego Dionisio
Persona – Wallacy Medeiros
Minha Arte Transborda Amor – Ana Carolina Palma
Ponte de palavras – Osair José Vasconcelos de Medeiros
Treinamento para seguir em linha reta – Paty Teles
A arte de enganar o cérebro – Paty Teles
Efêmera – Welane Lima
Mulheres que carregam homens – Andrea Veruska
C
alungueiro – Luiza Gurgel
Minha Arte é Cantar – Paulo Filho
Diabólica: sala 42 – Áquila Félix, J. Brave (Ipê) e Laura Viana
A Minha – Wallacy Medeiros
D
e toda p-arte – Juliana Gomes
É 
tudo nosso – Madson Ney
Ciclos – Bruno Gomes
Almoço de Família – Marcus Vinicius de Marchi
A.Mar – Barbara Coelho Arenhaldt
A Casa e o Poeta – Bruno Fernandes e Vanessa Fernandes

PÉROLAS DO RN

Carnaúba dos Dantas: Terra do monte do Galo –  Gabriel Victor de Oliveira Medeiros
Ponto dos Ciclistas – Alexandre Fonseca
Trilhando em Serrinha dos Pintos – Alexandre Fonseca
Lugares Únicos Inspiram Histórias Únicas – Renato Mengajam
Olhar além da visão – Osmar Araújo Leitão
Estado da Água – Marcos Gabriel e Lucas Oliveira
In Riba do RN – Madson Ney

MOSTRA POTIGUAR

Lugar Nenhum – Camille Silva
Doctor Who 2022: O Retorno do Silêncio – Bruno Nunes da Silva
Normal é Mesmo o Amor – Jailma Felix da Silva
Cultura em Pandemia – Alexandre Fonseca
Uma Partida de Ouro – Jailma Felix da Silva
Olho D’água – João Batista e Ivan Russo
As mãos do meu filho, um jeito bem matuto de contar história – Bruno Nunes da Silva
Vindouro – Wigna Ribeiro
Caligem – Diego Ciro
Jatobá: raízes de uma história – Jussara Felix
Marisqueiras da Ponta do Tubarão – Alexandre Santos e Meysa Medeiros
Roda de Conversa: Angélica Timbó – Orlando Oliveira
Zeladores – Lucio Lofy
O Resgate do Divino – Jemerson Batista Damião
Nossas Memórias – Tavinho Teixeira
Acenda o Lampião – Siziho Jr

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terça-feira - 29/11/2022 - 05:40h
RN

Concurso da Polícia Militar terá 1.000 vagas

Do Blog Regy Carte

Oficializada a banca organizadora do concurso público da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN): Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação.

O certame está previsto para 2023 e ofertará 1.000 vagas para soldado.

Conheça a página de Regy Carte clicando AQUI.

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terça-feira - 29/11/2022 - 00:59h

Pensando bem…

“Disciplina é escolher entre o que você quer agora e o que você mais quer.”

Abraham Lincoln

 

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segunda-feira - 28/11/2022 - 18:26h
Agir

Corte do TRE-RN suspende registro de organização partidária

Plenário do TRE/RN em Natal (Foto: TRE/RN)

Plenário do TRE/RN em Natal (Foto: TRE/RN)

Na Sessão Plenária desta segunda-feira (28), a corte do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) suspendeu, à unanimidade, o registro do Diretório Regional do Partido AGIR (AGIR/RN), em virtude da não prestação de contas referentes ao exercício financeiro de 2020.

A relatora do processo, juíza Érika Paiva, julgou procedente o pedido de suspensão do registro feito pelo Ministério Público Eleitoral. A decisão foi fundamentada com base na Resolução/TSE nº 23.571/2018, que disciplina a não prestação de contas financeiras pelos partidos políticos.

“O indeferimento do pedido de regularização de contas, objeto do presente feito inclusive já com trânsito em julgado, acarreta a procedência do pedido de suspensão de anotação partidária, não havendo fatos novos nos termos do artigo 54-S, parágrafo 4º, inciso II e 54-T, parágrafo 1, inciso II, da norma de regência. Nesta linha, voto pela procedência do pedido formulado pela Procuradoria Regional Eleitoral, no sentido de determinar a suspensão da anotação do Diretório Regional do Partido AGIR”, ressalta a relatora.

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segunda-feira - 28/11/2022 - 16:24h
Loa 2023

Comissão da CMM dá novo prazo para ajustes de emendas

A Comissão de Orçamento, Finanças e Contabilidade (COFC) da Câmara Municipal de Mossoró prorrogou, por mais 24 horas, o prazo para análise de emendas ao projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023. Com isso, a votação da matéria, prevista para amanhã, está adiada para quarta-feira (30). A sessão desta terça-feira (29) terá pauta normal.

Vereadores Marckuty e Lucas recebem emendas (Foto: Edilberto Barros)

Vereadores Marckuty e Lucas recebem emendas (Foto: Edilberto Barros)

O anúncio da prorrogação foi feito, no começo da tarde de hoje (segunda-feira, 28), pelo presidente da COFC, vereador Marckuty da Maisa (Solidariedade), e pelo relator na Comissão da proposta orçamentária, vereador Lucas das Malhas (MDB). 

“Recebemos um memorando da Presidência da Câmara, solicitando um prazo adicional para correção de emendas impositivas dos vereadores e vereadoras, e atendemos essa solicitação, dando mais 24 horas, do meio de hoje ao meio dia de amanhã”, informa Marckuty.

Lucas das Malhas acrescenta que o adiamento confirma o interesse público, que pauta o trabalho da Comissão de Orçamento. E reconheceu: “Parabenizo colegas parlamentares pela ciência de erros formais em emendas e a disposição de corrigi-los”.

A decisão da COFC é vista como indicativo de consenso entre as bancadas de situação e de oposição, com vistas à aprovação do Orçamento da Prefeitura de Mossoró para 2023.

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segunda-feira - 28/11/2022 - 15:22h
Política

Eleições suplementares apontam dois novos prefeitos no RN

Eleitores de Pedro Velho e Canguaretama voltaram às urnas neste domingo (27), para eleger novos prefeitos e vice-prefeitos. As Eleições Suplementares foram realizadas após decisões da Justiça Eleitoral, cassando os mandatos dos gestores anteriores.

Wilsinho e Edna foram eleitos em pleitos realizados nesse domingo (Fotomontagem TCM Notícia)

Wilsinho e Edna foram eleitos em pleitos realizados nesse domingo (Fotomontagem TCM Notícia)

Em Canguaretama, Wilsinho Ribeiro (PTB) e Fátima do Murim, são os novos prefeito e vice-prefeita, respectivamente. Eles foram eleitos com 54,74% dos votos computados. Dra. Ana Célia (União Brasil) teve 2,46% dos votos; e Márcio Cabelereiro (PDT) obteve 40,8% dos votos válidos.

O resultado foi divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 18h30.

O município teve 17.178 votos válidos, 634 (3,5%) nulos e 305 (1,68%) votos em branco.

Em Pedro Velho, Edna Lemos (PSB) e Rejane Costa, prefeita e vice-prefeita, respectivamente, foram eleitas com 51,19% dos votos. Júnior Balada (União Brasil), que obteve 47,4% dos votos; Professor Cledenilson, do Avante (1,01%); e Zeca (Psol), que obteve 0,40% dos votos, foram os adversários derrotados.

A apuração encerrou às 18h25, conforme divulgado pelo TSE. O município teve 9.401 votos válidos, 162 (1,68%) nulos e 57 (0,6%) votaram em branco.

Urnas

Os dois municípios pertencem à 11ª zona eleitoral. Segundo a chefe de cartório Anna Pisco, nenhuma urna precisou ser substituída nos locais de votação e a apuração transcorreu de forma rápida.

Os eleitos devem ser diplomados no dia 19 de dezembro e ficarão nos cargos até dezembro de 2024. Além de Pedro Velho e Canguaretama, no Rio Grande do Norte, outros quatro municípios também passaram por Eleições Suplementares neste domingo: Tanabi (SP), Maraial (PE), Ibitirama (ES) e Maiquinique (BA).

