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domingo - 03/01/2021 - 16:48h

Ano começa com péssima expectativa para a economia

Por Josivan Barbosa

O ano termina com péssima perspectiva para os números do Produto Interno Bruto (PIB) per capita (por cabeça) do país.  Antes da pandemia do novo coronavírus, esperava-se que o PIB per capita se consolidasse neste ano ao redor de R$ 35 mil, o que seria o melhor resultado desde 2015, segundo projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Naquele ano, o país passava por uma recessão, iniciada no fim de 2014 e que se estendeu até 2016, período em que a queda acumulada do PIB per capita ficou perto de 9%.

Nos três anos seguintes, o fraco crescimento do PIB praticamente empatou com a expansão da população. Se esta estimativa se confirmar, a queda do PIB per capita será de 5,4% neste ano, mais acentuada do que a do próprio PIB, calculada em cerca de 4,5%. Será também o maior recuo de todos os tempos do PIB per capita, depois dos 6,3% registrados em 1980.

Pior do que isso é a previsão de que vai levar ainda uma década para se voltar ao melhor patamar de todos os tempos. Ou seja, somente em 2030, o PIB per capita vai se igualar ao que foi registrado em 2013, quanto estava ao redor de R$ 37,5 mil a preços constantes de 2019, calculados pelo Ipea.

IDH

O país termina 2020 com uma péssima notícia em termos de desenvolvimento econômico. O Brasil perdeu cinco posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o relatório referente ao ano de 2019, o país passou da 79ª para 84ª posição, atrás de vizinhos como Colômbia e Argentina.

O relatório – que está completando 30 anos – mostra o Brasil com uma pontuação de 0,765, em uma escala que vai de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país em termos de expectativa de vida ao nascer, nível de escolaridade e de renda. A Noruega aparece na liderança, com um IDH de 0,957, seguida pela Irlanda e pela Suíça, as duas com 0,955. A China aparece logo atrás do Brasil, com um IDH de 0,761.

Telhanorte

O novo secretário de Desenvolvimento Econômico de Mossoró, Franklin Filgueira, já inicia o mandato com um grande desafio. Acreditamos que a secretaria vai se antecipar e colocar na mesa as facilidades legais para atrair para o município a empresa gigante da área de comércio Telhanorte. Integrante do grupo francês Saint-Gobain, vai entrar mais pesadamente no segmento de atacado de material de construção com o lançamento da bandeira Obra Já.

A empresa já atuava na área de forma tímida, com duas lojas da PRO Telhanorte, mas falhas na execução do formato atrapalharam o plano de expansão, e optou-se por lançar um novo modelo.

A varejista estuda a entrada em novas regiões do país por meio de abertura de “dark stores”, lojas para atender apenas a venda on-line. No Brasil, a concorrente Leroy Merlin é líder no varejo de construção e vinha acelerando a expansão ao testar novos conceitos, algo que a Telhanorte passou a focar mais após 2017.

A Telhanorte tem 77 lojas e diz que atingirá investimentos recordes em 2021, após forte expansão do seu mercado neste ano, um dos que mais cresceram no varejo depois do início da pandemia.

Devem ser investimentos de 20% a 25% maiores que 2020. Serão R$ 150 milhões nos próximos três anos, sem considerar os desembolsos em lojas, que na soma total superam os R$ 150 milhões

Sobre a operação no atacado, o plano é ter 20 unidades em 10 anos. Os dois pontos atuais da rede PRO Telhanorte, na capital paulista, voltadas para esse segmento, serão transformados em lojas da nova marca em 2021. E a primeira unidade da Obra Já será aberta na primeira quinzena de janeiro, em Campinas (SP), com a conversão de uma Telhanorte em Obra Já.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico precisa elaborar imediatamente um portifólio mostrando o potencial da cidade para o comércio ´de materiais da construção civil e se antecipar a cidades grandes do interior do Nordeste como Caruaru, Feira de Santana e Petrolina.

Os investimentos em cada loja giram em torno de R$ 100 milhões, quase o dobro do desembolso em uma unidade de varejo (entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões), considerando tamanho da área e características do formato. Haverá menos itens, cerca de 15 mil, versus de 40 a 50 mil nas lojas de varejo, porque o foco do modelo é outro.

Prefeito Allyson Bezerra

No discurso de posse do novo prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, não deu para compreender quais serão os seus grandes projetos para Mossoró nos próximos quatros anos. Também não conseguimos perceber como fará para desenvolver a chamada região metropolitana de Mossoró e nem como irá melhorar a qualidade dos serviços públicos.

