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domingo - 12/09/2021 - 15:38h

O amigo José Augusto Delgado

Por Ney Lopes

Faleceu (veja AQUI) o conterrâneo e amigo José Augusto Delgado, 83, ministro do STJ e magistrado exemplar.

Nasceu no município de São José do Campestre-RN, em 7 de junho de 1938, filho de João Batista Delgado e de Neuza Barbosa Delgado.

O ministro iniciou sua carreira de magistrado em abril de 1965, assumindo o cargo de juiz de Direito na Comarca de São Paulo do Potengi (RN).

José Augusto Delgado é potiguar de origem, tendo nascido em São José de Campestre (Foto: arquivo)

José Augusto Delgado é potiguar de origem, tendo nascido em São José de Campestre (Foto: arquivo)

Com 10 anos na magistratura estadual, o ministro Delgado foi indicado, por merecimento, para o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), mas o governador não o escolheu.

Na época, tinha 34 anos. Em razão de não ter sido escolhido para o cargo de desembargador, fez concurso para juiz federal substituto, tendo sido aprovado em 1º lugar.

O concurso na época era nacional.

Ingressou no STJ em 15 de dezembro de 1995, aposentando-se em 5 de junho de 2008.

Na UFRN exerceu o magistério durante anos, como professor de Direito Administrativo, meu colega, visto que eu lecionava Direito Constitucional.

São inúmeros os trabalhos jurídicos publicados de sua autoria.

Ao aproximar-se a sua aposentadoria, em 2008, foi homenageado com um livro, que traça o seu perfil biográfico, de autoria do colega e amigo Dr. Diógenes da Cunha Lima.

Ficou registrado nos anais do STJ a entrega do gabinete, com quase 120 mil decisões proferidas e menos de 50 processos pendentes.

O livro dá testemunho de uma pessoa profundamente humana, que representa fidelidade, constância, afeto dos familiares.

Amigos há mais de 40 anos, Cunha Lima fala da vida e traça um perfil do ministro José Delgado, a quem considera um vitorioso.

A morte do Ministro Delgado significa uma perda nas letras jurídicas nacionais. Ele, que começou como advogado, dignificou a atividade jurídica e merece o respeito das gerações futuras.

Integrou a Academia Brasileira de Letras Jurídicas, sediada no Rio de Janeiro; a Academia Brasileira de Direito Tributário, sediada em São Paulo; a Academia Norte-rio-grandense de Letras e a Academia Tributária das Américas, como membro do Conselho Honorífico.

Certa vez indagado sobre as coisas de que mais gosta, o ministro Delgado foi direto: do sol de Natal, das praias do Rio Grande do Norte, do sorriso e do amor de Zezé (sua esposa), do carinho dos filhos, da doçura de suas quatro netas, do amanhecer familiar e do abraço dos amigos.

Que Deus o receba na Eternidade!

Ney Lopes é jornalista, ex-deputado federal e advogado

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. François Silvestre diz:

    Verdade, Ney. O mestre José Augusto Delgado deixa saudade e exemplo. Grande perda, e o nosso mundo forense fica mais pobre.

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