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segunda-feira - 28/11/2022 - 10:02h
O outro lado

Aduern rebate reitora e aponta meios para reajuste salarial

Presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do RN (ADUERN), o professor Neto Vale faz contraponto em relação a trecho de entrevista (veja AQUI concedida pela reitora da Uern, professora Cicília Maia, quanto à relação com docentes da instituição.

Leia abaixo:

Prezado jornalista Carlos Santos,

Esclarecer alguns pontos da matéria da reitoria:ADUERN_LOGO_VERTICAL

a) Os assessores da reitoria vem repetindo uma falsa narrativa, sobre a existência de um acordo com a ADUERN, com o único propósito de torná-lo verdadeiro. A verdade: nao existe nenhum acordo entre ADUERN e reitoria, com tabelas com percentuais definidos;

b) A reitoria, continua não cumprindo com a implementação do Plano de Cargos Carreiras e Remunerações (PCCR), para fazer isso teria que consertar os graves erros identificados pela ADUERN. Um dos graves erros, foi a quebra da paridade entre uma parte dos aposentados e ativos. Esse erro será corrigido em parte, graças as ações articuladas da ADUERN, aposentados, Dep George Soares e o Estado que mediou a solução. A verdade: a reitoria nunca concordou com a sugestão da ADUERN, é tanto que o erro persiste com os ativos;

c) Com a aprovação do PCCR, em março de 2022, em seguida a ADUERN realizou uma Assembléia, sendo aprovado pelos docentes às tabelas para os anos de 2023 a 2025, respectivamente, com os seguintes percentuais: 15%; 20%, e, 30,4%;

d) Desde de setembro de 2021, a ADUERN tenta convencer a reitoria que sua proposta de 5% em 2023, não tem como ser aceita, depois de 10 anos sem recomposição, não repõe nem a inflação de 2022;

e) Há recursos, vejamos: só do orçamento do Estado, a UERN receberá 290 milhoes, sem contar outras fontes de captação de recursos, em 2022. Em 2023, a previsão orçamentária é de 341 milhões, sem somar outras fontes. Quer dizer, só do orçamento do Estado, são 50 milhões a mais, comparado com 2022. O problema não é de recursos, é de prioridade; é só repactuar o orçamento.

e) A reitoria aumentou de 406 para 571 suas funções gratificadas e seus cargos comissionados, uma bela farra. A distribuição de parte dessa gratificações é igual às prefeituras, faz a bel prazer da gestão. Com gratificações que pode chegar próxima de 6 mil, pede que aceitemos míseros 5%, por último

f) Nobre jornalista, você sabia que vários docentes estavam para se aposentar e por opção dos assessores da reitoria, ficou mais difícil? Se esses colegas quiserem se aposentar, no último nível de sua respectiva classe ( especialista, mestre ou doutor) terão que esperar 5; …; 10; 15 anos? É justo?

Nunca houve negociação, foi-se impondo percentuais de autonomia, para o PCCR docente, de acordo com outros interesses de poder. O nosso erro foi acreditar que o PCCR não era tão ruim” ( depoimento de colega que acompanhou as discussões anterior a nossa gestão ).

Professor Neto Vale

Programação da Parada:

Segunda feira (28) e terça-feira (29)
Diálogo com Docentes e discentes, em sala de aula
Quarta feira:
Parada Estadual
Ato no portão do Campus Central: 7h

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segunda-feira - 28/11/2022 - 09:20h
Política

Começou a reforma administrativa do segundo governo Fátima

cargos comissionados, nomeação, exoneração, reforma administrativa,Na prática, começou a reforma administrativa do segundo governo Fátima Bezerra (PT).

A governadora reeleita em 2022, com larga margem de votos e ainda no primeiro turno, começará o novo mandato no dia 1º de janeiro próximo.

Em Mossoró, a chegada do bacharel em direito e advogado Emerson Linhares à Supervisão da 1ª Circunscrição do Trânsito (CIRETRAN) – veja AQUI, é, na prática, o início desses ajustes.

Tem também uma simbologia: é aviso de que a governadora vai modificar sem necessariamente ratear a administração e o poder.

O nome de Linhares é seu. Não deriva de qualquer indicação política de grupos locais.

Vale lembrar que em Mossoró, à campanha deste ano, a governadora juntou quase tudo e todos: dos apoios originais como da deputada estadual Isolda Dantas (PT) e vereadora Marleide Cunha (PT), à ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP), passando pela ex-deputada federal Sandra Rosado (União Brasil) e sua filha e vereadora Larissa Rosado (União Brasil), além do vice-prefeito Fernandinho das Padarias (Republicanos). Na conta, ainda tem o núcleo do PCdoB.

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  • Art&C - PMM - 12 de Abril de 2024 - Arte Nova - Autismo
segunda-feira - 28/11/2022 - 08:42h
Nova legislatura

Deputado oferece mandato à disposição de gestão municipal

Do Blog Tio Coloraucumprimento, mãos, apoio - foto maior

O deputado federal eleito, Fernando Mineiro (PT), manteve contato com o prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra (SDD), para colocar seu mandato à disposição do município.

Disse que Mossoró não ficará órfã de parlamentar.

A informação é do jornalista William Robson, do programa Foro de Moscow.

Nota do Canal BCS – Mossoró e o sistema governista municipal não elegeram qualquer deputado federal.

E o único ainda remanescente vai logo se extinguir ao fim da legislatura em vigor, do deputado federal Beto Rosado (PP), adversário do prefeito.

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segunda-feira - 28/11/2022 - 07:52h
Santa Luzia

Artistas criam estandartes para homenagem à padroeira

Um projeto de arte e fé homenageia Santa Luzia, a padroeira de Mossoró. Idealizado pela Sociedade Amigos da Pinacoteca Potiguar, o ‘Viva Santa Luzia’ convocou os artistas de Mossoró e de outras cidades para criarem estandartes artísticos representando diferentes olhares sobre a santa protetora dos olhos. As obras serão apresentadas nesta terça-feira (29) às 9h na Catedral de Santa Luzia. O objetivo do projeto, que conta com a parceria da paróquia, é incrementar as festividades e movimentar o segmento das artes visuais.

Kelly Lira é uma artista com trabalho à exposição (Foto: Divulgação)

Kelly Lira é uma artista com trabalho à exposição (Foto: Divulgação)

As obras serão recepcionadas pelo padre Flávio Melo e o bispo Dom Mariano. Logo após será aberta a exposição dos estandartes na Catedral, que ficarão expostos até dia 1º de dezembro. Na abertura da Festa de Santa Luzia, dia 1º de dezembro, haverá o cortejo das peças até o altar.

A partir do dia 02/12 as obras ficarão expostas no Coração de Jesus. Dia 13 de dezembro, os estandartes vão integrar a procissão conduzida por jovens do Segue-Me. Segundo a coordenadora do projeto, Liana Duarte, a Sociedade Amigos da Pinacoteca fará uma programação dos estandartes pelas paróquias da cidade.

Integram o projeto os artistas Careca, Ângela Almeida, Ney Morais, Marcelo Morais, Iaperi Araújo, Paulo Pedrosa, Kelly Lira, Isaías Medeiros, Tulio Ratto, Laércio Eugênio Marcelo Amarelo, Rogério Dias, Eduardo Falcão, Maria Luíza Neo, Luzia Moura e Carolina Veríssimo, Naide Bessa, Maria Emilia Queiroz, Kátia Fleischmann, Clarissa Torres.

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domingo - 27/11/2022 - 23:52h

Pensando bem…

Em tempos de mudança, os aprendizes herdam a terra, enquanto os eruditos se encontram lindamente equipados para lidar com um mundo que não existe mais.”

Eric Hoffer

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domingo - 27/11/2022 - 13:04h

Maranhão – Capítulo XVI

Por Inácio Augusto de Almeida

– Senhor, escutai a minha prece. Por que tanto sofrimento, Senhor? Que tanto mal eu fiz?fé, oração, 2Lopez falava baixinho, sua voz era um bisbilho. Respirava sem muito ânimo. Quando um raio de sol, atravessando a palha, veio sobre a sua cabeça e tocou os seus olhos, deixando-o encandeado, ergueu a vista para olhar de frente aquela luz. E uma grande esperança começou a tomar conta de si. Começava a crescer nele a esperança. E continuou a rezar… a rezar… a…

 Acordou com uma linda índia a lhe oferecer, dentro de uma cuia, um líquido de uma cor estranha. Pelo gesto que ela fazia, entendeu que era para ele tomar. Ao provar, percebeu que o gosto era agradável. Bebia e olhava a bela índia a sorrir. Lembrou-se de que os canibais, antes de degustarem suas presas, tinham o costume de engordá-las. Deu um pulo e jogou o resto do líquido fora. A índia trocou o sorriso por uma cara fechada. Nos seus olhos, antes ternos, havia agora uma dureza sem brilho.

