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quinta-feira - 28/04/2011 - 06:31h

Distorções que a “reforma” não reformará


Uma das distorções do modelo republicano, democrático e representativo da política brasileira, é a coligação partidária. Absurdo.

Trata-se de um atalho para se desfigurar a necessária importância da valorização dos partidos como entidade de direito privado, para fins de organização política da sociedade.

Que cada partido seja organizado para atuar e disputar eleições em faixa própria. As composições seguintes, na formação dos parlamentos, é que devem ser precedidas de naturais conversações e negociações à montagem das respectivas bases governista e oposicionista.

Outra distorção que provavelmente não será alterada pela propalada "reforma política", é a descabida convocação dos eleitos para um parlamento, à ocupação de cargos comissionados no executivo.

O eleitor quando é convocado às campanhas e, em seguida às urnas, recebe informação de que elegerá o fulano para ser deputado ou vereador, por exemplo. Não está dito que, logo após empossado, ele se transformará em ministro ou secretário municipal. Ou seja, temos aí um desvio de missão e um estelionato contra o povo.

Ao mesmo tempo, esse tipo de mercadejamento de espaço, normalmente é movido por interesses pessoais ou de grupos, colidindo com as aspirações da sociedade.

Outro aspecto a ser levado em conta, é que dificulta mais ainda a renovação de quadros na política. O eleito a deputado-senador termina ficando em dois poderes simultaneamente, fechando a porta a outros nomes.

O interessado em ser integrante de um governo, em vez de parlamentar, deve ser obrigado a renunciar ao cargo eletivo.

Um exemplo dessa natureza, pela via compulsória, é a ocupação de cargo de presidente do Banco Central. Henrique Meireles foi eleito em 2002 à Câmara Federal pelo eleitor de Goiás, inscrito no PSDB. Nem chegou a ficar um dia no plenário dessa Casa. Convocado pelo presidente Lula (PT), renunciou e virou um intocável.

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. Sérgio Flavio Bouças diz:

    Procurarei ser simples, prático e objetivo. Que suplente é mais autêntico representante do eleitor que votou no titular?
    Via de regra, o suplente difere diametralmente, em se tratando de ideologia política e formação pessoal, do titular escolhido que o foi por suas virtudes.

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