quarta-feira - 14/01/2015 - 07:36h
Tá maus, Boy!

Educação brasileira, uma tragédia nacional

A tragédia do sistema educacional brasileiro parece sem fim. Os números não podem ser disfarçados.

Nessa terça-feira (13) foi divulgado o resultado de mais um Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A nota zero na redação atingiu um número alarmante: 529.374.

Representam 8% do total de estudantes.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), apenas 250 obtiveram a nota máxima (1.000). Ao todo, 248.471 redações foram anuladas.

Ao todo, 6.193.565 candidatos fizeram o Enem.

O tema da redação do Enem foi essa: “Publicidade infantil em questão no Brasil.”

O resultado não deve causar estranheza. A União aposta numa política de ensino estranha. Jacta-se de investimentos no terceiro grau, mas abandona a base. Começa construção da casa pelo teto. Não se sustenta.

O analfabeto funcional chega à universidade – quando chega – com enorme pobreza vocabular, sem domínio algum da língua e carência no aprendizado. É herança do seu passado escolar.

Usando uma linguagem coloquial, de nosso tempo, nas ruas, constatamos:

Tá maus, Boy!

E pode piorar.

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Categoria(s): Educação

Comentários

  1. Marcos Pinto. diz:

    Permita-me discordar do seu contexto opinativo, mas o péssimo indice dos resultados da redação deve-se atribuir unicamente aos próprios alunos, uma vez que eles não lêem sequer as orelhas dos livros. Os seus tempos são ocupados, em sua maioria, bisbilhotando a net, principalmente nos sites de relacionamento,(Facebook) com preferência para o aplicativo WhattsApp, que tem a corruptela popular ZAP ZAP. Lembro-me que, mesmo residindo em cidade interiorana, minha amada terrinha APODI, durante os dois primeiros anos do curso ginasial (5ª e 6ª séries) lí todos os livros do grande Machado de Assís e do não menos celebrado romancista José de Alencar. Daí que claudicam na escrita e no falar da forma mais vexatória que se possa imaginar.

    • Inácio Augusto de Almeida Continua diz:

      Caro Marcos Pinto
      Ler as orelhas dos livros? Que livros?
      Existem livros nas escolas públicas de Mossoró?
      Qual aluno de escola pública em nossa cidade que já ouviu falar de Machado de Assis ou de José de Alencar?
      Os tempos são outros, caro Marcos.
      Hoje os alunos das escolas públicas não recebem sequer um MÍSERO COTOCO a título de MATERIAL ESCOLAR.
      Hoje os alunos não recebem mais FARDAMENTO ESCOLAR. Apenas uma blusa e uma calça confeccionadas com tecido da pior qualidade.
      Já me cansei de clamar contra a garapa apelidada de suco que, acompanhada de duas bolachas mofadas, é servida como MERENDA ESCOLAR.
      Hoje alunos chegam às escolas com FOME!
      Hoje tudo está mudado.
      Para pior.
      Um abraço
      ///
      QUANDO SERÃO JULGADOS OS RECURSOS SAL GROSSO?
      UM TAC PARA ACABAR COM A LEI DA MORDOMIA DOS VEREDORES.

  2. Marcos Pinto. diz:

    Complementando meu comentário sobre o resultado da redação do ENEM: Os livros dos autores citados eram lidos mediante empréstimo na Biblioteca Pública Municipal.

  3. Carlos diz:

    A educação brasileira está alicerçada em um binômio, falta de qualidade e falta de interesse do alunado, onde PABLO é mais interessante que o BÊ A BÁ !!

  4. Inácio Augusto de Almeida Continua diz:

    Dá para imaginar quantos destes mais de 529 mil eram do RN?
    E quantos eram de Mossoró?
    Por que a Secretária de Educação, que com tanto alarde divulga resultado de concursos de CORDEL E CAPOEIRA, não divulga o resultado obtido no ENEM pelos alunos das escolas públicas de Mossoró?
    Que vocês mesmo imaginem o desastre que foi a participação no ENEM destes alunos que recebem uma colher de arroz e uma de farofa a título de almoço, que não recebem um cotoco de MATERIAL ESCOLAR e frequentam as aulas descalços porque não recebem o tênis a que tem direito.
    Alunos que necessitam de óculos e de tratamento dentário, ISTO FOI CONSTATADO NA MUGANGA QUE FIZERAM NAS ESCOLAS, quando avaliaram a situação dos alunos no que diz respeito à necessidade de tratamentos odontológico e oftalmológico, mas nunca distribuíram um único óculos ou fizeram um simples tratamento dentário em uma das crianças.
    A hora da verdade sempre chega.
    E a hora da verdade para a EDUCAÇÃO em Mossoró chegou.
    O pior é que tudo vai continuar do mesmo jeito.
    Depois, com a cara mais limpa do mundo, vão se lamuriar do aumento da violência.
    Como podem jovens ANALFABETOS FUNCIONAIS se inserirem no disputadíssimo mercado de trabalho?
    Como os vereadores só estão preocupados com a LEI DA MORDOMIA DOS VEREADORES e os que se dizem defensores dos direitos humanos e da justiça social só cuidam da construção do templo religioso com dinheiro público, a coisa vai continuar do jeito que o diabo gosta.
    DINHEIRO PARA A EDUCAÇÃO VEM E É MUITO.
    ////
    QUANDO SERÃO JULGADOS OS RECURSOS SAL GROSSO.
    UM TAC PARA ACABAR COM A LEI DA MORDOMIA DOS VEREADORES.
    NÃO É POSSÍVEL QUE O SAL GROSSO PRESCREVA.