– Não quero mais, não quero mais.

Lopez falava e gesticulava. Sabia que a índia não entendia o que dizia, por isso se esforçava nos movimentos, principalmente nos das mãos e da cabeça. Ela apenas abaixou-se e pegando a cuia, tomou o resto que ficara, como querendo mostrar ao Lopez que a bebida era boa, que não iria lhe fazer nenhum mal.

Lopez respirou fundo. Era a primeira vez que conseguia algum tipo de comunicação. E bastou isto para o seu espírito irreverente aflorar.

“Se estes índios deixarem eu conseguir me fazer entender, se eu conseguir entendê-los..”

ACOMPANHE

Leia tambémMaranhão – Capítulo I;

Leia tambémMaranhão – Capítulo II;

Leia tambémMaranhão – Capítulo III;

Leia tambémMaranhão – Capítulo IV;

Leia tambémMaranhão – Capítulo V;

Leia tambémMaranhão – Capitulo VI;

Leia tambémMaranhão – Capítulo VII;

Leia também: Maranhão – Capítulo VIII;

Leia tambémMaranhão – Capítulo IX;

Leia tambémMaranhão – Capítulo X;

Leia tambémMaranhão – Capítulo XI;

Leia tambémMaranhão – Capítulo XII;

Leia tambémMaranhão – Capítulo XIII;

Leia tambémMaranhão – Capítulo XIV;

Leia também: Maranhão – XV.

Inácio Augusto de Almeida – Boêmio/Sonhador

(Continua no próximo domingo)

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domingo - 27/11/2022 - 12:10h

Litigância de má-fé e ato atentatório à dignidade da Justiça

Por Odemirton Filho 

O processo é um meio colocado à disposição da sociedade para resolver os conflitos de interesses. Assim, é possível ajuizar uma ação para buscar um direito violado, pois não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, conforme rezam o Código de Processo Civil (CPC) no seu Art. 3º, e o inciso XXXV, Art. 5º, da Constituição Federal.

O Estado-juiz não poderá deixar de apreciar uma ação, julgando-a procedente ou improcedente, desde que, para ser processada e julgada, atenda aos requisitos e pressupostos exigidos, garantindo-se o devido processo legal. litigância de má-fé,compromisso, falsidade, juramento

Entretanto, aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. O processo, qualquer que seja a sua natureza, não pode ser usado com objetivos escusos. (Art. 5º do CPC).

Entre outros, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: expor os fatos em juízo conforme a verdade; não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito. (Art. 77 do CPC).

O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a boa-fé objetiva se apresenta como uma exigência de lealdade, modelo objetivo de conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever de que cada pessoa ajuste a própria conduta a esse modelo, agindo como agiria uma pessoa honesta, escorreita e leal. (REsp. 803.481/GO).

E quando se considera que a parte, autora ou ré, está se comportando de má-fé durante o processo?

Diz o Art. 80 do CPC que se considera litigante de má-fé aquele que: deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo para conseguir objetivo ilegal; opuser resistência injustificada ao andamento do processo.

E mais: proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; provocar incidente manifestamente infundado; interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Agindo uma das partes dessa forma, de ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. (Art. 81 do CPC).

Destaque-se que as partes devem cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação e não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. A violação desses dispositivos constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. (Art. 77, § 2º do CPC).

Por fim, ressalto que no dia a dia forense não observo muitas condenações por litigância de má-fé e por ato atentatório à dignidade da Justiça. Creio que se houvesse mais condenações as partes teriam receio em se comportar de modo temerário.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Artigo
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domingo - 27/11/2022 - 10:42h
Conversando com... Cicília Maia

Uern precisa extrapolar cada vez mais os seus próprios muros

Por Carlos Santos

A reitora da Universidade do Estado do RN (UERN), professora-doutora Cicília Maia, está há pouco mais de um ano à frente dessa instituição de ensino.

Graduada em Ciência da Computação, Cicília é professora efetiva do Departamento de Informática desde 2006 e compôs o quadro de professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (UERN/UFERSA). Obteve doutorado em Engenharia Elétrica e da Computação, pela UFRN, e pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Ela fez parte da equipe do professor Pedro Fernandes na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – na gestão do reitor Milton Marques, e foi Pró-Reitora de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis no primeiro mandato de Pedro Fernandes (2013-2017). Na segunda gestão do reitor (2017-2021), Cicília atuou como assessora técnica da reitoria e na Chefia de Gabinete.

É a reitora da Uern num momento muito especial, com início de período de autonomia financeira da universidade. Nessa entrevista, ela fala sobre alguns aspectos desse trabalho e seus desafios.

Cicília Maia está (Foto: arquivo)

Cicília Maia diz que autonomia exige ainda mais dedicação e zelo (Foto: arquivo)

Em um ano de gestão, quais têm sido os principais desafios e conquistas à frente da Uern?

Primeiro, Carlos, obrigado pelo espaço neste importante espaço jornalístico. Quero aqui reiterar o meu agradecimento à comunidade da Uern pela confiança que nos foi dada, ao sermos escolhida, ao lado do professor Chico Dantas, para ser a reitora da instituição. De setembro do ano passado até aqui temos vivenciado importantes momentos na história da Uern, conseguindo conquistas fundamentais ao seu fortalecimento, como foi o caso do fim da lista tríplice para reitoria e vice-reitoria, a autonomia financeira da instituição, os planos de cargos, carreiras e remuneração dos servidores técnicos e docentes, e a ampliação de nossa política de ações afirmativas, atendendo melhor à nossa classe estudantil e toda sua diversidade.

Com a conquista da autonomia financeira, a Uern passou a poder planejar melhor suas ações, tendo a segurança em relação ao recebimento de seus recursos. Isso possibilitou que a universidade conseguisse honrar os compromissos com fornecedores, efetuar os pagamentos necessários, e projetar melhorias na infraestrutura, na aquisição de equipamentos e materiais, retomando, aos poucos, um cenário de investimento que há muito tempo não se tinha condições de fazer devido aos contingenciamentos orçamentários. Estamos trabalhando e cumprindo aquilo que assumimos como  compromisso com a comunidade universitária. Melhorias importantes nos campi avançados vêm sendo feitas constantemente, no campo estrutural mas também em relação à equipamentos em salas de aula e laboratórios.

Os desafios são aqueles comuns a qualquer gestão pública, mas temos contado com apoio da comunidade universitária e conseguido avançar em pautas extremamente necessárias à instituição.

Esse trabalho realizado foi importante para fortalecer a imagem da universidade junto às pessoas?

Com certeza. Iniciamos a gestão com duas lutas históricas, que eram a busca de autonomia e dos planos de cargos dos servidores, e conseguimos unir a comunidade, conquistar o apoio da sociedade e concretizar esses sonhos. Tivemos uma recepção e apoio fundamental na Assembleia Legislativa, com todos os deputados e deputadas nos apoiando, e a compreensão e parceria do Governo do Estado. A governadora Fátima Bezerra (PT) e sua equipe foram imprescindíveis para que pudéssemos comemorar essas conquistas.

Foi um momento que não esquecerei jamais. Tudo isso mostrou às pessoas como a Uern é forte e o principal patrimônio vivo do Rio Grande do Norte. De lá para cá, temos colocado a universidade cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, seja por ações no campo do ensino, da pesquisa ou da extensão. Precisamos extrapolar cada vez mais nossos muros levando o melhor dos programas/ ações que tenham impacto no dia a dia e qualidade de vida do povo potiguar.

A associação dos docentes (ADUERN) anunciou recentemente uma paralisação das atividades cobrando reajuste salarial. O plano de cargos dos servidores não conseguiu atender às necessidades?