Prefeito Allyson Bezerra discursou em sessão solene de posse no dia 1º de janeiro (Foto: divulgação)

Como a nossa educação fundamental está com sérios problemas de gestão e complicou ainda mais com a pandemia, esperávamos que no seu discurso a atenção seria especial para o problema da educação. Mas, também não conseguimos entender como pretende fazer a diferença na área de educação.

Esperamos e torcemos muito para que a nova equipe de secretários municipais apresente nos 100 primeiros dias de mandato um arcabouço dos grandes projetos que Mossoró precisa para não ficar atrás de municípios como Petrolina e Juazeiro na Bahia, Feira de Santana (Bahia) e Caruaru (Pernambuco).

O desafio é grande, pois Allyson Bezerra vai administrar um município com baixíssima capacidade de investimentos e a sua gestão só fará a diferença se conseguir convencer os ministérios com bons projetos para Mossoró e região.

A sintonia com as duas universidades públicas e com as universidades particulares será fundamental na elaboração desses bons projetos, mas não pode ficar apenas na intenção.

Auxílio emergencial

O fim do Auxílio Emergencial é a prova de que no Brasil não há entendimento social. Num país onde pouco menos de um quarto da população (50 milhões de pessoas) vive abaixo da linha de pobreza (com menos de dois dólares por dia), e todos conhecemos essa realidade há pelo menos quase 20 anos, afinal, graças a um dos poucos consensos de nossa história, criou-se nesse período um programa de transferência de renda para lidar com o problema – o Bolsa Família é excelente, cuida das consequências de políticas equivocadas que seguem provocando tanta miséria e desequilíbrio entre nós, brasileiros.

O Brasil de 2021

Mais um ano se passou e pouco avançamos nos grandes problemas do país. Sem saneamento básico, não há saúde. Sem saúde, não há cidadania. Junte-se esta precariedade à outra (a baixa qualidade do ensino fundamental público), o que temos? Que futuro aguarda o país com a 5ª população do planeta, habitante do 4º maior território em terras contínuas?

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    O Brasil não avança por conta da CORRUPÇÃO. Corrupção que é alimentada por uma IMPUNIDADE que humilha a todos nós.
    O prefeito tomou a mais acertada de todas as medidas. Passar a limpo as contas de administrações anteriores. Colocar os pés no chão é preciso. Só depois partir para grandes projetos.
    Mossoró possui um potencial enorme a ser explorado.
    O Professor Josivan Barbosa, mais cedo ou mais tarde, vai participar da equipe que colocará Mossoró no seu devido lugar.
    É só uma questão de tempo.
    Ou alguém consegue imaginar Mossoró eternamente megulhada na miséria e no atraso por conta da CORRUPÇÃO?

  2. Rocha Neto diz:

    Acho um erro gritante, esta cobrança determinante de 100 dias. Qual o parâmetro pra isso? Acho que foi um período idealizado e pensado por gente da imprensa que não tem noção do que administração. Bem é minha opinião pessoal. Pelo que vi nas redes sociais de hoje e nos blogs, não tem como homem nenhum, prêmio Nobel em administração, capaz de contornar a tragédia deixada na prefeitura de Mossoró. Resumindo; falar em prazo de 100 dias, me perdoe o autor da matéria acima, é coisa que dar a impressão de gente que não pensa. É fora de contexto. Afirmo, se o prefeito Allysson colocar o vagão do trem nos trilhos em 06 meses, já pode ser considerado um gênio que surge pra fazer milagres. Gente vamos trabalhar sem regras de prazo, vamos torcer sim, pra que tudo der certo. Mossoró merece!

  3. João Claudio diz:

    O brasil não avança porque é administrado por amadores.

    Aquele ou aquela que diz não ser amador, é dublê de 5a categoria.

    Em se tratando de economia, o brasil é um carangueijo; anda para os lados.

    Em educação, é um tatu; caminha para baixo.

    Em tecnologia, nasceu com a marcha-ré engrenada e ainda não sentiu o gostinho de engrenar a marcha-à-frente.

    Para a ‘frentemente’, a impunidade.

    Para cima, e sai de baixo, só a corrupção e o carnaval (o futebol é coisa do passado. Foi vencido pela corrupção e pelo esnobismo das estrelas(???).

    Mas se melhorar estraga. Portanto, já que tá dentro ‘dêxi’.

    Ei, a vacina já está sendo aplicada em quase 50 países.

    Quanto ‘a cá’, bem, a cá a coisa é diferente de lá.

    É ô num é???

    Ahhh…finalmente a ficha de país de terceira caiu, né?

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