• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
quarta-feira - 09/09/2015 - 09:46h
Mossoró

Sem os poderes de “He-man”, prefeito tenta impor sua força

Para viabilizar ônibus urbanos, Francisco José Júnior empurra suas vontades a qualquer preço e custo

A empresa Ocimar, que atua no transporte urbano em Mossoró, tem um prejuízo médio de R$ 10 mil/dia. Ouvimos essa informação de fonte credenciadíssima, há algumas semanas.

Informações técnicas que a Ocimar recebeu da Prefeitura, para poder desembarcar em Mossoró, apontavam para demanda bem maior.

Tá no ‘preju’!

Não é a limitação de táxis e alternativos intermunicipais na área urbana de Mossoró, que vai aumentar demanda da Ocimar. Passa pelo administração de dois serviços delicados e que minam o coletivo: táxi-lotação e mototáxi, duas bombas ‘imexíveis’.

He-man tinha os "poderes de Greyskull"

Questão do transporte urbano em Mossoró é câncer de décadas. Não se resolverá ‘no tranco’.

Avolumaram-se paliativos que só agravaram o quadro.

Táxi-lotação foi formalizado em 1992 e mototáxi nos anos 2000.

Ônibus chegam agora – em mais uma tentativa – e a ordem é fomentar sua utilização a qualquer preço e custo. Deverá ganhar subsídio e até aumento de passagens, aditivos prometidos pela Prefeitura.

Propaganda surreal

Outra vez o Governo Francisco José Júnior (PSD) faz a coisa certa da forma errada. Tem sido repetitivo. Enxerga tudo de cima para baixo com a autossuficiência própria dos incautos. Com decretos e a força coercitiva, acredita piamente em sua cruzada.

O caso não é visto de forma sistêmica. Pontualmente, o poder público tentou resolvê-lo com propaganda surreal e decretos discricionários.

Antecipou aos quatro ventos que finalmente Mossoró teria sanado o problema de transporte de massa, sem instalá-lo. Com os ônibus circulando, é que percebeu a distância entre a bazófia e a realidade.

Depois da propaganda, veio a tempestade.

Com centenas de mototáxis e mais de 330 táxis (boa parte de lotação), não há ônibus que suporte a concorrência.

Inocentes úteis

Intermunicipais pagam o ‘pato’. São inocente úteis à política de força do prefeito, que faz de Mossoró o que ela nunca foi ao longo de sua história: uma cidadela xenofóbica. Enxota quem lhe dá renda.

Além da burrice esférica, a estupidez ao quadrado.

Francisco tem a força discricionária no grito (Foto: Web)

Hoje, os intermunicipais recebem o tratamento de foras-da-lei e são empurrados à periferia, potencializando uma crise econômica que se alastra no país. Estamos na contramão da lógica capitalista.

Governos anteriores criminosamente negociaram concessões para táxi e abriram mercado para mototáxi. Ignoraram o transporte de massa.

O atual gestor teve a coragem de enfrentar o problema, mas com a visão obtusa de quem acredita ser capaz de dar solução a tudo – no grito. Coisas que caberiam ao He-man, célebre personagem de desenho animado, que trombeteava ter a força e a meninada acreditava.

Nos tempos atuais, gente adulta o copiando é pura caricatura. Nem com nosso ‘herói’ invocando “os poderes de Greyskull” a sua missão poderá ser levada a sério.

Uma constatação a mais: estamos diante de uma piada pronta, mas seus resultados são sérios demais. Não devem ser ignorados.

Veja bastidores políticos e notas em primeira mão em nosso Twitter AQUI.

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Categoria(s): Reportagem Especial

Comentários

  1. Aila Almeida diz:

    Excelente análise! Parabéns pelo texto.