Toda a sociedade acompanhou o trabalho que fizemos, junto com a comunidade acadêmica, em busca da autonomia financeira e também dos planos de cargos. Para que pudéssemos avançar com o projeto dos planos, cada categoria elaborou sua proposta, aprovou em assembleia, e encaminhou para que a reitoria pudesse enviar ao Governo do Estado. Trabalhamos todo o tempo em constante diálogo e acordo com os sindicatos, encaminhando as propostas elaboradas por suas categorias. O plano dos servidores técnicos, por conter uma tabela única com as previsões salariais, foi aprovado integralmente. O plano dos servidores docentes – contendo tabelas escalonadas para os anos de 2022, 2023, 2024 e 2025, em alinhamento com o que foi pactuado na lei de autonomia financeira para estes anos, foi aprovado e transformado em lei, mas somente com a tabela referente às previsões salariais para 2022. Porque? Pelo fato do impedimento legal do governo, em seu último ano de mandato, de sancionar uma lei que resultaria em impacto financeiro para os anos subsequentes.

Desta forma, pactuou-se que, ao final de 2022 seriam encaminhadas as tabelas restantes (2023,2024 e 2025), ao Governo e Assembleia Legislativa, para efetivação da parte complementar do plano de cargos docente, por meio de nova lei.

Entretanto, a associação dos docentes  passou a desconhecer o plano por ela apresentado, e tem reivindicado a aprovação de novas tabelas, desta vez com um impacto financeiro bem diferente daquele apresentado nas tabelas enviadas ao Governo do Estado ainda em 2021.

Reitora (Foto: Uern)

Reitora fala sobre reajuste salarial (Foto: Uern)

Temos dialogado com a associação reafirmando o nosso compromisso, assumido desde o início, de cumprimento do que foi estabelecido inicialmente, já que é essa a realidade prevista nos percentuais da autonomia financeira para os respectivos anos. Desde o início de todo este processo fizemos questão de ressaltar que os planos apresentados não corrigiam todas as perdas salariais históricas que tivemos ao longo de mais de uma década, mas que seria um começo importante para que ao final de 2025 pudéssemos passar a prever um cenário com reajustes salariais que possamos compensar esse histórico e gradativamente pudéssemos realinhar o que é justo e merecido aos servidores que tanto trabalham em prol da educação pública, gratuita e de qualidade.

Então, não se trata aqui de propostas de reajustes que a reitoria tenha oferecido, se trata de cumprir o que está previsto no plano – frise-se novamente – pactuado por todos. Todo o histórico deste processo é público e pode ser conferido por qualquer cidadão. A comunidade nos conhece e sabe que lidamos com responsabilidade, zelo e verdade.

No início de sua gestão uma das marcas foi a efetivação de uma política que garante que no mínimo 50% dos cargos de primeiro escalão da administração central sejam ocupados por mulheres. Qual o impacto disso junto à comunidade?

A equidade de gênero é um compromisso que não deve ser somente das mulheres, como algumas pessoas pensam. Deve ser um compromisso de todas as pessoas que acreditam e que lutam por um mundo mais justo. Ter mais mulheres liderando os processos de gestão, seja na universidade, no governo, nas empresas, no dia a dia, é uma experiência que muda todo o sistema. Por meio de ações como essa, e outras mais, queremos que as mulheres que fazem a universidade sintam-se cada vez mais acolhidas neste espaço, e tenham cada vez mais oportunidades e condições de estudar, pesquisar e fazer aquilo que lhe interessa nesse seu percurso profissional. Recentemente, inauguramos  o espaço da Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade, no Campus Central, em mais um momento de fortalecimento dessa atuação estratégica. A diretoria de ações afirmativas e diversidade foi um compromisso que assumimos e que já concretizamos. Com ela, questões fundamentais de apoio e assistência a estudantes e servidores e servidoras terão um suporte e acompanhamento institucional mais humanizado e forte.

Cicília, as pessoas conhecem bem a reitora da Uern, a professora, mas parece que há uma poetisa escondida em você. Isso é verdade?

Nossa, Carlos. Você já sabe disso? Olha costumo dizer que sou uma poetisa em construção e tímida nesta matéria. Mas na pandemia resgatei a poesia como forma de colocar para fora muito do que não conseguia compreender. Gosto das letras e de sua intensidade. E foi muito bom! Encontrei pessoas que me inspiraram como prof. Ailton Siqueira e a jornalista Rosalba Moreira. Com Rosalba fiz alguns versos. Quem sabe liberaremos nosso livro, que está pronto já, em breve.

Qual a importância de uma mulher na liderança da única universidade pública estadual do Rio Grande do Norte para inspiração e motivação a mais mulheres ocuparem espaços de liderança?

Tenho como princípio e vontade me aperfeiçoar enquanto pessoa humana. Falo isso para poder dizer às mulheres que muito temos a construir, a  aprender e a fazer e se não formos nós dizendo ao mundo o que nós queremos e merecemos quem dirá?

Eu, terceira reitora mulher, mãe, professora e pesquisadora, aproveito todos os espaços, toda ocupação de fala para levar essa voz que por muito tempo foi de homens. E sempre digo que a missão é coletiva e só ganhará a dimensão necessária quando a sociedade entender que a luta é de todos e todas e não somente de nós mulheres.

Qual sua expectativa para os próximos anos, tendo a Uern, agora sim, como uma universidade autônoma financeiramente?

Neste ano a Uern teve conquistas importantes e históricas e isso foi possível porque toda a comunidade universitária esteve junta e unida. Quero agradecer toda essa construção coletiva à nossa comunidade universitária (estudantes, docentes, técnicos (as) e terceirizados) e sociedade em geral. Estou cada dia mais convicta que a autonomia financeira da Uern é uma conquista fundamental para a instituição exigindo cada vez mais responsabilidade, zelo, compromisso, diálogo, união e maturidade institucional para que possamos tornar a universidade ainda mais forte.

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domingo - 27/11/2022 - 09:38h

Obediência eleitoral

Por Marcelo Alves

A Justiça Eleitoral brasileira, como sabemos, é composta: (i) pelo Tribunal Superior Eleitoral, com sede em Brasília e jurisdição em todo o país; (ii) por um Tribunal Regional em cada estado e no Distrito Federal; (ii) pelos vários Juízes Eleitorais; (iv) e pelas (hoje mui esvaziadas) Juntas Eleitorais. Ramo especializado do Poder Judiciário, como informa o próprio TSE, sua atuação se dá em três esferas: (i) administrativa, organizando e realizando as eleições periódicas, os referendos e os plebiscitos, além de ser responsável por todo o cadastro eleitoral, tanto dos eleitores como dos partidos políticos e candidatos; (ii) regulamentar, regulando e normatizando o processo eleitoral propriamente dito; (iii) e jurisdicional, processando e julgando as lides eleitorais.

Urnas eletrônicas também passarão por processo de auditagem (Foto: TRE/RN)

Urnas eletrônicas são equipamentos utilizados pela Justiça Eleitoral do país (Foto: TRE/RN)

Pondo de lado aquelas de carne e osso, sua maior celebridade é uma tal “urna eletrônica”, na qual todos votamos, de dois em dois anos, mas que também pode ser utilizada por entidades públicas e instituições de ensino a título de empréstimo, em eleições parametrizadas, assegurando-lhes o apoio e o suporte necessários à realização do pleito, com vista a difundir os serviços desenvolvidos pela Justiça Eleitoral e garantir a livre manifestação da comunidade, conforme prevê a Resolução-TSE nº 22.685/2007.

Por falar em resolução, sou de um tempo em que não existiam movimentos deliberadamente orquestrados para enfraquecer o fundamental papel normativo/decisório da Justiça Eleitoral no exercício da nossa Democracia. Sou de um tempo, por exemplo, de grande respeito ao poder normativo da Justiça Eleitoral, exercido mediante as famosas “resoluções” (em resposta ou não às denominadas “consultas”), que são verdadeiros atos normativos editados pelo Tribunal Superior Eleitoral ou pelos Tribunais Regionais Eleitorais acerca de qualquer tema de direito eleitoral, tais como elegibilidade, coligações, prazos, pesquisas, propaganda e voto.

