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domingo - 06/12/2020 - 06:46h

Prefeito eleito precisa estar atento à nova onda da Covid-19

Por Josivan Barbosa

O prefeito eleito Allyson Bezerra (Solidariedade) terá muita dificuldade se a segunda onda da Covid – 19 se prolongar no primeiro semestre de 2021. O principal problema será com o repasse de recursos do Governo Federal para o município, o que não foi problema até então.

O governo federal cortará o financiamento de 3.265 Centros de Atendimento para Enfrentamento à Covid-19, instituídos em maio a pedido das secretarias municipais de Saúde a fim de ampliar o acesso ao atendimento precoce das pessoas com sintomas de infecção pelo coronavírus. Outros 130 Centros Comunitários de Referência para Enfrentamento da Covid-19 também serão afetados. Sem verbas, boa parte desses equipamentos corre sério risco de fechar, já que dificilmente os municípios terão dinheiro para mantê-los. O corte preocupa em um momento de repique no número de casos e de apreensão com uma segunda onda da covid-19 no país.

Coronavírus é ainda uma ameaça muito presente e sinaliza que avançará sobre novo ano (Foto ilustrativa)

Sintonia

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) precisa de muita sintonia com o prefeito eleito Allyson Bezerra para que possam tomar medidas em conjunto para o enfrentamento do repique da covid – 19. Isso já está acontecendo em vários municípios, onde os prefeitos eleitos para 2021 já começam a propor ou anunciar medidas econômicas relacionadas aos efeitos do recrudescimento da covid-19 ou voltadas para o apoio à retomada da economia. Os anúncios contemplam desde parcelamento ou ampliação de prazo de pagamentos de tributos até medidas de concessão de crédito a empreendedores.

Há prefeitos que estão fazendo a opção por medidas como restrição de horários para estabelecimentos comerciais, novas diretrizes no atendimento da saúde e chegam também ao campo fiscal e financeiro, como novo programa de parcelamento de tributos e a ampliação de um fundo de aval para empréstimos a empreendedores locais. Há também medidas onde foram prorrogados os prazos para pagamento do IPTU para estabelecimentos que tiveram funcionamento suspenso durante a pandemia.

No Recife, como exemplo, o prefeito eleito João Campos (PSB) anunciou que irá tirar do papel já nos primeiros 90 dias de sua gestão um programa de microcrédito para empreendedores prejudicados na pandemia.

Novos desafios

Qualquer que seja a evolução da covid-19, os novos prefeitos deverão enfrentar todo um 2021 com lenta recuperação de emprego e renda, o que demandará definição de políticas de assistência social e de geração de emprego e formas de financiá-las. Caso não haja coordenação nacional para isso, a ajuda aos mais vulneráveis que baterão à portas das prefeituras ficará restrita à capacidade financeira de cada município e tenderá a ser desigual no país.

Caberá aos municípios identificar a nova população de vulneráveis que se formou na pandemia e ajudar a planejar programas de geração de empregos, o que inclui qualificação e treinamento. Uma coordenação nacional é importante para que não se repita o cenário de ações desordenadas e pontuais deste ano.

Mobilidade urbana

Poucos dias antes da eleição, o candidato a prefeito de uma cidade do interior de São Paulo usou redes sociais para expor ideias sobre mobilidade. A cidade que ele pretendia governar deveria ter as calçadas reformadas, grande extensão de ciclovias e muitos corredores exclusivos para ônibus.

O transporte coletivo, hoje demorado e caro, deveria ser prioridade. E, como última tentativa de convencer o eleitor de que era merecedor do voto, defendeu a redução do preço da tarifa do transporte público. Mais uma vez, a última campanha serviu para a triste constatação de que nem todos compreendem o sentido de mobilidade urbana, que, acima de tudo, é um assunto diretamente ligado à qualidade de vida da população.

Propostas soltas, vagas ou com soluções que fogem da esfera municipal rechearam muitos dos programas de governo de candidatos que quiseram fazer bonito ao falar de um tema que seduz.

Bismarck Maia

Analisando o material publicitário do prefeito reeleito de Aracati, Bismarck Maia, percebe-se que o município terá duas histórias após a sua gestão. O prefeito conseguiu ampliar o programa de areninhas do Governo Estadual e criou outras, inclusive as areninhas kids.

O prefeito reformou o Ginásio de Esportes Gigante do Vale dando muita atenção ao esporte do município.

Uma outra ideia muito boa foi o programa das unidades móveis de saúde. São ônibus especiais transformados em mini-hospitais equipados para atendimento em várias modalidades.

O prefeito revolucionou o município com a pavimentação. Foram 175 km em 04 anos.

Houve também muito apoio ao turismo com a integração de todas as praias com um percurso que era de 48 km e foi reduzido para 12 entre as praias de Quixaba, Lagoa do Mato , Fontainha, Retirinho e São Chico. Agora a perspectiva de atrair pousadas e hotéis fica bem melhor.

No aspecto da iluminação pública, o prefeito Bismarck fez uma verdadeira revolução na qualidade do serviço. Todas as localidades do município foram beneficiadas com iluminação com luz de led.

