O bairro Sumaré recebe nesta quarta-feira (23), a 12ª edição do projeto Câmara Cidadão (veja AQUI) da Câmara Municipal de Mossoró. Mistura assistência social com atividade parlamentar desse poder, que a partir das 9 horas promove sessão ordinária. Serviços à população e a sessão acontecem na Escola Municipal Paulo Cavalcante de Moura (Rua Celina Viana, n º 100).
Ótima oportunidade para população comparecer e vereadores questionarem, por exemplo, o porquê da Praça Celso da Costa Rêgo, tão próxima dessas movimentações, não está concluída.
Ela fica no Conjunto Liberdade I, bairro Alto do Sumaré, tendo sido criada pela Lei 1459 de 9 de outubro de 2000.
A obra de reforma começou no fim de agosto do ano passado (isso mesmo, há quase um ano e dois meses) e até hoje não foi concluída.
Em plena campanha eleitoral, a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) esteve no local, precisamente no dia 6 de setembro, menos de um mês das eleições em que seu filho – Cadu Ciarlini (PP) – foi candidato a vice-governador. As páginas oficiais da Prefeitura de Mossoró e dezenas de endereços virtuais amigos divulgaram texto e fotos com ela visitando esse equipamento social.
Seis meses para entrega e nada
O investimento na reforma seria de R$95.701,95. A previsão de conclusão estava definida para seis meses, ou seja, fevereiro deste ano (2019). “Vamos recuperar a quadra, colocando um novo alambrado, fixar as traves, também vamos recuperar os brinquedos e colocar uma academia de saúde, que foi uma solicitação da comunidade”, falou a prefeita em material postado no dia 7 de setembro de 2018 (veja AQUI).
Esta semana, uma numerosa equipe e conjunto de máquinas e veículos da municipalidade esteve no bairro fazendo rush de limpeza, que incluiu a própria praça. Tudo para “embonecar” o bairro e esse logradouro que estava coberta por mato, para o Câmara Cidadã.
Placa sumiu
Mas mesmo assim, não é possível disfarçar que os serviços de restauração ainda não foram concluídos. Estão à mostra reparos superficiais na alvenaria e esgoto à céu aberto. Até a placa com informações oficiais da obra foi retirada do local. Lá constavam nome da empresa responsável – Solar Construção, Serviços e Locação Ltda-ME – e outros dados técnico-legais obrigatórios.
Hoje, apenas esta página preserva esse documento à fiscalização pública.
O que ocorre no Sumaré facilmente pode ser localizado em vários outros pontos de Mossoró: várias pequenas obras paradas ou inconclusas, como denunciamos no início da semana em relação à Praça Vigário Antônio Joaquim (veja AQUI e AQUI) no centro da cidade.
Promessas de dezenas de obras em ano eleitoral
No início do ano eleitoral de 2018, a prefeita anunciou que estava assinando 30 ordens de serviço e mais 35 licitações aconteceriam. Durante a campanha, desdobrou-se em visitar vários pontos de suas “realizações”, reiterando que logo seriam entregues – passando ideia de dinamismo gerencial e laboral.
Com o fim das eleições, a maioria das obras ficou pelo meio do caminho. Na verdade, é até difícil de localizá-las, pois município nunca apresentou inventário desse trabalho.
A própria Câmara Municipal esquiva-se de fiscalizar e cobrar relatório em números, documentado, sobre o que estaria concluído, em andamento, quase parando, parado ou sequer saiu do campo da promessa.
Mas ainda há tempo para pelo menos a bancada da oposição se colocar à tarefa. É o mínimo que se pode esperar dela. Ninguém conte com qualquer intervenção por diligência própria de outros setores oficiais, que deveriam perscrutar o uso do dinheiro público. Menos ainda de qualquer controle social.
A comunidade é dócil e alheia aos seus próprios interesses.
Minha Mossoró, o que estão fazendo com você?
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