  5. João Claudio diz:

    Sem contar que, 91% dos estudantes do ensino médio NÃO SABEM MATEMATICA.

    Não é a toa que o brasileiro nunca teve o gostinho em receber um Premio Nobel. Não tem capacidade intelectual para inventar/criar nada. Apenas copiar o que os outros criam/inventam. Lá fora.

    Isso não é desanimador. O Brasil ainda detêm o titulo de MAIOR CARNAVAL DO MUNDO. É mole? Precisa mais?

    Já no futebol onde os “craques” não precisam estudar, só precisam saber assinar o nome…rsrsrs… aqui tá cheio de “gênios”. É a “especie” mais adorada pelos brasileiros, há varias décadas. Existe outra? Desconheço.

    Arrocha Brasil. Se melhorar estraga.

  6. Rui Nascimento diz:

    Seria cômico se não fosse uma tragédia!
    Quem “viaja” um pouquinho no mundo da internet, mais precisamente pelas redes sociais, da pra ter um pouquinho noção do analfabetismo funcional dos internautas, que em boa parte são “clientes” do ENEM, pois os absurdos ortográficos que escrevem na grande “rede”, são um verdadeiro crime contra a língua portuguesa!
    Dá vergonha!

  7. carlo chaves diz:

    O resultado não poderia ser outro, quem planta colhe ! Isso é proposital, os governantes querem manter o povo no cabresto, o resto é só propaganda. Esse Cid Gomes, velho coronê da política cearense, foi escolhido a dedo para comandar a educação no país, vai tentar fazer o que fez no ceará, arrochar, enforcar os professores, colocando sobre eles toda a responsabilidade pela educação, porém sem os investimentos necessários que a qualidade exige. Coitado do professor, vai carregar sobre ele essa enorme responsabilidade, quando não consegue nem se alimentar direito, tudo isso dolosamente engendrado por nossas elites, e no final tudo continuará com dantes !

  8. Ana Alice diz:

    Carlos, sua leitura está corretíssima. Muitos alunos chegam ao nível superior completamente despreparados. Muitos deles não sabem fazer as operações básicas da matemática na calculadora porque não sabem usar o ponto qdo se tem que colocar uma vírgula…e demoram muito até aprender! Mas, ainda assim, o governo se vangloria de dar FIES e PROUNI. Não seria melhor uma expansão do nível médio federal? Esses alunos que entram com esse nível baixíssimo saem um pouquinho melhor, às vezes nem isso, mas muito aquém do que o mercado exige e não se pode culpar as universidades. O nível trabalhado em sala tem que ser o mais básico possível pois se assim não for nem 5% de uma turma conseguirá concluir o curso. Lamentável…teremos em pouco tempo milhares de pessoas com nível superior mas completamente despreparadas para assumir postos de trabalho e aí eu pergunto: adiantou o que terminar um curso?

  9. Pedro Victor diz:

    Não que a educação brasileira seja uma maravilha, mas dizer que piorou por causa do resultado do ENEM eu acho forçar a barra. Os números da REDAÇÃO pioraram no curto espaço de um ano. É muito pouco tempo pra se tirar uma conclusão ou mesmo mostrar uma tendência. Não sou fã de Cid Gomes, mas acho que ele tem razão ao dizer que o causador dessa queda nas notas da matéria de redação foi simplesmente o tema, que não foi grande pauta da mídia no ano de 2014, pouquíssima gente estudou, e muita gente se desesperou na hora de escrever.

  10. Pedro Victor diz:

    E lembrando que educação básica é responsabilidade da prefeitura. Ensino intermediário do estado, e só superior é responsabilidade do governo federal. Por isso que as escolas se chamam “Escola Municipal Doutor…” e “Escola Estadual Governador…”. Nos IFs, escolas de ensino médio administradas pelo governo federal, as notas do ENEM foram maiores que das escolas particulares. Esses são autarquias financiados diretamente pela união. Escolas públicas estaduais do RS e SC também se deram bem

    O problema a meu ver é estrutural. Muito caminho pro dinheiro percorrer até chegar ao aluno abre mais brechas pro mesmo dinheiro vazar. Hoje há uma tímida discussão sobre a federalização do ensino, mas eu não estou muito certo se isso adiantaria. Acredito que a autocratização das escolas deveria acompanhar a diminuição da burocracia do Ministério da Educação até a carteira, senão vai ser mais do mesmo.

  11. jb diz:

    “Quod munus reipublicae magis meliusve afferre possumus quam si docemus, atque erudimus iuventutem? Que maior e melhor serviço podemos prestar ao país do que ensinar e educar a juventude?” Provérbio latino

  12. naide maria rosado de souza diz:

    Excelentes comentários!

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