A imensa maioria dos operadores do direito reconhecia (e os juristas de boa-fé ainda reconhecem) que as resoluções, por sua própria natureza, deviam ser seguidas pelo próprio tribunal que a deu e pelos tribunais e juízes a quo (se dada pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais Eleitorais e pelos juízos eleitorais de primeiro grau; se dada por um Tribunal Regional Eleitoral, pelo próprio e pelos juízos eleitorais daquele estado). Todos seguiam as decisões da Justiça Eleitoral – os seus órgãos/juízos, os partidos, os candidatos, as autoridades constituídas etc. – e o jogo da democracia seguia. Era a consagração do nosso Estado Democrático de Direito.

Nunca é demais lembrar as naturais peculiaridades do processo eleitoral – entre outras, a máxima celeridade, a conveniência de se reduzirem os litígios e a necessidade para a democracia de uma previsibilidade do que é o direito –, que é muito mais administração judicial de questões de máxima relevância (as eleições no país) do que atividade jurisdicional propriamente dita.

No mais, a nossa Justiça Eleitoral e a célebre urna eletrônica, em particular, sempre foram razões de orgulho. Nacional e internacionalmente. Vide o recente caso das “midterms elections” nos EUA: vários dias para se saber quem controlará o Senado americano; semanas para se saber quem controlará a Câmara. Entre nós, temos o resultado das eleições gerais em um tico de horas.

Mas alguns insistem em macaquear o “lado sombrio da força” ianque. Adaptando delírios ao Brasil, prévia e deliberadamente atacam a Justiça Eleitoral, para, ao cometer ilegalidades (que vão bem além das já gravíssimas fake news), acusarem ela, a Justiça, que apenas cumpre o seu papel disciplinador, de ser parcial. Tirando barato, isso é uma imitação da prática nazifascista de desacreditação das instituições, em especial o Judiciário.

Afinal, para alguns, nada pior do que “ainda existirem juízes em Berlim”. Com teorias super-uber-hiper conspiratórias, alegam até fraude nas eleições que seus candidatos também venceram.

Nonsense, para dizer o mínimo.

Dito isso, chegamos ao estado atual das coisas, o ano eleitoral de 2022, que “não acaba”, com alguns ainda berrando, nas cancelas dos quartéis, como vivandeiras perdidas, por não sei nem o quê. “Golpe militar em prol da democracia ou da liberdade” – é isso mesmo, cara pálida?

Bom, de toda sorte, para quem arenga com os números, com a matemática dos votos, qualquer nonsense pode parecer patriótico.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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domingo - 27/11/2022 - 08:20h

Grandes e Pequenos Homens e Mulheres especiais

Porque, como eu a considero, a história universal, a história daquilo que o homem tem realizado neste mundo, é no fundo a história dos grandes homens que aqui têm laborado (Os Heróis, Thomas Carlyle)[1].

É bem verdade que isso acontece em casos isolados e únicos em várias partes da Terra e sob as mais variadas culturas, nas quais certamente se manifesta um tipo superior; tipo que, comparado ao restante da humanidade, aparece como uma espécie de super-homem (O Anticristo, Friedrich Nietzche)[2]. 

heróiPor Honório de Medeiros

Sempre houve alguma percepção, às vezes discreta, outras, não, de que o percurso da humanidade somente pode ser compreendido se for levada em consideração a noção de que homens ou mulheres especiais, heróis ou bandidos, o mais das vezes anônimos, construíram a história.

Não se defende, aqui, que haja uma lei histórica que aponte a existência desses homens ou mulheres especiais, heróis ou bandidos, conduzindo o processo histórico, às ocultas ou claramente.

O que se defende é que sempre houve essa percepção, discreta ou ostensiva, por parte significativa de pensadores, de que isso realmente aconteceu.

Sempre houve essa percepção, assim como a de que esses homens ou mulheres especiais, heróis ou bandidos, tanto poderiam ser considerados do “Bem”, quanto do “Mal”, seja o que seja um e outro a depender da avaliação dos seus contemporâneos ou pósteros.

Essa percepção, atenta às suas circunstâncias, originou relatos mitológicos, como os do Zoroastrismo, onde Ormuzd é a fonte de todo o Bem, e Ariman, a fonte de todo o Mal.

Há, portanto, uma justificativa metafísica para essa conjectura desenvolvida por muitos pensadores.

Saliente-se o embaralhamento proposital, no romance de Hermann Hess, Demian, entre o que seria o Bem, e o que seria o Mal, quem seriam os heróis, e quem seriam os bandidos, que aponta para o problema da construção das narrativas que solapam verdades ocultas até que o tempo e as circunstância as resgate da escuridão.

No texto, Demian diz para Emil Sinclair, o personagem principal e narrador, referindo-se a Caim:

– Também gostei, mas creio que essa história de Caim pode ser interpretada de maneira diferente. A maioria das coisas que nos ensinam é, sem dúvida, verdadeira, mas também pode ser considerada de um ponto de vista diferente daquele dos professores, e então passa a apresentar quase sempre um significado muito mais amplo. Por exemplo: essa história de Caim, o homem que tinha um sinal na fronte, não poderia nunca nos satisfazer tal como nos é ensinada. Não achas?… Que um homem possa matar seu irmão numa disputa é algo admissível; como também o fato de haver sentido medo em seguida e se humilhado. Mas que sua covardia seja premiada com uma distinção que o ampara e inspira medo a todos os demais… isso já é francamente estranho.

                        (…)

O que houve desde o princípio, e constituiu como ponto originário da história, foi o sinal. Havia um homem que tinha algo no rosto que atemorizava os demais. Não se atreviam a toca-lo e sentiam medo diante dele e de seus filhos. Mas, naturalmente, o sinal que aquele homem trazia na face não era material, não era, por exemplo, como o de um carimbo dos correios; as coisas não costumavam acontecer, na vida, de maneira tão rudimentar. Tratava-se, possivelmente de algo talvez sinistro, apenas perceptível, digamos um pouco mais de vivacidade e de audácia no olhar. Aquele homem era poderoso e esparzia inquietude. Tinha um “sinal”. As pessoas podiam explicar aquilo como quisessem. E sempre queremos aquilo que nos seja mais cômodo e que nos dê razão. Os filhos de Caim, marcados com o “sinal”, atemorizavam os demais, e aquele sinal passou a ser explicado não como a distinção que realmente era, mas exatamente como o contrário. Passaram a dizer que os homens assim marcados era pessoas suspeitas e ímpias, o que, na verdade, ocorria. Pois os homens corajosos, as pessoas de caráter, sempre inquietaram as demais. Tornava-se, portanto, francamente incômoda a existência de uma raça especial de homens sem medo e capazes de infundir medo aos demais, e então lhes atribuíram um apodo e uma lenda para se vingarem daquela raça e justificarem de certo modo os temores sofridos…[3]

Observemos que a crença na existência do Bem e do Mal atuando concomitantemente, e, em decorrência, de anjos e demônios, heróis e bandidos, constituindo parte do caldo fundamental do qual surge a história poderia, assim, ser considerada arquetípica, fazendo parte do inconsciente coletivo da humanidade, nos moldes propostos na obra de Carl Gustav Jung, um dos maiores psicanalistas de todos os tempos, fundador da Psicologia Analítica.

É de se mencionar o interesse de Carl Jung, tão condenado por Freud, pelo esoterismo, espiritualidade e artes ocultas, que temia pelo comprometimento da credibilidade da Psicanálise.

Carl Jung foi muito importante para a comunidade psicanalítica, chegando a presidir a Associação Internacional de Psicanálise. Fez significativas contribuições para esse ramo do conhecimento, como a elaboração do conceito de “Complexo de Édipo”, chamado por ele de “Complexo de Electra”; da noção de “inconsciente coletivo”; da hipótese dos “arquétipos”; além de outras. Uma teoria famosa de Carl Jung é a dos “tipos psicológicos”, por meio da qual ele propôs os conceitos de introversão e extroversão.

Pois bem, o texto do capítulo anterior é uma alegoria, utilizada para propor a hipótese de que, ao longo do tempo, não faltou quem defendesse ser a história da humanidade constituída pelas ideias e ações daqueles que, de uma forma ou outra, enquanto “heróis” ou “bandidos”, louvados ou condenados, ao resolverem seguir em frente, impulsionaram a história.

No que diz respeito aos “heróis”, respeitados Homero, Heródoto, Tucídides, Hesíodo, Ésquilo, e tantos outros antecessores, Thomas Carlyle foi um dos principais pensadores a defender diretamente o papel fundamental por eles exercidos.

