Um raro exemplo de longevidade e capacidade de adaptação, os Rosados conseguiram sobreviver às mudanças conjunturais e políticas nesse tempo, com poucas avarias. Apesar de um de seus tentáculos revelar sinais de esgotamento.
A única eleição municipal que a família perdeu – quando ainda formava um bloco partidariamente uníssono – foi em 1968, ou seja, há 40 anos. O ex-deputado e ex-prefeito Antônio Rodrigues de Carvalho, com apoio do ex-governador Aluízio Alves, derrotou o professor Vingt-un Rosado por 98 votos de maioria.
A saga vencedora foi detonada pelo industrial Dix-sept Rosado em 1948, eleito prefeito. À Câmara Municipal ascendia o seu irmão Vingt Rosado.
A última vez que o sistema famíliar teve adversários de verdade aconteceu em 1976. Lá se vão 31 anos. À ocasião, o ex-deputado estadual João Newton da Escóssia, cunhado do deputado federal Vingt Rosado, venceu concorrentes aluizistas do então MDB Movimento Democrático Brasileiro(MDB).
Em 1982, em acordo com o inimigo histórico Aluízio Alves, para tentar derrotar o engenheiro José Agripino (PDS) na disputa ao governo do RN, Vingt Rosado (avô de Larissa) assumiu alto risco. Orientou seu eleitor a não votar em Agripino, filho do primo e ex-governador Tarcísio Maia.
Em troca, Aluízio pediu para que os "bacuraus" mossoroenses não votassem no candidato do PMDB, professor João Batista Xavier, abrindo caminho à eleição de Dix-huit Rosado, irmão de Vingt, a prefeito.
De 1988 até o momento, a oligarquia adota a tática do dividir para somar. É uma espécie de "cissiparidade política", fenômeno biológico simplificado para manutenção do poder. Tem dado certo: está fechando a porta a surpresas de nomes emergentes fora da família.
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