Próximo prefeito de Mossoró vai pegar um passivo na Prefeitura que passará dos 140 milhões.
Essa informação no parágrafo acima foi postada com exclusividade pelo o Blog Carlos Santos no dia 26 de setembro do ano passado, às 9h48 (veja AQUI), há quase quatro meses.
Hoje (domingo, 8 de janeiro de 2017), a prefeita mossoroense Rosalba Ciarlini (PP) fala em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, que “até agora não conseguimos levantar tudo, mas os débitos já chegam a mais de R$ 130 milhões”.
Caminha para ser maior. Até bem maior, por várias razões.
Quando assumiu a Prefeitura de Mossoró em 2013, Cláudia Regina (DEM) recebeu um volume de dívidas que ultrapassaria os R$ 74 milhões – derivada da era Fafá Rosado (PMDB).
Em 13 de janeiro de 2014, Francisco José Júnior (PSD), ainda na interinidade, atestou que esse rombo estava acima dos R$ 46 milhões (veja AQUI).
De lá para cá, tivemos continuada queda em receitas diretas e indiretas, decisões administrativas comprometedoras, conjuntura nacional desfavorável e outros problemas.
Em 10 de outubro de 2013, às 10h10, o Blog postou reportagem especial mostrando o quadro financeiro próprio da gestão Cláudia Regina, num comparativo com o último ano da segunda administração de Fafá (veja AQUI). Começava a despontar instabilidade e o pior poderia vir. E veio.
ARRECADAÇÃO DIRETA
2012 2013
Janeiro – R$ 5.164,290,73 Janeiro – R$ 6.291,561,75
Fevereiro – R$ 4.315,734,45 Fevereiro – R$ 4.056,959,02
Março – R$ 8.387,322, 35 Março – R$ 6.409,340,26
Abril – R$ 4.831,008,15 Abril – R$ 4.759,411,85
Maio – R$ 5.109,170,73 Maio – R$ 7.381,950,24
Junho – R$ 5.234,152,87 Junho – R$ 4.746,324,87
Julho – R$ 5.460,837,09 Julho – R$ 5. 059,316,43
Agosto – R$ 5.600,450,43 Agosto – R$ 4.684,007,68
No pacote de receitas próprias que definhavam entram Imposto sobre Serviços (ISS), o principal, taxas diversas, multas e juros, dívida ativa, Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) etc..
Apesar do “sinal amarelo”, compromissos políticos do governo inundaram a Prefeitura com novos cargos comissionados, por exemplo. Cláudia foi ejetada da Prefeitura no dia 5 de dezembro do mesmo ano, já sentindo abalos nas contas públicas.
Daí em diante, a “batata quente” caiu no colo do interino e depois prefeito eleito (em disputa suplementar no dia 4 de maio de 2014) Francisco José Júnior.
Com o prefeito envolvido ferozmente na campanha municipal suplementar e outra estadual no mesmo ano de 2014, parece que a municipalidade ficou em segundo plano. Queda nas receitas diretas (em especial com desmanche na atuação da Petrobras) e de transferências, tem atrofiado continuadamente o erário.
A Prefeitura de Mossoró chega às mãos de Rosalba como reflexo de anos de gestões carregadas de erros e um cenário desfavorável.
Crise
Culpar tão-somente o ex-prefeito é miopia, má-fé ou desconhecimento de causa.
A crise é nacional, sim. Mas existem ilhas de equilíbrio, obtidas com coragem, ousadia e respeito às contas públicas. Priorizar interesses de compadres, familiares, grupos e negócios escusos não vão ajudar à Prefeitura e Mossoró.
As escolhas da prefeita Rosalba Ciarlini dirão muito do que virá adiante. Choramingar e praguejar o antecessor vão criar couraça protetora durante algum tempo, mas não resolverão seus problemas e da municipalidade.
Essa fórmula, ela adotou como governadora e saiu com reprovação expressiva, até alijada do projeto de reeleição. Francisco José Júnior será útil ao seu marketing defensivo até quando?
Saberemos.
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