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domingo - 23/08/2020 - 10:44h

Começa temporada de exportação do melão e melancia

Por Josivan Barbosa

Iniciada a temporada 2020/21 de exportação de melão do Polo de Agricultura irrigada RN – CE. A expectativa é que o Porto do Pecém e a transportadora marítima MSC irão se destacar como grandes parceiros dos produtores nessa safra.  A MSC estabeleceu uma escala no Porto do Pecém para atender os produtores do RN e do Ceará, área responsável por praticamente todo o melão exportado do país.

O Porto do Pecém é uma importante porta de entrada entre o Nordeste do Brasil e o resto do mundo, permitindo que os tempos de transporte marítimo sejam os mais curtos até os hubs de fruta na Europa (Países Baixos) e de lá para o resto da Europa.

A exportação de melão pelo Porto do Pecém inicia-se no terceiro trimestre (semana 33) e estende-se até fevereiro de 2021.

Transportadora marítima MSC passa a cumprir papel importante no processo de exportação (Foto: O Povo)

A MSC oferece navio semanal com 12 dias de trânsito até o Porto de Roterdam e Reino Unido e um outro navio para o Mediterrâneo, chegando na Espanha (Valência) em nove dias, de onde segue para o Oriente Médio.

O melão e a melancia, principais frutos exportados do Polo de Agricultura irrigada RN – CE para a Europa são produtos que apresentam vida útil pós-colheita relativamente curta, mesmo em ambiente refrigerado e, assim, necessitam de procedimentos rigorosos de controle desde a colheita até a chegada nos varejistas.

As diferentes variedades de melão necessitam de condições de refrigeração específicas nos contêineres marítimos. Por exemplo, os melões do grupo Cantaloupe são transportados em temperatura na faixa de 3 ºC, os melões do grupo Galia na faixa de 5 a 7 ºC e os do tipo amarelo e as melancias são transportados a 10 ºC.

O Porto do Pecém é um dos mais seguros do Brasil e garante que os frutos sejam embarcados com celeridade e eficiência. Possui duas estruturas de embarcação exclusivas para contêineres e é dotado de um sistema de reconhecimento ótico de caracteres, o que permite alto grau de automatização, inocuidade e segurança das cargas transportadas.

Ministros potiguares

O Rio Grande do Norte precisa aproveitar o prestígio junto ao Governo Federal dos ministros Rogério Marinho e Fábio Faria para destravar os projetos que estão parados a exemplo da Adutora Santa Cruz do Apodi e o Projeto de Irrigação Santa Cruz do Apodi. Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Principal defensor da flexibilização do teto de gastos, é o homem a quem o presidente Jair Bolsonaro confiou a missão de recuperar o Nordeste das mãos da oposição, em especial, do PT. Além disso, a imprensa do Sudeste tem ventilado a pretensão dele concorrer ao governo em 2022.

Marinho já visitou de julho pra cá: Bahia, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pará. Sem o presidente, o ministro esteve em Alagoas, no Maranhão, Rio de Janeiro, Tocantins e Piauí. Ainda sem Bolsonaro, Marinho acompanhou a liberação das águas do Rio São Francisco para o Cinturão das Águas.

A pasta de Marinho abriga a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), empresa fundamental para o Nordeste porque executa as obras de segurança hídrica, estratégicas para a Região. Também comanda o Minha Casa, Minha Vida, de forte apelo eleitoral no país.

Visita do presidente da República

Muitas pessoas nos perguntaram quais as prioridades de projetos que devíamos solicitar ao presidente da República, Jair Bolsonaro,  durante a sua visita ao Estado na última sexta-feira (21).

Não tenho dúvida do que os três principais projetos são: retomada do Projeto de Irrigação Santa Cruz do Apodi, conclusão da adutora Santa  Cruz do Apodi – Mossoró e uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), em Mossoró.

