Durante a semana conversamos como o novo coordenador do projeto do Parque Tecnológico da Universidade do Semiárido, o administrador Júlio César Rodrigues. Ele confirmou que está trabalhando para aproveitar como escritório geral do Parque Tecnológico (ainda sem nome, mas que seria razoável que seja denominado de Parque Tecnológico do Semiárido) as instalações que foram cedidas pela Procuradoria Geral do Trabalho em Mossoró que não conseguiu recursos para concluir a obra e a repassou para a Ufersa.
Trata-se de uma edificação moderna e bem localizada. Fica dentro do Complexo Judiciário de Mossoró, ao lado das edificações da Justiça do Trabalho.
As instalações ainda estão muito longe de serem concluídas e estima-se que a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) vai precisar investir cerca de R$ 5 milhões para que o prédio tenha condições de abrigar os vários órgãos internos da IFES ligadas ao desenvolvimento científico e tecnológico da instituição.
Aproveitamos para lembrar ao novo coordenador do projeto que na década passada havíamos reservado uma área de 60 hectares localizada ao lado do antigo Centro Educacional (CEDUC) para abrigar o projeto do parque tecnológico da Ufersa A referida área já havia sido objeto de invasões por parte da comunidade do bairro Dom Jaime Câmara e adjacências, mas, na época, a universidade tomou as devidas providências junto ao Judiciário e a área foi recuperada e protegida com estacas de alvenaria que facilmente identifica como pertencente ao seu patrimônio.
Trata-se de uma excelente área que se bem planejada pode abrigar dezenas de startups dentro do parque tecnológico.
Não podemos confundir o escritório que abrigará a entidade com o parque tecnológico. O escritório é apenas uma pequena parte do parque tecnológico. Também não precisamos inventar a roda para elaborar o projeto do parque tecnológico da Ufersa. Basta verificar o que já se conseguiu fazer em outras universidades federais, especialmente as do Paraná e de Santa Catarina.
Parque Tecnológico Augusto Severo (PAX)
Defendemos, também, que o parque tecnológico possa ser iniciado como um complemento das atividades de interiorização do Parque Tecnológico do Rio Grande do Norte Augusto Severo (PAX). Não vejo com bons olhos a Universidade Federal do RN (UFRN) instalar um parque tecnológico na grande Natal com recursos do Governo do Estado oriundos do empréstimo junto ao Banco Mundial, sem a participação da Ufersa, Universidade do Estado do RN (UERN) e Instituto Federal do RN (IFRN). Isso não é bom para o RN e nem para as instituições universitárias públicas. Acredito até que não podemos deixar as universidades e faculdades particulares de lado nesse projeto.
As instalações do PAX deverão ser em Macaíba, em uma área de 15 mil metros quadrados, que será adaptada para este tipo de projeto de fomento ao desenvolvimento de inovação, com a integração entre o setor produtivo e a universidade. No local, haverá centro de inovação, incubadora multissetorial, aceleradora, agência de inovação e laboratórios de tecnologia.
Além disso, as empresas que se instalarem na área vão contar com uma infraestrutura, incentivos fiscais, relacionamento com os pesquisadores, base de dados e outras condições adequadas ao desenvolvimento tecnológico.
A ideia é que o Parque Cientifico e Tecnológico esteja voltado principalmente para as áreas de Energias, Reabilitação em Saúde e Indústria 4.0.
Nada do que se propõe no PAX é diferente do que o parque da Ufersa necessitará. Não justifica um esforço duplicado para a instalação de dois parques isolados numa época de vacas magras.
Fontes de recursos
É importante, também, que seja analisado as possíveis fontes de recursos para a implementação do projeto. E nesse sentido, as emendas de bancada sempre se apresentam como uma boa oportunidade de recursos, a exemplo do que aconteceu na UFRN com o Instituto Metrópole Digital que surgiu a partir de uma emenda de bancada coordenada pelo atual ministro do desenvolvimento regional, o ex-deputado Rogério Marinho.
Em síntese, a Ufersa deveria reavaliar e se juntar à UFRN nesse projeto do parque tecnológico e levar para a UFRN a proposta de ampliar as ações do PAX no interior do RN com uma unidade em Mossoró.
Para isso a Ufersa já oferecia um escritório e uma grande área para abrigar as empresas que queiram se instalar no interior. As duas instituições juntas e se somando ao IFRN e à UERN melhoram em muito a sintonia com a Bancada Federal na captação de recursos nos ministérios e nas decisões de Emenda de Bancada.
Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa
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