Seu livro Os Heróis, o mais notório de quantos escreveu, publicado em 1841, reuniu seis conferências por ele realizadas desde 1837, e é imediatamente posterior à História da Revolução Francesa, e, nele Carlyle discorreu acerca dos heróis, do culto dos heróis, do heroísmo na história, e expôs sua teoria fundamental, qual seja a de que o conhecimento da história do mundo resulta do estudo da vida de homens como Maomé, Dante, Shakespeare, Lutero, Knox, Samuel Johnson, Jean Jacques Rousseau, Cromwell e Napoleão.

Deve-se ressaltar, entretanto, que uma exegese atualizada do seu texto exige uma abrangência maior quanto a quem impulsiona, com suas ideias e ações ou omissões, a história universal, para englobar tanto aqueles que possam merecer os elogios dos seus contemporâneos e da posteridade, quanto aqueles que mereceriam o opróbrio da humanidade:

Porque, como eu a considero, a história universal, a história daquilo que o homem tem realizado neste mundo, é no fundo a história dos grandes homens que aqui têm laborado. Eles foram os condutores de homens, estes grandes homens, os modeladores, padrões e, em sentido amplo, criadores de tudo o que a massa geral dos homens imaginou fazer ou atingir; todas as coisas que nós vemos efetuadas no mundo são propriamente o resultado material externo, a realização prática e a incorporação dos pensamentos que habitam nos grandes homens mandados ao mundo: a alma de toda a história universal, pode justamente considerar-se, seria a história destes[4].

É de Carlyle a avançada teoria, para a época, de que os patrões, que ele apontava como um dos tipos de heróis, viriam a pensar, algum dia, que é (seria) “possível e necessário conceder a seus empregados um interesse permanente nas suas empresas”[5].

Não é possível deixar de comparar o trecho anterior, com outro, do romance Demian, de Hermann Hesse:

Para isso levamos o sinal, como Caim o trazia para infundir medo e ódio e arrancar a humanidade de então de um mundo idílico e limitado, conduzindo-a a horizontes mais amplos e perigosos. Todos os homens que influíram na marcha da humanidade, todos eles, sem exceção ou diferença, puderam fazê-lo porque estavam sempre prontos para o destino. Tanto Moisés quanto Buda, Napoleão ou Bismarck. Ninguém pode escolher a onda a que obedecerá nem o polo pelo qual será atraído. Se Bismarck tivesse compreendido os social-democratas e acolhesse suas inspirações, teria sido um político prudente, mas não um homem do destino. O mesmo se passou com Napoleão, com César, com Inácio de Loyola, com todos eles. Essas coisas devem ser consideradas sempre do ponto de vista biológico e evolutivo[6].

Mais que à noção de “heróis”, no sentido proposto por Thomas Carlyle, é melhor estar atento, portanto, aos que ele nomina de “condutores”, “modeladores”, “padrões”, “criadores” de tudo quanto “a massa geral dos homens (ou mulheres) imaginou fazer ou atingir”.

Seriam os “grandes homens” de Carlyle os mesmos “homens do destino” aos quais aludiu Hermann Hesse, pela boca de seu personagem Demian, todos eles, enfim, heróis” ou bandidos”, “santos ou hereges”, “estadistas” ou “terroristas”, a depender, um ou outro qualificativo, de como os seus contemporâneos e pósteros os julgaram e julgam, formando a unidade primordial entre os opostos mencionada pelo Zoroastrismo e Heráclito de Éfeso e constituindo a história da humanidade.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e Governo do RN

[1] CARLYLE, Thomas. Os Heróis. São Paulo: Melhoramentos. 1956.

[2] NIETZSCHE, F. O anticristo. São Paulo: Martin Claret. 2015.

[3] Demian, O.a.c.

[4] Os Heróis, O.a.c.

[5] Idem.

[6] Demian, O.a.c.

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domingo - 27/11/2022 - 06:46h

Uma comovente lição de vida

Por Cyrus Benavides

Muitas coisas da vida, aprendi vivendo. Observando gestos disfarçados de lições.

Conheci um comediante chamado “Silva”, que ganhava a vida fazendo shows imitando Chico Anysio.

"Silva", um personagem humano, bastante humano, para o cronista (Foto: arquivo do autor)

“Silva”, um personagem humano, bastante humano, para o cronista (Foto: arquivo do autor)

Ele dizia em tom de soberba e glória que ganhava a vida com sua feiura.

Percorria o país todo, carregando na mala somente sua solidão.

Ficava em hospedarias simples ou quartinhos cedidos por pessoas de bem. Tinha problemas com sua diabete e alcoolismo.

Ficamos amigos.

Nos 15 dias que permaneceu em Natal, observei que ele estava sempre com a mesma camisa.

Sempre limpo, mas com a mesma camisa.

Fui ao shopping e achando que o faria feliz, comprei uma camisa e embalei para presente.

No caminho para rodoviária. Como um nômade, ele partiria para outra cidade.

Entreguei o presente.

Muito agradecido, agindo de supetão, trocou a camisa imediatamente ainda dentro do carro.

Pensei comigo : Nossa! Como ele adorou o presente.

Ao pararmos no semáforo, sem dizer uma palavra, ele baixou o vidro do meu carro, chamou um flanelinha e deu de presente a camisa velha.

Olhou para mim e disse: – Não preciso de duas.

Isso me fez enxergar o quanto sou tolo.

Que os olhos enxergam imagens diferentes, quando os corações são diferentes.

Que a beleza do meu presente, não estava em proporcionar ter mais uma camisa…

A beleza do presente estava na oportunidade que lhe proporcionei em poder dividir, o que já não lhe servia mais.

Cheguei em casa e ao olhar para o meu closet … Vi o quanto sou pobre e pequeno no espírito.

Crônica escrita por Cyrus Benavides em 2012.

Cyrus Benavides é professor, advogado e escritor

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domingo - 27/11/2022 - 04:30h
Petrobras

“Porta giratória”, o movimento de bilhões com executivos do petróleo

Por Lucas Ferraz (The Intercept Brasil)

Maior empresa brasileira e uma das gigantes mundiais no ramo de petróleo, a Petrobras tomou um novo rumo no governo Bolsonaro ao acelerar a venda de parte de seu patrimônio — uma mudança de perfil que deve ser revista no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir de janeiro de 2023.The Intercept e reportagem especial sobre executivos da Petrobras na iniciativa privada - Porta giratória 19-11-2022

Iniciada durante o governo de Dilma Rousseff, a política que permitiu o surgimento de novos atores privados no mercado ganhou um forte impulso com o atual governo, responsável por vender a maioria dos ativos negociados pela Petrobrás até o momento.

Quem liderou essas aquisições foi uma pequena e até há pouco tempo desconhecida petrolífera, a 3R Petroleum, que tem em sua cúpula alguns ex-diretores da Petrobras e atua exclusivamente em campos comprados da estatal.

Fundada em 2014, a 3R Petroleum tornou-se expoente do novo mercado adotando uma velha prática do setor, a chamada porta giratória – quando executivos envolvidos em uma ponta do processo passam para o outro lado do balcão, atuando em companhias privadas que compram justamente espólio da estatal da qual vieram.

Pelo menos 12 profissionais da 3R vieram da Petrobrás, inclusive o ex-presidente da estatal, Roberto Castello Branco, responsável por alavancar o programa de desinvestimento no governo Bolsonaro. Castello Branco é o atual presidente do Conselho de Administração da 3R.

O caso chama a atenção por iluminar os bastidores de um mercado e seus novos atores privados, admitidos no país desde a edição da Lei do Petróleo, em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, responsável por derrubar o monopólio da Petrobrás. Quando a legislação entrou em vigor, o país extraía 1 milhão de barris de petróleo por dia. Hoje, são mais de 2,8 milhões de barris por dia, produzidos por mais de 40 empresas – a Petrobrás é a gigante absoluta, respondendo por 93% da produção.

Além de diretores experientes e o aproveitamento no programa de desinvestimento da Petrobrás, o que impulsionou a 3R foi o preço competitivo de algumas das aquisições. A companhia comprou nove polos de gás e petróleo ofertados pela estatal – três deles, ainda em fase de transição.

