• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 28/10/2018 - 12:30h

Templo de taipa

Por François Silvestre

Eu sou um templo.

Não com a pompa das catedrais,

Nem as torres de proteção.

Um templo de taipa.

Mourões de cumarus, estacas de jurema, varas de marmeleiros.

No meio delas, rebolos de barro úmido, do massapê dos Dormentes.

Aí está a feitura do templo que sou.

Venha ao meu interior.

Achegue-se, abolete-se, hospede-se.

Use-me. Até abuse. Mas não passe ao longe do terreiro.

Pois o desuso pode antecipar o desmoronamento.

Não espere minha atenção. Faça de conta que nem estou onde você estiver.

Farei o mesmo. Nem darei sinal de que você entrou.

Mas venha. Se gostar de quixaba, não deteste o outro visitante que gosta de juá.

Ou um terceiro que prefere resina de cajazeira. No templo de taipa todos os gostos se acomodam.

Achou estranho? Pois é. Tudo que é belo parece esquisito, no meio da feiura.

A taipa é a facilidade da feitura.

Achegue-se, sem ranço. Faça-se ao rancho.

A varanda da casa é uma latada.

E o dono é o templo de barro, molhado na água, socado na mão, seco no vento.

É isso que sou:

Um templo de taipa brincando de tempo. Venha!..

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Categoria(s): Poesia

Comentários

  1. Naide Maria Rosado de Souza diz:

    Vou, feliz! Templo bonito, simples, do jeito que me agrada, para conversar ou mesmo para contemplar o tempo suave, sem enfeites…tempo dos céus!

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