Por Honório de Medeiros
O Poder Político enquanto fenômeno é o parâmetro fundamental para o estudo da tragicomédia sócio-humana. Poder Político: capacidade de impor pela força, em última instância, uma vontade.
Ele está por trás de tudo, na vida social: engendra as soluções para transpor os obstáculos que lhe possam surgir; constrói estratégias adaptativas.
Não há vazio no espaço social, em termos de Poder Político, porque o Poder Político está sempre presente. É onipresente.
Mudam seus titulares por razões múltiplas, circunstanciais, mas o Poder Político não desaparece.
Tudo é prolongamento ou instrumento desse fenômeno.
O que há para além dele? Melhor: o quê o instaura, faz surgi-lo?
Ernst Becker diria: o medo da morte.
Darwin diria: a necessidade de sobreviver.
Marx diria: a luta de classes.
E quanto a Freud? A nostalgia da autoridade paterna.
Isto é, queremos o Poder Político por querermos deixar nossa marca na história; ou queremos o Poder Político para assegurarmos a sobrevivência dos nossos gens; ou o queremos para nos apropriarmos do excedente produzido pelos explorados, qual seja, o lucro; ou o queremos para restaurarmos a autoridade paterna.
Que importa?
Sejamos positivistas: não há Sociedade sem Poder Político. Por isso o anarquismo é uma utopia, um delírio.
Eis o ponto de partida.
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e Estado do RN
Prof. Honório, sempre nos brindando com sua inteligência. O quê instauraria o Poder Político? Fico com Freud que poderia apontar: ” A nostalgia da autoridade paterna”. De todo modo, seja lá qual for a razão, “Não há Sociedade sem Poder Político. ” Ainda penso que ele pode, também, advir da própria diferença na capacidade humana. A existência de líderes, em quaisquer tipo de grupos, até numa salinha do Maternal, é fato. E, ao descobrirmos aquela diferença, automaticamente, nos submetemos a eles. Ótimo se todos fossem corretos e visassem o bem da humanidade.