Todos os ativos foram negociados no governo Bolsonaro, cujo ministro da economia, Paulo Guedes, é um declarado entusiasta da privatização da Petrobras e ex-sócio (e fundador) do BTG Pactual, banco que detém uma pequena parte (3,68%) do capital social da 3R. O BTG Pactual também ajudou a levantar dinheiro para o grupo adquirir ativos.

Mudança de cenário

A primeira tentativa da 3R de comprar um espólio da Petrobrás ocorreu no final do governo Michel Temer, presidente cuja agenda liberalizante acelerou ainda mais o programa iniciado no governo Dilma.

O alvo era o polo de Riacho da Forquilha, no Rio Grande do Norte, com alguns dos maiores poços onshore (extração de gás ou petróleo realizada em terra) do Brasil. Mas a companhia renunciou ao direito de compra. Segundo noticiou-se à época, exatamente pela desconfiança do mercado em relação ao faturamento e à inexperiência da 3R no setor.

O cenário mudou desde então. A companhia estreou na bolsa de valores há dois anos e chamou a atenção do mercado financeiro exatamente num momento em que o barril de petróleo valorizou por causa da invasão na Ucrânia e da alta da inflação em todo o mundo. Nos canais de jovens investidores no YouTube, a 3R é comparada à Petrorio, outra petroleira nacional, em atividade há mais tempo, que cresceu comprando campos maduros (aqueles que já passaram do pico de produção) da Petrobrás.

“Quando a Petrobras decide vender é que se inicia. Construímos a 3R para esse tipo de oportunidade. Somos a empresa que mais assinou contratos de compra com a Petrobras. Foi muito trabalho nessa primeira fase, onde o segredo é precificar corretamente”, afirmou o CEO da empresa, Ricardo Savini, em entrevista ao jornal O Globo neste ano. Ele é geólogo, formado na Petrobrás, tendo trabalhado lá por mais de uma década.

Empréstimos

Além do BTG Pactual, a companhia conta com outros fundos e bancos para capitalizar e realizar novas aquisições. E tem atraído parceiros de peso como a família Gerdau, dona de 10,9% do capital da empresa, por meio da Gerdau Investimento.

Castello Branco teve embate com Bolsonaro em momento delicado do governo (Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil)

Castello Branco teve embate com Bolsonaro em momento delicado do governo (Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil)

Neste ano, a 3R contraiu dois empréstimos de 500 milhões de dólares cada para poder pagar o polo Potiguar, o maior e mais valioso ativo da Petrobrás que entrará para o portfólio do grupo. O acordo de compra e venda foi assinado em janeiro deste ano – o preço supera 1,3 bilhão de dólares. No primeiro empréstimo, anunciado num comunicado ao mercado em agosto, a 3R informou que o valor foi emprestado por um grupo de credores que conta com Morgan Stanley, Citibank, Banco do Brasil, Itaú, Deutsche Bank, entre outros. O segundo, firmado dois meses depois, foi com o BTG Pactual.

As cifras poderão ser pagas em até cinco anos, mas os bons resultados mostram que o débito deve ser honrado bem antes.

No último balanço divulgado, a 3R registrou receita líquida no terceiro trimestre deste ano de R$ 502 milhões, um aumento de 161% em relação ao mesmo período de 2021. Já o lucro líquido foi de R$ 469 milhões, um fabuloso crescimento de 1.364%, comparado ao trimestre anterior.

Nos dois anos e três meses da gestão de Castello Branco na Petrobrás, a estatal vendeu 37 campos de petróleo. Só com a 3R, nesse período, os campos negociados renderam cerca de R$ 3,8 bilhões, em valores atuais.

Castello Branco virou presidente da Petrobrás após as eleições de 2018. Foi indicado por Guedes e ocupou o cargo de janeiro de 2019 até 12 de abril de 2021. No discurso de posse, ele – defensor da privatização da estatal, assim como seu padrinho político – criticou a existência de monopólios e pregou menor intromissão do Estado na economia.

Durante a gestão Castello Branco, a Petrobrás realizou sucessivos reajustes no preço da gasolina e do diesel provocando um choque direto com Bolsonaro, que desejava controlar os preços dos combustíveis. O presidente demitiu o executivo. Em resposta, Castello Branco acusou Bolsonaro de usar a empresa como se fosse dele e deu a entender que tinha mensagens em seu telefone corporativo que poderiam incriminá-lo.

Sigilo de 100 anos

Seguindo uma praxe que se tornaria recorrente ao longo do mandato, Bolsonaro colocou o assunto sob sigilo e decretou o prazo de 100 anos para acesso às mensagens.

Menos de um ano depois de ser demitido, em março de 2022, o mercado tomou conhecimento de que o ex-chefe da Petrobrás assumiria o cargo máximo no conselho de administração da 3R Petroleum. Apesar de ter suscitado críticas, a ida do executivo para a petrolífera não é ilegal, já que foi respeitada a quarentena de seis meses prevista em lei para evitar conflito de interesses. A restrição temporária também vale para ministros, “presidentes e diretores de empresas públicas ou sociedades de economia mista”.

A Petrobrás informou ao Intercept que o descumprimento dos princípios e compromissos internos (os mesmos previstos na lei em questão, nº 12.813/2013) podem acarretar medidas disciplinares, mas ressaltou que não “comenta casos específicos”.

Em nota enviada ao Intercept, Castello Branco ressaltou que o desinvestimento de “um ativo está sujeito a rigorosas normas de governança requerendo aprovação” de diferentes órgãos da empresa, além de auditoria do Tribunal de Contas da União, sendo um processo decisório do qual participam pelo menos 40 pessoas. “É incorreto dizer que a decisão é do presidente [da Petrobrás]”, afirmou.

A 3R, também em nota, informou que a escolha de Castelo Branco se deu por sua experiência no setor de óleo e gás e por sua atuação como diretor de grandes companhias — como a Vale e o Banco Central.

Outro caso de porta giratória verificado na relação entre a Petrobras e a 3R envolve o engenheiro elétrico José Luiz Marcusso, que trabalhou por 38 anos na estatal e ocupou posições como a gerência de recursos humanos e da área de produção e exploração no Espírito Santo — estado onde se encontra o polo Peroá, um dos ativos colocados à venda no programa de desinvestimento.

Marcusso deixou a Petrobras em março de 2021, um mês antes da empresa vender o polo. Após cumprir os seis meses de quarentena previstos em lei, o engenheiro assumiu, já no primeiro mês livre, o cargo de gerente de ativos na 3R, que acabou por fechar o negócio em Peroá.

Quando as operações foram finalmente transferidas à 3R, em agosto passado, quem representava a companhia era o mesmo Marcusso, que tinha comandado as operações na área pela Petrobrás uma década antes.

“Ele é o caso mais cristalino disso tudo”, ressaltou Etory Sperandio, diretor do Sindipetro, o Sindicato dos Petroleiros, do Espírito Santo.

O negócio foi vantajoso, segundo o relatório de produção publicado no site da 3R, dona de 85% do polo, ao custo de 55 milhões de dólares.

Foram mais de 78 mil barris de petróleo extraídos em agosto deste ano, primeiro mês de operação, quando o valor do barril superou os 90 dólares no mercado internacional. O faturamento bruto da empresa chegou à casa de 7 milhões de dólares nos primeiros 30 dias. Em oito meses, com os preços e a produção mantidos no mesmo patamar, a 3R terá faturado no Peroá mais do que todo o valor que gastou na aquisição do ativo: 56 milhões de dólares.

Esse exemplo foi citado no levantamento realizado pelo Sindipetro do Espírito Santo, que levanta casos de conflito de interesses e critica a política de “desmontar” a Petrobrás.

Expertise em formar profissionais

A estatal criada em 1953 desenvolveu ao longo dos anos uma grande expertise na formação de profissionais, o que ajuda a entender o porquê de tantos executivos e diretores de carreira serem cobiçados por outras empresas – nacionais e estrangeiras. Alguns estão perto da aposentadoria e veem as ofertas como oportunidade para ganhar excelentes dividendos e estender o tempo útil da carreira. A Petrobrás diz possuir “uma política de remuneração e benefícios alinhada às melhores práticas de mercado”.

