Ele faz parte de um partido de arrivistas e alpinistas sociais que tem atirado no próprio povo, mas livram a cara dos seus, como fez a pouco o Secretário-Chefe da Casa Civil da Prefeitura, o sr. Kalasans Bezerra, “empregando” na Câmara Municipal, de uma só tacada, dois jovens rebentos e filhos seus, sem concurso público e sem mais aquela, graças ao que costumamos chamar de “tráfico de influência” e “nepotismo cruzado”.
A ação mereceu de imediato o repúdio popular e dos vereadores Sargento Regina e Raniere Barbosa, que fizeram alarde da tribuna da Câmara contra a contratação duvidosa de Bruna Samara Louzá Santos Bezerra e Bruno Henrique Louzá Bezerra Santos, filhos do confiado e arrogante “General Kalá”, como se fez conhecido na blogosfera o “chicote de Micarla”, flagelo inclusive dos aliados que só querem vê-lo pelas costas.
Um tiro no pé, essa dupla e inoportuna nomeação, do qual a “borboleta” talvez só se dê conta do estampido daqui a sete meses e, depois disto, quando o barulho for apenas uma ocorrência, vá ainda esperar outros sete meses para desinfetar e excluir do cesto de maçãs podres o pé gangrenado, isto é, Micarla só fará isto quando o odor da perna e do tronco gangrenados chegar ao seu nariz empinado e displicente. Enquanto isso, que murche Natal e a esperança dos natalenses.
Não vá ser Kalasans o Rodrigues Neto da vez de Micarla, que, para ser boazinha ou por incúria mesmo, foi deixando o problemão ficar para ver como ficava; até que, com a credibilidade em frangalhos e os nervos à flor da pele, teve que remanejar tardiamente – quando o estrago era completo – o ex-presidente da Fundação Capitania das Artes para uma bem remunerada sinecura custeada pelo suor dos nossos impostos mal aplicados.
Kalasans não se saiu bem em suas “explicações” ao NOVO JORNAL; apenas corroborou os fatos e deu margem a suspeição, quando pediu sigilo para as suas motivações, numa violação clara do principio de transparência que ele, pela função que exerce, devia colocar acima da sua comodidade e de seus interesses que expõem apenas um oportunista querendo tirar proveito da circunstancia para posar de “paladino da moralidade”, papel que já não lhe cabe diante de tamanha celeuma que infestou as páginas dos jornais e da blogosfera que anda cheirando-lhe os calcanhares.
Não sei o que fará Kalasans diante do tsunami provocado por essas nomeações que comprometem inclusive o vereador Enildo Alves, curiosamente o líder da prefeita Micarla de Souza na Câmara Municipal, o que denota intimidade flagrante com o chefe da Casa Civil, o que nos faz duvidar das palavras do estabanado Kalasans, quando afirma, como o ex-presidente Lula, não sabia de nada. Pode até ser, mas aí teríamos que levar em conta um fato novo: há empregos sobrando na Câmara Municipal, de modo que o vereador não fez nada mais que ocupá-los com os filhos de um amigo. A tal jogada do “nepotismo cruzado”…
Há uma visível incompatibilidade entre Kalasans Bezerra e a função que exerce – a chefia da Casa Civil da Prefeitura do Natal. Tal nomeação constitui um escândalo universal: um comissionado arrogante e imaturo, paciente de um doentio complexo de inferioridade, escolhido para ser a ponte entre os cidadãos e a prefeita que nos flagela, recusa-se a falar aos jornalistas.
Kalasans teme expor-se à imprensa; foge ao diálogo com os cidadãos que anseiam por uma coisa simples – que Micarla se oriente e trabalhem todos, ela e seus comissionados, para o bem de Natal.
Toda esse escândalo traz-me à lembrança que Kalasans Bezerra acusa-me na justiça de “ofender” sua honra, ao escrever acerca de suas trapalhadas; primeiro, quando secretário do Meio Ambiente e protagonista do famoso “Caso dos Espigões de Ponta Negra”. Foi aí que se revelou o ambientalista de araque (ele está me processando porque o chamei de “ambientalista de araque”…).
Será que “Cururu de 4 Olhos” [como o chamam, em surdina, seus subordinados e pessoas próximas que fogem da sua figura afetada de moralista], Kalasans, vai processar também os vereadores Sargento Regina e Raniere Barbosa, que o denunciaram da tribuna da Câmara como praticante do que é chamado de “nepotismo cruzado”?, além de toda a blogosfera que não pára de acusar e ridicularizar a deslavada hipocrisia de Kalasans Bezerra? O Secretário-chefe da Casa Civil da Prefeitura do Natal, a eminência parda da prefeita Micarla de Souza.
Segundo os Blogues “Embolando Palavras” e “O Arengueiro” – o “General Kalá” é um cara que foge da imprensa e se relaciona mal com jornalistas que cumprem o seu dever de bem informar aos cidadãos, sem acanharem-se diante do poder discricionário que quer cercear o direito de expressão; enfim, impondo mordaças.
Na semana passada Kalasans recebeu lamboradas da prestigiosa colunista da Tribuna do Norte, Eliana Lima, e de todos os jornais impressos e virtuais de Natal. Foi uma semana infernal para a gestão verde e, por último, Kalasans – com a sua mórbida obsessão pelo protagonismo, para fazer-se falado, mesmo através de fatos como este que granjeou o repúdio universal.
Ao apresentar-se Kalasans Bezerra, em sua covardia, sob a persona de um porta-voz, quando urge ele mesmo de viva voz explicar aos cidadãos como a Prefeitura chegou a dever todo esse cacau? Essa bufunfa (escrevo na gíria deles, os “verdes”…). É dinheiro. E, aí, excelência? Quer botar no natalense e ficar calado?, gozando do bom e do melhor, deitado em berço esplêndido?
Ou vossa excelência não conhece a função que exerce por grácil bondade da senhora alcaidessa, de humor um pouco instável e borboleteante, fiador da falta de rumo em que afunda o governo do qual é um comissionado – um alto comissionado, exercendo um cargo às expensas dos nossos impostos.
E ainda não quer falar nem explicar-se. E, quando o faz, como prova a carta que saiu publicada nesta sexta-feira no NOVO JORNAL sobre as nomeações inusitadas e desastrosas para os “verdes” potiguares, é essa nonada. Kalasans não explica nada; apenas, canhestramente,
corrobora…
Kalasans representa um governo inconseqüente, pueril e leviano, inteiramente danoso à saúde de Natal. Só fico imaginando a cara de Kalasans, ao ler estas linhas, e a defesa que fará em juízo da sua imaculadíssima honra que todos reconhecemos nessa notável e ilustríssima criatura que seus desafetos – não nós – alcunharam talvez jocosamente, de “Cururu de 4 Olhos”, evidentemente porque ninguém há de levar à sério suas motivações raivosas.
Eminência parda da prefeita de Natal, o engenheiro Kalasans Bezerra tem usado da chefia da Casa Civil para autoblindar-se, e, a um tempo, perseguir e amedrontar aqueles que se opõem à sua avidez pelo poder e mandonismo torto.
Franklin Jorge é jornalista, crítico literário e escritor.