  2. Inácio Augusto de Almeida diz:

    “Além da burrice esférica, a estupidez ao quadrado.”
    Definição magistral!
    Este Francisco José Silveira Junior não está preparado para administrar Mossoró. Se muito COITÉ DA NOCA.
    Não entendo este empresa não ter feito antes uma pesquisa de mercado. Agora lamuria-se de prejuízo de R$ 10.000,00 por dia. Como pode esta empresa ter este prejuízo se praticamente ninguém vê os ônibus circulando? Para ter um prejuízo deste tamanho seria necessário que os ônibus rodassem mais do que um pião. E de dia e de noite. E completamente vazios. O que esta empresa quer é mais subsídios. Chora para mamar mais nas tetas da prefeitura.
    E se esta empresa estivesse auferindo lucro de 10 mil reais por dia? Repartiria este lucro com os mossoroenses? Se acha que não dá para continuar que junte os panos e abra espaço para uma outra empresa. Quem está na livre iniciativa sabe que tanto pode ganhar como perder.
    O impasse que tanto prejudica o já combalido comércio de Mossoró vai receber um reforço dentro em breve. Tão logo o ZONA AZUL seja implantado sem que os flanelinhas deixem de achacarem quem estaciona no centro da cidade muitas lojas fecharão.
    Imagine juntar este problema criado pelo prefeito que afastou uma clientela muito significativa, gente que entrava na loja e comprava, mais o alto custo de se estacionar um veículo no centro da cidade? Quem irá deixar de comprar nos supermercados que oferecem segurança e estacionamento grátis?
    Se o objetivo do prefeito é acabar com o comércio no centro de Mossoró ele vai conseguir.
    Alguém tem alguma dúvida disto?
    ////
    SAL GROSSO VAI MESMO PRESCREVER? SE PRESCREVER POR FALTA DE AVISO É QUE NÃO FOI.
    O UNIFORME ESCOLAR NÃO FOI ENTREGUE EM MOSSORÓ.

  3. Monaliza diz:

    Qual seria seu posicionamento perante o problema? Qual a solução?

    =)

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Monaliza, boa tarde.

      Bom revê-la.

      O texto aponta o caminho. Releia.

      O atalho coercitivo, a força bruta, certamente não ajudam e não estão ajudando na resolução desse impasse de difícil complexidade.

      Há anos apresentei proposta via próprio Blog para encaminhamento de parte do problema.

      Claro que nunca fui ouvido.

      Agora, o prefeito não ouve sequer os empresários. Nega-se a recebê-los. E já avisou que não volta atrás.

      Se fosse o mesmo prefeito do período da interinidade, talvez fosse diferente.

      Lamento que não seja.

      Por isso, que nova campanha foi disparada nas redes sociais avisando que ele “não mudou”. Parece que começou a perceber que mudou. Se não tivesse mudado, nem precisaria dessa campanha.

      Mas estou com Frei Betto: “O poder não muda as pessoas. Revela-as”.

      Abraços e obrigado pela leitura e intervenção.

  4. João Claudio diz:

    Discordo em parte do comentário do Inácio. Eu vejo muitos ônibus circulando, mas quase todos vazios e com as janelas abertas. Isso significa dizer que, para amenizar o ”preju” a empresa teve que desligar o ar condicionado dos ônibus.

    O que me admira é um empresario do setor de transporte publico não saber que em cidades do interior onde existe o serviço moto táxi, os ônibus coletivos passam a ser secundários. É usado por passageiros que tem passe livre, estudantes que pagam meia passagem, ou pela população em dia de chuva. Como em Mossoró não chove….!

    Os moto táxistas só não quebram os empresario do setor de transporte coletivos, em grande centros, como por exemplo em Fortaleza e Recife que possuem milhões de habitantes, e contam ainda com uma gigantesca massa em suas áreas metropolitanas. Cidades do porte de Mossoró, o serviço de moto táxi é um verdadeiro câncer terminal na ótica dos empresários. A Ocimar, mesmo com promessas fantasiosas da prefeitura, deveria ter aberto os olhos. Não precisava fazer pesquisas. Bastava, por exemplo, antes de por os pés aqui, enviar um olheiro para a Presidente Dutra para verificar o vai e vem dos moto taxistas. É uma atras da outra. Já o fluxo de ônibus coletivo, hummmmmm!

    Quanto ao ”preju”, cantei essa ”pedra” aqui, e fui mais além. Escrevi algo como …”apenas um empresario louco investiria no transporte publico em Mossoró”. escrevi ainda…””Até a Itapermirim, maior empresa de ônibus da America Latina, se botar os pés, ou melhor, os pneus dos seus ônibus aqui, quebra em três pedaços e perde o do meio.”.

    O comentário foi e escrito e postado por Carlos Santos há vários meses, quando o projeto ainda estava no útero da prefeito, ou dos asseclas se assim preferirem.

    Quanto as ”centenas de moto taxis” mencionados por Carlos Santos, creio que ele está equivocado. Não são centenas, são milhares. Ah! As clandestinas superam o numero das oficiais.