Bismarck Maia II

Na área de educação foram desenvolvidas ações que logo o cidadão vai perceber a diferença. Novas escolas estão sendo construídas com qualidade bem acima da média dos municípios da nossa região.

Na área de saúde o prefeito conseguiu priorizar a abertura da UPA 24 h. São mais de 6000 atendimentos por mês. Outra grande conquista para Aracati.

Exemplo e novas vias

Acredito que o prefeito Allyson Bezerra vai tomar Aracati como exemplo e avançar em projetos essenciais para Mossoró como a construção de nova via perimetral ligando a BR 304 na altura da Maisa, passando por Alagoinha, indo até a RN 015 e desta a BR 304 na saída para Natal.

Um outro trecho necessário para complementar o perímetro do município é ligar a BR 304 com o Rincão e daí até a BR 304 na saída para Fortaleza. Uma obra que se feita em 04 anos servirá para 20 anos.

RN sem sorte

O Ceará e Pernambuco continuam liderando a captação de empresas e o nosso RN permanece sonolento no desenvolvimento econômico.

Para se ter uma ideia tem município pequeno do Ceará que conseguiu captar mais empresas do que o município de Mossoró. Um bom exemplo é o pequeno município de Fortim que captou um grande empreendimento na área de turismo, o Jaguaribe Loudge, e, agora a chegada de uma grande fábrica de produtos de alumínio.

A Metal Brasil aproveitando o fácil acesso a partir do município até a BR 304 e a BR 116 pretende atender boa parte do Norte, Nordeste e Centro Oeste no comércio de esquadrias de alumínio.

Em Pernambuco, ao contrário do RN, a fábrica da Ambev anunciou um grande investimento para continuar na liderança do segmento na região. A Ambev vai investir R$ 255 milhões na unidade de Itapissuma (PE) com objetivo de ampliar sua capacidade de produção de cerveja puro malte e iniciar uma nova linha de envase para abastecer as regiões Norte e Nordeste.

No Nordeste, especificamente, a Ambev enfrenta forte concorrência no nicho premium com a marca holandesa Heineken, que detém 66% de participação de mercado. No entanto, considerando todos os rótulos, a líder na região é a Ambev – a Heineken, dona da Schin, tem uma fatia total de 30% no mercado nordestino.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Rocha Neto diz:

    Pura utopia pensar numa sintonia do governo Allysson com o governo Rosalba, os interesses políticos suplentes tais atitudes, basta ver como se encontra a convivência das equipes de transição, a estas alturas já deveria se ter ao menos um norte do que virá pela frente pra Allysson administrar, fiquei embasbacado quando vi que as equipes tomaram água e cafezinho no primeiro encontro que não foi produtivo, e por cima a equipe de Allysson aceitou e acertou só mais dois encontros, um para o dia 10 e outro pro dia 30. Dia 10, convenhamos, mais o do dia 30 achei absurdo a aquiescência da equipe de Allysson. Gente, a transmissão é dia 31.1.2020, não dá tempo nem de dar ciente no ofício do recebimento dos relatórios (se vier) com as pseudas informações. Outra, reclamar de quem? Do Papa?
    Inerentes aos comentários aí COVID19, concordo plenamente. Já com relação ao sonho de se atrair grandes e médias empresas pro nosso estado e município, a culpa não é só do governo municipal, e sim, de todo grupo político do nosso estado, principalmente dos que vivem ao bel prazer da vida palaciana de Brasília. Ô grupo fraco! Que falta faz, Vingt Rosado, João Faustino, Ney Lopes, José Agripino, Garibaldi, Betinho Rosado, Wilma de Faria, Lavoisier Maia, Sandra Rosado, Geraldo Melo, Zezito Martins, Tarcísio Maia, e tantos outros que tinham experiência, maturidade e visão. Compare nossa bancada em Brasília com a do Ceará, Pernambuco, Paraíba e demais estados nordestinos, a nossa composta por políticos que ainda não sabem pra que se encontram ali…
    Bem, pra Allysson marcar sua administração se faz necessário somente trabalhar pra uma qualidade ao menos mediana da saúde pública, idem na educação, e ao menos fazer nosso parque industrial ressurgir com a presença de empresas que ali já existiram e com novas que esperam oportunidades e incentivos para chegarem.
    Historicamente lembrando, p porque foi criado por uma governador filha de Mossoró, e morreu nas mãos de uma governadora filha de Mossoró. Incrível !

  2. Rocha Neto diz:

    Corrigindo,
    O parque foi criado por uma governadora filha de Mossoró..

  3. Inácio Augusto de Almeida diz:

    A empresa MARILAN instalou uma fábrica de biscoitos em Iguarassu-PE. A pequena cidade passa a contar com mais 250 empregos.
    Em Mossoró com promessa de gerar milhares de empregos a A&C recebeu financiamento do BNDES superior a 21 milhões de reais e isenção de impostos.
    Alysson poderia verificar quantos empregos esta empresa gerou e quantos lá trabalham na condição de estagiários.
    Esta a A&C cumprindo o que foi prometido?
    Até quando esta empresa vai adotar o sistema de rodízio de estagiários?
    Quando termina a isenção de impostos?
    Mossoró votou por mudanças.
    Mossoró quer transparência.

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