Irrigação numas das regiões mais férteis do país pode ser potencializada (Fotos: web)

Irrigação Santa Cruz do Apodi:

  • O projeto está parado desde 2015 e já foram investidos mais de 100 milhões de reais de um total projetado inicialmente de cerca de 180 milhões.
  • O projeto passou a ser de grande importância para a região após o acordo do Brasil para exportar melão para a China
  • O projeto representa cerca 30% da área necessária para a ampliação da produção que atenderá a demanda inicial do mercado asiático
  • O projeto funcionará como porta de entrada para abrigar novas empresas de agricultura irrigada na região, pois será o único projeto público de irrigação do Semiárido com segurança hídrica. Terá três opções de água: Água do Arenito-Açu, água do Calcário Jandaíra e água da Barragem Santa Cruz do Apodi.
  • O projeto é dotado de toda a infraestrutura de acesso e escoamento da produção, ´pois está localizado ao lado da BR 405 com fácil acesso aos Portos de Natal, Mucuripe e Pecém
  • O projeto está inserido dentro da área livre de Moscas-da-frutas, condição indispensável para a exportação de frutos para os Estados Unidos, cujo mercado é muito potencial para o melão.
  • Mossoró será a cidade mais beneficiada do ponto de vista econômico com o funcionamento desse projeto, pois abriga as principais empresas que fornecem insumos para a agricultura irrigada e é a cidade dormitório do pessoal que trabalha na agricultura irrigada do ponto de vista administrativo e técnico.

Adutora Santa Cruz do Apodi

  • O projeto da adutora Santa Cruz do Apodi é o mais importante projeto do Governo Federal para Mossoró iniciado na década passada e com mais de 80% construído e paralisado desde 2015.
  • A adutora está a apenas cinco km da zona urbana de Mossoró de um total de 90 Km entre Mossoró e Apodi ao longo da BR 405.
  • A adutora representa a segurança hídrica para a expansão imobiliária que em Mossoró é caracteristicamente horizontal em função do baixo custo dos terrenos nas áreas de expansão imobiliária
  • O abastecimento de água tem sido o principal fator limitante da expansão imobiliária de Mossoró que atualmente é o setor industrial que mais emprega no município.
  • A adutora atenderá ainda os municípios de Felipe Guerra e Governador Dix-Sept Rosado
  • A adutora representará a segurança hídrica para a expansão do Distrito Industrial de Mossoró.
  • A adutora preservará a água do manancial Arenito-Açu, cuja reserva é explorada há mais de 60 anos.

EMBRAPA em Mossoró

  • O  reivindicação política é antiga e o último movimento em prol desse projeto foi há 15 anos com a disponibilização por parte da UFERSA de laboratórios e escritórios para abrigar os pesquisadores do Centro Nacional da Embrapa no RN.
  • O RN e o Espírito Santo são as únicas unidades da federação sem a presença direta de uma unidade da EMBRAPA
  • Não há necessidade de investimento em infraestrutura, pois a UFERSA possui cerca de 50 laboratórios de apoio ao negócio rural que podem ser colocados à disposição da EMBRAPA.
  • A competitividade internacional da Agricultura Irrigada exige que o Estado tenha preocupação constante com pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica no negócio rural como forma de atender às exigências dos principais mercados consumidores.
  • A exportação de frutos tropicais para a China exigirá do RN competência internacional na geração de pesquisa na área do negócio rural para que o Brasil possa exportar produtos de qualidade para os diferentes mercados (Estados Unidos, Europa e Ásia) a exemplo de países como Chile e Peru.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Rocha Neto diz:

    A conclusão da obra desta adultora é de competência hoje do governo Fátima, cadê a pré-candidata a prefeitura de Mossoró , Isolda Dantas do PT, que não fala uma vírgula sobre este benefício pra nossa cidade?? Da governadora Fátima, Mossoró ñ espere atitude.

  2. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Quanta riqueza de informação! Parabéns, Prof. Josivan!
    .

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