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      Certo, João Cláudio. è que talvez eu esteja acostumado ao fluxo de ônibus de Fortaleza, São Luís etc.
      Obrigado pela correção.
      A verdade é que Mossoró ainda não está pronta para receber o serviço de transporte coletivo, ônibus, mas o prefeito, querendo fazer história, precipitou-se. Como achou um desavisado que topou a parada, deu no que deu. Empresário quando investe mal tem que arcar com o prejuízo. A solução que vejo é a Ocimar levar os seus ônibus de volta. E o prefeito juntar mais este fracasso a tantos e tantos outros.
      /////
      OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS EM SETEMBRO? VÃO DEIXAR SAL GROSSO PRESCREVER?
      NÃO É POSSÍVEL QUE A LEI DA MORDOMIA DOS VEREADORES SEJA MANTIDA.
      TOMAZ NETO AINDA PENSA EM SE CANDIDATAR A VEREADOR? O ESCONDEDOR DE CÓPIA DE AUDITORIA QUE CONTÉM FATOS ESCABROSOS VAI DIZER O QUE AOS MOSSORENSES?

  5. João Claudio diz:

    Esqueci, no comentário anterior, de um detalhe importante que pode agravar mais ainda a situação do transporte publico.

    Como o Uber está na moda e o brasileiro não pode estar fora dela, é bem provável que algum exibicionista/amostrado/vaidoso/ mossoroense a procura dos seus quinze minutos de fama, já tenha feito planos de aderir a moda, implantando o sistema por aqui. Ai, a bronca será dos táxis, moto taxistas, táxis lotação, moto taxistas clandestinos, empresa de ônibus coletivo e o escambau.

    Lembrei agora da musica do cantor Silvio Brito.

    Tá tudo errado ôôôôô….. Tá tudo erraaaaaaado…..!

  6. Carlos Andre diz:

    Kkkkkkkkkkkkkk

  7. erivelton diz:

    E Mossoró continua Interiorana. Cidade de porte médio com cara de província. Enquanto a maioria das cidades com o mesmo porte investem e apoiam o transporte público Mossoroenses continuam achando que o melhor é o moto táxi. Por isso que a cidade continua assim: desorganizada. É uma pena que estamos perdendo a oportunidade de construir uma cidade melhor.

  8. FRANSUELDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Claro, óbvio e ululante que os governantes cometem acertos erros e e notáveis desacertos, inclusive, claro o atual Prefeito Francisco José da Silveira Junior.

    Porém, no caso em testilha, entendo que a tentativa de fazer funcionar o transporte coletivo na cidade que dizem combateu Lampião, deveria ser objeto de uma analise mais aprofundada, sem paixões e sem o crivo da ignorância, infelizmente tão comum em nossa cidade, sem uma vinculação e um direcionamento político partidário, mais ainda sem um foco no lucro comercial imediato.

    Nesse contexto, faço minha as minhas do Web-leitor, quando assim se pronuncia… Mossoró continua Interiorana, acrescento mais, profundamente provinciana no sentido mais deletério da palavra. Cidade de porte médio com cara de província. Enquanto a maioria das cidades com o mesmo porte investem e apoiam o transporte público Mossoroenses continuam achando que o melhor é o moto táxi. Por isso que a cidade continua assim: desorganizada. É uma pena que estamos perdendo a oportunidade de construir uma cidade melhor.

    Nesse sentido, oportuno assinalar que governar, e governar um contexto sócio-político, cultural e econômico da magnitude, complexidade e peculiaridade da terra do pais de Mossoró, efetivamente não é uma tarefa tão fácil como muitos intentam demonstrar, e muitos caos através de críticas, que muitas vezes, passam largo de um aprofundamento racional da questão, preferindo a via mais fácil, eleitoreira e por vezes demagógica sobre a questão desviando o foco principal, este sim, que à meu ver, deve necessariamente passa por uma tentativa de vincular ações, inclusive educativas, semeando ações variadas em todos os rincões do nosso município, solidificando em um porvir não tão distante, uma efetiva cultura de utilização do transporte coletivo em nossa cidade.

    A atual a demanda de implantação do transporte coletivo em nossas plagas, tem sido intentada pela atual administração, muito embora peque em alguns aspectos, tem alguns predicados, que efetivamente devem ser objeto de uma análise mais aprofundada por arte daqueles, sobretudo do empresariado, que, no mais das vezes tem um olhar imediatista (Como, infelizmente, grande parte da sociedade brasileira) preferindo o remendo, o esparadrapo, a gambiarra,as soluções “fáceis” pra não dizer mágicas) do que ações efetivas, sendo que estes com o seu conhecido poder de aglutinação, deveriam se juntar aos demais setores da sociedade, pra exatamente focar tentativas de um concerto e de uma lógica que não seja a mesmice de sempre, as quais necessariamente, demandam um tempo mais largo e substancial na tentativa de resolver o imbróglio e ao mesmo tempo desmontar a cultura, arraigada cultura tupiniquim, em sua natureza de um individualismo sabidamente cego e suicida.

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.

    OAB/RN. 7318

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