O Intercept encontrou outro caso de porta giratória do ano passado que envolve um ex-diretor-executivo da Petrobras. Diferente dos demais casos citados, este recebeu uma reprimenda da Comissão de Ética Pública da Presidência por conflito de interesses e, por coincidência, justamente durante a gestão de Roberto Castello Branco.

Onshore tem foco do setor privado, uma necessidade da Petrobras priorizar o Pré-sal (Foto: Arquivo)

Onshore tem foco do setor privado, por uma necessidade da Petrobras priorizar o Pré-sal (Foto: Arquivo)

No início do governo Bolsonaro, houve uma troca na cúpula da estatal. Na diretoria de desenvolvimento da produção e tecnologia, saiu Hugo Repsold Júnior – que iria trabalhar para a 3R, abandonando o posto meses depois – e entrou Rudimar Andreis Lorenzatto.

Lorenzatto atuou na Petrobras por quase 25 anos e foi um dos profissionais formados em Macaé, no Rio de Janeiro, participando das descobertas do pré-sal, em 2006 (no final do primeiro mandato de Lula).

O processo na Comissão de Ética Pública ocorreu após ele deixar a empresa no primeiro semestre de 2021. Atualmente, Lorenzatto atua na Karoon Energy Brasil, como vice-presidente de operações.

“Essa porta giratória faz parte do mercado, pelo menos desde os anos 1990. O estado se encarrega de formar e qualificar o profissional, que depois é contratado por uma empresa. Assim, ele ganha muito dinheiro e ajuda a capitalizar uma empresa nova”, contou Cloviomar Cararine, economista do Dieese.

Uma característica dessas pequenas e médias empresas, segundo o economista Eduardo Costa Pinto, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, é nortear a produção de acordo com o preço do barril do petróleo no mercado internacional: quando ele sobe, a produção automaticamente aumenta; quando cai, a produção segue o mesmo ritmo. “Elas vivem na dependência do mercado internacional”, ressaltou Cararine.

Venda de ativos se justifica

A venda de ativos da Petrobrás se justifica pela necessidade de focar a produção na exploração do pré-sal. O objetivo dos desinvestimentos é reduzir a dívida da empresa, algo que já preocupava muito antes da Lava Jato, operação que puxou um grande novelo de corrupção na estatal e que serviu de estímulo para acelerar as vendas.

São três os perfis das empresas que adquirem os ativos: gigantes multinacionais, como Shell ou Exxon; as empresas controladas por estatais de outros países, como China e Noruega; e as companhias de pequeno e médio porte nacionais ou estrangeiras, fundadas há não muito tempo — neste grupo está a 3R.

A Petrobras informou em nota enviada ao Intercept que já concluiu mais de “50 transações com um valor total acumulado de mais de 40 bilhões de dólares”. Elas incluem campos de petróleo, gás, refinarias e terminais, além da venda da BR Distribuidora, rebatizada de Vibra.

Com o retorno de Lula, espera-se por mudanças nesse modelo de negócio. O próprio presidente eleito afirmou durante a campanha, e tem repetido nos últimos dias, que as empresas públicas brasileiras serão respeitadas e que a “Petrobrás não vai ser fatiada”. Da esquerda, muitos criticam Dilma Rousseff pelas “concessões” feitas ao mercado no seu segundo mandato, interrompido precocemente.

O debate que se iniciará nas próximas semanas mostrará as diferentes visões políticas do mundo do petróleo: uma ala, mais liberal, vê o produto meramente como uma commodity, um bem para exportação; a outra o encara como algo estratégico para a soberania nacional e o financiamento de políticas públicas.

Para os aliados de Lula, que estendem a crítica até os anos Dilma, o programa de desinvestimento em curso nada mais é do que um eufemismo para a privatização em pedaços da empresa, um símbolo do desenvolvimentismo brasileiro.

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sábado - 26/11/2022 - 23:58h

Pensando bem…

“A vida, no que tem de melhor, é um processo que flui, que se altera e onde nada está fixado.”

Carl Rogers

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sábado - 26/11/2022 - 20:36h
13 horas

Comércio se ajusta para jogo da Seleção do Brasil segunda-feira

Segunda-feira 28/11, o horário de funcionamento do comércio volta a ser modificado devido ao 2º jogo do Brasil contra a Suíça na 1ª fase da Copa do Mundo de Futebol, às 13h. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal informa o funcionamento dos principais estabelecimentos comerciais de Natal:

Atividades comerciais acabam sofrendo com intervalo decorrente do jogo (Foto ilustrativa)

Atividades comerciais acabam sofrendo com intervalo decorrente do jogo (Foto ilustrativa)

As lojas do comércio de rua irão funcionar até uma hora antes dos jogos do Brasil. Já às lojas estabelecidas dentro dos shoppings, fecham uma hora das partidas e retornam as atividades uma hora depois de encerrado o jogo.

Midway

O horário nos dias de jogos da seleção brasileira sofrerá alteração, fechando uma hora antes do início de cada jogo e reabrindo 01 após seu término. Em dias de jogos de outras seleções, o funcionamento será normal.

Dia 28/11 – Segunda-feira –  Brasil x Suíça

10h às 12h, e reabre às 16h, encerrando seu expediente às 22h.

Natal Shopping

O shopping abrirá de acordo com seu horário normal de funcionamento, das 10h às 22h, porém as atividades das operações de alimentação e restaurantes serão facultativas no horário que os brasileiros entrarem em campo. Já as lojas estarão fechadas uma hora antes do começo da partida e retornam uma hora após o encerramento.

Dia 28/11 – Segunda-feira –  Brasil x Suíça

Aberto das 10 às 12h;

Reabre às 16h.

Praia Shopping

Dia 28/11 – Segunda-feira –  Brasil x Suíça

Aberto das 10 às 12h30;

Reabre 16h.

Via Direta

Dia 28/11 – Segunda-feira –  Brasil x Suíça

09h às 12h | 16h às 21h.

Cidade Jardim

Dia 28/11 – Segunda-feira –  Brasil x Suíça

O shopping fecha às 12h, reabre às 16h.

Partage Norte Shopping

O shopping terá horário facultativo nos dias de jogos do Brasil, as lojas poderão fechar 1h hora antes e retomar, obrigatoriamente, o atendimento ao público 1h hora após os jogos. Já as operações da Praça de Alimentação funcionarão normalmente devido às transmissões dos jogos.

Dia 28/11 – Segunda-feira –  Brasil x Suíça

Aberto das 10 às 12h;

Reabre às 16h.

Shopping 10

Dia 28/11 – Segunda-feira –  Brasil x Suíça

Funciona das 08h às 12h

E das 16h às 18h (será facultativo às lojas/quiosques abrirem).

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Categoria(s): Economia / Esporte
sábado - 26/11/2022 - 18:10h
Eventos

TCM celebra 20 anos com programação especial neste domingo (27)

A TCM (TV Cabo Mossoró) celebra 20 anos de fundação no dia 29 de novembro e para comemorar a data, elaborou diversas atividades em uma programação especial para este domingo (27): Passeio Ciclístico, final do Desafio Saúde e momento com os parabéns, reunindo colaboradores, assinantes e parceiros do Grupo TCM Telecom. E ainda haverá música com Beat With Sax e RobinzBand.Robinzband - atração Passeio Ciclístico TCM 2022 - TAG

No domingo, as celebrações começam com o Passeio Ciclístico que terá concentração às 15h e saída às 15h30, em frente ao Teatro Municipal Dix-Huit Rosado.  Durante a realização do passeio – que percorrerá diversas ruas e avenidas de Mossoró –, acontece a final do Desafio Saúde que neste ano tem como desafiantes Alene Cristina e Filomena Maniçoba. O resultado será divulgado ao vivo, a partir das 16h30, direto do Corredor Cultural em Mossoró.

Após a final do Desafio e o encerramento do passeio ciclístico em frente ao Teatro Municipal, haverá sorteio de brindes, música com a banda RobinzBand e momento festivo com os parabéns, reunindo colaboradores, assinantes e parceiros da TCM.

A programação especial contará com transmissão ao vivo pelas plataformas da TCM. Acompanhe pelo Canal TCM 10 HD (Canal 10 no Pacote Família e 14.1 no Pacote Compacto), Apps TCM Play e TCM 10 HD Play, site www.tcmplay.tv.br e Canal TCM HD no Youtube.

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